Resumo
Acute Giardia infections often cause diarrhea and stomach upset. Chronic infections can lead to malnutrition, micronutrient deficiencies, malabsorption and weight loss. This study assessed the prevalence of G. lambia infection and assessed associated risk factors among immunocompomised patients undergoing chemotherapeutic treatment in southern Brazil. A total of 110 immunocompromised patients in Pelotas, RS, Brazil, consented to participate in this study and were recruited. Socioeconomic and epidemiological profile of patients was collected by questionnaire. The prevalence for Giardia were determined through microscopy by the centrifugation-flotation technique using stool samples of every patient. In addition, the genetic characterization of the parasite was carried out by amplifying and sequencing the glutamate dehydrogenase (gdh) gene. By microscopy, the prevalence of giardiasis was 17.3% (19/110). Furthermore, the DNA sequences revealed that 7 (36.8%) out of 19 isolates belonged to assemblage B, while 6 of them (31.6%) belonged to assemblage C, 5 (26.3%) to assemblage A and 1 (5.3%) to assemblage D. Risk factors (p ≤ 0.05) for giardiasis were schooling level (OR=8.0 (1.02 62.91) sharing a house with more than three people (OR=14.1 (3.77 52.51), water sources (OR=38.9 (10.4 145.7), sewage treatment (OR=14.2 (3.1 65.5), waste destination (OR=7.44 (2.0 27.3), owning pets (OR=4.6 (1.0 21.2) and cultivating a vegetable garden (OR=4.2 (1.3 13.6). The prevalence of G. lamblia in immunocompromised patients was considered elevate with the identification of four assemblage of the parasite (A, B, C and D).
As infecções agudas por Giardia geralmente causam diarreia e dores de estômago. As infecções crônicas podem levar à desnutrição, deficiências de micronutrientes, má absorção e perda de peso. Este estudo avaliou a prevalência da infecção por G. lambia e os fatores de risco associados em pacientes imunocomprometidos em tratamento quimioterápico no sul do Brasil. Um total de 110 pacientes imunocomprometidos de Pelotas, RS, Brasil, consentiram em participar deste estudo e foram recrutados. O perfil socioeconômico e epidemiológico dos pacientes foi coletado por meio de questionário. A prevalência de Giardia foi determinada através de microscopia pela técnica de centrifugação-flutuação utilizando amostras de fezes de cada paciente. Além disso, a caracterização genética do parasita foi realizada pela amplificação e sequenciamento do gene da glutamato desidrogenase (gdh). À microscopia, a prevalência de giardíase foi de 17,3% (19/110). Além disso, as sequências de DNA revelaram que 7 (36,8%) dos 19 isolados pertenciam ao agrupamento B, enquanto 6 deles (31,6%) pertenciam ao agrupamento C, 5 (26,3%) ao agrupamento A e 1 (5,3%) ao agrupamento D. Os fatores de risco (p ≤ 0,05) para giardíase foram, escolaridade (OR=8,0 (1,02 62,91), dividir casa com mais de três pessoas (OR=14,1 (3,77 52,51), fontes de água (OR=38,9 (10,4 145,7), tratamento de esgoto (OR=14,2 (3,1 65,5), destinação do lixo (OR=7,44 (2,0 27,3), possuir animais de estimação (OR=4,6 (1,0 21,2) e cultivar horta (OR=4,2 (1,3 13.6). A prevalência de G. lamblia em pacientes imunocomprometidos foi considerada elevada com a identificação de quatro conjuntos do parasito (A, B, C e D).
Assuntos
Humanos , Giardíase/etiologia , Hospedeiro Imunocomprometido , Giardia lamblia/genética , Glutamato Desidrogenase/genética , Fatores de Risco , Tolerância ImunológicaResumo
The aim of the present study was to detect Cercopithifilaria bainae and other tick-borne pathogens and to perform molecular characterization of the tick Rhipicephalus sanguineus s.l. collected from dogs. Ticks (n = 432, including 8 larvae, 59 nymphs, and 365 adults) were sampled from domiciled dogs (n = 73) living in Campo Grande, Mato Grosso do Sul (Midwest Brazil). All ticks were morphologically identified as R. sanguineus. Genomic DNA was extracted in pools (three to five ticks per animal) and was used for definition of R. sanguineus haplotypes (based on 16S rRNA analysis) and pathogen identification (Cercopithifilaria sp., Ehrlichia canis, Anaplasma platys, Hepatozoon canis, Babesia vogeli and Rickettsia spp.). Rhipicephal us sanguineus specimens were identified as haplotypes A and B. DNA of Cercopithifilaria bainae (43.83%; 32/73), Ehrlichia canis (24.65%; 18/73), Anaplasma platys (19.17%; 14/73), and Hepatozoon canis (5.47%; 4/73) was detected. The identity of pathogens was confirmed by DNA sequence analysis. The present study confirms the presence of haplotypes A and B of R. sanguineus in the state of Mato Grosso do Sul and its importance as a vector of several pathogens of veterinary concern. Finally, this is the first report to identify C. bainae in ticks in the Midwestern region of Brazil.(AU)
O objetivo do presente estudo foi detectar Cercopithifilaria bainae e outros patógenos transmitidos por carrapatos e realizar a caracterização molecular do carrapato Rhipicephalus sanguineus s.l. coletado em cães. Carrapatos (n = 432, incluindo 8 larvas, 59 ninfas e 365 adultos) foram amostrados de cães domiciliados (n = 73) residentes no município de Campo Grande, Mato Grosso do Sul (centro-oeste do Brasil). Todos os carrapatos foram identificados morfologicamente como R. sanguineus. O DNA genômico foi extraído em pools (três a cinco carrapatos por animal), seguido pela definição de haplótipos (com base no gene 16S rRNA) e pela investigação de patógenos (Cercopithifilaria sp., Ehrlichia canis, Anaplasma platys, Hepatozoon canis, Babesia vogeli e Rickettsia spp.). Os espécimes coletados foram identificados como haplótipos A e B de R. sanguineus. Foram detectados DNA de Cercopithifilaria bainae (43,83%; 32/73), Ehrlichia canis (24,65%; 18/73), Anaplasma platys (19,17%; 14/73) e Hepatozoon canis (5,47%; 4/73). A identidade dos patógenos foi confirmada por análise de sequência de DNA. O presente estudo confirma a circulação dos haplótipos A e B de R. sanguineus no estado de Mato Grosso do Sul e sua importância como vetor de vários patógenos de interesse veterinário. Finalmente, este é o primeiro relato de C. bainae em carrapatos na região centro-oeste do Brasil.(AU)
Assuntos
Animais , Cães , Rhipicephalus sanguineus/patogenicidade , Biologia Molecular , Cães/genética , Cães/parasitologia , Rhipicephalus sanguineusResumo
Os herpesvírus de equídeos são endêmicos e reconhecidos em nível mundial pelos 9 prejuízos econômicos nos rebanhos acometidos. Dentre os principais herpesvírus que 10 afetam equinos, se destacam os alfaherpesvírus equídeo tipos 1 e 4 (EHV-1; EHV-4), 11 geralmente associados a enfermidade respiratória, reprodutiva ou neurológica e os 12 gamaherpesvírus equídeo tipos 2 e 5 (EHV-2; EHV-5), que apesar de associações com 13 enfermidade respiratória, o real impacto das infecções nos rebanhos ainda continua sob 14 investigação. Estudos sorológicos realizados no Brasil indicam uma ampla 15 disseminação do EHV-1/EHV-4 na população equina. Porém, estudos de 16 caracterização genética dos vírus circulantes envolvem, essencialmente, o EHV-1. Por 17 outro lado, com exceção de um trabalho recente, onde o EHV-2 e EHV-5 foram 18 identificados em animais assintomáticos na região sul do país, investigações 19 demonstrando a identificação e circulação dos outros tipos de herpesvírus de equinos 20 são escassas em nível nacional. Neste sentido, o presente estudo demonstra a 21 identificação e caracterização genética do EHV-1, EHV-2, EHV-4 e EHV-5 em amostras 22 clínicas de equinos distribuídos em 7 diferentes propriedades (A - F) da região sul do 23 Rio Grande do Sul. De um total de 179 amostras de sangue/leucócitos e 110 amostras 24 de swabs nasais (coletadas de 179 animais) testadas pela PCR, o EHV-1 foi detectado 25 em 11 amostras clínicas (leucócitos, n=8; swabs nasais, n=3) enquanto que o EHV-4 26 foi detectado em 13 amostras (leucócitos, n=4; swabs nasais, n=9). Adicionalmente, o 27 EHV-2 foi detectado em 6 amostras clínicas (leucócitos, n=1; swabs nasais, n=5) e o 28 EHV-5 foi detectado em 13 amostras de sangue. A presença de infecções mistas por 2 29 vírus foi observada em 6 animais enquanto que 2 animais apresentaram infecções por 30 3 tipos diferentes de herpesvirus. O sequenciamento dos amplicons revelou um 31 percentual de identidade de 97,8-100% com cepas padrão dos herpesvirus de equinos 32 depositados no GenBank. O EHV-1 e EHV-4 foram diagnosticados em 2 propriedades 33 com cenários distintos, seja como sugestivo de infecção ativa e excreção viral no 34 momento da coleta das amostras ou indicativos de infecções latentes em uma parcela 35 dos animais avaliados. O EHV-2 e EHV-5 foram detectados exclusivamente em uma 36 das propriedades estudadas. Os achados sugerem replicação ativa e excreção do EHV-37 2 enquanto que infecções latentes pelo EHV-5 possam ter sido estabelecidas após 38 contato e transmissão a partir de um equino, na mesma propriedade, com diagnóstico 39 de EMPF. Em resumo, este trabalho demonstra a detecção e identificação genética de 40 quatro tipos de herpesvírus de equinos em propriedades da região sul do RS e 41 representam uma contribuição para o diagnóstico e conhecimento da situação 42 epidemiológica destes agentes em nível regional e nacional.
Equid herpesvirus are widespread in the horse population and represent a major threat 9 to the horse industry worldwide. Both EHV-1 and EHV-4 produce well-documented 10 respiratory, reproductive and neurological disease in horses, whereas the real impact of 11 EHV-2 and EHV-5 is less clearly defined. In Brazil, serological investigations have 12 indicated the circulation of EHV-1/EHV-4 in the country. However, genetic 13 characterization of the circulating viruses are mainly focused on the EHV-1. Except for 14 the recent demonstration of EHV-2 and EHV-5 in asymptomatic horses, studies aimed 15 at identifying other equid herpesviruses are scarce. This study describes the detection 16 and genetic characterization of EHV-1, EHV-2, EHV-4 and EHV-5 in clinical samples 17 from horses located at seven farms (A to F) from southern Brazil. Virus-specific PCRs 18 were used to detect EHV-1, -2, -4 and -5. From the total of 179 buffy coat samples (BC) 19 and 110 nasal swabs (NS), collected from 179 animals, EHV-1 was detected in 11 20 clinical samples (BC, n=8 and NS, n=3) whereas EHV-4 was detected in 13 samples 21 (BC, n=4 and NS, n=9). In addition, EHV-2 was detected in 6 clinical samples (BC, n=1 22 and NS, n=5) whereas EHV-5 specific DNA was detected in 13 buffy coat samples. 23 Additionally, mixed infections by two or three viruses were recorded in 6 and 2 animals, 24 respectively. Nucleotide sequence identity among each other ranged from 97.8% to 25 100% when compared to reference strains deposited in GenBank. EHV-1 and EHV-4 26 were found in two farms and may represent distinct scenarios, either as indicative of 27 active infection and viral shedding during sample collection or suggestive of latent 28 infections in some horses. On the other side, EHV-2 and EHV-5 were exclusively 29 detected in a single farm. Results have suggested active viral replication and EHV-2 30 shedding from the infected animals. Latent infection by EHV-5 in the PCR positive 31 horses might have been established after a close contact in the same farm with a horse 32 diagnosed with EMPF post mortem. In summary, results from this investigation 33 demonstrate the detection and genetic identification of four types of equid herpesvirus 34 in horses from southern Brazil and, may represent a contribution to diagnosis and better 35 understanding of epidemiological situation of these viral agents in the region. 36 37 38Key words: , ,
Resumo
O rio São Francisco abriga cerca de 160 espécies de peixes, das quais cerca de 10% estão ameaçadas de extinção. Dentre essas, uma das mais críticas é o bagre endêmico, pacamã (Lophiosilurus alexandri), que foi incluído em 2015 no PAN São Francisco. Programas de repovoamento vêm sendo desenvolvidos para diversas espécies nos últimos 30 anos por agências públicas e privadas. Entretanto, estes são conduzidos sem critérios genéticos, o que pode comprometer a diversidade e o potencial evolutivo das populações repovoadas. Diante da importância ecológica e potencial econômico do L. alexandri, o presente trabalho visou avaliar a situação das Estações de Piscicultura que repovoam o pacamã ao longo do São Francisco com relação aos selvagens. Foram coletadas amostras de tecido da nadadeira caudal de 55 reprodutores, marcados com Pit Tags, provenientes de três estações de piscicultura responsáveis pelo repovoamento desta espécie no submédio e baixo São Francisco (Bebedouro, Paulo Afonso e Itiúba). Também foram amostrados 54 animais selvagens, sendo 30 coletados no submédio São Francisco, entre o reservatório de Sobradinho (BA) e o de Itaparica (PE) e 24 na região de Três Marias (MG) no alto São Francisco. Dentre 52 marcadores microssatélites testados, apenas sete foram validados com um número reduzido de alelos, de dois a oito. Paralelamente, a região controle (D-loop) do DNA mitocondrial foi sequenciada e 36 haplótipos foram detectados, revelando uma perda importante da diversidade nas amostras de cativeiro em relação aos selvagens, possivelmente atrelada ao manejo empregado sem renovação de reprodutores. Tanto as microssatélites como o D-loop foram capazes de separar as amostragens em dois grupos, selvagens e cativeiro. No entanto, entre as estações, a rede de haplótipos do D-loop e a diferenciação genética (ST) mostraram uma maior semelhança entre Bebedouro e Paulo Afonso, enquanto as diferenças genéticas obtidas com as microssatélites (FST e RST) revelaram uma semelhança maior entre Itiúba e Paulo Afonso. A diferença encontrada entre as estações de piscicultura e os animais selvagens indicam a urgente necessidade de renovação dos plantéis, bem como a inserção de novas estratégias, a fim de manter a diversidade genética semelhante à população natural.
The São Francisco River basin is home to about 160 species of fish, around 10% of which are threatened with extinction. Among these, one of the most critical is the endemic catfish pacamã (Lophiosilurus alexandri), which was included in 2015 in the PAN São Francisco. Restocking programs have been developed for several species in the last 30 years by public and private agencies. However, these are conducted without genetic criteria, which may compromise the diversity and evolutionary potential of restocked populations. Due to the ecological importance and economic potential of L. alexandri, the present work aimed to evaluate the situation of the fisheries stations responsible for the restocking programs of pacamã along the São Francisco river in relation to the wild. Tissue samples were collected from the caudal fin of 55 breeders, tagged with Pit Tags, from three fisheries stations responsible for restocking this specie in the lower and submiddle São Francisco (Bebedouro, Paulo Afonso and Itiúba). Also, fifty-four samples from wild animals, 30 of wich were collected in the submiddle São Francisco between the Sobradinho (BA) and Itaparica (PE) reservoirs and 24 samples from the upper São Francisco, in the Três Marias (MG). Out of the 52 microsatellite markers tested, only seven were validated with a reduced number of alleles (from two to eight). At the same time, the control region (D-loop) of the mitochondrial DNA was sequenced for all samples and 36 haplotypes were detected, revealing a significant loss of diversity in the captive samples compared to the wild, possibly linked to the management used without renewal of breeders. Both the microsatellites and the D-loop were able to separate the samplings into two groups, wild and captive. However, among the stations, the D-loop haplotype network showed a greater similarity between Bebedouro and Paulo Afonso, while the genetic differences obtained with the microsatellites (FST and RST) revealed a similarity between Itiúba and Paulo Afonso. The difference found between captive and wild animals indicates the urgent need for renewal of the broodstocks, as well as the insertion of new strategies, to maintain genetic diversity similar to the natural population.
Resumo
A influenza equina (EI) é uma enfermidade respiratória viral aguda que acomete equídeos de todas as idades. A doença é causada pelo vírus da influenza equina (EIV do inglês Equine Influenza Virus), que podem ser do subtipo viral H3N8 (antigo Equi-2), mundialmente distribuído, e o H7N7 (antigo Equi-1), considerado extinto desde 1980. Os EIVs pertencem à família Orthomyxoviridae, gênero Influenza A, possuem genoma RNA fita simples segmentado de senso negativo e são envelopados. A EI tem alta morbidade e baixa mortalidade leva a grandes perdas econômicas no ramo equestre. Os animais acometidos ficam impedidos de serem transportados ou de participarem de eventos equestres no Brasil. A rápida e fácil disseminação do EIV é bastante característico em surtos de EI. Surtos de EI foram descritos em 2012 em diversos países, incluindo o Brasil. Em 2015, um surto de EIV ocorreu em um Hospital Veterinário na cidade de São Paulo-SP. Os objetivos do presente trabalho foram: a) obter isolados do vírus da influenza equina de surtos recentes do estado de São Paulo, Brasil; b) realizar o sequenciamento dos EIVs isolados; c) promover a análise filogenética e evolutiva desses EIVs. Foram isolados 12 EIVs de um surto de EI em um hospital veterinário na cidade de São Paulo em 2015. Promoveu-se o sequenciamento dos oito genes virais dos isolados de 2015 e de uma estirpe de EIV de um surto brasileiro de 2012, e da hemaglutinina de outras duas estirpes do mesmo surto de 2012. Os vírus do surto de 2012 foram cedidos pelo Laboratório de Raiva e Encefalites Virais do Instituto Biológico de São Paulo para as análises. O sequenciamento dos genes HA e NA indicaram que os EIVs de 2012 e 2015 brasileiros são do subtipo H3N8 e pertencem à sublinhagem Flórida 1 e tiveram maiores identidades com os vírus de 2012 da América do Sul, Estados Unidos e Dubai de 2012. Os vírus de 2015 formaram um clado separado dos demais EIV Flórida 1, tanto na análise filogenética quanto na análise de relógio molecular. As análises de mutações de nucleotídeos e aminoácidos, associados à análise de perfil de hidrofobicidade sugerem mudanças em estruturas antigênicas que poderiam acarretar no maior distanciamento em relação à estirpe vacinal A/equine/South Africa/4/03.
The equine influenza (EI) is a viral acute respiratory disease that can affect equines of any age. The disease is caused by the equine influenza virus (EIV) and has two different subtypes H3N8 (formerly Equi-2) that occurs worldwide and H7N7 (formerly Equi-1), considered extinct since 1980. EIVs belong to the Orthomyxoviridae family, Influenza A genus, are enveloped and has negative segmented single strand RNA genome. EI causes high morbidity and low mortality and drives to high economic losses in equestrian industry. In Brazil, the transport and participation in equestrian events are not allowed when horses have EIV. The quickly spread pattern is easily seen in EIV outbreaks. EI outbreaks occurred in 2012 in several countries, including Brazil. In 2015, an outbreak occurred in a Veterinarian Hospital in São Paulo-SP. The objectives of the present study were: a) to obtain isolates of equine influenza virus from recent outbreaks in the State of São Paulo, Brazil; b) to promote the sequencing of these EIVs; c) to perform the phylogenetic and evolutive analysis of these EIVs. Twelve EIVs were isolated from an outbreak in a veterinarian hospital in the State of São Paulo in 2015. The eight viral genes were sequenced from EIVs of 2015 and from one EIV of a Brazilian outbreak, 2012. Also, the HA gene from two other EIVs from the same 2012-outbreak were sequenced. The viruses from the 2012-outbreak were from the Laboratory of Rabies and Viral Encephalitis, Instituto Biológico de São Paulo. Sequencing on HA and NA genes indicates that the Brazilian 2012 and 2015 EIVs are H3N8 subtype, belong to the Florida 1 sublineage and were more identical to the 2012 EIVs from South America, United States and Dubai. In the phylogenetic tree and the molecular clock the EIVs from 2015 grouped in a cluster that was separeted from other Florida 1 EIVs. The nucleotide, amino acid and hydrophobicity analysis suggest changes in antigenic structures that could lead to differences from the vaccine strain A/equine/South Africa/4/03.
Resumo
Caracterizaram-se genotipicamente os isolados de Escherichia coli oriundos de fígado de frangos provenientes de dois matadouros avícolas. Foram coletadas 62 amostras de fígados de frangos, sendo 30 macroscopicamente inalterados e 32 com alteração macroscópica e que originaram no descarte da carcaça. Isolaram-se 30 cepas de Escherichia coli pelo método clássico, sendo 21 isoladas de fígados inalterados e nove provenientes de carcaças rejeitadas. Utilizou-se a reação em cadeia de polimerase para verificação de genes de virulência de E. coli, incluindo o gene de resistência sérica (iss) para identificação de E. coli patogênica para aves, o gene para Shiga cytotoxin 1 e 2 (stx) para identificação de E. coli enteroemorrágica, o gene bfpA para identificação de E. coli enteropatogênica e os genes para toxinas LT-I (elt) e ST-I (stI) para identificação de E. coli enterotoxigênica. Identificou-se iss em 83,3 por cento (25/30) dos isolados, sendo 76,2 por cento (16/21) provenientes de fígados de animais hígidos, e detectou-se stx em 13,3 por cento (4/30). Os genes stx e iss foram identificados em três fígados, caracterizando infecção mista. Os genes não foram observados em um isolado de E. coli pelo método clássico. Faz-se necessária a utilização de tecnologias para identificação e prevenção de Escherichia coli nos aviários e matadouros avícolas.(AU)
The isolates of Escherichia coli from chicken livers from two slaughterhouses were genotypically characterized in 62 samples. Thirty samples were macroscopically unchanged and 32 demonstrated alterations that led to the disposal of carcass for sanitary inspection. Thirty Escherichia coli strains from 21 unchanged and 9 from carcasses that were rejected were isolated through the classical method. Polymerase Chain Reaction was performed to verify E. coli virulence of the following genes: serum resistance (iss), to identify avian pathogenic E. coli; Shiga cytotoxin 1 and 2 (stx), to identify enterohaemorrhagic E. col; bfpA, to identify enteropathogenic E. coli; LT-I (elt) and ST-I (stI) toxins to identify enterotoxigenic E. coli. Iss gene was identified in 83.3 percent (25/30), being 76.2 percent (16/21) from E. coli isolated strains from healthy animals. stx gene was identified in 13.3 percent (4/30) of E. coli isolates, and in three of these samples was identified as stx and iss, featuring a mixed infection. The genes were not identified in one E. coli isolated from the classic method. Thus, it is necessary to use advanced technologies to identify and prevent Escherichia coli contamination in poultry farms and slaughterhouses.(AU)
Assuntos
Animais , Genótipo , Galinhas/classificação , Escherichia coli , Microbiologia/tendênciasResumo
The inoculation of leguminous plants with rhizobia is one of the main methods of biotechnological use of microorganisms in order to obtain biological nitrogen fixation in agriculture. However, in recent years it has been attributed to these microorganisms the ability to produce phytohormones, mainly indole acetic acid (IAA), and to promote the growth in grasses. Thus, the objectives of this study were to quantify the indole acetic acid produced by rhizobia from alfalfa and to evaluate the effect of inoculation of these microorganisms on the germination of rice seed and to perform the genetic characterization of these isolates. Nine rhizobia, from nodules of alfalfa, were evaluated for their ability to produce IAA equivalents and for their influence in inoculating these microorganisms on germination and seedling development of rice. Moreover, these rhizobia producers of IAA were identified by the 16S region of DNAr. The equivalent production of indole acetic acid was observed in all tested isolates, with values ranging from 43.04 to 101.26µg mL-1 in culture medium. Regarding the germination of rice seeds, the inoculation with rhizobia accelerated this germination and its growth. Microorganisms UFRGS Ms58, UFRGS Ms515, UFRGS Ms195, UFRGS Ms205, UFRGS Ms2010 and UFRGS 2012 were identified as belonging to the species of Sinorhizobium meliloti. Microorganisms Ms55 UFRGS, UFRGS Ms75 and UFRG Ms72 were identified as belonging to the species of Rhizobium sp.
A inoculação de plantas leguminosas com rizóbios é um dos principais métodos biotecnológicos de utilização de micro-organismos em plantas visando à fixação biológica de nitrogênio na agricultura. No entanto, nos últimos anos, vêm sendo observada nesses micro-organismos a capacidade de produção de fitohormônios, principalmente o ácido indol-acético (AIA) e a promoção de crescimento em gramíneas. Dessa forma, os objetivos deste trabalho foram quantificar o ácido indol-acético produzido por rizóbios isolados de alfafa, avaliar o efeito da inoculação desses micro-organismos na germinação de sementes de arroz e realizar a caracterização genética desses isolados. Nove rizóbios isolados de nódulos de alfafa foram avaliados quanto a sua capacidade de produção de equivalentes de AIA e a influência da inoculação desses micro-organismos na germinação e desenvolvimento de plântulas de arroz. Os rizóbios produtores de AIA foram identificados pelo sequenciamento da região do gene 16S do DNAr. A produção de equivalentes ao ácido indol-acético foi observada em todos rizóbios, com valores que variaram de 43,04 a 101,26µg mL-1 em meio de cultura. Com relação à germinação das sementes de arroz, a inoculação com rizóbios acelerou o processo e o crescimento de suas plântulas. Os rizóbios UFRGS Ms58, Ms515, Ms195, Ms205, Ms2010 e 2012 foram identificados como pertencentes à espécie Sinorhizobium meliloti e UFRGS Ms55, Ms72 e Ms75 à espécie Rhizobium sp.
Resumo
The inoculation of leguminous plants with rhizobia is one of the main methods of biotechnological use of microorganisms in order to obtain biological nitrogen fixation in agriculture. However, in recent years it has been attributed to these microorganisms the ability to produce phytohormones, mainly indole acetic acid (IAA), and to promote the growth in grasses. Thus, the objectives of this study were to quantify the indole acetic acid produced by rhizobia from alfalfa and to evaluate the effect of inoculation of these microorganisms on the germination of rice seed and to perform the genetic characterization of these isolates. Nine rhizobia, from nodules of alfalfa, were evaluated for their ability to produce IAA equivalents and for their influence in inoculating these microorganisms on germination and seedling development of rice. Moreover, these rhizobia producers of IAA were identified by the 16S region of DNAr. The equivalent production of indole acetic acid was observed in all tested isolates, with values ranging from 43.04 to 101.26µg mL-1 in culture medium. Regarding the germination of rice seeds, the inoculation with rhizobia accelerated this germination and its growth. Microorganisms UFRGS Ms58, UFRGS Ms515, UFRGS Ms195, UFRGS Ms205, UFRGS Ms2010 and UFRGS 2012 were identified as belonging to the species of Sinorhizobium meliloti. Microorganisms Ms55 UFRGS, UFRGS Ms75 and UFRG Ms72 were identified as belonging to the species of Rhizobium sp.
A inoculação de plantas leguminosas com rizóbios é um dos principais métodos biotecnológicos de utilização de micro-organismos em plantas visando à fixação biológica de nitrogênio na agricultura. No entanto, nos últimos anos, vêm sendo observada nesses micro-organismos a capacidade de produção de fitohormônios, principalmente o ácido indol-acético (AIA) e a promoção de crescimento em gramíneas. Dessa forma, os objetivos deste trabalho foram quantificar o ácido indol-acético produzido por rizóbios isolados de alfafa, avaliar o efeito da inoculação desses micro-organismos na germinação de sementes de arroz e realizar a caracterização genética desses isolados. Nove rizóbios isolados de nódulos de alfafa foram avaliados quanto a sua capacidade de produção de equivalentes de AIA e a influência da inoculação desses micro-organismos na germinação e desenvolvimento de plântulas de arroz. Os rizóbios produtores de AIA foram identificados pelo sequenciamento da região do gene 16S do DNAr. A produção de equivalentes ao ácido indol-acético foi observada em todos rizóbios, com valores que variaram de 43,04 a 101,26µg mL-1 em meio de cultura. Com relação à germinação das sementes de arroz, a inoculação com rizóbios acelerou o processo e o crescimento de suas plântulas. Os rizóbios UFRGS Ms58, Ms515, Ms195, Ms205, Ms2010 e 2012 foram identificados como pertencentes à espécie Sinorhizobium meliloti e UFRGS Ms55, Ms72 e Ms75 à espécie Rhizobium sp.
Resumo
Cachaça is a typical Brazilian liquor produced from the distillation of fermented sugarcane juice mainly by Saccharomyces cerevisiae. Most of the domestic production is artisanal, and producers usually are not concerned regarding microbiological control of the fermentation. This study aimed to characterize the contaminant bacterial community of the yeast used in the production of cachaça in an artisanal still. Four samples were collected, of which one (NA) was used for comparison purposes and was collected one year earlier. The remaining samples were collected at three different periods: at the end of the first day of fermentation (NP), after fifteen days (NS), and thirty days after the same yeast was used (NT). Five hundred and eighty-seven sequences were analyzed from the partial sequencing of the 16S rDNA gene. Sequence analyses revealed the presence of 170 operational taxonomic units (OTUs). Of these, only one was shared among three samples and seventeen were shared between two samples. The remaining 152 OTUs were identified only once in distinct samples indicating that the contaminant bacterial population is highly dynamic along the fermentation process. Statistical analyses revealed differences in bacterial composition among samples. Undescribed species in the literature on yeasts of cachaça were found, such as Weissella cibaria, Leuconostoc citreum, and some species of Lactobacillus, in addition to some unknown bacteria. The community of bacteria in the fermentation process is much more complex than it was previously considered. No previous report is known regarding the use of this technique to determine bacterial contaminants in yeast for the production of cachaça.
A cachaça é uma bebida típica brasileira produzida a partir da destilação do caldo de cana-de-açúcar fermentado principalmente por Saccharomyces cerevisiae. Grande parte da produção nacional é artesanal, e não há uma preocupação por parte dos produtores quanto ao controle microbiológico da fermentação. Este trabalho objetivou caracterizar a comunidade bacteriana contaminante do fermento utilizado na produção de cachaça em um alambique artesanal. Foram coletadas quatro amostras, sendo uma (NA) utilizada como efeito comparativo e coletada um ano anterior às demais. As restantes foram coletadas em três diferentes períodos: ao final do primeiro dia de fermentação (NP), após quinze dias (NS) e trinta dias após a utilização do mesmo fermento (NT). Foram analisadas, a partir do seqüenciamento parcial do gene 16S rDNA, 587 seqüências. As análises das seqüências revelaram a presença de 170 unidades taxonômicas operacionais. Destas, 152 foram identificadas uma única vez em diferentes amostras, dezessete foram comuns em pelo menos duas amostras e somente uma foi identificada em três amostras, evidenciando uma grande dinâmica populacional bacteriana durante o processo fermentativo. Análises estatísticas revelaram diferenças na composição bacteriana entre as amostras. Foram encontradas espécies ainda não descritas na literatura em fermentos para a produção de cachaça, como Weissella cibaria, Leuconostoc citreum e algumas espécies de Lactobacillus, além de bactérias não conhecidas. Os resultados revelaram que a comunidade de bactérias contaminantes do processo fermentativo é muito mais complexa do que se conhecida. Não há conhecimento de relato anterior sobre a utilização desta técnica para determinar contaminantes bacterianos em fermentos de cana-de-açúcar para produção de cachaça.
Resumo
Cachaça is a typical Brazilian liquor produced from the distillation of fermented sugarcane juice mainly by Saccharomyces cerevisiae. Most of the domestic production is artisanal, and producers usually are not concerned regarding microbiological control of the fermentation. This study aimed to characterize the contaminant bacterial community of the yeast used in the production of cachaça in an artisanal still. Four samples were collected, of which one (NA) was used for comparison purposes and was collected one year earlier. The remaining samples were collected at three different periods: at the end of the first day of fermentation (NP), after fifteen days (NS), and thirty days after the same yeast was used (NT). Five hundred and eighty-seven sequences were analyzed from the partial sequencing of the 16S rDNA gene. Sequence analyses revealed the presence of 170 operational taxonomic units (OTUs). Of these, only one was shared among three samples and seventeen were shared between two samples. The remaining 152 OTUs were identified only once in distinct samples indicating that the contaminant bacterial population is highly dynamic along the fermentation process. Statistical analyses revealed differences in bacterial composition among samples. Undescribed species in the literature on yeasts of cachaça were found, such as Weissella cibaria, Leuconostoc citreum, and some species of Lactobacillus, in addition to some unknown bacteria. The community of bacteria in the fermentation process is much more complex than it was previously considered. No previous report is known regarding the use of this technique to determine bacterial contaminants in yeast for the production of cachaça.
A cachaça é uma bebida típica brasileira produzida a partir da destilação do caldo de cana-de-açúcar fermentado principalmente por Saccharomyces cerevisiae. Grande parte da produção nacional é artesanal, e não há uma preocupação por parte dos produtores quanto ao controle microbiológico da fermentação. Este trabalho objetivou caracterizar a comunidade bacteriana contaminante do fermento utilizado na produção de cachaça em um alambique artesanal. Foram coletadas quatro amostras, sendo uma (NA) utilizada como efeito comparativo e coletada um ano anterior às demais. As restantes foram coletadas em três diferentes períodos: ao final do primeiro dia de fermentação (NP), após quinze dias (NS) e trinta dias após a utilização do mesmo fermento (NT). Foram analisadas, a partir do seqüenciamento parcial do gene 16S rDNA, 587 seqüências. As análises das seqüências revelaram a presença de 170 unidades taxonômicas operacionais. Destas, 152 foram identificadas uma única vez em diferentes amostras, dezessete foram comuns em pelo menos duas amostras e somente uma foi identificada em três amostras, evidenciando uma grande dinâmica populacional bacteriana durante o processo fermentativo. Análises estatísticas revelaram diferenças na composição bacteriana entre as amostras. Foram encontradas espécies ainda não descritas na literatura em fermentos para a produção de cachaça, como Weissella cibaria, Leuconostoc citreum e algumas espécies de Lactobacillus, além de bactérias não conhecidas. Os resultados revelaram que a comunidade de bactérias contaminantes do processo fermentativo é muito mais complexa do que se conhecida. Não há conhecimento de relato anterior sobre a utilização desta técnica para determinar contaminantes bacterianos em fermentos de cana-de-açúcar para produção de cachaça.
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O isolamento do vírus da raiva (genótipo 1) a partir de morcegos não hematófagos está se tornando cada vez mais freqüente nas grandes cidades do Brasil. Este trabalho foi delineado para investigar a patogenicidade de um isolado do vírus da raiva, do morcego insetívoro Lassiurus ega, procedente do município de Presidente Prudente SP, em comparação ao vírus fixo da raiva, amostra CVS/32 (Challenge Vírus Standard). Os vírus foram reativados por meio de inoculação intracerebral em camundongos e os experimentos de patogenicidade foram realizados em camundongos e hamsters, desafiando-os pelas vias intramuscular (IM), intradérmica (ID), intranasal (IN) e abrasão superficial da pele (AP). A presença do vírus nos cérebros de animais que haviam manifestado sinais compatíveis à raiva, foi confirmada mediante a prova de imunofluorescência direta. Foram considerados para a avaliação da patogenicidade o quadro clínico, proporção de mortos, e a duração dos períodos de incubação (PI) e clínicos (PC) em dias. Em hamsters, o isolado de L. ega exibiu um quadro furioso, com proporção total de mortos de 2.60%; assim discriminada: 2.08% IM (PI: 11 dias; PC: 6 dias) e 8.33% IN (PI:10.66 ± 1.15 e PC: 7.33 ± 1.54). A presença do vírus no SNC foi detectada apenas em animais inoculados por essas vias. Por outro lado, o vírus CVS produziu um quadro paralítico com mortalidade total de 39.84%, com a seguinte distribuição: 62.50% IM (PI 7.50 ± 2.33; PC: 5.13 ± 1.89) 78.12% ID (PI 9.13 ± 2.23; PC 3.88 ± 2.23) 18.75% IN (PI 12.00 ± 2.77; PC 7.14 ± 2.54). Em camundongos, o isolado do L. ega manifestou sinais de agressividade e a raiva foi confirmada em animais inoculados IM e IN. A proporção de mortos observados em camundongos foi de 50.00% (PI 16.80 ± 2.20; PC 1.4 ± 0.54) e 30% (PI 14 ± 4.35; PC: 2.66 ± 0.57) respectivamente e o vírus CVS produziu mortalidade de 45.00% (PI: 6.30 ± 0.67; PC: 1.5 ± 0.70), 70% (PI: 7.14 ± 1.34; PC 2.28 ± 1.25) e 30% (PI:10.00; PC:1) pelas vias mencionadas acima, com quadro clínico de paralisia. O isolado de L. ega mostrou diferenças na proporção de mortos e quadro clínico furioso quando comparado com o CVS nos dois modelos animais. Os resultados sugerem que o contato com os morcegos insetívoros infectados pelo vírus da raiva representa um risco de transmissão da doença, por meio de ferimentos superficiais da pele provocadas pelas mordeduras ou ainda pela via respiratória, supostamente por meio de aerossóis. Pelo sequenciamento completo da proteína G viral do isolado do L. ega, foram observadas substituições na seqüência de aminoácidos nos sítios antigênicos AI, AII, assim como no domínio de fusão dependente de baixo pH. Os resultados obtidos, sugerem que as diferenças no comportamento biológico podem estar associadas às substituições encontradas na sequencia de aminoácidos da proteína G
The isolation of rabies virus (genotype 1) from the non-hematophagous bats is becoming frequent in heavy urbanized areas in Brazil. This work intended to investigate the pathogenicity of a Brazilian rabies virus isolate from the insectivorous bat Lassiurus ega, from PresidentePrudente-SP, comparing with the CVS/32 (Challenge Virus Standard) fixed rabies virus strain. The viruses were reactivated through intracerebral inoculation into mice and the pathogenicity experiments were made in hamsters and mice, challenged by intramuscular (IM), intradermal (ID) and intranasal (IN) routes and by superficial abrasion of skin. The presence of virus in the brain of animals manifesting the signs compatible with rabies was confirmed by the direct immunofluorescence test. For the evaluation of the pathogenicity, the clinical manifestations, incubation (IP) and clinical (CP) periods in days and the mortality were considered. In hamsters, the isolate of L. ega exhibited a furious form of rabies with total mortality rate of 2.60%, with following distribution: 2.08% IM (IP: 11 days; CP: 6 days) and 8.33% IN (IP: 10.66 ± 1.15 and PC: 7.33 ± 1.54). The presence of rabies virus in the CNS was detected only in animals inoculated through IM and IN routes. The CVS strain has provoked paralytic disease with a total mortality rate of 39.84% as the follow: 62.50% IM (IP 7.50 ± 2.33; CP: 5.13 ± 1.89), 78.12% ID (IP 9.13 ± 2.23; CP 3.88 ± 2.23) and 18.75% IN (IP 12.00 ± 2.77; CP 7.14 ± 2.54). In mice, the isolate of L. ega manifested signs of aggressiveness and rabies was confirmed in animals that were inoculated intramuscularly and intranasally. The total mortality rate observed in mice was 20%, by the IM route was 50% (IP 16.80 ± 2.20; CP 1.4 ± 0.54) and 30% by the intranasal route (IP 14.00 ± 4.35; CP: 2.66 ± 0.57) respectively. The CVS strain showed a total mortality rate of 45.00% and by the IM route, 100% (PI: 6.30 ± 0.67; CP: 1.5 ± 0.70), by the ID route, 70% (IP: 7.14 ± 1.34; CP 2.28 ± 1.25) and by IN, 30% (IP: 10, 00; C: 1.00) showing signs of paralysis. Compared to the CVS strain, the isolate of L. ega showed difference in mortality rate and signs of aggressiveness were found both in hamster and mouse model. The results suggest that the contact with the insectivorous bats infected with rabies virus would represent a risk of disease transmission, by means of superficial wounds of the skin inflicted by bites or by inhalation of aerosols. By the complete sequencing of the viral G protein of the isolate of L. ega, sequencings of amino acids substitutions were observed at antigenic sites AI, AII, as well as the in domain of fusion dependent on low pH. According to the results, differences in the biological behavior may be associated to the substitutions found in the amino acids sequence of the G protein
Resumo
Analisou-se 54 amostras de vírus da raiva isoladas de diferentes espécies animais e de seres humanos do Estado do Maranhão, inicialmente pelas técnicas tradicionais de imunofluorescência direta (IFD) e de inoculação intracerebral em camundongos (ICC), com o objetivo de realizar um estudo de epidemiologia da doença. No reteste, todas as amostras foram positivas na IFD e 19 resultaram negativas à ICC. O comportamento biológico dos isolados foi estudado em camundongos, revelando um período de incubação entre 7 e 17 dias, com sinais clínicos variados e duração média de 4 dias. Para a avaliação da patogenicidade, foram selecionadas cinco amostras do estudo, oriundas de diferentes espécies, como vírus de desafio nos camundongos imunizados com uma vacina comercial de vírus inativado. Os resultados do desafio indicaram que a proteção conferida pela vacina foi baixa para todas as amostras. A presença de anticorpos no soro dos camundongos vacinados foi demonstrada em diferentes períodos de vacinação. A tipificação antigênica de quatro amostras de vírus foi realizada pela imunofluorescência indireta (IFI) utilizando um painel de anticorpos monoclonais (MAbs) procedentes do Canadian Food and Inspection Agency, Ottawa, Canadá, identificando o perfil correspondente à variante de morcego hematófago Desmodus rotundus. Na caracterização genética com base nos genes que codificam a glicoproteína G e nucleoproteína N, observou-se que os isolados foram divididos em dois grupos genéticos independentes associados a ciclos endêmicos distintos. Esses resultados permitem concluir que no Estado do Maranhão circulam pelo menos duas variantes do vírus da raiva, mantidas por carnívoros terrestres e morcegos hematófagos. Destaca-se que houve variação regional entre as amostras isoladas em diferentes áreas geográficas. Além disso, foram constatados hospedeiros inesperados nos clados formados. Também, não houve variação temporal nas amostras pesquisadas
Fifty four rabies virus samples isolated from different animal species and humans, diagnosed positive by means of the direct fluorescent antibody test (dFA) and mouse inoculation test (MIT) in the State of Maranhão were selected for an epidemiologic study. In the retest, all these samples were dFA-positive, but 19 were negative by the MIT. The biologic behavior of these samples was assessed in mice by intracerebral inoculation and the incubation period was between 7 and 17 days, showing varied clinical signs with an average duration of 4 days. For the evaluation of the pathogenicity, five rabies viruses isolated from different species were selected, and used as the challenge viruses to be inoculated into mice been vaccinated previously with an inactivated commercial rabies vaccine. The results of the challenge experiments indicated low protection of the vaccine against the challenge viruses. The presence of rabies antibody was demonstrated in the sera of vaccinated mice taken at different intervals after vaccination. The antigenic typing was performed in four samples by using the indirect fluorescent antibody test (IFI) with a panel of monoclonal antibodies (MAbs) provided by the Canadian Food and Inspection Agency, Ottawa, Canada, and the profile identified was closely related to that of the Desmodus rotundus vampire bat. The genetic characterization based on genes coding the glycoprotein G and nucleoprotein N genes indicated that isolates were divided into two independent genetic groups associated to distinct endemic cycles. With the results obtained, we conclude that in the State of Maranhão there are circulating at least two distinct variants of rabies viruses, maintained by terrestrial carnivores and vampire bats. Regional variation among the isolates taken from different geographic areas has been found. And the rabies virus isolates grouped into clades were associated with unusual host species and no temporal variation was observed among the isolates
Resumo
Biochemical techniques were used to investigate the genetic variability in a Brangus-Ibage population by determining allele frequencies of 18 blood protein systems: Hemogloin beta-Chain (Hb), Albumin (Alb), Amylase (Am), Transferrin (Tf), Carbonic Anhydrase (CA), Ceruloplasmin (Cp), Malic Enzyme (ME), Diaphorase I and II (Dia I and Dia II), Slow Alpha 2 Macroglobulin (Ap), Acid Phosphatase (ACP), Esterase B and D (EstB and EstD), Phosphogluconate Dehydrogenase (PGD), Glucose-6-Phosphate Dehydrogenase (G-6-PD), Glucose-Phosphate-Isomerase (GPI), Superoxide Dismutase (SOD) and Glyoxalase I (GLO). The percentage of polymorphic loci were estimated at 0.27, the mean number of alleles was 1.33 and the mean heterozygosity was 0.07. There was a good agreement between expected and observed heterozygosity values. The population was in agreement with Hardy-Weinberg expectations in all systems. Reproductive records allowed to estimate three parameters of reproductive efficiency: mean age at first calving (1152.15 ± 166.60 days), mean calving interval (539.23 ± 124.10 days) and mean weight at first calving (391.02 ± 37.59kg). No relationship was found between reproductive efficiency and genetic systems.
Técnicas bioquímicas foram utilizadas para determinar a variabilidade genética numa população de bovinos da raça Brangus-Ibagé com relação a 18 sistemas protéicos sangüíneos: Hemoglobina - Cadeia beta (Hb), Albumina (Alb), Amilase (Am), Transferrina (Tf), Anidrase Carbônica (CA), Ceruloplasmina (Cp), Enzima Málica (ME), Diaforase I and II (Dia I and Dia II), Macroglobulina alfa2 lenta (Ap), Fosfatase Ácida (ACP), Esterase B and D (EstB and EstD), Fosfogliconato Desidrogenase (PGD), Glicose-6-Fosfato Desidrogenase (G-6-PD), Glicose-Fosfato-Isomerase (GPI), Superóxido Dismutase (SOD) e Glioxalase I (GLO). O percentual de locos polimórficos foi estimado em 0,27, o número médio de alelos foi 1,33 e a heterozigosidade média foi de 0,07. Houve boa concordância entre a heterozigosidade média observada e a esperada. A população apresentou-se em equilíbrio de Hardy-Weinberg em todos os sistemas. Também foram determinados três parâmetros de eficiência reprodutiva: idade média ao primeiro parto (1152,15 ± 166,60 dias), intervalo médio entre partos (539,23 ± 124,10 dias) e peso médio da vaca ao primeiro parto (391,02 ± 37,59kg). Não se encontrou nenhuma associação entre os polimorfismos protéicos e os parâmetros de eficiência reprodutiva.
Resumo
The Mantiqueira cattle has recently been considered a Brazilian native breed, resultant from one of the selection programs of the Instituto de Zootecnia for milk production on pasture. The characterization of genetic variability was accomplished by electrophoretic analysis of proteins. Some loci were chosen for showing alleles which appeared in specific frequencies or exclusive alleles in breeds belonging to groups Bos indicus and Bos taurus , such as CaZ, Pep-B1 e AlbC and alleles CaF e Pep-B3, respectively. To the Mantiqueira herd the respective frequencies of alleles HbA, HbB, CaS, CaF, Pep-B1, Pep-B2, Pep-B3 Am-I B, Am-Ic, AlbA , A!bB, TfA TfD and TfE were 0.962 ± 0.013 and 0.038 ± 0.013; 0.890 ± 0.022 and 0.110 ± 0.022; 0.118 ± 0.023, 0.818 ± 0.026 and 0.064 ± 0.015; 0.547 ± 0.033 and 0.453 ± 0.033; 0.897 ± 0.021 and 0.103 ± 0.021; 0.256 ± 0.029, 0.573 ± 0.030 and 0.171 ± 0.024. The values of P, PA, Ap e H, that express the genetic variability in the loci Hb, CA, Pep-B, PGD, SOD, Am-I, Alb and Tf were the following: 0.750; 0.8890; 2.3 and 0.1814 ± 0.0683. These high values obtained from Mantiqueira herd when compared to European breeds suggest that this herd displays a remarkable potential for selection and improvement programs. Besides, the non occurrence of specific zebu alleles in the studied herd suggest that, if existed, they were replaced by Holstein aleles many deca
O bovino Mantiqueira é atualmente considerado uma raça nativa brasileira, resultante de um dos programas de seleção do Instituto de Zootecnia para produção de leite a pasto. A caracterização da variabilidade foi realizada através de análises eletroforéticas. Alguns sistemas protéicos foram escolhidos por apresentarem determinados alelos que ocorrem em freqüências específicas, ou alelos exclusivos de raças pertencentes aos grupos Bos indicus eBos taurus, tais como os alelos Caz e Albc e os alelos Caf e Pep-B3, respectivamente. Para o rebanho Mantiqueira, as respectivas freqüências dos alelos HbA, Hbh, Cas, Caf, Pep- B1, Pep-B2, Pep-B3, Am-IB, Am-Ic, AlbA , AlbB, TfA, TfD TfEforam 0,962 ± 0,013 e 0,038 ± 0,013; 0,890 ± 0,022 e 0,110 ± 0,022; 0,118 ± 0,023, 0,818 ± 0,026 e 0,064 ± 0,015; 0,547 ± 0,033 e 0,453 ± 0,033; 0,897 ± 0,021 e 0,103 ± 0,021; 0,256 ± 0,029; 0,573 ± 0,030 e 0,171 ± 0,024. Os valores de P, Pa, Ap e H, que expressam a variabilidade genética existente nos Iocos da Hb, CA, Pep-B, PGD, SOD, Am-I, Alb e Tf, foram os seguintes: 0,750; 0,8890; 2,3 e 0,1814 ± 0,0683. Esses altos valores obtidos no rebanho Mantiqueira, quando comparados com as raças européias, sugerem que esse rebanho apresenta um grande potencial para programas de seleção e melhoramento. Além disso, a não ocorrência de alelos específicos zebuínos no rebanho estudado sugere que, se originalmente presen
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Biochemical techniques were used to investigate the genetic variability in a Brangus-Ibage population by determining allele frequencies of 18 blood protein systems: Hemogloin beta-Chain (Hb), Albumin (Alb), Amylase (Am), Transferrin (Tf), Carbonic Anhydrase (CA), Ceruloplasmin (Cp), Malic Enzyme (ME), Diaphorase I and II (Dia I and Dia II), Slow Alpha 2 Macroglobulin (Ap), Acid Phosphatase (ACP), Esterase B and D (EstB and EstD), Phosphogluconate Dehydrogenase (PGD), Glucose-6-Phosphate Dehydrogenase (G-6-PD), Glucose-Phosphate-Isomerase (GPI), Superoxide Dismutase (SOD) and Glyoxalase I (GLO). The percentage of polymorphic loci were estimated at 0.27, the mean number of alleles was 1.33 and the mean heterozygosity was 0.07. There was a good agreement between expected and observed heterozygosity values. The population was in agreement with Hardy-Weinberg expectations in all systems. Reproductive records allowed to estimate three parameters of reproductive efficiency: mean age at first calving (1152.15 ± 166.60 days), mean calving interval (539.23 ± 124.10 days) and mean weight at first calving (391.02 ± 37.59kg). No relationship was found between reproductive efficiency and genetic systems.
Técnicas bioquímicas foram utilizadas para determinar a variabilidade genética numa população de bovinos da raça Brangus-Ibagé com relação a 18 sistemas protéicos sangüíneos: Hemoglobina - Cadeia beta (Hb), Albumina (Alb), Amilase (Am), Transferrina (Tf), Anidrase Carbônica (CA), Ceruloplasmina (Cp), Enzima Málica (ME), Diaforase I and II (Dia I and Dia II), Macroglobulina alfa2 lenta (Ap), Fosfatase Ácida (ACP), Esterase B and D (EstB and EstD), Fosfogliconato Desidrogenase (PGD), Glicose-6-Fosfato Desidrogenase (G-6-PD), Glicose-Fosfato-Isomerase (GPI), Superóxido Dismutase (SOD) e Glioxalase I (GLO). O percentual de locos polimórficos foi estimado em 0,27, o número médio de alelos foi 1,33 e a heterozigosidade média foi de 0,07. Houve boa concordância entre a heterozigosidade média observada e a esperada. A população apresentou-se em equilíbrio de Hardy-Weinberg em todos os sistemas. Também foram determinados três parâmetros de eficiência reprodutiva: idade média ao primeiro parto (1152,15 ± 166,60 dias), intervalo médio entre partos (539,23 ± 124,10 dias) e peso médio da vaca ao primeiro parto (391,02 ± 37,59kg). Não se encontrou nenhuma associação entre os polimorfismos protéicos e os parâmetros de eficiência reprodutiva.
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The Mantiqueira cattle has recently been considered a Brazilian native breed, resultant from one of the selection programs of the Instituto de Zootecnia for milk production on pasture. The characterization of genetic variability was accomplished by electrophoretic analysis of proteins. Some loci were chosen for showing alleles which appeared in specific frequencies or exclusive alleles in breeds belonging to groups Bos indicus and Bos taurus , such as CaZ, Pep-B1 e AlbC and alleles CaF e Pep-B3, respectively. To the Mantiqueira herd the respective frequencies of alleles HbA, HbB, CaS, CaF, Pep-B1, Pep-B2, Pep-B3 Am-I B, Am-Ic, AlbA , A!bB, TfA TfD and TfE were 0.962 ± 0.013 and 0.038 ± 0.013; 0.890 ± 0.022 and 0.110 ± 0.022; 0.118 ± 0.023, 0.818 ± 0.026 and 0.064 ± 0.015; 0.547 ± 0.033 and 0.453 ± 0.033; 0.897 ± 0.021 and 0.103 ± 0.021; 0.256 ± 0.029, 0.573 ± 0.030 and 0.171 ± 0.024. The values of P, PA, Ap e H, that express the genetic variability in the loci Hb, CA, Pep-B, PGD, SOD, Am-I, Alb and Tf were the following: 0.750; 0.8890; 2.3 and 0.1814 ± 0.0683. These high values obtained from Mantiqueira herd when compared to European breeds suggest that this herd displays a remarkable potential for selection and improvement programs. Besides, the non occurrence of specific zebu alleles in the studied herd suggest that, if existed, they were replaced by Holstein aleles many deca
O bovino Mantiqueira é atualmente considerado uma raça nativa brasileira, resultante de um dos programas de seleção do Instituto de Zootecnia para produção de leite a pasto. A caracterização da variabilidade foi realizada através de análises eletroforéticas. Alguns sistemas protéicos foram escolhidos por apresentarem determinados alelos que ocorrem em freqüências específicas, ou alelos exclusivos de raças pertencentes aos grupos Bos indicus eBos taurus, tais como os alelos Caz e Albc e os alelos Caf e Pep-B3, respectivamente. Para o rebanho Mantiqueira, as respectivas freqüências dos alelos HbA, Hbh, Cas, Caf, Pep- B1, Pep-B2, Pep-B3, Am-IB, Am-Ic, AlbA , AlbB, TfA, TfD TfEforam 0,962 ± 0,013 e 0,038 ± 0,013; 0,890 ± 0,022 e 0,110 ± 0,022; 0,118 ± 0,023, 0,818 ± 0,026 e 0,064 ± 0,015; 0,547 ± 0,033 e 0,453 ± 0,033; 0,897 ± 0,021 e 0,103 ± 0,021; 0,256 ± 0,029; 0,573 ± 0,030 e 0,171 ± 0,024. Os valores de P, Pa, Ap e H, que expressam a variabilidade genética existente nos Iocos da Hb, CA, Pep-B, PGD, SOD, Am-I, Alb e Tf, foram os seguintes: 0,750; 0,8890; 2,3 e 0,1814 ± 0,0683. Esses altos valores obtidos no rebanho Mantiqueira, quando comparados com as raças européias, sugerem que esse rebanho apresenta um grande potencial para programas de seleção e melhoramento. Além disso, a não ocorrência de alelos específicos zebuínos no rebanho estudado sugere que, se originalmente presen
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Vírus da raiva provenientes de 23 morcegos de espécies hematófagas, frugívoras e insetívoras foram caracterizados geneticamente pelo seqüenciamento completo da região que codifica a nucleoproteína N. A análise filogenética das seqüências, incluindo lyssavirus e isolados de morcegos do Chile e Estados Unidos, mostrou que os diferentes isolados do vírus da raiva foram de modo geral segregados em quatro grupos genéticos distintas: morcegos hematófagos, morcegos insetívoros 1, 2 e 3. Os morcegos insetívoros 1 constituiram-se por isolados de Eptesicus furinalis: BR-EF1, BR-EF2, BREF3, BR-EF-4, BR-EA1 e BR-NL2; os morcegos insetívoros 2 consistiram de isolados de Molosssus spp: BR-MM1, BR-MM2 e BR- MA1 e os morcegos insetívoros 3 isolados de Nictinomops laticaudatus: BR-NL1 e BR-NL3. A homologia de nucleotídeos entre cada grupo de morcegos insetívoros 1, 2 e 3 foi maior que 99%, 97% e 99%, respectivamente. O grupo de morcegos hematófagos foi representado pelos isolados de: 3 morcegos hematófagos Desmodus rotundus (BR-DR1, BR-DR2 e BR-DR3); 5 morcegos frugívoros Artibeus lituratus BR-AL1, BR-AL2, BR-AL3, BR-AL4 e Artibeus planirostris BRAP1; 2 morcegos insetívoros (BR-MR1 e BR-EA2) e 2 de espécies não identificadas (BR-BAT1 e BR-BAT2). Entre as amostras seqüenciadas foram selecionadas cinco (BR-EF1, BR-NL1, BR-AL3, BR-MM1, BR-DR1) e um isolado de cão (BR-C) para os estudos de patogenicidade em camundongos albinos suíços inoculados pela vias intracerebral (IC) e intramuscular (IM). Todas as amostras quando inoculadas em camundongos pela via IC apresentaram-se patogênicas, provocando a morte dos mesmos num período de 4 a 14 dias pós-inoculação. No entanto, 500DLIC50 das mesmas amostras inoculadas pela via IM levaram a uma mortalidade de camundongos de: 60% (BR-DR1); 50% (BR-C, BR-NL); 40% (BR- AL3); 9,5% (BR-MM1); 5,2% (BR-EF10). As mesmas amostras foram utilizadas para a verificação de proteção cruzada, conferida por vacina comercial de uso animal, de camundongos que receberam uma ou duas doses de vacina pela via subcutânea (SC) e desafiados pelas vias IC e IM. Camundongos inoculados com duas doses de vacina foram protegidos quando desafiados pela via IC, com todas as amostras testadas. Quando os camundongos receberam uma dose da mesma vacina houve proteção parcial daqueles desafiados com as amostras de vírus PV e BR-C. Houve proteção de 100% dos camundongos desafiados pela via IM, com exceção daqueles vacinados com uma dose de vacina e desafiados com a amostra PV que apresentaram um índice de 66% de sobreviventes. Os resultados indicam a possibilidade de existir variantes do vírus da raiva espécies específicas circulando em morcegos. Sugerem ainda, que espécies de morcegos hematófagos, frugívoros e insetívoros compartilham o mesmo polimorfismo de vírus. A vacina comercial contra a raiva contendo vírus inativado e de uso veterinário protegeu os camundongos contra o desafio com as diferentes amostras testadas, sugerindo que as vacinas usualmente utilizadas são efetivas no tratamento profilático da raiva transmitida por morcegos, apesar da marcada diferença de neurovirulência dos diferentes isolados quando inoculados em camundongos pela via IM
Twenty-three rabies viruses isolated from hematophagous, frugivorous and insectivorous bats were characterized genetically by complete sequencing of the region coding the nucleoprotein N. The phylogenetic analysis of the sequences, including the lyssavirus and the bat isolates from Chile and USA revealed that the isolates were segregated into four distinct genetic lineages: those related to the vampire bats and to the insectivorous bats 1, 2 and 3. The isolates related to the insectivorous bats 1 were from the Eptesicus furinalis: BR-EF1, BR- EF2, BREF3, BR-EF-4, BR-EA1 e BR-NL2; those of the insectivorous bats2 included the isolates from Molosssus spp: BR-MM1, BR-MM2 and BR-MA1 and the group 3, by the isolates from the Nictinomops laticaudatus: BR-NL1 and BR-NL3. The homology among each group of the insectivorous bats 1, 2 and 3 were greater than 99%, 97% and 99%, respectively. The lineage related to vampire bats was represented by three isolates from the D. rotundus (BR-DR1, BR-DR2 e BR-DR3); five from the fruit bats Artibeus lituratus (BR-AL1, BR-AL2, BR-AL3, BR-AL4) and Artibeus planirostris (BRAP1); two from insectivorous bats (BR-MR1 and BR-EA2) and two from unidentified species (BR-BAT1 and BR-BAT2). Among the sequenced amples, five bat isolates (BR-EF1, BR-NL1, BR-AL3, BR-MM1, BR- DR1) and one dog isolate (BR-C) were selected for the study of their pathogenicity in Swiss mice, inoculating through intracerebral (IC) and intramuscular (IM) routes. All the isolates, when inoculated via IC, were pathogenic, provoking death in 4 - 14 post inoculation days. However, mice inoculated with 500ICLD50 of the same isolates through IM route were found with different death rates: 60.0% (BR-DR1); 50.0% (BR-C, BR-NL); 40.0% (BR-AL3); 9.5% (BR-MM1) and 5.2% (BR-EF10). The same isolates were used for the assessment of cross protection conferred by a commercial vaccine of veterinary use. The mice were vaccinated subcutaneously, receiving either one or two shots of vaccine, and challenged through IC and IM routes. Mice receiving two shots were protected against all the isolates, when challenged intracerebrally. Mice receiving one shot were found only partially protected against the challenge with the fixed PV strain and BR-C isolate. Mice challenged intramuscularly showed 100.0% of protection, with the exception of those vaccinated with one dose and challenged with PV strain, which were found with 66.0% of survivors. These results indicate the possibility of the existence of rabies virus variants circulating in different species of bat population. The data also suggest that the vampires, frugivorous and insectivorous bats share the same lineage of rabies viruses. The commercial vaccine has protected the mice against the challenge with different rabies virus isolates, suggesting that the vaccines usually employed in the field are effective, although some marked difference in neurovirulence by IM inoculation was found among the isolates tested
Resumo
O Circovírus suíno tipo 2 (PCV-2) pertence ao gênero Circovirus da família Circoviridae. É considerado vírus emergente, tendo sido associado, principalmente, à Síndrome de Refugagem Multissistêmica dos suínos (SRM). O genoma circular é composto por: (i) ORF-1 que codifica a proteína replicativa; (ii) ORF-2 que codifica a proteína estrutural formadora do capsídeo, (iii) região não codificadora que intercala as ORF-1 e 2 e contem a origem da replicação, denominada IGS-1 e (iv) região que intercala as ORF-1 e 2, denominada IGS-2. Oito amostras, denominadas amostras completas, tiveram mais de 1705 nucleotídeos seqüenciados (945 da ORF-1, 699 da ORF-2, 20 da IGS-1 e 39 da IGS-2); duas amostras tiveram em média 1692 nucleotídeos seqüenciados (945 da ORF-1 e 699 da ORF-2, os restantes correspondem às regiões IGS-1 e 2); uma amostra teve 1392 nucleotídeos seqüenciados (945 da ORF-1, 414 da ORF-2, 9 da IGS-1 e 24 da IGS-2) e nove amostras tiveram em média 970 nucleotídeos seqüenciados (196 da ORF-1 e 699 da ORF-2, os restantes correspondem às regiões IGS-1 e 2). Portanto, a partir dessas 20 amostras em estudo, foram obtidas: (i) oito amostras completas; (ii) 11 seqüências completas de ORF-1 e (iii) 19 seqüências completas de ORF-2, as quais foram analisadas. A identidade de nucleotídeo variou de: (i) 99,7% a 100% entre as oito amostras completas; (ii) 99,3% a 100% entre as 11 seqüências completas de ORF-1 e (iii) 91,9% a 100% entre as 19 seqüências completas de ORF-2. A topologia das árvores genealógicas utilizando as oito seqüências completas e as 11 seqüências completas de ORF-1 foi similar, agrupando todas as amostras em estudo em um só grupo denominado subtipo PCV-2a. Pela análise da genealogia da ORF-1 observou-se que todas as amostras agruparam-se com uma amostra de PCV-2 associada à Síndrome de Dermatite e Nefropatia suína (PDNS), formando um grupo separado das amostras de PCV-2 associadas à Síndrome de Refugagem Multissistêmicas dos suínos (SRM) e abortamento. A genealogia proposta para as 19 amostras que tiveram a ORF-2 seqüenciada, dividiu as amostras em dois grupos, sendo que 14 amostras agruparam-se num grupo denominado subtipo PCV-2a e 5 no subtipo PCV-2b. Os resultados mostraram a circulação de, pelo menos, dois subtipos de PCV-2 no Brasil
Porcine circovirus 2 belongs to Circovirus genus and Circoviridae family. It is considered an emerging virus being associated to Postweaning Multisystemic Wasting Syndrome (PMWS). The circular viral genome is formed by: (i) ORF-1 coding for the replicative associated proteins; (ii) ORF-2 encoding the structural proteins of the viral capsid; (iii) a non-coding intergenic sequence between ORF-1 and ORF-2 containing the replicative origin of the viral genome (IGS-1) and (iv) a second non-coding intergenic sequence between ORF-1 and ORF-2 (IGS-2). Eight samples, named complete sequences, had about 1705 nucleotides determined (945 from ORF-1, 699 from ORF-2, 20 from IGS-1 and 39 from IGS-2); two samples had about 1692 nucleotides sequenced (945 from ORF-1, 699 from ORF-2, and the rest from IGS-1 and 2); one sample had 1392 nucleotides sequenced (945 from ORF-1, 414 from ORF-2, 9 from IGS-1 and 24 from IGS-2) and nine samples had about 970 nucleotides sequenced (196 from ORF-1, 699 from ORF-2, and the rest from IGS-1 and 2). Therefore, from the 20 samples it was obtained: (i) eight complete sequences; (ii) 11 complete sequences of ORF-1 and (iii) 19 complete sequences of ORF-2. The identity at nucleotide level was from: (i) 99,7% to 100% among the eight complete sequences; (ii) 99,3% to 100% among the 11 sequences of ORF-1 and (iii) 91,9 to 100% among the 19 sequences of ORF-2. The topology of the tree generated by the ORF-1 analysis revealed a cluster formed by the Brazilian samples of PCV-2 and the samples associated to PDNS and another cluster formed by the PCV-2 associated to other syndromes. The genealogy presented for the 19 samples using the data from ORF-2 revealed the presence of two clusters, one of them formed by 14 samples named subtype PCV-2a and the other formed by 5 samples, named PCV-2b. The results demonstrated that, at least, two subtypes of PCV-2 circulate in Brazil
Resumo
Resumo: Vírus da raiva provenientes de 23 morcegos de espécies hematófagas, frugívoras e insetívoras foram caracterizados geneticamente pelo seqüenciamento completo da região que codifica a nucleoproteína N. A análise filogenética das seqüências, incluindo lyssavirus e isolados de morcegos do Chile e Estados Unidos, mostrou que os diferentes isolados do vírus da raiva foram de modo geral segregados em quatro grupos genéticos distintas: morcegos hematófagos, morcegos insetívoros 1, 2 e 3. Os morcegos insetívoros 1 constituiram-se por isolados de Eptesicus furinalis: BR-EF1, BR-EF2, BREF3, BR-EF-4, BR-EA1 e BR-NL2; os morcegos insetívoros 2 consistiram de isolados de Molosssus spp: BR-MM1, BR-MM2 e BR-MA1 e os morcegos insetívoros 3 isolados de Nictinomops laticaudatus: BR-NL1 e BR-NL3. A homologia de nucleotídeos entre cada grupo de morcegos insetívoros 1, 2 e 3 foi maior que 99%, 97% e 99%, respectivamente. O grupo de morcegos hematófagos foi representado pelos isolados de: 3 morcegos hematófagos Desmodus rotundus (BR-DR1, BR-DR2 e BR-DR3); 5 morcegos frugívoros Artibeus lituratus BR-AL1, BR-AL2, BR-AL3, BR-AL4 e Artibeus planirostris BRAP1; 2 morcegos insetívoros (BR-MR1 e BR-EA2) e 2 de espécies não identificadas (BR-BAT1 e BR-BAT2). Entre as amostras seqüenciadas foram selecionadas cinco (BR-EF1, BR-NL1, BR-AL3, BR-MM1, BR-DR1) e um isolado de cão (BR-C) para os estudos de patogenicidade em camundongos albinos suíços inoculados pela vias intracerebral (IC) e intramuscular (IM). Todas as amostras quando inoculadas em camundongos pela via IC apresentaram-se patogênicas, provocando a morte dos mesmos num período de 4 a 14 dias pós-inoculação. No entanto, 500DLIC50 das mesmas amostras inoculadas pela via IM levaram a uma mortalidade de camundongos de: 60% (BR-DR1); 50% (BR-C, BR-NL); 40% (BR-AL3); 9,5% (BR-MM1); 5,2% (BR-EF10). As mesmas amostras foram utilizadas para a verificação de proteção cruzada, conferida por vacina comercial de uso animal, de camundongos que receberam uma ou duas doses de vacina pela via subcutânea (SC) e desafiados pelas vias IC e IM. Camundongos inoculados com duas doses de vacina foram protegidos quando desafiados pela via IC, com todas as amostras testadas. Quando os camundongos receberam uma dose da mesma vacina houve proteção parcial daqueles desafiados com as amostras de vírus PV e BR-C. Houve proteção de 100% dos camundongos desafiados pela via IM, com exceção daqueles vacinados com uma dose de vacina e desafiados com a amostra PV que apresentaram um índice de 66% de sobreviventes. Os resultados indicam a possibilidade de existir variantes do vírus da raiva espécies específicas circulando em morcegos. Sugerem ainda, que espécies de morcegos hematófagos, frugívoros e insetívoros compartilham o mesmo polimorfismo de vírus. A vacina comercial contra a raiva contendo vírus inativado e de uso veterinário protegeu os camundongos contra o desafio com as diferentes amostras testadas, sugerindo que as vacinas usualmente utilizadas são efetivas no tratamento profilático da raiva transmitida por morcegos, apesar da marcada diferença de neurovirulência dos diferentes isolados quando inoculados em camundongos pela via IM
Resumo
O presente trabalho visou caracterizar a variabilidade genética e morfométrica de caprinos da raça Moxotó, dos estados da Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte e compara-los com três rebanhos da raça Anglo Nubiana. Onze variáveis de natureza quantitativas (longitude de cabeça, longitude do rosto, largura da cabeça, comprimento do corpo, perímetro torácico, altura da cernelha, altura da região sacra, largura da garupa, longitude da garupa, perímetro da canela e tamanho da orelha) foram investigadas um total de 313 animais adultos da raça Moxotó. Para a caracterização genética, foram coletadas 353 amostras sanguíneas de caprinos da raça Moxotó (326) e Anglo Nubiana (27), foram coletados inteiramente ao acaso. Esse estudo foi realizado com base em oito sistemas de proteínas eritrocitárias: hemoglobina (Hb), anidrase carbônica (CA), esterase D (Est-D), peptidase B (Pep-B), enzima málica (EM), DIAFORASE-i E DIAFORASE-ii (dia-i, dia-ii), proteína X (Px), e duas proteínas séricas: transferrina (Tf) e albumina (Alb), empregando-se análises de eletroforese convencional e focalização isoelétrica. Os resultados obtidos através das analises morfoestruturais, revelaram que os rebanhos da raça Moxotó, pertencentes aos diferentes estados estão se distanciando. Este fato pode ser explicado pela falta de interação entre os rebanhos dos diferentes estados e de monitoramentos adequado para os criadores. Com relação às análises genéticas, 80% dos locos investigados apresentaram-se polimórficos. Os locos da anidrase carbônica (CA) e peptidases-B (PEP-B) não apresentaram variabilidade, caracterizando-se como monomórficos. O teste de Fisher revela ou diferenças significativas entre rebanhos das raças Moxotó e Anglo Nubiana em relação às relações genéticas entre raças caprinas. O dendograma construído a partir de estimativas de freqüências alélicas com base nos oito locos polimórficos apresentou dois clusters principais: um agrupando todos os rebanhos da raça Moxotó, exceto um dos rebanhos de Ibimirim do estado de Pernambuco e, o outro, os três rebanhos da raça Anglo Nubiana. As maiores similaridades genéticas foram observadas entre animais pertencentes aos rebanhos de mesma raça e origem, cujas procedências estariam facilitando o fluxo gênico entre os mesmos, homogenizando as suas composições genéticas. O cruzamento entre reprodutores da raça Moxotó de diferentes estados poderia propiciar no aumento da variabilidade genética além de proporcionar um aumento do tamanho efetivo da população, favorecendo a conservação da raça Moxotó