RESUMEN
A relação de Sigmund Freud com a arte e o artista é complexa e aparece
de diferentes maneiras em seus textos. Ficam implícitas, na obra
freudiana, as tentativas de conceituar ideias a respeito do sujeito que
cria e da manifestação artística em si. O presente artigo se propõe a
compreender o lugar que a(s) arte(s) e o artista ocupam na psicanálise
de Freud. Para isso, busca-se: identificar como Freud percebe e
compreende a arte (sua origem, função e diferentes manifestações);
especificar o modo como o artista e os mecanismos que compõem o
seu fazer são descritos na obra freudiana; compreender como a relação
entre Freud e arte é explorada por autoras contemporâneas. Este artigo
é uma pesquisa de natureza exploratória qualitativa cujo delineamento
é a pesquisa bibliográfica. No trabalho identificou-se que, em Freud,
existem diferentes e, por vezes, contraditórias perspectivas acerca da
natureza da arte. Além disso, foi possível destacar nos textos freudianos
abordados a diferenciação entre a função da arte para o artista e
a função da arte para quem a consome. Observou-se que o principal
mecanismo inconsciente por trás do fazer artístico, para Freud, é a sublimação.
Entretanto, por meio da leitura de autoras contemporâneas,
concluiu-se, entre outros pontos, que esse conceito pode ser lido como
vago e limitado. Tendo em vista as limitações deste artigo - sendo a
principal destas a dificuldade em acessar todos os escritos freudianos
que abordam a arte e os artistas - faz-se necessária a ampliação do
estudo da intersecção entre psicanálise freudiana e arte para que se
consiga obter uma visão mais aprofundada dessa relação