RESUMEN
Por meio de exemplos históricos, os autores tecem considerações acerca das tensões existentes entre a natureza e as especificidades da psicanálise com as normas jurídicas. Destacam que as críticas aos procedimentos e ao método psicanalítico são antigas, mas que a comunidade psicanalítica ainda não se dedicou à devida reflexão a tais críticas
Asunto(s)
PsicoanálisisRESUMEN
Pensando em promover intervenções na cultura e na comunidade, surgem
reflexões sobre os psicanalistas como agentes que produzem transformações
subjetivas portanto, do contexto social de que fazem parte. Pondo em tensão as
regras de neutralidade e abstinência, o psicanalista aparece como um ator que,
exercendo uma política, a da psicanálise, promove mudanças ante o estado de coisas
que, objetivadas previamente, produzem sofrimento. O psicanalista não é demandado:
ele se autodemanda, motivado por avaliações que têm a ver com o valor
da vida, da comunidade, em que cada sujeito é parte vincular da trama social. A
partir dos termos promover, intervenção, comunidade e cultura, tenta-se dar conta
da dimensão do convite a participar ativamente de fenômenos que são sintoma de
modos de poder e de vínculos, que devem ser postos em diálogo para, pelo menos,
tentar mudanças mínimas na tensão entre as autonomias social e individual. E,
sobretudo, propõe-se a necessidade de uma psicanálise que ponha os pés na lama
e que não tema o intercâmbio com os representantes do poder da vez, vencendo
tabus e ideologias impeditivas de qualquer mudança por estarem à espera de utópicos
tempos ideais