Psicoterapia de orientação psicanalítica on-line com crianças e adolescentes em tempos de isolamento social

O isolamento social decorrente da pandemia de COVID-19 levou os psicoterapeutasà psicoterapia on-line. Contudo, há pouca literatura sobre atendimento psicanalíticoon-line com crianças e adolescentes. Este estudo objetivou descrever e discutir aexperiência de atendimento psicoterápico on-line dos terapeutas vinculados ao CEAPIA,com enfoque na infância e na adolescência. Participaram 101 psicoterapeutas de orientaçãopsicanalítica, que responderam a um survey sobre atendimento on-line de criançase de adolescentes. Foram realizadas análises descritivas e de frequência. A maioria dos terapeutas reportou estar atendendo crianças e adolescentes on-line e acreditar queessa modalidade funciona com esse público. Foram observadas particularidades quantoà participação dos responsáveis nesses atendimentos. À luz dos resultados e da literaturapsicanalítica, a flexibilidade do terapeuta parece ser fundamental para as adaptaçõesnecessárias do setting. Ainda, observar as peculiaridades das crianças e dos adolescentespode ser importante para essas adaptações. Mostra-se necessário o desenvolvimentode outros estudos nesse tema

40 anos de clínica da infância e da adolescência: análise entre décadas do perfil de pacientes atendidos no CEAPIA

Objetivou-se caracterizar a clientela do CEAPIA, entre 1978 e 2017, além de

investigar possíveis modificações nesse perfil ao longo do tempo. Trata-se de um estudo

do tipo análise documental, descritivo e quantitativo. Foram consultados 5130 prontuários

de pacientes, de 0 a 43 anos de idade (M=9,5; DP=4,5), sendo a maioria do sexo masculino

(62,5%). As variáveis foram: sexo; idade; escolaridade; tipo de ensino; local de residência;

configuração familiar; mês de procura por tratamento; fonte de encaminhamento; motivo

de busca por tratamento; acompanhamento psiquiátrico e neurológico; testagem; uso de

psicofármaco e hipótese diagnóstica. Constatou-se que o perfil do paciente é: sexo masculino,

em média 9 anos, cursando o Ensino Fundamental de uma escola privada. Notou-se aumento

no número de pacientes do sexo feminino e busca por atendimento mais tarde, aos 12 anos.

Sugerem-se estudos futuros acerca das demandas desse perfil de pacientes