Sobre a natureza e função do currículo na Formação analítica

Partindo do texto freudiano "A questão da análise leiga" o autor re-situa o currículo da formação psicanalítica em seu contexto originário, isto é, num espaço fronteiriço e dialógico com as humanidades. Ressalta a importância do tripé básico da formação que implica em duas áreas privadas, análise e supervisão, e uma área pública, os seminários teóricos e clínicos, enfatizando que é justamente esta última que tem uma função interpretante das transferências privadas que seriam as responsáveis pelas doenças institucionais

2014: Sobre a transmissão da psicanálise

Partindo de cinco trabalhos a respeito da transmissão da psicanálise, o autor questiona o Instituto de Psicanálise como lugar privilegiado dessa transmissão, enfatizando a importância do caráter lúdico na mesma. Se em vez do jogo houver um predomínio do caráter ritualístico, a transmissão se perverte

De ocupações e errâncias

Comentários sobre os artigos que compõem a sesão tema deste jornal: Tornar o Jornal mais aberto a questões e debates saindo do isolamento do texto definitivo

Considerações sobre a escrita psicanalítica

Traçando um paralelo entre o narrador das "Mil e uma noites" e o narrador Freud, o autor faz considerações a respeito da complexidade existente na escrita de textos psicanalíticos. Nesse sentido, contrapõe aquilo que chama de textos fundantes e criativos a textos estereotipados e sem vida própria, que servem apenas a reassegurar a identidade de seu produtor.

Sobre migrações e transferências

O artigo se propõe a pensar a clínica psicanalítica da perspectiva da contemporaneidade, isto é, enfatizando que é somente no aqui e agora histórico que ela se dá. Uma análise que vem sendo feita há três anos, na maioria das vezes via Skype, serve de ancoragem para questionamentos a respeito do que é o aqui e agora transferencial. Dela também emerge aquilo que o autor vem a denominar de função testemunho do analista

Inquietações na clínica psicanalítica: subjetividade, cidade e fundamentalismos

Partindo de alguns comentários a respeito da exposição Freud, do Masp, e das fotografias publicadas pelo newsletter da IPA dos consultórios de psicanalistas, bem como fazendo uma desconstrução do consultório de Freud, o autor lança mão da clássica oposição existente em arquitetura entre estrutura e ornamento, para trabalhar o conceito de subjetividade na psicanálise, enfatizando que não existe subjetividade sem cidade

El mundo; un montón de más

El autor, a partir del cuento "Las márgenes de la alegría" de Guimaraes Rosa, va tejiendo un paralelismo entre el texto freudiano y la captación intuitiva de la condición humana que tienen los grandes escritores. Resalta la capacidad de escucha del analista en condiciones ideales, contraponiéndola a una escucha viciosa, estrecha y cómoda del analista identificado con el saber. Diferencia también la situación del analista involucrado con la palabra en "status nascendi", de aquella del escritor involucrado con la palabra en su estado agónico. El primero teniendo que desvincularse del "exceso de vida de la palabra naciente para poder escucharla y el segundo teniendo que proveer a la palabra de la vida necesaria para que ella constituya un texto creativo.

Sem memória não existe gente, existe?: comentário à entrevista de Fernando Novais

Considerações entre as ideias trazidas por Fernando Novais e alguns conceitos freudianos, como o de a posteriori. Ressalta também a importância do pensamento livre e libertário tanto para o historiador quanto para o psicanalista

Hospitalidade na clínica psicanalítica hoje

Partindo do relato de três casos clínicos e lançando mão do conceito de hospitalidade, de Derrida, o autor coloca em questão o significado do setting clássico para a clínica psicanalítica hoje

Bion: a turbulência do encontro

Contextualização das ideias de Bion dentro de uma vertente do pensamento psicanalítico, tratando fundamentalmente das repercussões da mesma na clínica psicanalítica; pretende mostrar como Bion, resgatando o espírito clínico freudiano cujo paradigma é o Caso Dora, acentua ser a psicanálise o encontro de duas personalidades

O divä e a medusa: breves consideraçöes sobre a natureza das fronteiras na instituiçäo psicanalítica

Aborda os institutos de psicanálise como o Outro da clínica psicanalítica, ressaltando a impossibilidade de se conter a psicanálise, em virtude de sua própria natureza fluida e transgressora. O mito da Medusa é utilizado como metáfora da reação enrijecedora do meio a própria psicanálise

O término do processo psicanalítico: rimas e rumos

As ideias de Carlos Drummond de Andrade sobre o vasto mundo e sobre as rimas, são utilizadas para a abordagem do tema Término de Análise

Implosión en la cultura

Reflexões sobre o choque causado pelo 11 de setembro e o paradoxo humano

Da transição do nome próprio à fala outra: revisitando a psicopatologia da vida cotidiana

O autor considera que Freud criou um espaço de transicionalidade entre a doença e a saúde ao borrar os limites entre o normal e o patológico e, se a sexualidade infantil ocupara até então a cena psicanalítica, hoje o conceito de narcisismo vem assinalar a fragilidade inerente ao animal humano. Sexualidade, repressão e transferência cedem espaço para o narcisismo, perda de fronteiras e processos de divisão, redefinindo a anatomia do corpo erógeno