RESUMEN
Entrevista realizada com a psicóloga Anne Brun. A entrevistada aborda sua trajetória com a psicanálise, referindo sua formação e sua experiência clínica. Nesse sentido, reflete acerca da importância de ampliar o trabalho analítico para além da análise standard, implementando extensões da psicanálise e aproximando-a do campo social. A autora defende como prioridades a não-limitação da psicanálise a enquadres e dispositivos clássicos e o diálogo com outros campos do saber, tendo em vista as patologias atuais e a necessidade de repensar a técnica psicanalítica e a construção do enquadre-dispositivo. Anne Brun também fala a respeito da escuta do arcaico, enfatizando a sensório-motricidade e a presença de formas primárias de simbolização, estas relacionadas às modalidades primárias do vínculo com o objeto. Ao longo da entrevista, nota-se a importância atribuída ao processo criador e às diversas manifestações artísticas, tanto como dispositivos terapêuticos quanto como uma via régia para explorar nossa prática psicanalítica
Interview with psychologist Anne Brun. The author discusses her trajectory with psychoanalysis, referring to her training and clinical experience. In this sense, she reflects on the importance of expanding analytical work beyond standard analysis, implementing extensions of psychoanalysis and bringing it closer to the social field. The author defends as priorities the non-limitation of psychoanalysis to classical frameworks and devices and the dialogue with other fields of knowledge, in view of current pathologies and the need to rethink the psychoanalytic technique and the construction of the device-frame. Anne Brun also talks about listening to the archaic, emphasizing sensorimotor skills and the presence of primary forms of symbolization, these related to the primary modalities of the bond with the object. Throughout the interview, the importance attributed to the creative process and to the various artistic manifestations is noted, both as therapeutic devices and as a royal way to explore our psychoanalytic practice
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
O sofrimento das crianças psicóticas e autistas não se exprime apenas por palavras, mas também por manifestações físicas, que devem ser decifradas pelos terapeutas. Este artigo questiona as diferentes formas e funções de seus ataques físicos, tanto contra o próprio corpo quanto contra o corpo do outro. Com base na clínica das mediações terapêuticas, que parece especialmente eficaz para atenuar ou acabar com os ataques físicos das crianças, a ideia principal desenvolvida neste artigo é que os ataques físicos correspondem a tentativas de contato das crianças violentas, e que o comportamento violento pode se atenuar graças a certos jogos propostos pelos terapeutas. Portanto, os ataques físicos remeteriam a um jogo ou a jogos que não puderam ser praticados na primeira infância, e cuja natureza a clínica permitirá compreender (AU)
Asunto(s)
Psicoanálisis , PsicoanálisisRESUMEN
A exploração das novas formas da clínica contemporânea, especialmente
das patologias graves, motivou os psicanalistas a conferir uma atenção cada vez
maior à sensório-motricidade nas clínicas consideradas difíceis. A abordagem terapêutica
dessas patologias narcísico-identitárias necessita de conceitualizações
que permitam pensar a importância do sensorial, do corpo e da motricidade. De
modo geral, constata-se que a maioria dos teóricos analistas do século xxi foi confrontada
com a necessidade de introduzir conceitos específicos para pensar e se encarregar
das clínicas decorrentes de situações-limite e extremas da subjetividade.
O ponto em comum dessas novas contribuições teóricas consiste em explorar os
efeitos das primeiras experiências sensório-afetivo-motoras na relação com o objeto,
as quais representam um papel essencial na aplicação dos processos de simbolização
ou em sua falência. Discutem-se diferentes modos de escuta e de intervenção
do analista, que colocam em jogo as formas primárias de simbolização