RESUMO
A doença periodontal, que se refere ao espectro completo de doenças inflamatórias do periodonto, é a outra grande doença oral que, junto com a cárie dentária, representa a principal ameaça à saúde bucal. Como a maioria das variedades da doença periodontal é atribuída aos distúrbios hiperérgicos associados à placa bacteriana, vimos a importância de se estabelecer o padrão leucocitário residente bem como as variações sofridas nos processos inflamatórios (gengivites e periodontites) da nossa região. Analisamos, comparativamente, a freqüência e a distribuição dos diversos tipos leucocitários e as alterações epiteliais, em pacientes com sulco gengival variando entre 2 a 4 mm de profundidade. Utilizando-se colorações rotineiras e técnicas de imunohistoquímica, estudamos "in situ" as alterações morfológicas, populações macrofágica e linfocitária T, bem como subpopulações T(CD4/CD8), células efetoras B (plasmócitos) de resposta imune e a cascata do Sistema Complemento. Em todos os grupos, o epitélio oral apresentou alterações morfológicas adaptativas manifestadas por paraceratose e hiperplasia. Uma população leucocitária variada, incluindo macrófagos, linfócitos T auxiliares e supressores/ citotóxicos esteve sempre presente, constituindo, provavelmente, uma população residente, independente da profundidade do sulco gengival. Houve, ainda, um nítido predomínio de plasmócitos produtores de IgG seguido daqueles sintetizadores de IgA. Assim, parece que o caráter imuno-hiperérgico da doença periodontal envolve todos os componentes da resposta imune "in situ" e já transparece mesmo nos casos com menos de 2mm de profundidade do sulco gengival, entre nós