RESUMO
Objetivo: Avaliar as condições bucais quanto à experiência de cárie dentária e índice de higiene bucal em crianças com paralisia cerebral tetraparesia espástica (PCTE), com alimentação por vias oral e gastrostomia. Método: Foram avaliadas 36 crianças na faixa etária de 2 a 7 anos (5,2 ±1,8), que procuraram tratamento odontológico no Lar Escola São Francisco Centro de Reabilitação UNIFESP/EPM, e que apresentavam valores de motricidade oral ≤19 (severamente comprometidos), segundo a Orofacial Motor Function Assessment Scale. As crianças foram reunidas em dois grupos, segundo a via de alimentação oral (G1; n=20) e sonda gástrica (G2; n=16). Ambos os grupos foram avaliados quanto à experiência de cárie dentária e o Índice de Higiene Oral Simplificado (IHOS). Os resultados foram analisados estatisticamente, utilizando-se teste t Student, Quiquadrado e de Mann-Whitney, com nível de significância fixado em p<0,05. Resultados: Observou-se uma diferença estatisticamente significante (p=0,0415) entre os dois grupos quanto à experiência de cárie dentária, apresentando o G1 maiores valores. Quanto ao IHOS, observaram-se valores significantemente maiores (p=0,0401) para o G2. Conclusão: As crianças com PCTE e comprometimento motor oral severo, que se alimentam por via oral, apresentam maior risco da doença cárie dentária que os gastrostomizados de doença periodontal, embora ambos requeiram medidas preventivas para a manutenção da saúde bucal, bem como o tratamento odontológico individualizado, sempre respeitando as condições sistêmicas e odontológicas do paciente.