RESUMEN
Freud, em 1915, nos convoca a romper as fronteiras do já conhecido
e a transitar por caminhos talvez não tão novos, mas dessa vez
com a possibilidade de percorrê-los diferentemente do estabelecido.
Esse convite torna-se audacioso no momento em que ousamos fazer
uma releitura investigativa do texto freudiano Pulsões e destinos da
pulsão. Tal releitura pretende ressignificar os conceitos de sadismo
e masoquismo, estruturados em sintonia com os destinos pulsionais
narcísicos, sob a óptica da virada de 1920. Para cumprir tal meta, o
presente texto ocupa-se também do trabalho de 1924 intitulado O
problema econômico do masoquismo. Na interação desses dois tempos
do pensar freudiano que implica uma mudança de perspectiva,
do sadismo primário para o masoquismo primário , este artigo estabelece
um diálogo com as vozes constituintes do Eu. Diante dessa
concepção, trabalha a voz passiva, a voz ativa e a voz reflexiva média,
objetivando refletir sua função estruturante e psicopatológica: abrir
portas. Além disso, com o intuito de fazer trabalhar ideias, utiliza vinhetas
clínicas nas quais sintomas se fazem palco de expressão da voz
reflexiva média (o que eu me faço), em sua íntima relação com a voz
passiva (o que ele me faz) e com a voz ativa (o que eu lhe faço)