O ego e o id: do superego ao ideal de ego

O autor argumenta que as transformações sociais podem ser marcadas por progressos e benefícios e são acompanhadas da sensação de perda de referenciais relacionados à cultura e aos costumes. Assim, sugere que vivemos em um período de melancolia da Humanidade ligada à perda de ideais e que para fazer frente a este estado melancólico, a sociedade do desempenho poderia ser considerada uma espécie de quadro maníaco em que o ser humano imagina não haver limites para o progresso, como um triunfo do Ego sobre o Ideal de Ego

The author argues that social transformations can be marked by progress and benefits and are accompanied by a sense of loss of references related to culture and customs. Thus, it suggests that we live in a period of humanitys melancholy linked to the loss of ideals and that to face this melancholy state, the performance society could be considered a kind of manic frame in which the human being imagines that there are no limits to what can be done. progress, as a triumph of the Ego over the Ideal of Ego

O curso de uma vida em "A máquina de fazer espanhóis"

Este artigo pretende analisar fragmentos da obra literária “A máquina de fazer espanhóis”, de Valter Hugo Mãe, a partir da leitura de textos de Sigmund Freud. Concentra-se em memórias, experiências e afetos do narrador e personagem principal, perpassando os temas dos lutos durante o curso de sua vida, da melancolia, da morte, do envelhecimento e das relações humanas, relacionando aos conceitos da teoria psicanalítica frente ao entendimento da autora

The article intends to analyze fragments of the literary work “The machine for making spaniards”, by Valter Hugo Mãe, based on the reading of texts by Sigmund Freud. It focuses on aspects of the narrator and main characters memories, experiences, and affections, passing through the themes of mourning during his life course, melancholia, death, aging and human relationships, relating to the concepts of Psychoanalytic theory in view of the understanding of the articles author

Uma travessia entre a psicanálise e a biologia: A etiologia do autimo

Neste trabalho sugiro uma hipótese biológica para o autismo, resultado de uma travessia entre a psicanálise, estudos interdisciplinares da biologia sobre o trauma e evidências clínicas durante vinte anos de estudos. A hipótese tem relação com um evento traumático conceituado no DSM-IV (1994), como uma experiência vivida ou testemunhada pela vítima com noção de morte. Esta dispara duas defesas filogenéticas: a primeira voltada para o auto apaziguamento do feto, mediante experiências sensoriais entre elementos macios e duros do próprio corpo e suas mucosas, que são regidas de forma reflexa e instintiva pelo sistema nervoso autônomo e ativas desde o período fetal. A segunda consiste na redução da absorção e dispêndio de oxigênio celular para realizar as atividades vitais voltadas para a sobrevivência, a exemplo da hibernação nos animais e plantas em condições desfavoráveis de vida. A experiência traumática ocorre no período fetal e perinatal. O recémnascido se desenvolve fixado nessas defesas, tornando-se o principal elemento etiológico do autismo. Paradoxalmente, considero o setting psicanalítico como elemento básico para o tratamento da ansiedade de morte presente na vítima do trauma descrito. Apresento material clínico

In this work, I suggest a biological hyphotesis for the autism etiology as a result from a crossroad between psychoanalysis, interdisciplinary studies from biology on trauma and clinical evidences trough studies during twenty years of research. The hypothesis is related to a traumatic event defined in the DSM-IV (1994) as an experience lived or witnessed by the victim with a sense of death. This hypothesis triggers two phylogenetic defenses: the first aimed at the fetus auto appeasement through sensory experiences involving various soft and hard elements of its own body and its mucous membranes. These experiences are governed reflexively and instinctively by the autonomic nervous system and begin during the fetal period. The second defense involves reducing the absorption and expenditure of cellular oxygen to prioritize vital activities essential for survival, similar to hibernation in animals and plants under adverse living conditions. The traumatic experience occurs during the fetal and perinatal period. As a result, the newborn develops a fixation on these defenses, becoming the primary etiological factor for autism. Paradoxically, I consider the psychoanalytic setting as a fundamental element for treating the death anxiety present in the described trauma victim. I present clinical evidence to support this hypothesis.

Da relação como objeto à relação como situação: Implicações clínicas e metodológicas

Ainda hoje, é considerada “óbvia” a ideia de que a relação é algo que determina eventos desejáveis ou indesejáveis. Neste artigo procuro destacar o risco de manter uma epistemologia baseada na linearidade causal. Podemos compreender os fenômenos que observamos, mas mantemos uma tensão categorizadora e objetivante da Relação e do paciente. Além dos diferentes modelos teóricos clínicos, corre-se o risco de um tecnicismo exasperado que degrada o potencial transformador e cognitivo do encontro analítico. Essas potencialidades são amplificadas ao conseguir compreender que a relação analítica tem uma especificidade própria com características não objetificáveis. Para além dos modelos abstratos e pré-estabelecidos, devemos buscar uma linguagem capaz de observar “como e o que fazemos”. Podemos ter categorias abstratas para inserir o observado, mas não podemos reconhecer a qualidade de quem vive uma experiência. E embora mantendo o fato de que tudo é relação, hoje podemos direcionar nossa pesquisa para as “condições da experiência”

Even today, the idea that the relationship is something that determines desirable or undesirable events is considered “obvious”. In this article I try to highlight the risk of maintaining an epistemology based on causal linearity. We can understand the phenomena we observe, but we maintain a categorizing and objectifying tension between the Relationship and the patient. In addition to the different clinical theoretical models, there is a risk of an exasperated technicality that degrades the transformative and cognitive potential of the analytic encounter. These potentialities are amplified by being able to understand that the analytical relationship has its own specificity with non-objectifiable characteristics. In addition to abstract and pre-established models, we must seek a language capable of observing “how and what we do”. We can have abstract categories to insert what is observed, but we cannot recognize the quality of someone who lives an experience. And while maintaining the fact that everything is relation, today we can direct our research to the “conditions of experience”

Uma questão de estrangeirismo

Embora a psicanálise seja uma disciplina que pertence à área da cultura, à mais humana dos territórios humanos, e como tal ultrapassa o espaço estreito de um consultório, a dimensão mais psicanalítica da psicanálise, vale a tautologia, é a clínica. Não porque a prática clínica é essencial para falar de psicanálise, mas porque qualquer especulação que atraia o aparelho conceitual psicanalítico foi regado, em suas origens e em cada momento, nesse território impossível, sempre em risco, de resistência, de subversão, de preciosa particularidade, que é o espaço de um sujeito deitado sobre um leito que fala do seu sofrimento, diante de uma escuta que tenta renunciar aos seus pressupostos, aos seus preconceitos, ao seu desejo de dominação, dando espaço a perguntas que não têm lugar em outro local

Although psychoanalysis is a discipline that belongs to the area of culture, the most human of human territories, and as such goes beyond the narrow space of an office, the most psychoanalytical dimension of psychoanalysis, worth the tautology, is the clinic. Not because clinical practice is essential to talk about psychoanalysis, but because any speculation that attracted the psychoanalytic conceptual apparatus was watered, in its origins and at each moment, in this impossible territory, always at risk, of resistance, of subversion, of precious particularity. , which is the space of a subject lying on a bed who talks about his suffering, in front of a listener who tries to renounce his assumptions, his prejudices, his desire for domination, giving space to questions that have no place elsewhere

Quando o encontro acontece

Neste trabalho compartilho minha família analítica: autores que tem favorecido a ampliação de minha escuta analítica para que o encontro emocional entre paciente e analista aconteça. Ilustro com várias vinhetas clínicas

In this work I share my analytic family: authors who have favored the expansion of my listening to the emotional encounter between patient and analyst takes place. Illustrated with several clinical vignettes

Psicanálise e educação: a escola, um espaço possível, a psicanálise fora do divã

Este trabalho surge de um olhar atento ao espaço escolar e sua contribuição no desenvolvimento psíquico e social do individuo em sua mais tenra infância, e com um vértice que amplia seu potencial de possibilidades de acolhimento e construção de vínculos. A psicanálise fora do divã, como instrumento perceptivo da escuta de um eco inconsciente, vem a corroborar com seus conceitos e entendimento das inquietações e estranhamentos entre indivíduos que compõem este espaço. A partir destes fenômenos que entrelaçam as relações humanas em seu desenvolvimento, que coloca este indivíduo em um sofrimento psíquico, a escola torna-se um ambiente facilitador e formador, mesmo diante de conflitos internos e externos de ordem biológica, social e psicológica. Assim, a psicanálise surge como um instrumento possível neste ambiente, em que o pensar, o sentir e o agir são determinados por fenômenos psíquicos que integram a experiência emocional mais primitiva e que está experienciando no processo de escolarização, conforme sua capacidade criativa e de elaboração

This work arises from a close look at the school space and its contribution to the psychic and social development of the individual in his earliest childhood, and with a vertex that expands his potential of possibilities for welcoming and building bonds. Psychoanalysis off the couch, as a perceptive instrument for listening to an unconscious echo, comes to corroborate its concepts and understanding of the concerns and strangeness between individuals that make up this space. From these phenomena that intertwine human relationships in their development, which puts this individual in psychological distress, the school becomes a facilitating and training environment, even in the face of internal and external conflicts of a biological, social and psychological nature. Thus, psychoanalysis emerges as a possible instrument in this environment, in which thinking, feeling and acting are determined by psychic phenomena that are part of the most primitive emotional experience and that you are experiencing in the schooling process, according to your creative and elaboration capacity

A transferência na psicanálise do sensível

A transferência é um fenômeno humano surpreendente. Nela o paciente reproduz perante nós, com clareza plástica, uma parte importante da história de sua vida, reencarnando em seu analista personagens do passado. Essa ainda é a maior descoberta freudiana e de uma eficácia inigualável. Em sua dimensão corporal, através das memórias de sensações, os pacientes têm a oportunidade de reconstruir o caminho que vai do ego corporal ao psíquico. Venho denominando Psicanálise do Sensível a esse resgate do Corpo sensível na Psicanálise

Transfer is an amazing human phenomenon. In it, the patient reproduces before us, with plastic clarity, an important part of the history of his life, reincarnating in his analyst characters from the past. This is still the greatest Freudian discovery and of unparalleled effectiveness. In their bodily dimension, through the memories of sensations, patients have the opportunity to reconstruct the path that goes from the corporeal to the psychic ego. I have been calling Psychoanalysis of the Sensitive to this rescue of the Sensitive Body in Psychoanalysis

A capacidade mentalizadora do pai, relações amorosas adultas e o processo psicanalítico

Apesar das mudanças na cultura social, a necessidade de uma relação amorosa emocionalmente densa e duradoura na vida adulta ainda é uma das preocupações básicas de muitas pessoas. Presumimos, com razão, que um fundamento essencial para esse desenvolvimento posterior é estabelecido no relacionamento inicial mãe-filho. No presente trabalho, esse fundamento não é contestado, mas é desenvolvida a tese de que as experiências e representações mentais tanto do pai inicial quanto do edípico também desempenham um papel muito importante para a criança e o adulto posterior, ao serem capazes de integrar a coexistência de familiaridade e estranheza em um relacionamento pessoalmente próximo. A representação mental do pai como um “estranho familiar” pode ser fortalecida e consolidada na relação edipiano-adolescente se os intensos afetos sexuais e agressivos da criança puderem ser “lidos” pelo objeto paterno de forma mentalizante. A esse respeito, parece fazer sentido usar aspectos do conceito de mentalização, desenvolvido para fases anteriores da vida, também para esse desenvolvimento posterior. A possibilidade de mudança no processo psicanalítico é ilustrada por uma vinheta

Despite changes in social culture, the need for an emotionally dense and lasting love relationship in adulthood is still one of the basic concerns of very many people. We rightly assume that an essential foundation for this later development is laid in the early mother-child relationship. In the present work, this foundation is not disputed, but the thesis is developed that the experiences and mental representations of both the early and the oedipal father also play a very important role for the child and later adult in being able to integrate the coexistence of familiarity and strangeness in a personally close relationship. The mental representation of the father as a “familiar stranger” can be strengthened and consolidated in the oedipal-adolescent relationship if the childs intense sexual and aggressive affects can be “read” by the paternal object in a mentalizing way. In this respect, it seems to make sense to use aspects of the concept of mentalization developed for earlier phases of life for this later development as well. The possibility for change in the psychoanalytic process is illustrated by a vignette

Funções sonhantes da mente desenvolvidas em análise

A autora parte de uma experiência clínica inusitada e se propõe pensar alguns conceitos presentes na obra de Bion como o sonhar, o ser e tornar-se a realidade. Destaca seu prazer e curiosidade pela clínica psicanalítica e que, em seu entender, é uma aventura extraordinária, por participar, junto a nossos pacientes, de experiências emocionais que evolvem e ganham sentido à medida em que vão sendo vividas, sonhadas e transformadas

The author starts from an unusual clinical experience and proposes to think about some concepts present in Bions work, such as dreaming, being and becoming reality. She highlights her pleasure and curiosity for the psychoanalytic clinic and that, in her opinion, it is an extraordinary adventure, for participating, together with our patients, in emotional experiences that evolve and gain meaning as they are lived, dreamed and transformed

Um estranho e belo rapaz mal-estar e narcisismo

Neste trabalho clínico-teórico, a autora discorre sobre a experiência de análise durante um período de sete anos, com um paciente em extremo sofrimento mental, sentimentos de solidão e desamparo. Para salvaguardar sua sobrevivência psíquica, Daniel precisou se utilizar de recursos como a cisão, expressa através de um duplo de si mesmo, refugiando-se no narcisismo ameaçado pelas angústias de castração. As dificuldades em se relacionar com os demais se devia ao fenômeno da sexualidade ser vivida como concorrente do narcisismo, pois o investimento no objeto poderia empobrecer a libido narcisista. Os relacionamentos nasciam sem possibilidades de sobreviver, fadados ao desinvestimento, de Dois fazer Zero, do desejo de não ter desejo, da extinção de qualquer excitação, elementos próprios do narcisismo de morte, da função desobjetalizante. A autora apresenta como o cenário desértico, captado pela reverie, estava relacionado a fixação nas angústias de castração, e a pregnância da identificação fálica reduzida ao Um, impedindo a conceptualização da diferença de sexo e as simbolizações relacionadas às fantasias originárias. O acolhimento à bissexualidade psíquica possibilitou o estabelecimento das funções de continente-contido

In this clinical-theoretical work, the author explains an analysis experience over a seven-year period, with a patient in extreme mental suffering and feelings of solitude and helplessness. In order to safeguard his psychological survival, Daniel had to use resources such as psychic splitting creating a double of himself, taking refuge in narcissism threatened by castration anguish. The difficulties in stablishing relationships with other people was due to the sexual phenomena experienced worked as a competitor to narcissism, as the investment in the object could impoverish his narcissistic libido. The relationships were born with no possibilities of survival, doomed to disinvestment, of Two making Zero, of the desire to have no desire, of the extinction of any excitement, typical elements of the narcissism of death, of the deobjectalizing function. The author describes how the desertic scenario, captured by the reverie was related to the fixation on castration anguish, the pregnancy of phallic identification reduced to the One, preventing the conceptualization of sexual differentiation the symbolizations related to the original fantasies. Embracing psychic bisexuality enabled the establishment of container-contained functions

Considerações sobre a teoria das funções

No presente trabalho, o autor busca investigar o desenvolvimento das funções que compõem o psiquismo. A partir de um paralelo entre as teorias das funções de Freud e Bion, busca examinar a função-alfa, como modelo abstrato para a compreensão da apreensão psíquica de estímulos sensoriais e experiências emocionais, como também demais funções originárias

The author investigates the development of the functions that constitute the psyche. From a parallel between Freud and Bions theories of functions, with the purpose to examinate the alpha function, as a abstract model to comprehend the psychic apprehension of sensorial stimulus and emotional experiences, as also other originary functions

A transitoriedade do sujeito contemporâneo

O propósito deste trabalho é introduzir, por meio de uma breve exposição teórica, reflexões extraídas dos textos de Freud, especialmente “Sobre a transitoriedade” (1916/1969b), bem como outros trabalhos freudianos citados no texto, a fim de fornecer esclarecimentos sobre o tema. Foram utilizadas contribuições de alguns autores do campo social para ampliar a compreensão da leitura. Destaca-se também uma breve exposição de caso como fragmento clínico. O tema da melancolia (1917/1969a) busca proporcionar uma maior compreensão do sujeito contemporâneo, que se encontra aprisionado em um modelo de pulsão narcísica. Seria uma vitória da pulsão de morte sobre a vida? Essa questão permanece em aberto

The purpose of this work is to introduce, by way of a brief theoretical exposition, to the reflections extracted from Freuds texts, fundamentally, what deals with “On transience” (1916/1969b) as well as other Freudian works cited in the text, providing clarifications of the theme. Contributions from some authors in the social field were used to amplify reading comprehension. A brief exposition of the case as a clinical fragment is highlighted. The theme of melancholy (1917/1969a) seeks to provide a greater understanding of the subject, who, in contemporary times, is imprisoned by fixing him in a model of narcissistic drive. A victory of the death drive over life? This question is left open. KEYWORDS: transience, emptiness, contemporaneity, subject, culture

Revista multiverso entrevista

Membro Efetivo e Analista Didata da Sociedade Brasileira de Psicanálise

de São Paulo, doutora pela Universidade Federal de São Paulo, autora

dos livros “Diálogos sobre a clínica psicanalítica”, “Novos diálogos

sobre a clínica psicanalítica”, “Neurose e não neurose”, “Transferência

e contratransferência”, “A posteriori, um percurso” (Ed. Blucher)

Fantasia como recurso criativo na neurose

A criatividade é inspiração para diversos estudiosos, pois

desencadeia em nós, seres humanos, inquietações que nos propõe

abdicar da razão. Diante disso, esse trabalho pretende explorar as

fantasias criativas nos sujeitos neuróticos, como recurso para lidar com

a realidade e os desejos. Pretende-se mostrar a criatividade como uma

das vicissitudes da pulsão e está associada à condição vital ao permitir

que o sujeito perceba a alteridade da própria existência

Como eu falo com meus pacientes

Neste artigo, o autor tenta descrever e ilustrar como ele fala

com seus pacientes. Ele evita o uso de linguagem que convide o paciente

a se engajar predominantemente no pensamento do processo secundário

consciente, quando as dimensões inconscientes do pensamento são o

que é necessário. Ele valoriza os mal-entendidos porque eles tendem a

convidar a conjecturas, possibilidades, um senso de humildade, diante

da condição humana desconhecida e incognoscível. O autor constata

que as certezas do analista minam o processo analítico e o potencial de

crescimento psíquico do paciente. Ele discute as formas de descrever,

ao invés de explicar, na conversa analítica, que facilitam melhor o

processo analítico. Um exemplo clínico é fornecido em que o autor

discute seus próprios processos de pensamento enquanto conversa com

um de seus pacientes

A sustentabilidade do humano um ensaio

Este ensaio busca mostrar os riscos ao que pode ser chamado

de Humano na Pós-modernidade, mais explicitamente devido aos

avanços próprios do Capitalismo Avançado e seus corolários. Para além

de demonstrar o impacto numa das estruturas psíquicas tradicionais a

Neurose, o autor traz o pensamento de vários psicanalistas que abordaram

a questão desde diferentes vértices, para descrever as patologias

contemporâneas que aportam à clínica psicanalítica atual. Como uma

tentativa de resposta ao problema, este texto aborda a contribuição que

o psicanalista pode dar à questão da sustentabilidade do humano, mais

particularmente na sua abordagem clínica dos pacientes

Da psicanálise à poesia e viceverso

Esse ensaio foi suscitado pelo convite que me foi feito pelo

Núcleo Psicanalítico de Aracaju (NPA) de falar um pouco de Psicanálise

e Poesia, duas áreas que me são familiares - como a psicanalista que

sou e a poeta que me tornei. Desejo acrescentar que durante minha

conferência, online, por motivos da impossibilidade presencial,

surgiram algumas questões relativas à minha atividade poética, o seu

surgimento, meu processo criativo e outras mais perguntas que aqui e

agora procurarei descrever num relato mais livre, isto é, desnudando

minha subjetividade no sentido dos leitores se aproximarem do meu

fazer poético. Mas que antes, tecerei algumas considerações teóricas

sobre a psicanálise e sua arte e a arte literária em si mesma