OBJETIVO:
Avaliar os resultados neonatais dos
casos de
hérnia diafragmática congênita com
diagnóstico pré-natal.
PACIENTES E
MÉTODOS:
De janeiro de 1995 a dezembro de 2003 foram revisados os dados de 38
fetos com
hérnia diafragmática diagnosticada durante o período
pré-natal na Unidade de
Medicina Fetal do Departamento de
Obstetrícia e
Ginecologia da
Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo. Os dados pré-natais analisados foram
idade gestacional no
diagnóstico,
cariótipo fetal, lado da
lesão, presença de malformação estrutural associada, herniação
hepática e desvio garve de
mediastino. Os dados perinatais foram avaliados consultando os
prontuários médicos ou por contato telefônico.
RESULTADOS:
A
idade gestacional média no
diagnóstico foi de 29 semanas (16-37). Trinta (79%)
casos apresentavam
lesão à esquerda e 8 (21%) à direita.
Malformações estruturais associadas foram observadas em 21 (55%)
casos, dos quais 12
fetos apresentaram
cariótipo normal, enquanto 9 exibiram
anomalias cromossômicas.
Hérnia diafragmática isolada foi identificada em 17 (457%)
casos. A
taxa de mortalidade geral foi de 92%. A taxa de
óbito fetal, neomorto precoce, neomorto tardio e
sobrevivente após 28 dias de
vida foram respectivamente (i) para o grupo com malformação estrutural associada e
cariótipo normal, de 42%, 50%, 0% e 8%; (ii) para os
casos com cromossomopatia, de 56%, 44%, 0% e 0%; (iii) para os
casos com
lesões isoladas de 0%, 76%, 12% e 12%. Na
hérnia diafragmática congênita isolada, a
mortalidade neonatal foi de 88%.
CONCLUSÃO:
Em nosso serviço, a
mortalidade perinatal nos
casos de
hérnia diafragmática diagnosticada durante o
pré-natal é muito alta. Óbitos neonatais precoces estão associados com presença de outros defeitos estruturais ou
anomalias cromossômicas. Nos
casos de HDC isolada, a
mortalidade está relacionada à presença de
fígado herniado, lado direito da
lesão e desvio grave de
mediastino.