Resumo
A Olea europaea pertence à família das Oleaceas, e é uma planta conhecida mundialmente pela produção de azeite. E a oleuropeina é o principal constituinte da Oliveira (Olea europaea). Seus benefícios como sua atividade antimicrobiana, antioxidante, anticancerígena, sua eficácia no tratamento de doenças crônicas como alterações cardiovasculares e diabetes, vêm sendo estudada há muitas décadas por cientistas do mundo inteiro. Considerando-se escassos os dados disponíveis sobre a toxicidade do uso da oleuropeina em fêmeas gestantes, este trabalho tem como objetivo a avaliação da toxicidade pré-natal em ratas Wistar e detecção de possíveis malformações externas e alterações esqueléticas na progênie exposta durante a fase da organogênese. Os animais foram divididos em quatro grupos experimentais: G1 (oleuropeina 500mg/kg-1), G2 (oleuropeina 1000mg/kg-1), G3 (oleuropeina 2000mg/kg-1) e GC (controle). As fêmeas foram tratadas por gavagem, com auxílio de sonda orogástrica, do 6º ao 15º dia de gestação, conforme segmento II, recomendados pela Organization for Economic Cooperation and Development (2001) e Food and Drug Administration (1994). Durante a gestação, as progenitoras foram monitoradas quanto às alterações de massa corporal relativa, consumo de água e ração. No 21º dia de gestação, as fêmeas foram eutanasiadas para avaliação reprodutiva, teratogênica e de variáveis sistêmicas. Os fetos foram avaliados quanto à embriotoxicidade e à presença de malformações externas e alterações esqueléticas. Os resultados demonstraram que apesar de não terem apresentado diarréia, piloereção, tremores, hemorragias ou outras alterações sistêmicas, o grupo que recebeu 2000 mg/kg-1 demonstrou um grau de toxicidade materna. Não foram detectadas alterações teratogênicas, nem malformações externas nos fetos avaliados, no entanto, ficou evidente que os animais tratados com oleuropeina apresentaram aumento significativo de alterações esqueléticas sugestivas de retardo de desenvolvimento ósseo. Diante dos resultados encontrados pode-se concluir que o uso de oleuropeina na fase de organogênese em progenitoras de ratos Wistar, pode provocar um retardo no desenvolvimento ósseo dos fetos. Além de apresentar um potencial de toxicicidade materna na dose de 2000 mg/kg-1. Frente aos resultados obtidos com o presente trabalho, é recomendado cautela no uso de oleuropeina nas doses de 500 a 2000mg/kg em fêmeas no período de gestação.
Olea europaea belongs to the Oleaceas family, is a plant known worldwide for the production of olive oil and oleuropein is the main constituent of Oliveira (Olea europaea). Its benefits such as its antimicrobial, antioxidant, anticancer activity, effectiveness on treatment of chronic diseases such as cardiovascular disorders and diabetes, have been studied for many decades by scientists worldwide. Considering the lack of available data on the toxicity of the use of oleuropein in pregnant females, this study aims to assess prenatal toxicity in Wistar rats and detect possible external malformations and skeletal changes in the progeny exposed during the phase of organogenesis. The animals were divided into four experimental groups: G1 (oleuropein 500mg / kg-1), G2 (oleuropein 1000mg / kg1), G3 (oleuropein 2000mg / kg-1) and CG (control). The females were treated by gavage, with the aid of an orogastric tube, from the 6th to the 15th day of pregnancy, according to segment II, recommended by the Organization for Economic Cooperation and Development (2001) and Food and Drug Administration (1994). During pregnancy, parents were monitored for changes in relative body mass, water consumption and feed. On the 21st day of pregnancy, the females were euthanized for reproductive, teratogenic and systemic variables evaluation. The fetuses were evaluated for embryotoxicity and for the presence of external malformations and skeletal changes. The results showed that despite not having diarrhea, piloerection, tremors, hemorrhages or other systemic changes, the group that received 2000 mg / kg-1 demonstrated a degree of maternal toxicity. No teratogenic changes or external malformations were detected in the evaluated fetuses; However, it was evident that animals treated with oleuropein showed a significant increase in skeletal changes suggestive of delayed bone development. In view of the results found, it can be concluded that the use of oleuropein in the organogenesis phase in progenitors of Wistar rats, may cause a delay in the bone development of fetuses. In addition to presenting a potential for maternal toxicity at a dose of 2000 mg / kg-1. Based on the results obtained with the present study, caution is recommended in the use of oleuropein in doses between 500 to 2000mg / kg in females during pregnancy. Keywords: Toxicology. Teratogeny. Oliveira. Organogenesis.
Resumo
Para comprovar o envolvimento da Cenostigma pyramidale (Tul.) Gagnon & G.P. Lewis (catingueira) em surtos de malformações em pequenos ruminantes no semiárido baiano, foram realizados experimentos com caprinos e ovinos. Oito cabras receberam folhas frescas (G1) de C. pyramidale durante período reprodutivo e gestação, e oito cabras controle (G2) receberam capim tifton (Cynodon dactylon) e água ad libitum. Do G1, quatro cabras estavam prenhes com 28 dias de gestação, porém aos 56 dias exame ultrassonográfico resultou negativo sugerindo perda embrionária. Uma cabra prenhe morreu aos 70 dias, porém seus fetos apresentaram micrognatia. As três cabras restantes deste grupo pariram cordeiros com malformações como artrogripose, escoliose e micrognatia, além da hipoplasia dos lobos pulmonares esquerdos em uma cria. O G2 pariu um total de 13 cabritos sem alterações. Ovelhas prenhes foram divididas em seis grupos. Os G1, G2, G3 e G4 foram compostos pelas mesmas ovelhas, com exceção de duas substituídas em G3 e G4, e receberam folhas fenadas a partir do 4º dia após monta natural ao 80º dia de gestação, nas doses diárias de 1%, 2%, 0,5% e 0,25% do peso vivo (PV) respectivamente. Para o G5 e o G6, com 10 animais cada, as doses diárias foram de 0,25% e 0,5% do PV, a partir do 26º dia de gestação ao 98º dia de gestação. O grupo controle, composto por 16 ovelhas, recebeu ração e capim (Cynodon dactylon). Foi detectada perda embrionária em 4 ovelhas do G1, em 3 do G2, e em 1 do G3. Aborto ocorreu em 1 animal do G1, 1 do G2, e 1 do G6, cujo feto apresentava anasarca e bragnatismo superior. Uma ovelha do G4 pariu um cordeiro natimorto com malformações ósseas e de tecidos moles. Malformações também foram observadas em cordeiros de uma ovelha do G5 e de 5 ovelhas do G6. Além destas alterações, foi observada retenção placentária em 1 ovelha do G5 e em 2 do G6, bem como alterações de aprumos em cordeiros de matrizes destes grupos. Repetição do cio, porém sem gestação confirmada após novas montas e inseminação artificial foram verificados em 80% dos animais novamente submetidos ao experimento nos grupos 3 e 4. Do grupo controle nasceram 15 cordeiros sem alterações, porém de um parto quádruplo, houve três natimortos. Os resultados inferem que folhas de C. pyramidale fresca e fenada causam falhas reprodutivas em caprinos e ovinos.
To prove the involvement of Cenostigma pyramidale (Tul.) Gagnon & G.P. Lewis ("catingueira") in small ruminants malformations outbreaks in the semi-arid of Bahia state in Brasil, few experiments were carried out in female goats and sheeps. Eight goats received fresh leaves (G1) of C. pyramidale during reproductive and pregnancy periods, and eight control goats (G2) received tifton grass (Cynodon dactylon) and water ad libitum. In G1, four goats were shown as pregnant with 28 days of gestation, but negative at 56 days ultrasound examination suggesting embryonic loss. One pregnant goat died at 70 days and her fetuses showed micrognathia. The three remaining goats in this group prodeced lambs with malformations such as arthrogryposis, scoliosis and micrognathia, and hypoplasia of the left pulmonary lobes in one kid. G2 gave birth 13 kids with no modifications. In sheep, pregnant ewes were divided into six groups. G1, G2, G3 and G4 were composed by the same sheep, except for two sheep substituted in G3 and G4, and received fenced leaves from the 4th day after natural mating untill the 80th gestation day with daily doses of 1%, 2 %, 0.5% and 0.25% of live weight (LW) respectively. For G5 and G6, with 10 animals each, the daily doses were 0.25% and 0.5% of the LW, from the 26th to the 98th gestation day. The control group, composed of 16 sheep, received ration and grass (Cynodon dactylon). Embryonic loss was detected in four ewes from G1, three from G2, and one from G3. Abortion occurred in one ewe of G1, one of G2, and one of G6, whose respectiv fetus presented anasarca and superior bragnatism. One G4 ewe gave birth a lamb with bone and soft tissue malformations. Malformations were also observed in lambs of one G5 sheep and five G6 sheep. In addition to these alterations, placental retention was observed in one sheep of G5 and in two of G6, as well as aplombs alterations in lambs produced by the ewes of these groups. Estrus repetition, but without confirmed pregnancy after new assemblages and artificial insemination, were verified again in 80% of the females submitted to the experiment in G3 and G4. In control group, 15 lambs were born without alterations; furthermore, of a quadruple birth, three lambs were born death. The results infer that leaves of fresh and fenced C. pyramidale cause reproductive failures in goat and sheep females.
Resumo
RESUMO O piriproxifeno é um pesticida análogo ao hormônio juvenil de insetos. A molécula age mimetizando o hormônio regulador de crescimento, impedindo que os insetos atinjam a maturidade ao interromper o desenvolvimento larval, o que resulta em sua morte. Recomendado pela Organização Mundial da Saúde para uso em água potável no controle da dengue, o piriproxifeno foi definido pelo Governo Brasileiro no ano de 2014, como uma das formas de controle focal das larvas do mosquito Aedes aegypti, após a detecção de populações de mosquitos resistentes aos inseticidas comumente utilizados no país. Contudo, o inseticida foi apontado como uma das possíveis causas da epidemia de microcefalia no Brasil ao final do ano de 2015. Considerando-se os escassos dados disponíveis sobre a toxicidade do piriproxifeno e a sua possível relação com o aumento da incidência de microcefalia em recém-nascidos, este estudo investigou a toxicidade reprodutiva do inseticida em ratos Wistar, avaliando seus efeitos no desenvolvimento fetal da progênie, bem como a presença de malformações externas e alterações esqueléticas nos animais expostos durante a fase da organogênese. Os animais foram divididos em quatro grupos experimentais: 1P (piriproxifeno 100 mg.kg-1), 3P (piriproxifeno 300 mg.kg-1), 5P (piriproxifeno 500 mg.kg-1) e CN (controle negativo). As fêmeas foram tratadas por gavagem, com auxílio de sonda orogástrica, do 6° ao 15° dia de gestação, conforme segmento II, recomendados pela Organization for Economic Cooperation and Development (2001) e Food and Drug Administration (1994). Durante a gestação, as progenitoras foram monitoradas quanto às alterações de massa corporal relativa, consumo de água e ração. No 21° dia de gestação, as fêmeas foram eutanasiadas para avaliação reprodutiva, teratogênica e de variáveis sistêmicas. Os fetos foram avaliados quanto à embriotoxicidade e à presença de malformações externas e alterações esqueléticas. Os resultados demonstraram que a administração do piriproxifeno não provocou toxicidade materna sistêmica, uma vez que não foi evidenciada alteração no consumo de água e ração, nem no peso dos órgãos. Além disso, não foi detectada presença de diarreia, piloereção, tremores, hemorragia ou outras alterações sistêmicas. O inseticida também não causou perdas nos índices reprodutivos, como no número de fetos por progenitora e perdas pós-implantação. A administração do piriproxifeno pode ter determinado aumento na média da massa corporal dos fetos, na maior dose testada (500 mg.kg- 1), contudo, não demonstrou interferência nos demais índices fetais. Não foram detectadas alterações teratogênicas, nem malformações externas nos fetos avaliados, no entanto, pode-se perceber que os animais expostos ao inseticida apresentaram aumento significativo de alterações esqueléticas sugestivas de retardo de desenvolvimento, especialmente nas doses mais altas testadas (300 mg.kg-1 e 500 mg.kg-1). Diante dos resultados encontrados, conclui-se que a administração do inseticida piriproxifeno em ratas Wistar possa interferir na gestação de fêmeas tratadas no período organogênico, no que se refere ao desenvolvimento fetal. Por fim, diante da situação complexa de risco para a saúde humana, mostra-se importante a execução de investigações adicionais por meio de estudos em outras espécies animais, juntamente com estudos epidemiológicos, de forma a contribuir com a adequada avaliação de risco para o uso do piriproxifeno em água potável.
Pyriproxyfen is a pesticide analogous to the juvenile hormone of insects. The molecule acts mimicking the growth regulating hormone, preventing the insects from reaching maturity by disrupting larval development, which results in their death. Recommended by the World Health Organization for use in drinking water for dengue control, pyriproxyfen was defined by the Brazilian Government in 2014 as one of the forms of focal control of larvae of the Aedes aegypti mosquito in the country, after the detection of populations of mosquitoes resistant to commonly used insecticides in the country. However, the insecticide was pointed out as one of the possible causes of the microcephaly epidemic in Brazil in the end of the year 2015. Considering the few data available on the toxicity of pyriproxyfen and its possible relation with the increase of the incidence of microcephaly in newborns, this study investigated the reproductive toxicity of the insecticide in Wistar rats, evaluating their effects on the fetal development of the progeny, as well as the presence of external malformations and skeletal changes in exposed animals during the organogenesis phase. The animals were divided in four experimental groups: 1P (pyriproxyfen 100 mg.kg-1), 3P (pyriproxyfen 300 mg.kg-1), 5P (pyriproxyfen 500 mg.kg-1) and CN (negative control). The females were treated by gavage an orogastric tube, from the 6th to the 15th day of gestation, according to segment II, recommended by the Organization for Economic Cooperation and Development (2001) and Food and Drug Administration (1994). During the gestation, the females were monitored for relative body mass, water and feed consumption. On the 21st day of gestation, the progenitors were euthanized for reproductive, teratogenic and systemic evaluation. Fetuses were evaluated for embryotoxicity and presence of external malformations and skeletal abnormalities. The results demonstrated that the administration of the insecticide pyriproxyfen can not induce systemic maternal toxicity, since there was no change in water and feed consumption or in the mass of the progenitor organs. In addiction, diarrhea, piloerection, tremors, hemorrhage or other systemic alterations were not detected. The insecticide also did not cause losses in the reproductive indexes, such as number of fetuses per parent and losses after implantation. No external malformations were detected in the evaluated fetuses, however, it was observed that the animals exposed to the insecticide showed a significant increase in skeletal abnormalities suggestive of developmental delay and variations, especially in the highest doses tested (300 mg.kg-1 and 500 mg.kg-1). In view of the results found, it is concluded that the administration of the insecticide pyriproxyfen in Wistar rats can interfere in the gestation of females treated in the organogenic period, regarding fetal development. Finally, in view of the potential risk situation for human health, it is important to carry out additional studies by means of studies in other animal species, together with epidemiological studies, in order to contribute to risk assessment for the use of pyriproxyfen in drinking water. Key
Resumo
The aim of this paper is to record new hosts for Ixodes luciae Sénevet in the State of Para, Brazil, and present a case of malformation (teratogeny) in a nymph of this species. The new host records are Marmosa murina (parasitized by females) and Philander opossum (parasitized by nymphs). One of these nymphs showed malformation in the posterior margin of the opisthosoma resulting in a heart shaped posterior end.
O objetivo deste trabalho foi registrar novos hospedeiros para Ixodes luciae Sénevet no estado do Pará, Brasil, e um caso de malformação em uma ninfa dessa espécie de carrapato. Os novos hospedeiros são Marmosa murina (parasitado por fêmeas) e Philander opossum (parasitado por ninfas). Uma dessas ninfas apresentou uma malformação na parte posterior do opistossoma em forma de coração.
Assuntos
Animais , Masculino , Feminino , Ixodidae/fisiologia , Gambás/parasitologia , Teratogênese , Brasil , NinfaResumo
The aim of this paper is to record new hosts for Ixodes luciae Sénevet in the State of Para, Brazil, and present a case of malformation (teratogeny) in a nymph of this species. The new host records are Marmosa murina (parasitized by females) and Philander opossum (parasitized by nymphs). One of these nymphs showed malformation in the posterior margin of the opisthosoma resulting in a heart shaped posterior end.
O objetivo deste trabalho foi registrar novos hospedeiros paraIxodes luciae Sénevet no estado do Pará, Brasil, e um caso de malformação em uma ninfa dessa espécie de carrapato. Os novos hospedeiros são Marmosa murina(parasitado por fêmeas) e Philander opossum(parasitado por ninfas). Uma dessas ninfas apresentou uma malformação na parte posterior do opistossoma em forma de coração.
Resumo
O alecrim (Rosmarinus officinalis L.) é uma planta comum de jardim, estudada por suas diversas atividades biológicas. O óleo essencial de alecrim (OEA) é composto por substâncias químicas que interagem entre si e com o organismo de forma complexa, portanto, para que possa ser utilizado pela indústria farmacêutica é necessário avaliar minuciosamente a sua segurança. Os testes de toxicidade reprodutiva são recomendados pela ANVISA, OECD e FDA como parâmetros a serem avaliados em relação aos efeitos de desenvolvimento reprodutivo. Tendo em vista a importância de estabelecer segurança ao usar esta planta, este estudo investigou a toxicidade reprodutiva do óleo essencial de Rosmarinus officinalis e seu composto majoritário (1,8 cineol) em ratos Wistar, avaliando machos e fêmeas adultos, efeitos sobre o desenvolvimento fetal e parâmetros comportamentais da prole. Os animais foram divididos em cinco grupos experimentais: CN (controle negativo Tween 80), C3 (OEA 300 mg.kg-1), C6 (OEA 600 mg.kg-1), C12 (OEA 1200 mg.kg-1) e CE (1,8 cineol 134,55 mg.kg-1). Os machos foram tratados antes (70 dias) e durante o acasalamento (21 dias) e as fêmeas antes (14 dias) e durante o acasalamento (21 dias), gestação (21 dias) e lactação (21 dias). Para o estudo dos efeitos teratogênicos sobre as ninhadas, somente fêmeas foram tratadas do 6° ao 15° dia de gestação. Para identificar alterações no sistema reprodutivo dos machos e da fêmeas foram avaliados: consumo relativo de água e ração, peso relativo de órgãos, histopatologia, taxas reprodutivas e sinais de toxicidade; além disso, para os machos ainda foram estudados número e morfologia dos espermatozoides. Na prole, foram avaliados: comportamento e sinais de toxicidade materna, parâmetros reprodutivos e comportamentos em campo aberto e sexual. E para o potencial teratogênico, os fetos passaram pelo processo de diafanização, coloração e em seguida avaliados individualmente para a presença de alterações esqueléticas. O composto majoritário identificado e quantificado no óleo foi 1,8-cineol (44,85 %). Na avaliação dos efeitos reprodutivos de machos e fêmeas adultos, as fêmeas do grupo CE apresentaram redução no número de fetos por ninhada (8,3) e aumento da massa corporal (7,1g) dos mesmos, sugerindo embrioletalidade. Os animais não apresentaram sinais de toxicidade sistêmica. Para a prole avaliada, houve aumento da testosterona sérica (7,98 ng/mL) e do número de espermatozoides (624,37 x 106) para o grupo CE. No PPD 2 os animais dos grupos C6 (27,8s) e C12 (28,73s) levaram mais tempo para concluir o reflexo de endireitamento em superfície, o que também ocorreu para os animais do grupo C6 (12,27s) no PPD4. Os animais do grupo C6 (19,45s) e C12 (20,70s) também tiveram aumento do tempo no reflexo de geotaxia no PPD2. O grupo C3 demonstrou maior comportamento exploratório no teste de campo aberto, com aumento da frequência de entrada no centro (14,73) e diminuição de grooming (0,54) quando comparados ao grupo controle. Não foram observados sinais de toxicidade materna. Na avaliação dos fetos expostos durante o período de organogênese, houve uma tendência para o aumento das perdas pós-implantação, quanto maior a dose testada, para os grupos que receberam OEA. Os tratamentos interferiram no desenvolvimento fetal demonstrado pelo retardo no desenvolvimento esquelético em todos os grupos, sugerindo que a exposição à estas doses do óleo essencial e 1,8 cineol devem ser evitadas em gestantes. Os grupos C6, C12 e CE apresentaram maior proporção de fetos com anormalidades no esqueleto (78,31%, 100% e 95,06%, respectivamente).
The Rosemary (Rosmarinus officinalis L.) is an ordinary plant from the yard studied for its several biological activities. The Rosemary essential oil (REO) is composed by chemical substances which interact with each other and with the organism of complex form, therefore, its necessary to evaluate its safety deeply for making its usage possible for the industry. The reproductive toxicity tests are recommended by ANVISA, OECD and FDA as parameters to be evaluated regarding the effects of reproductive development. Aiming at the importance of establishing confidence on this plant usage, the present study investigated the reproductive toxicity of the Rosmarinus officinalis essential oil and its majority component (1,8 cineol) in Wistar rats considering male and female adults, effects on the fetal development and behavior parameters of the offspring. The animals were divided into five experimental groups: NC (negative control - Tween 80), C3 (REO 300 mg.kg-1), C6 (REO 600 mg.kg-1), C12 (REO 1200 mg.kg-1) e CE (1,8 cineol 134,55 mg.kg-1). The male samples were fed before (70 days) and during the mating (21 days) and the female ones were fed before (14 days) and during the mating (21 days), pregnancy (21 days) and lactation (21 days). For studying teratogenic effects on the offspring, just female samples were fed from the sixth to the fifteenth day of pregnancy. In order to identify modifications on the reproductive system of male and female samples it was analyzed: relative water and feed consumption, relative weight of organs, histopathology, reproductive taxes and toxicity signs; besides, for the male ones, number and morphology of sperm were also studied. About the offspring, maternal behavior and signs of toxicity, reproductive parameters and open and sexual field were studied. For the teratogenic potential, the offspring were submitted to a diaphanous process, coloring and next were evaluated separately for checking the existence of skeletal changes. The majority component identified and qualified into the oil was 1,8-cineol (44,85 %). In evaluating the reproductive effects of adults males and females, the females of the CE group presented a reduction in the number of fetuses per litter (8,3) and increased body mass (7,1g), suggesting embryoletality. The animals showed no signs of systemic toxicity. For the evaluated offspring, there was an increase in serum testosterone (7,98 ng / mL) and the number of spermatozoa (624.37 x 106) for the CE group. In PPD 2 the animals of groups C6 (27,8s) and C12 (28,73s) took longer to complete the surface righting reflex, which also occurred for the animals of the C6 group (12,27s) in PPD4. The animals of group C6 (19,45s) and C12 (20,70s) also had increased time in the geotaxia reflex in PPD2. The C3 group showed higher exploratory behavior in the open field test, with an increase in the entrance frequency in the center (14,73) and a decrease in grooming (0,54), when compared to the control group. No signs of maternal toxicity were observed. In the evaluation of the fetuses exposed during the period of organogenesis, there was a tendency for the increase in the post-implantation losses, the larger the dose tested, for the groups that received REO. Treatments interfered in fetal development demonstrated by delayed skeletal development in all groups, suggesting that exposure to these doses of essential oil and 1,8-cineol should be avoided in pregnant women. Groups C6, C12 and CE presented a higher proportion of fetuses with skeletal abnormalities (78,31%, 100% and 95,06%, respectively).