A Agência Nacional de Vigilância Sanitária e responsabilidade constitucional sobre a proteção à saúde do trabalhador: questões não resolvidas / The National Health Surveillance Agency and constitutional responsibility for worker health protection: unresolved issues
Passados 30 anos do SUS, a vigilância sanitária (Visa) voltada aos riscos dos ambientes, processos e condições de trabalho não encontra correspondente que lhe forneça diretrizes no âmbito das instâncias federais responsáveis pela Vigilância Sanitária Ministério da Saúde e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como supõe uma Política Nacional de Saúde do Trabalhador (ST). Assim, partiu-se da seguinte questão norteadora qual o arcabouço explicativo histórico, conceitual, legal, político e operacional que possibilita compreender as razões que impedem a incorporação da proteção à ST nas ações da Anvisa, apesar da previsão legal e constitucional do SUS e dos aportes teóricos e técnico-científicos no campo da Saúde Coletiva? A racionalidade do projeto foi constituída com base em um elenco de questões que forneceram uma base teórico-conceitual reflexiva a partir do problema de pesquisa. Assim, procedeu-se à pesquisa bibliográfica por método de revisão integrativa e à pesquisa documental, tendo como fontes de dados artigos, teses, dissertações, bem como, documentos relevantes ao elenco de questões. Em relação ao campo teórico-epistemológico da Visa, há que se lançar bases que propiciem uma ruptura paradigmática com a sua histórica abordagem funcional-instrumental de forte tradição jurídico-burocrática. E com seus saberes operantes, para avançar no seu sentido epistêmico de proteção e defesa da saúde, conforme determina a Constituição Federal. Os aspectos político-institucionais revelam a Anvisa como expressão máxima do modelo de Visa como regulação.
After 30 years of Brazilian National Health System (SUS), the "sanitary surveillance" (Visa) focused on the risks of environments, processes and working conditions does not receive clear guidance within the federal instances responsible for Health Surveillance (HS) Ministry of Health (MS) and Brazilian Health Regulatory Agency (Anvisa) as supposes a National Occupational Health Policy (OH). Thus, the following guiding question emerged what is the explanatory framework - historical, conceptual, legal, political and operational - that makes it possible to understand the reasons that block the incorporation of OH protection into Anvisa's actions, despite the legal and constitutional SUS and the theoretical and technical-scientific contributions in the field of Collective Health? The rationality of the project was constituted based on a set of questions that provided a theoretical-conceptual basis reflective from the research problem. Thus, we proceeded to the bibliographical research by integrative reviewmethod and documentary research, having as sources of data articles, theses, dissertations, as well as documents relevant to discuss the issues. Regarding Visa's theoretical and epistemological field, it is necessary to lay the foundations for a paradigmatic rupture with its historical functional-instrumental approach of a strong juridical-bureaucratic tradition, and with its operant knowledges, to advance in its epistemic sense of protection and defense of health, as determined by the Federal Constitution. The political-institutional aspects reveal Anvisa as the maximum expression of the Visa role model as 'regulation'.