Resumo
Dipyrone is an effective analgesic for managing moderate or severe postoperative pain and can be used alone for mild pain or in combination with other analgesics for any type of pain. This study aimed to examine the administration of dipyrone by continuous infusion (CI) as an adjuvant analgesic in the intraoperative period for bitches undergoing elective ovariohysterectomy (OH) and its effect on these patients' cardiorespiratory parameters. Twenty bitches underwent an elective OH procedure. The pre-anesthetic agent was a combination of acepromazine and morphine. Propofol was used to induce anesthesia, and isoflurane was used for maintenance. Subsequently, the animals were randomly allocated into two groups: the dipyrone group (DG) received a bolus dose of dipyrone (25 mg kg-1) by CI at a rate of 10 mg kg-1 h, and the control group (CG) received a bolus dose and a CI of 0.9% NaCl solution, both groups at a rate of 5 mL kg-1 h. The parametric variables were analyzed by ANOVA, followed by Tukey's test (p <0.05). The paired t-test (p <0.05) was used for comparison between the groups. Statistical differences were observed for heart rate, systolic, diastolic, and mean arterial pressure, respiratory rate, and blood glucose between the periods in both groups. There were differences only in the basal values of MAP between the groups; however, most values remained within the physiological range for the species. Using the drug as an adjuvant to anesthesia did not alter cardiorespiratory parameters, and it can be used as an adjuvant in analgesia during the intraoperative period of OH.(AU)
A dipirona é um analgésico eficaz para o manejo da dor pós-operatória moderada ou grave, podendo ser utilizada isoladamente em dores leves ou associada a outros analgésicos em qualquer tipo de dor. O presente estudo teve como objetivo avaliar a utilização de infusão contínua (IC) de dipirona no período transoperatório de cadelas submetidas à Ovariohisterectomia (OH) eletiva como adjuvante analgésico, avaliando seu efeito sobre parâmetros cardiorrespiratórios desses pacientes. Para o estudo, 20 cadelas foram submetidas ao procedimento de OH eletiva. A medicação pré-anestésica foi composta pela associação de acepromazina e morfina, seguida da indução com propofol e manutenção com isofluorano. Posteriormente, os animais foram alocados, aleatoriamente, em dois grupos: dipirona (GD), que receberam bolus de dipirona (25 mg kg-1) seguido da IC do fármaco na taxa de 10 mg kg-1 h, e grupo controle (GC), cujos animais receberam o bolus e IC de solução de NaCl 0,9%, ambos os grupos na velocidade de 5 mL kg-1 h. Variáveis paramétricas foram analisadas pela ANOVA seguida pelo teste de Tukey (p <0,05) e comparadas entre os grupos pelo teste t pareado (p <0,05). Foram observadas diferenças estatísticas entre os momentos em ambos os grupos em relação à FC, FR, PAS, PAM, PAD e glicemia. Entre os grupos, houve apenas diferenças nos valores basais de PAM, no entanto, a maioria dos valores manteve-se dentro da faixa considerada fisiológica para a espécie. A utilização do fármaco como adjuvante a anestesia não alterou os parâmetros cardiorrespiratórios, podendo ser utilizado como adjuvante na analgesia durante o transoperatório de OH.(AU)
Assuntos
Animais , Feminino , Cães , Dor Pós-Operatória , Ovariectomia/veterinária , Dipirona , Manejo da Dor , Analgésicos , AnestésicosResumo
Dipyrone (metamizole) is well-known for its powerful effect with central and peripheral activity. This meta-analysis involved articles published between 1973 and 2021, revealing that Brazil is the country which most published scientific articles relating the use of dipyrone in dogs, and this drug is widely recommended as an analgesic to control pain in cases of postoperative and cancer. Dipyrone is one of the favorite drugs used in small animal clinic in Brazil, and 12 commercial brands are available to use in dogs at doses among 25 to 50mg/kg for oral, intravenous and intramuscular administration. The effects of dipyrone may be potentiated when used in combination with other analgesic agents such as tramadol. In several studies, the occurrence of vomiting has been observed as an adverse effect, especially when the drug is used during surgical procedures, but metamizole has presented a low potential to cause gastric ulceration. The meta-analysis study of the use of dipyrone in dogs shows the clinical importance of this drug in Brazil, being an effective and safe medication, as long as it is used in the indicated dose of 25 mg/kg.
A dipirona (metamizol) é bem conhecida por seu poderoso efeito com atividade central e periférica. Esta meta-nálise envolveu estudos publicados entre os anos de 1973 a 2021, revelando que o Brasil é o país que mais publicou artigos científicos envolvendo o uso de dipirona em cães, sendo este fármaco amplamente recomendado como analgésico para controlar a dor em casos de câncer e dor pós-operatória. É um dos medicamentos preferidos da clínica médica de pequenos animais no Brasil. 12 marcas comerciais estão disponíveis para uso em cães em doses que variam de 25 a 50g para administração oral, intravenosa e intramuscular. Os efeitos da dipirona podem ser potencializados quando usada em combinação com outros analgésicos, como o tramadol. Em vários estudos, a ocorrência de vômito tem sido observada como efeito adverso, principalmente quando o medicamento é usado durante procedimentos cirúrgicos, mas tem baixo potencial para causar ulceração gástrica. O estudo de meta-análise do uso de dipirona em cães evidencia a importância do uso clínico deste fármaco no Brasil, sendo um medicamento eficaz e seguro para cães, desde que utilizada na dose indicada de 25 mg / kg.
Assuntos
Animais , Cães , Cães/fisiologia , Dipirona/administração & dosagem , Dipirona/farmacologiaResumo
Dipyrone (metamizole) is well-known for its powerful effect with central and peripheral activity. This meta-analysis involved articles published between 1973 and 2021, revealing that Brazil is the country which most published scientific articles relating the use of dipyrone in dogs, and this drug is widely recommended as an analgesic to control pain in cases of postoperative and cancer. Dipyrone is one of the favorite drugs used in small animal clinic in Brazil, and 12 commercial brands are available to use in dogs at doses among 25 to 50mg/kg for oral, intravenous and intramuscular administration. The effects of dipyrone may be potentiated when used in combination with other analgesic agents such as tramadol. In several studies, the occurrence of vomiting has been observed as an adverse effect, especially when the drug is used during surgical procedures, but metamizole has presented a low potential to cause gastric ulceration. The meta-analysis study of the use of dipyrone in dogs shows the clinical importance of this drug in Brazil, being an effective and safe medication, as long as it is used in the indicated dose of 25 mg/kg.(AU)
A dipirona (metamizol) é bem conhecida por seu poderoso efeito com atividade central e periférica. Esta meta-nálise envolveu estudos publicados entre os anos de 1973 a 2021, revelando que o Brasil é o país que mais publicou artigos científicos envolvendo o uso de dipirona em cães, sendo este fármaco amplamente recomendado como analgésico para controlar a dor em casos de câncer e dor pós-operatória. É um dos medicamentos preferidos da clínica médica de pequenos animais no Brasil. 12 marcas comerciais estão disponíveis para uso em cães em doses que variam de 25 a 50g para administração oral, intravenosa e intramuscular. Os efeitos da dipirona podem ser potencializados quando usada em combinação com outros analgésicos, como o tramadol. Em vários estudos, a ocorrência de vômito tem sido observada como efeito adverso, principalmente quando o medicamento é usado durante procedimentos cirúrgicos, mas tem baixo potencial para causar ulceração gástrica. O estudo de meta-análise do uso de dipirona em cães evidencia a importância do uso clínico deste fármaco no Brasil, sendo um medicamento eficaz e seguro para cães, desde que utilizada na dose indicada de 25 mg / kg.(AU)
Assuntos
Animais , Cães , Cães/fisiologia , Dipirona/administração & dosagem , Dipirona/farmacologiaResumo
ABSTRACT: The aim of this study was to evaluate the postoperative analgesic effect of protocols with and without the opioid methadone in dogs with intervertebral disc extrusion undergoing decompressive surgery. Sixteen paraplegic dogs with preserved nociception underwent hemilaminectomy/disc fenestration and were randomly assigned to two groups. The analgesic protocol consisted of methadone, meloxicam and dipyrone in Group I (G1), and meloxicam and dipyrone in Group II (G2). The animals were blindly assessed by two observers, using the visual analogue scale (VAS) and the short-form Glasgow Composite Measure Pain Scale (CMPS-SF). Assessments occurred every 2 hours during first 24 hours post-surgery, and every 4 hours afterwards. There was no statistical difference among groups regarding pain scores or analgesic rescues. Both analgesic protocols provided analgesia in the initial 48 hours postoperatively, demonstrating that opioids are not necessary in the postoperative period of dogs undergoing hemilaminectomy and disc fenestration.
RESUMO: O objetivo deste estudo foi avaliar a analgesia pós-operatória de protocolos com e sem o opioide metadona em cães com extrusão de disco intervertebral submetidos à descompressão cirúrgica. Dezesseis cães paraplégicos com presença de nocicepção foram submetidos à hemilaminectomia/fenestração de disco e distribuídos aleatoriamente em dois grupos. No Grupo I (G1), o protocolo analgésico consistiu em metadona, meloxicam e dipirona e, no Grupo II (G2), por meloxicam e dipirona. Os pacientes foram avaliados de maneira cega por dois avaliadores, com base na escala visual analógica (EVA) e na escala simplificada composta de dor de Glasgow (CMPS-SF). As avaliações ocorreram a cada 2 horas durante as primeiras 24 horas de pós-operatório e, por mais 24 horas, a cada 4 horas. Não houve diferença estatística entre os grupos avaliados em relação à escores de dor e nem a necessidade de resgate analgésico. Ambos os protocolos promoveram analgesia nas 48 horas iniciais de pós-operatório, demonstrando não haver a necessidade do uso de opioide em cães submetidos à hemilaminectomia e fenestração de disco.
Resumo
The aim of this study was to evaluate the postoperative analgesic effect of protocols with and without the opioid methadone in dogs with intervertebral disc extrusion undergoing decompressive surgery. Sixteen paraplegic dogs with preserved nociception underwent hemilaminectomy/disc fenestration and were randomly assigned to two groups. The analgesic protocol consisted of methadone, meloxicam and dipyrone in Group I (G1), and meloxicam and dipyrone in Group II (G2). The animals were blindly assessed by two observers, using the visual analogue scale (VAS) and the short-form Glasgow Composite Measure Pain Scale (CMPS-SF). Assessments occurred every 2 hours during first 24 hours post-surgery, and every 4 hours afterwards. There was no statistical difference among groups regarding pain scores or analgesic rescues. Both analgesic protocols provided analgesia in the initial 48 hours postoperatively, demonstrating that opioids are not necessary in the postoperative period of dogs undergoing hemilaminectomy and disc fenestration.(AU)
O objetivo deste estudo foi avaliar a analgesia pós-operatória de protocolos com e sem o opioide metadona em cães com extrusão de disco intervertebral submetidos à descompressão cirúrgica. Dezesseis cães paraplégicos com presença de nocicepção foram submetidos à hemilaminectomia/fenestração de disco e distribuídos aleatoriamente em dois grupos. No Grupo I (G1), o protocolo analgésico consistiu em metadona, meloxicam e dipirona e, no Grupo II (G2), por meloxicam e dipirona. Os pacientes foram avaliados de maneira cega por dois avaliadores, com base na escala visual analógica (EVA) e na escala simplificada composta de dor de Glasgow (CMPS-SF). As avaliações ocorreram a cada 2 horas durante as primeiras 24 horas de pós-operatório e, por mais 24 horas, a cada 4 horas. Não houve diferença estatística entre os grupos avaliados em relação à escores de dor e nem a necessidade de resgate analgésico. Ambos os protocolos promoveram analgesia nas 48 horas iniciais de pós-operatório, demonstrando não haver a necessidade do uso de opioide em cães submetidos à hemilaminectomia e fenestração de disco.(AU)
Assuntos
Animais , Cães , Período Pós-Operatório , Cães/cirurgia , Analgesia , Disco Intervertebral , DipironaResumo
The aim of this study was to evaluate the postoperative analgesic effect of protocols with and without the opioid methadone in dogs with intervertebral disc extrusion undergoing decompressive surgery. Sixteen paraplegic dogs with preserved nociception underwent hemilaminectomy/disc fenestration and were randomly assigned to two groups. The analgesic protocol consisted of methadone, meloxicam and dipyrone in Group I (G1), and meloxicam and dipyrone in Group II (G2). The animals were blindly assessed by two observers, using the visual analogue scale (VAS) and the short-form Glasgow Composite Measure Pain Scale (CMPS-SF). Assessments occurred every 2 hours during first 24 hours post-surgery, and every 4 hours afterwards. There was no statistical difference among groups regarding pain scores or analgesic rescues. Both analgesic protocols provided analgesia in the initial 48 hours postoperatively, demonstrating that opioids are not necessary in the postoperative period of dogs undergoing hemilaminectomy and disc fenestration.(AU)
O objetivo deste estudo foi avaliar a analgesia pós-operatória de protocolos com e sem o opioide metadona em cães com extrusão de disco intervertebral submetidos à descompressão cirúrgica. Dezesseis cães paraplégicos com presença de nocicepção foram submetidos à hemilaminectomia/fenestração de disco e distribuídos aleatoriamente em dois grupos. No Grupo I (G1), o protocolo analgésico consistiu em metadona, meloxicam e dipirona e, no Grupo II (G2), por meloxicam e dipirona. Os pacientes foram avaliados de maneira cega por dois avaliadores, com base na escala visual analógica (EVA) e na escala simplificada composta de dor de Glasgow (CMPS-SF). As avaliações ocorreram a cada 2 horas durante as primeiras 24 horas de pós-operatório e, por mais 24 horas, a cada 4 horas. Não houve diferença estatística entre os grupos avaliados em relação à escores de dor e nem a necessidade de resgate analgésico. Ambos os protocolos promoveram analgesia nas 48 horas iniciais de pós-operatório, demonstrando não haver a necessidade do uso de opioide em cães submetidos à hemilaminectomia e fenestração de disco.(AU)
Assuntos
Animais , Cães , Período Pós-Operatório , Cães/cirurgia , Analgesia , Disco Intervertebral , DipironaResumo
O entendimento da sensibilidade dos animais à dor faz com que se busquem formas de tratá-los, optando-se sempre pelos meios mais acessíveis, rápidos e menos invasivos. Neste intuito, esta tese consiste em três capítulos que abordam a temática de analgesia e bem-estar animal vinculado ao uso da dipirona, também denominado metamizol. O primeiro capítulo consta de uma revisão de literatura acerca da dor e uso da dipirona em coelhos, ressaltando-se os mecanismos de nocicepção, dor, neurotransmissores de ação excitatória e inibitória, sinais clínicos e o reconhecimento desta através de escalas. O segundo capítulo é apresentado como artigo científico, onde administrou-se dipirona, pela via peridural, na dose de 1 mg/kg, e realizaram-se avaliações clínicas, neurológicas e histopatológicas, demonstrando que a dipirona, na dose proposta, mostrou-se segura do ponto de vista neurológico e sistêmico em leporídeos. O terceiro capítulo trata-se de um relato de caso sobre intoxicação aguda de dipirona por via epidural em três coelhos, nas doses de 50, 20 e 5 mg/kg. Após a aplicação do fármaco dois animais que foram submetidos às maiores doses tiveram reações clínicas que culminaram em óbito em até 50 minutos, sendo realizada a necropsia imediatamente após a confirmação do óbito. O terceiro animal submetido à dose de 5 mg/kg apresentou inicialmente prurido, limitação dos movimentos dos membros pélvicos, sem alteração da sensibilidade dolorosa, contrações abdominais e defecação. Após uma hora da aplicação da dipirona o animal obteve recuperação da sensibilidade dolorosa, no entanto o mesmo demonstrou paralisia permanente dos membros pélvicos. Sugere-se que a dipirona em doses acima de 5 mg/kg por via epidural cause neurotoxicidade, sendo seu uso contraindicado em coelhos. Desta forma, concluímos que o uso de analgésicos em animais de experimentação proporciona bem-estar animal, bem como, resultados mais confiáveis às pesquisas realizadas, sendo a dipirona um fármaco de ampla utilização para o tratamento da dor em animais de laboratório, tendo segurança farmacológica nas doses de 20 a 50 mg/kg quando aplicada pelas vias oral ou intravenosa. Na dose de 1 mg/kg de dipirona via epidural não foram observadas alterações clínicas e histopatológicas, sendo esta dose, proposta para novos estudos de ação analgésica do fármaco.
Understanding the sensitivity of animals to pain makes us to seek ways to treat them, always choosing the most accessible, fast and least invasive means. In this sense, this thesis consists of three chapters that approach the subject of analgesia and animal welfare linked to the use of dipyrone, also called metamizole. The first chapter consists of a review of the literature on pain and use of dipyrone in rabbits, emphasizing the mechanisms of nociception, pain, neurotransmitters of excitatory and inhibitory action, clinical signs and the recognition of this through scales. The second chapter contains a scientific paper, where the dose of 1 mg/kg were administered in the epidural route and clinical, neurological and histopathological evaluations were performed, demonstrating that dipyrone at the proposed dose was safe from the neurological and systemic point of view in leporidae. The third chapter report a case on acute epidural dipyrone intoxication in three rabbits at doses of 50, 20 and 5 mg/kg. After the application of the drug two animals that were submitted to the highest doses had clinical reactions that culminated in death in up to 50 minutes, and necropsy was performed immediately after confirmation of death. The third animal submitted to the dose of 5 mg/kg initially presented pruritus, limited movement of pelvic limbs without alteration of pain sensitivity, abdominal contractions and defecation. After an hour of application of the dipyrone the animal obtained recovery of pain sensitivity, however the same demonstrated permanent paralysis of the pelvic limbs. It is suggested that dipyrone at epidural doses above 5 mg / kg causes neurotoxicity and is contraindicated in rabbits. In this way, we conclude that the use of analgesics in experimental animals provides animal welfare, as well as, more reliable results to the researches carried out, being dipyrone a widely used drug for the treatment of pain in laboratory animals, having pharmacological safety in the doses of 20 to 50 mg/kg when applied by the oral or intravenous routes. At the dose of 1 mg / kg of dipyrone via epidural, clinical and histopathological changes were not observed, and this dose was proposed for new studies of analgesic action of the drug.
Resumo
A dipirona é um fármaco analgésico não-opioide bastante utilizado na clínica de felinos. Contudo, as doses recomendadas para esta espécie são variáveis, acreditando-se que possa causar efeitos adversos. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos do uso de dipirona e tramadol durante 5 dias consecutivos sobre a dor pós-operatória, os parâmetros hematológicos, bioquímicos e marcadores do status oxidativos sobre os eritrócitos. Foram utilizadas 28 gatas adultas, sem raça definida consideradas saudáveis. Após 3 dias de adaptação, as gatas foram submetidas à ovariohisterectomia eletiva por celiotomia e alocadas aleatoriamente em 4 grupos de 7 animais cada, de acordo com o tratamento pós-operatório administrado por 5 dias: Controle (1 ml via IV, 8/8h), DIP1 (dipirona IV, 24h), DIP2 (dipirona IV, 12/12h) e DIP3 (dipirona IV, 8/8h). Tramadol (2 mg/kg 8/8h) também foi administrado a todos os animais. A dor pós-operatória foi avaliada utilizando as escalas Visual Analógica (EVA), multidimensional da UNESP para dor em gatos (EUNESP) e Composta de Glasgow para dor em gatos (EGLASGOW) no terceiro dia de adaptação (basal) e 3, 6, 12, 24, 36 e 48 horas após a extubação. Sangue venoso foi coletado diariamente por 5 dias, e no 10° dia após a cirurgia, para a determinação do percentual de corpúsculos de Heinz (CH) e hemograma completo. Creatinina séria (C), ureia (U), aspartato aminotransferase (AST), albumina foram avaliados antes da cirurgia e 5 e 10 dias após; a atividade das enzimas superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT), mieloperoxidase (MPO) e a peroxidação lipídica foram avaliados antes da cirurgia, no 5º e 10º dias após o procedimento. Os parâmetros de estresse oxidativo também foram mensurados no 3º dia após a cirurgia. O grupo controle apresentou escores de dor superiores ao grupo DIP3 pela EUNESP, e superiores a DIP2 e DIP3 pela EVA 3 horas após a cirurgia. Resgate analgésico foi realizado 3 horas após a cirurgia no grupo controle e DIP1 e às 6 horas após a cirurgia em animais de DIP2, respectivamente. A atividade de SOD, CAT e MPO foi similar entre os grupos, exceto no 5º dia, quando MPO foi significativamente mais ativa em DIP2 do que DIP3. A lipoperoxidação foi semelhante entre os tratamentos e o grupo controle. A concentração de plaquetas, leucócitos, volume corpuscular médio, concentração de hemoglobina corpuscular média permaneceram constantes ao longo de todo o período de estudo e similares entre os grupos nos tempos avaliados. Apesar de o percentual de corpúsculos de Heinz não ter sido alterado ao longo do tempo em cada grupo, DIP1 apresentou percentual de CH significativamente maior do que o controle e menor do que DIP2 e DIP3 no 10º dia. A concentração de C, U, AST e albumina foi semelhante entre os grupos e os tempos avaliados. Os resultados obtidos neste trabalho sugerem que a administração de dipirona é bem tolerada em gatos na dose de 25 mg/kg mesmo quando utilizada juntamente com tramadol e permitem concluir que seu uso foi seguro em gatas saudáveis submetidas à ovariohisterectomia eletiva, mesmo quando administrada a cada 8 horas.
Metamizole is a non-opioid analgesic drug widely used in feline medicine. However, the recommended doses for this species are variable as this drug is believed to cause adverse effects. The aim of this study was to evaluate the effects of metamizole and tramadol used for five consecutive days on postoperative pain, hematological and biochemical parameters, and oxidative status markers on erythrocytes. Twenty-eight adult female cats were considered healthy were enrolled in the study. After 3 days of adaptation, cats were submitted to elective ovariohysterectomy by celiotomy and randomly allocated to 4 groups of 7 animals each, according to the postoperative treatment administered for 5 days: Control (1 ml IV, 8/ 8h), DIP1 (metamizole IV, 24h), DIP2 (metamizole IV, 12/ 12h) and DIP3 (metamizole IV, 8/ 8h). All animals also received tramadol (2 mg/kg 8/8h). Postoperative pain was evaluated using the Visual Analogue (EVA), multidimensional UNESP (EUNESP) and Glasgow Composite pain scales for cats (EGLASGOW) on the third day of adaptation (baseline) and 3, 6, 12, 24, 36 and 48 hours after extubation. Venous blood was collected daily for 5 days, and on the 10th day after surgery, to determine the percentage of Heinz body (HB) and complete blood count. Serum creatinine (C), urea (U), aspartate aminotransferase (AST) and albumin were evaluated pre-surgery and on 5th and 10th days after the procedure; superoxide dismutase (SOD), catalase (CAT), myeloperoxidase (MPO) and lipoperoxidation were evaluated before surgery and on the 3rd, 5th, and 10th, days after the procedure. Stress oxidative parameters were also assessed on 3rd day after surgery. Control group presented higher pain scores than the DIP3 by EUNESP, and higher than DIP2 and DIP3 by EVA 3 hours after surgery. Rescue analgesia was performed at 3 hours postoperative in control and DIP1 groups and at 6 hours after surgery in one animal in DIP2. The activity of SOD, CAT and MPO was similar between groups, except on day 5, when MPO was significantly more active in DIP2 than DIP3. Lipoperoxidation was similar among the treatments and the control group. The concentration of platelets, leukocytes, mean corpuscular volume, mean corpuscular hemoglobin concentration remained constant throughout the study period and similar among the groups at the times evaluated. Although the percentage of Heinz bodies had not been altered over time in each group, DIP1 presented a percentage of HB significantly higher than the control and lower than DIP2 and DIP3 on the 10th day. C, U, AST and albumin were similar among groups and times evaluated. The results obtained in this work suggest that the administration of metamizole is well tolerated in cats at the dose of 25 mg/ kg even when used in combination with tramadol, allowing to conclude that its use was safe in healthy cats submitted to elective surgery, even when administered every 8 hours.
Resumo
A dipirona é um analgésico eficaz para o manejo da dor pós-operatória moderada ou grave, podendo ser utilizado isoladamente em dores leves ou associado a outros analgésicos em qualquer tipo de dor, gerando diversos benefícios ao paciente. O presente estudo teve como objetivo avaliar os parâmetros cardiorrespiratórios no transoperatório, além da analgesia no período trans e pós-operatório de cadelas que receberam infusão contínua (IC) de dipirona. Para o estudo, 20 cadelas foram submetidas ao procedimento de Ovariohisterectomia eletiva. A medicação pré- anestésica foi composta pela associação de acepromazina e morfina, seguida da indução com propofol e manutenção com isofluorano. Posteriormente, os animais foram alocados, aleatoriamente, em dois grupos: dipirona (GD), que receberam bolus de dipirona (25 mg/kg) seguido da IC do fármaco na taxa de 10 mg/kg/h, e grupo controle (GC), cujos animais receberam o bolus e IC de solução de NaCl 0,9%, ambos os grupos na velocidade de 5 mL/kg/h. Variáveis paramétricas foram analisadas pela ANOVA seguida pelo teste de Tukey (p<0,05) e comparadas entre os grupos pelo teste t pareado. Variáveis não paramétricas foram analisadas pelo teste de Friedman seguido pelo teste de Dunns. Entre os grupos, essa avaliação foi realizada pelo teste de Mann-Whitney (p<0,05). Foram observadas diferenças estatísticas entre os momentos em ambos os grupos em relação à FC, f, PAS, PAM, PAD, PPT, glicemia, neutrófilos segmentados e linfócitos. Entre os grupos, houve apenas diferenças nos valores basais de PAM, número de eosinófilos, de neutrófilos segmentados e tempos cirúrgicos. No entanto, a maioria dos valores manteve-se dentro da faixa considerada fisiológica para a espécie. As avaliações da analgesia pós-operatória foram realizadas por um período de 24h, utilizando a Escala Composta de Dor de Glasgow e a Escala da Universidade de Melbourne, não sendo observadas diferenças entre os grupos. A utilização do fármaco como adjuvante a anestesia não alterou os parâmetros cardiorrespiratórios, nem os exames hematológicos realizados. A analgesia pósoperatória foi semelhante entre os grupos.
Dipyrone is an effective analgesic for the management of moderate or severe postoperative pain, can be used alone in mild pain or associated with other analgesics in any type of pain, generating several benefits to the patient. The present study aimed to evaluate cardiorespiratory parameters in the intraoperative period, and analgesia in the trans and postoperative period, in dogs receiving constant rate infusion (CRI) of dipyrone. For the study, 20 canine females were submitted to elective ovariohysterectomy procedure. The preanesthetic medication was composed by the association of acepromazine and morphine, followed by induction with propofol and maintenance with isoflurane. Afterwards, the animals were divided randomly into two groups: dipyrone (GD), who received dipyrone boluses (25 mg/kg) intravenous, followed by the CRI of the drug at the rate of 10 mg/kg/h, and control group (CG), whose animals received the bolus and IC of 0.9% NaCl solution, both groups at a rate of 5 mL/kg/h. Variables with normal distribution were evaluated by ANOVA followed by the Tukey test (p<0,05) and compared between groups by paired t-test. Nonparametric variables were analyzed by Friedman test followed by Dunn's test. Among the groups, this evaluation was performed by the Mann-Whitney test (p<0,05). Statistical differences were observed between time points in both groups regarding HR, f, SBP, MBP, DBP, PPT, glycaemia, segmented neutrophils and lymphocytes. Among these two groups, there were only differences in baseline MBP, number of eosinophils, segmented neutrophils and surgical times. However, most values remained within the physiological range considered for the species. The postoperative analgesia assessments were performed for a period of 24 hours, using Glasgow Composite Pain Scale and Range of the University of Melbourne, no differences were observed between groups. The use of the drug as an adjunct to anesthesia did not alter the cardiorespiratory parameters, Nor haematological examinations performed. Postoperative analgesia was similar between the groups.
Resumo
Os AINE's são frequentemente empregados para o tratamento da dor aguda em gatos, porém, podem ser contraindicados pela propensão em causar efeitos adversos. A dipirona é um antigo analgésico não-opioide extensamente utilizado cujo mecanismo de ação ainda não foi completamente elucidado. O presente estudo prospectivo, randomizado e cego teve como objetivo avaliar o efeito analgésico e o mecanismo de ação via cicloxigenases (COX-1 e 2) da administração por via intravenosa (IV) de dipirona (12,5 mg/kg a cada 12 horas D12,5 ou 25 mg/kg a cada 24 horas D25) ou de meloxicam (0,1 mg/kg a cada 24 horas M) em gatas submetidas à ovariosalpingohisterectomia (OSH) eletiva. Trinta gatas (13 ± 5 meses e 2,7 ± 0,5 kg) foram avaliadas durante 24 horas após o início do tratamento a partir de ferramentas objetivas e subjetivas da dor. Medicação resgate com cloridrato de tramadol (2 mg/kg, IV) foi instituída quando escores 5 pela Escala Glasgow. A atividade das COX-1 e 2 foi avaliada a partir da mensuração das concentrações de tromboxano B2 (TXB2) e prostaglandina E2 (PGE2). Efeitos adversos foram registrados e exames laboratoriais, incluindo concentrações séricas de dimetilarginina simétrica (SDMA), foram realizados. As análises estatísticas foram efetuadas com o software GraphPad Prism versão 7.03. O grau de significância estabelecido para os testes foi de 5% (P < 0,05). Mudanças nos parâmetros fisiológicos cardiovasculares não foram clinicamente relevantes, porém as gatas do grupo M apresentaram aumento de frequência cardíaca em relação ao basal (P = 0,0331). A temperatura retal reduziu no momento T1h em todos os grupos (P = 0,0001). Houve um aumento da glicemia no momento T4h no grupo D25 (P = 0,0178) e em T1h no grupo M (P = 0,0205). Apesar de os escores de dor e sedação 9 não diferirem entre grupos, a escala analógica visual revelou aumento em T4h em relação ao basal no D12,5 (P = 0,0415) e os escores de sedação em T1h foram superiores ao basal em todos os tratamentos (P < 0,0001). Não houve diferença quanto ao resgate analgésico, porém duas gatas dos grupos D12,5 (20%) e M (20%) e quatro do D25 necessitaram de medicação resgate. As concentrações de TXB2 foram superiores no grupo M em relação ao D12,5 e D25 em T4h (P = 0,0032 e P < 0,0001, respectivamente) e T24h (P = 0,0070 e 0,0111, respectivamente). Houve redução muito significativa em T1/2h, T4h e T24h quando comparados ao T0h em todos os grupos (P < 0.0001) e ocorreu aumento entre T1/2h e T4h no grupo M (P = 0,0004). As concentrações de PGE2 estimulada por lipopolisacarídeos (LPS) foram superiores em D25 em relação ao M em T4h (P = 0,0479). No grupo D12,5, em T1/2h, esta foram inferiores as de T0h (P = 0,0001) e T4h (P = 0,0112). O mesmo ocorreu no grupo D25 em T0h, T4h e T24h (P < 0,0001, P = 0,001 e 0,0004, respectivamente) enquanto que no M, os momentos T1/2h e T4h apresentaram valores inferiores ao T0h (P = 0,0016 e 0,0075). As concentrações séricas de SDMA do grupo D25 reduziram em T24h quando comparadas as de T0h (P = 0,0322), porém apenas uma gata do grupo M apresentou concentração acima do limite para a espécie. A partir dos resultados observados conclui-se que os protocolos analgésicos instituídos foram efetivos para o controle da dor pós-operatória neste contexto, apresentando inibição não seletiva COX-2 sem causar efeitos adversos e alterações hematológicas, na atividade das enzimas hepáticas e na taxa de filtração glomerular.
NSAIDs are often used for treatment of acute pain in cats, but it may be contraindicated for propensity to cause adverse effects. Dipyrone ia a widely used non-opioid analgesic whose mechanism of action has not yet been fully elucidated. The present prospective, randomized, blind study aimed to evaluate the analgesic effect and mechanism of action of inhibition of cycloxigenases (COX-1 and 2) of intravenous (IV) administration of dipyrone (25 mg/kg q 24 hours or 12.5 mg/kg q 12 hours) or meloxicam (0.1 mg/kg q 24 hours) in cats underwent elective ovariohysterectomy. Thirty cats (13 ± 5 months and 2,7 ± 0,5 kg) were evaluated for 24 hours after surgical procedure using objective and subjective pain tools. Rescue medication with tramadol hydrochloride (2 mg/kg IV) was administrated when scores 5 by the Glasgow scale. The activity of COX-1 and 2 was assessed by measuring the concentrations of thromboxane B2 (TXB2) and prostaglandin E2 (PGE2). Adverse effects were recorded and laboratory tests, including serum concentrations of symmetrical dimethylarginine (SDMA), were performed. Data was analyzed with GraphPad Prism version 7.03. Values of P < 0.05 were considered significant. Changes in cardiovascular parameters were not clinically relevant, but the M group presented higher heart rate than basal (P = 0.0331). The rectal temperature reduced at time T1h in all groups (P = 0.0001). There was an increase in blood glucose at time T4h in group D25 (P = 0.0178) and in T1h in group M (P = 0.0205). Although pain and sedation scores did not differ between groups, the visual analogue scale 11 showed an increase in T4h over baseline in D12.5 (P = 0.0415) and sedation scores in T1h were higher than baseline in all treatments (P < 0.0001). There was no difference in the analgesic rescue, but two cats of D12.5 (20%) and M (20%) groups and four from the D25 required rescue medication. The concentrations of TXB2 were higher in M group compared to D12.5 and D25 at T4h (P = 0.0032 and P < 0.0001, respectively) and T24h (P = 0.0070 and 0.0111, respectively) and there was a very significant reduction in T1/2h, T4h and T24h when compared to T0h in all groups (P < 0.0001) and there was an increase between T1/2h and T4h in group M (P = 0.0004). Concentrations of lipopolysaccharide-stimulated PGE2 (LPS) were higher in D25 compared to M in T4h (P = 0.0479). Those in the D12.5 group, in T1/2h, were lower than in T0h (P = 0.0001) and T4h (P = 0.0112). The same occurred in group D25 at T0h, T4h and T24h (P <0.0001, P = 0.001 and 0.0004, respectively) whereas in M, T1/2h and T4h moments presented values lower than T0h (P = 0.0016 and 0.0075). Serum concentrations of SDMA of D25 group decreased in T24h when compared to T0h (P = 0.0322) and only one cat (group M) showed serum concentration above the feline cut-off. In conclusion, the analgesic protocols were effective for the control of postoperative pain in this context, presenting COX-2 non-selective inhibition without causing adverse effects and hematological, liver enzyme activity and glomerular filtration rate alterations.