Preenchimento perceptivo da mancha cega não distorce a percepção do tamanho linear / Filling-in of the blind spot does not distort linear size perception

Ao se olhar o mundo monocularmente, não se percebe que há uma mancha cega no campo visual correspondente ao disco óptico, região da retina em que não há fotorreceptores. Ao contrário, bordas e padrões de superfícies são percebidos como se fossem detectados por fotorreceptores, fenômeno denominado preenchimento perceptivo. Para investigar se o preenchimento perceptivo distorce o espaço percebido, trinta adultos tiveram suas manchas cegas do olho direito mapeadas e fizeram as comparações de tamanho de pares de barras horizontais em condição monocular direita. Os resultados apontam uma assimetria lateral no campo visual central do olho direito nas comparações de tamanho e que o preenchimento perceptivo na mancha cega não distorce o espaço visual percebido.

When looking at the world monocularly, we do not perceive that there is a blind spot in the visual field corresponding to the optic disc, the region of the retina where there are no photoreceptors. In contrast, we perceive edges and patterns of surfaces as if were detected by photoreceptors. This phenomenon is called filling-in. To investigate whether the filling-in distorts space perception, thirty adults had their right eye blind spots mapped and they compared the length of two horizontal bars under right monocular viewing condition. The results point out a lateral asymmetry in the central visual field of the right eye in length comparisons and that the filling-in effect at the blind spot does not distort visual space perception.

Estudo do buraco macular fechado cirurgicamente: avaliação da relação entre a integridade da camada de fotorreceptores e a acuidade visual final por meio da tomografia de coerência óptica / Optical coherence tomography evaluation of surgically closed macular holes: photoreceptor layer analysis and its correlation with final visual outcome

O objetivo deste estudo foi correlacionar a integridade da camada dos fotorreceptores da retina com a visão final obtida em pacientes operados de buraco macular idiopático. Foram colhidas imagens tomográficas da região foveal de 39 olhos de 37 pacientes operados com sucesso a mais de um ano. Dados adicionais pré-operatórios como o tamanho do buraco, tempo de duração da doença e acuidade visual inicial também foram obtidos. Os olhos foram divididos em três grupos por ordem crescente de integridade da camada dos fotorreceptores. Os olhos pertencentes ao grupo de maior integridade apresentaram acuidade visual final significativamente superior aos alocados no grupo de menor integridade. As características iniciais dos buracos não se relacionaram com o resultado visual final. Concluiu-se que uma maior integridade da camada de fotorreceptores exerce papel importante na recuperação da visão em pacientes operados de buraco macular...

The objective of this study was to correlate the integrity of the retinal photoreceptor layer with final visual acuity in successfully operated macular hole patients. Using optical coherence tomography, foveal images were obtained from 39 eyes of 37 patients. Additionally, lesion pre-operative data was collected involving initial visual acuity, lesion size and time duration of the symptoms. All eyes were then included in one of three groups according to their photoreceptor integrity. Optical coherence tomography data obtained shown that those eyes included in the group with better integrity presented superior visual acuity when compared to the other groups. The results were statistically significant. Baseline lesion characteristics did not correlate with a better outcome. In conclusion, post-operative integrity of the photoreceptor layer plays an important role in achieving good visual recovery in macular hole surgery...

Perfil clínico e eletrorretinográfico da comoção retiniana / Clinical and electroretinographic profile of commotio retinae

OBJETIVO: Traçar perfil clínico, anatômico e funcional da comoção retiniana. MÉTODOS: Pacientes com trauma ocular contuso e quadro fundoscópico de comoção retiniana unilateral há menos de 72 horas foram submetidos ao exame de acuidade visual, biomicroscopia, oftalmoscopia binocular indireta, retinografia, angiografia fluoresceínica, tomografia de coerência óptica e eletrorretinografia de campo total. A eletrorretinografia foi repetida após 15 e 30 dias. A angiografia após 30 dias. RESULTADOS: Foram incluídos 16 pacientes no estudo. No primeiro exame, havia diferença estatisticamente significante entre o olho atingido e o olho controle na amplitude de todas as respostas, sem alteração da relação b/a, e na latência da resposta de cones isolados e do flicker a 30 Hz. No segundo exame, manteve-se a diferença para os potenciais oscilatórios, que desapareceu no último exame. Na angiofluoresceinografia, todos os olhos acometidos mostravam áreas de hiperfluoresceência por transmissão alternadas com áreas de hipofluorescência por bloqueio. Este defeito mantém-se após 30 dias. A tomografia de coerência óptica mostrou diminuição da refletividade na camada dos fotorreceptores. CONCLUSÕES: As alterações encontradas refletiram acometimento de fotorreceptores e de células ganglionares, mas não da camada de células bipolares, além de mobilização precoce de pigmento do epitélio pigmentado da retina. As alterações eletrorretinográficas desapareceram após 30 dias do trauma.

PURPOSE: To investigate clinical, anatomic and electroretinographic changes in eyes that suffered blunt ocular trauma with commotio retinae. METHODS: Patients who presented commotio retinae after unilateral blunt ocular trauma less then 72 hours before were submitted to visual acuity testing, biomicroscopy, binocular indirect ophthalmoscopy, fluorescein angiography, optical coherence tomography and full-field electroretinography. Full-field ERG was repeated after 15 and 30 days. RESULTS: Sixteen patients were included in the study. On the first examination there was a statistically significant difference between affected and fellow eye in all response amplitudes, without b/a ratio alteration, and a delay in single-flash cone response and 30-Hz flicker implicit time. On the second examination, the difference between the eyes remained for oscillatory potentials, but disappeared on the last examination. In fluorescein angiography, all patients presented mottled hyperfluorescence and hypofluorescent areas, due to alterations in the pigment barrier. On optical coherence tomography, we found optically empty spaces at the site of the lesion. CONCLUSION: Found changes suggested photoreceptor and ganglion cells, but not Müller cell functional alterations, as well as pigment mobilization. These changes disappeared 30 days after the trauma.

Empleo de las sustancias neurotróficas como terapéutica en la retinosis pigmentaria / Use of neurotrophic substances as therapeutics in retinitis pigmentosa

Se hizo una revisión sobre las sustancias neurotróficas como terapéutica en la retinosis pigmentaria, una de las distrofias retinianas más estudiadas. Es una enfermedad crónica no transmisible, con gran heterogeneidad clínica y genética, la cual se caracteriza por la pérdida progresiva de los fotorreceptores, lo que conduce a la ceguera. Su tratamiento constituye uno de los graves problemas no resueltos aún a escala mundial. Recién se han publicado trabajos científicos sobre nuevas sustancias que pueden tener efecto neuroprotector, angiogénico y mitogénico, sobre el sistema nervioso, específicamente en los elementos celulares de la retina. Estas sustancias neurotróficas sugieren una alternativa terapéutica, a corto plazo, en las enfermedades neurodegenerativas de la retina, con gran éxito y recuperación de la función visual de las células que no han muerto, mediante la modulación del proceso de apoptosis en modelos animales con retinosis pigmentaria. Se espera que en un futuro se utilicen en combinación con otras técnicas de mayor alcance, como por ejemplo la terapia génica

Fine-structural details of the photoreceptor membranes in the ocellus of the scale-insect parasite Centrodora sp. (Hymenoptora; Aphenelidae): a case of gene transfer between host and parasite?

Only one insect (the scale insect Eriococcus sp.) is known, in which photoreceptive lamellae appear to have replaced the usual arthropod rhabdom microvilli. We are now reporting the presence of photoreceptive membranes, which also appear to resemble lamellae rather than microvilli, but they are in the ocellus of the tiny wasp Centrodora sp., which parasitizes scale insect eggs. The apparently optically homogenous lens of the Centrodora ocellus measures approximately 10 µm in diameter and, thus, operates at the limits of diffraction. We calculated that the lens is capable of focusing a parallel bundle of rays on the retina of the ocellus.

A search for homologues of plant photoreceptor genes and their signaling partners in the sugarcane expressed sequence tag (Sucest) database

A partir dos dados do projeto de sequenciamento de Ests da Cana de Açúcar (Sucest/FAPESP) e utilizando BLAST (tblastn) como ferramenta, foi realizada uma busca de genes homólogos aos elementos envolvidos nos processos de foto-recepçäo e já descritos para outras plantas, principalmente Arabidopsis. Foram obtidas altas identidades para os fitocromos A, B e C assim como para os críptocromos 1, 2 e a fototropina. Diversos elementos identificados como reguladores primários ou secundários na transduçäo de sinal de foto-receptores também foram identificados com baixos valores de E-value.

Resultados a largo plazo del tratamiento con filtro azul en pacientes con ambliopía estrábica / Long term results of the treatment with blue filter in patients with amblyopia estrábica

Objetivo: Evaluar el resultado del uso del Filtro azul (FA) a largo plazo en pacientes con ambliopía estrábica (AE) en cuanto al mejoramiento de la agudeza visual (AV), fijación y visión binocular (VB). Material y Método: Se estudiaron 39 pacientes con AE y AV <0.3 tratados con filtro azul a lo menos durante 6 meses y seguidos por 3 a 11 años. Se evaluó AV, fijación y VB. Resultados: Se logró mejorar la AV desde un promedio de 0.125 (1 m-0.3) a un promedio de 0.5 (0.1-1.0). 25 de los 39 pacientes lograron AV > a 0.5. De los 30 pacientes con fijación excéntrica (FE) se logró AV promedio final de 0.5. 14 pacientes bajaron su AV durante su seguimiento al interrumpir el tratamiento, la cual volvió a subir al reiniciarlo. La fijación inicial de los pacientes con FE en promedio fue macular, llegando en promedio a yuxtafoveal. Se logró VB de diferente grado en 17 de los 30 pacientes. Conclusión: El filtro azul es efectivo en mejorar la AV, fijación y VB a largo plazo en pacientes con AE. Es necesario seguir a los pacientes y en algunos casos mantener el tratamiento. La interrupción del tratamiento puede provocar disminución de AV y fijación logradas, que se recuperan al iniciar el tratamiento

Electrophysiological measurements of spectral sensitivities: a review

Spectral sensitivities of visual systems are specified as the reciprocals of the intensities of light (quantum fluxes) needed at each wavelength to elicit the same criterion amplitude of responses. This review primarily considers the methods that have been developed for electrophysiological determinations of criterion amplitudes of slow-wave responses from single retinal cells. Traditional flash methods can require tedious dark adaptations and may yield erroneous spectral sensitivity curves which are not seen in such modifications as ramp methods. Linear response methods involve interferometry, while constant response methods involve manual or automatic adjustments of continuous illumination to keep response amplitudes constant during spectral scans. In DC or AC computerized constant response methods, feedback to determine intensities at each walvelength is derived from the response amplitudes themselves. Although all but traditional flash methods have greater or lesser abilities to provide on-line determinations of spectral sensitivities, computerized constant response methods are the most satisfatory due to flexibility, speed and maintenance of a constant adaptation level.

The opossum photoreceptors: a model for evolutionary trends in early mammalian retina

The topography and spectral characteristics of mammalian photoreceptors correlate with both, the present ecological demands and the evolutionary history. The South American Opossum is a marsupial mammal with unspecialized habitus and crepuscular lifestyle. A sparse population of cones (max. = 3000/mm2) can be differentiated into four subtypes by morphological, topographical and immunocytochemical criteria. In spite of this unusual diversity the cone types can be split into two functional groups: The population of single cones labeled by antibody OS-2 for short wavelenght sensitive pigments was ubiquitous but at very low densities (200/mm2). The single cones labeled by antibody (COS-1) against long wavelength sensitive pigments constitute the dominant population in the area centralis (2300/mm2). These two single cone types correlate with the pair typically present in placental mammals. Discrimination of spatial and color contrast may be provided by this "modern" set. The COS-1 labeled double and single cones bearing an oil droplet, display a different pattern by being restricted to the inferior (non-tapetal) half of the retina (max = 800/mm2). This additional set of cones with oil droplets and long wavelength pigments is a conservative feature of the opossum retina and other marsupials. As an accessory cone system it is possibly providing enhanced sensitivity at mesopic conditions. During the early evolution of nocturnal mammals with its prominent expansion of rod vision these cone types were conserved but then were lost in placental mammals. Thus the unique features of mammalian are the result of two evolutionary steps: first a reduction of cone based vision, followed by a secondary differentiation of photopic vision and behaviour relying on the remaining set of cones.

Estudio ultraestructural del epitelio pigmentado en relación con los fotorreceptores (bastones) de la retina de primates (Saimiri sciureus) y homo sapiens / Ultrastructural study of the pigment epithelium related to the photoreceptors (nods) of primates retina (Saimiri sciureus) and homo sapiens

En los primates el epitelio pigmentado posee una sola capa de células regularmente prismáticas, usualmente hexagonales en su contorno, cuya porción externa (basal) está dirigido hacia la coroides descansando y uniéndose a la región más interna de la coroides denominada membrana vítrea o de Brunch, a la cual se une por una membrana basal. Estas células llevan en su base un núcleo discretamente ovoídeo, generalmente único, con excepción de las porciones más anteriores del epitelio donde puede haber más de uno. Su citoplasma es rico en: retículo endoplásmico fundamentalmente liso, un sistema de Golgi bien desarrollado y una moderada o abundante cantidad de gránulos de pigmento melánico, cuyos gránulos son generalmente alargados y grandes. Estos gránulos se ubican de preferencia en el tercio medio e interno del epitelio incluso en el interior de las vellosidades existentes en su apex. Presenta además un alto número de citosomas (lisosomas) en su tercio interno. Tamaño celular: las células son tan altas como anchas en las regiones centrales de la retina disminuyendo su altura hacia la retina media y periférica. El pigmento melánico presente varía en su cantidad según las diferentes especies estando ausente en los albinos, en los ojos de los elasmobranquios, en el fundus de los Lémures nocturnos y en el fundus de aquellos mamíferos que poseen Tapetum coroídeo, en cambio, existe abundante pigmento epitelial en los peces Teleósteos, anfibios a nuros y aves. En los reptiles, la cantidad de pigmento varía considerablemente siendo, en general, abundante en los de hábitos diurnos. El significado del pigmento epitelial y su cantidad y capacidad de migrar en relación con la cantidad de luz incidente en la retina, ha sido objeto de abundantes estudios y muy activo papel en los procesos tróficos y de naturaleza metabólica entre la circulación corio capilar y las porciones externas de la Neuroretina no vascularizada, son fundamentales para la mantención de la función visual. Pero, su rol en el contro de la estructura y tamaño de los fotorreceptores es un problema de más reciente data y aún no totalmente dilucidado

The internal horizontal cell of the frog: spatial summation

En la Rana pipiens se estudiaron las propiedades del campo receptivo de las células horizontales internas (CHI). Se determinó la constante de espacio de cada célula usando puntos luminosos de diferentes tamaños o moviendo una abertura luminosa rectangular a lo largo de la retina. Con el primer método, la constante varió entre 100 - 500 um y con el segundo, entre 100 - 720 um. Se describió un rango de valores similar en el Xenopus, aunque sus SHI son más grandes que las de la Rana. Aparentemente, el acoplamiento entre las CHI es más eficiente en la retina de la Rana que en aquellá del Xenopus. El amplio rango de los valores sugiere que entre las células de la misma retina hay una variación importante en la eficiencia del acoplamiento

Facilitaçäo no fotorreceptor de insetos / Facilitation in insect phetoreceptors

Uma revisäo dos estudos de facilitaçäo realizados com eletrorretinograma em insetos (Hymenoptera: Formicoidea) foi apresentada mostrando que a resposta do olho à luz deve ser entendida como a resultante de dois processos opostos: facilitaçäo e adaptaçäo. Estes estudos levantaram as questöes examinadas no presente trabalho: 1. se facilitaçäo ocorre na célula fotorreceptora de insetos ou resulta da atividade de níveis mais proximais e 2. quais os mecanismos que explicam este fenômeno. Respostas intracelulares de fotorreceptores de abelha seräo ferräo Melipona quadrifasciata e do gafanhoto Schistocerca sp. foram estudadas com a finalidade de se determinar: a. o curso temporal da facilitaçäo, com trens de pulsos apresentados em diferentes intervalos, ou variando-se a duraçäo de um estímulo luminoso, b. o efeito da intensidade da luz, c. sinápticas, metarrodopsina, condiçöes fisiológicas da preparaçäo, mensageiro secundário (InsP3). Os resultados mostraram que: 1. facilitaçäo ocorre em fotorreceptores de insetos para estímulos de luz de alta intensidade e curta duraçäo,s endo de maior amplitude no olho de gafanhoto que no de abelha 2. seu curso temporal é semelhante ao determinado anteriormente com o ERG, 3. näo há relaçäo entre amplitude e latência da resposta facilitada, 4. facilitaçäo é diretamente proporcional ao pós-potencial hiperpolarizante que ocorre em resposta a estimulaçäo intensa, 5. em experimentos realizados com a abelha Melipona quadrifasciata foram excluídas influências sinápticas, e também de metarrodopsina, ficou demonstrado que a facilitaçäo näo é deterioraçäo das condiçöes fisiológicas, ao contrário, a facilitaçäo desaparece nessas condiçöes, e foram obtidos resultados inconclusivos com a administraçäo de InsP3 e DPG. Os resultados foram discutidos tendo em vista o conhecimento atual sobre transduçäo, que sugerem ser a facilitaçäo devida a um acúmulo da substância transmissora na célula