Resumo
É provável que a digestibilidade do P varie em função da origem do ingrediente mineral, estrutura química, granulometria e solubilidade, assim, objetivou-se determinar os coeficientes de digestibilidade ileal verdadeiro do fósforo (CdivP) de três fosfatos bicálcicos, em dietas para frangos de corte. Para a determinação do CdivP, foi realizado um ensaio de metabolismo com coleta de conteúdo ileal. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, em esquema fatorial 3 x 2 +1, sendo três ingredientes (fosfato 1, fosfato 2 e fosfato 3) e dois valores de inclusão, e uma dieta basal, com seis repetições por tratamento e seis aves por unidade experimental (n=252). Foram formuladas seis dietas a base de milho e farelo de soja com inclusão gradual dos ingredientes teste. Cada ingrediente teve dois valores de inclusão 0,075 e 0,15% de P. Adotou-se o método de regressão para a determinação da digestibilidade do P dos fosfatos bicálcicos. O dióxido de titânio foi adicionado às rações experimentais em 0,5%, como indicador indigestível. As aves foram alojadas em gaiolas de metabolismo aos 14 dias de idade, alimentadas a partir do 19° dia, com as dietas experimentais. No 22° dia de vida, todas as aves foram eutanasiadas e o conteúdo ileal foi coletado. Os coeficientes de digestibilidade ileal aparente do fósforo das dietas experimentais variou entre 0,489 a 0,543. Não foram verificadas interações entre o nível de fosforo e a fonte utilizada para os coeficientes de digestibilidade ileal aparente do fósforo (P>0,05). Os coeficientes de digestibilidade ileal aparente do fósforo não foram afetados pelo nível de fósforo (P> 0,05), entretanto, as fontes avaliadas distinguiram-se entre si(P<0,05). A dieta com o fosfato bicálcico 2(FB2) apresentou a maior digestibilidade de P, enquanto a dieta com FB3 apresentou digestibilidade intermediária e a dieta com FB1 apresentou a menor digestibilidade. Os CdivP dos fosfatos FB1, FB2 e FB3 foram 0,3639,0,4897 e 0,3553 respectivamente. As perdas endógenas de P para FB1, FB2 e FB3 foi de 0,66, 0,27 e 0,76 (g/kgMS) respectivamente. A maior digestibilidade verificada foi do fosfato bicálcico 2 (FB2) 48,97%. Não foram verificadas diferenças significativas entre a digestibilidade ileal verdadeira do fósforo dos fosfatos bicálcicos (P>0,05) utilizados, determinados pela análise de covariância. Logo, pode-se afirmar que os coeficientes de inclinação da reta foram iguais entre os fosfatos. Uma forte relação linear entre conteúdo de fósforo digestível e o conteúdo de fósforo total da dieta, indicaram que o método de regressão pode ser utilizado para a estimativa da digestibilidade verdadeira do fósforo do fosfato bicálcico (R2=0,9614, 0,9928 e 0,9114) respectivamente. A comparação dos resultados com as fontes de P estudadas e os valores descritos na literatura caracterizaram que os detalhes metodológicos, a relação Ca:P e a influência da dieta basal podem influenciar a digestibilidade do P. Desse modo faz-se necessário padronizar o protocolo experimental para alcançar melhor comparabilidade entre resultados. Os resultados apontaram que pode ser utilizado um valor representativo de digestibilidade do fósforo de diferentes fosfatos bicálcicos. A digestibilidade média do fósforo dos fosfatos estudados, de 40,23%, indicando que os valores utilizados em geral estão superestimados, o que pode ocasionar a erros na formulação de rações de frangos de corte.
It is likely that the P digestibility varies depending on the origin of the mineral ingredient, chemical structure, particle size and solubility, thus, the objective was to determine the true ileal phosphorus digestibility coefficients (CdivP) of three dicalcium phosphates in diets for broiler chickens. cut. For the determination of CdivP, a metabolism assay was performed with collection of ileal content. The experimental design was completely randomized, in a 3 x 2 +1 factorial scheme, with three ingredients (phosphate 1, phosphate 2 and phosphate 3) and two inclusion values, and a basal diet, with six replicates per treatment and six birds per unit experimental (n=252). Six diets based on corn and soybean meal were formulated with gradual inclusion of test ingredients. Each ingredient had two inclusion values, 0.075 and 0.15% of P. The regression method was adopted to determine the P digestibility of dicalcium phosphates. Titanium dioxide was added to the experimental rations at 0.5%, as an indigestible indicator. The birds were housed in metabolism cages at 14 days of age, fed from the 19th day onwards, with the experimental diets. On the 22nd day of life, all birds were slaughtered, and the ileal contents were collected. The apparent ileal digestibility coefficients of phosphorus in the experimental diets ranged from 0.489 to 0.543. There were no interactions between the phosphorus level and the source used for the apparent ileal digestibility coefficients of phosphorus (P>0.05). The apparent ileal digestibility coefficients of phosphorus were not affected by the phosphorus level (P>0.05), however, the sources evaluated were distinguished from each other (P<0.05). The diet with dicalcium phosphate 2 (FB2) had the highest P digestibility, while the diet with FB3 had intermediate digestibility and the diet with FB1 had the lowest digestibility. The CdivP of phosphates FB1, FB2 and FB3 were 0.3639.0.4897 and 0.3553 respectively. The endogenous P losses for FB1, FB2 and FB3 were 0.66, 0.27 and 0.76 (g/kgMSi) respectively. The highest digestibility was verified for dicalcium phosphate 2 (FB2) 48.97%. There were no significant differences between the true ileal phosphorus digestibility of the dicalcium phosphates (P>0.05) used, determined by the analysis of covariance. Therefore, it can be stated that the slope coefficients of the line were equal among the phosphates. A strong linear relationship between digestible phosphorus content and total dietary phosphorus content indicated that the regression method can be used to estimate the true phosphorus digestibility of dicalcium phosphate (R2=0.9614, 0.9928 and 0 .9114) respectively. Comparison of the results with the studied P sources and the values described in the literature characterized that the methodological details, the Ca:P ratio and the influence of the basal diet can influence the P digestibility. Thus, it is necessary to standardize the experimental protocol to achieve better comparability between results. The results showed that a representative value of phosphorus digestibility of different dicalcium phosphates can be used. The mean phosphorus digestibility of the studied phosphates, of 40.23%, indicating that the values used in general are overestimated, which can lead to errors in the formulation of broiler rations.
Resumo
Determinaram-se os coeficientes de digestibilidade aparente (CDAP) e verdadeira (CDVP) do fósforo de alimentos de origem animal. Foram utilizados 24 suínos, machos castrados, com média de peso de 25,0±3,0kg no período de crescimento e 24 suínos com média de peso de 60,0±5,0kg para o período de terminação. Os tratamentos foram resultantes de um fatorial de duas metodologias (coleta total de fezes e indicador fecal), duas fases (crescimento e terminação) e oito dietas (seis alimentos de origem animal, uma ração referência e uma ração com baixo conteúdo de fósforo total para estimar as perdas de fósforo endógeno), com três repetições e um animal por unidade experimental. Não foram encontradas diferenças entre as metodologias ou entre as fases avaliadas (P>0,05). Os valores médios de CDAP e CDVP encontrados com suínos em crescimento e terminação foram, respectivamente, 61,7 e 62,0 por cento para a farinha de carne e ossos com 35 por cento de proteína bruta (PB); 62,3 e 62,9 por cento para a farinha de carne e ossos com 41 por cento de PB; 49,0 e 52,5 por cento para a farinha de vísceras e penas; 72,3 e 90,8 por cento para a farinha de penas; 85,5 e 88,5 por cento para a farinha de peixe com 55 por cento de PB; e 80,0 e 92,0 por cento para o soro de leite em pó.(AU)
The coefficients of apparent (CADP) and true (CTDP) digestibility of the phosphorus from animal origin feedstuffs were determined. Twenty-four barrows in growing phase with initial weight 25.0±3.0kg and the same barrows in finishing phase with initial weight 60.0±5.0kg were used. The treatments were made by a factorial of two methodologies (total collection of feces and fecal marker), two phases (growing and finishing), and eight diets (six animal origin feedstuffs, one reference diet, and one diet with low content of total phosphorus in order to estimate the losses of endogenous phosphorus), with three replicates by treatment. There was no difference between the methodologies or phases evaluated (P>0.05). The average of CADP and CTDP found in growing and finishing phases were, respectively, 61.7 and 62.0 percent for 35 percent crude protein (CP) meat and bone meal; 62.3 and 62.9 percent for 41 percent CP meat and bone meal; 49.0 and 52.5 percent for feather and poultry by-products meal; 72.3 and 90.8 percent for feather meal; 85.5 and 88.5 percent for 55 percent CP fish meal; and 80.0 and 92.0 percent for powder milk whey.(AU)
Assuntos
Animais , Masculino , Digestão , Alimentos de Origem Animal , Fósforo na Dieta/análise , Fósforo na Dieta/isolamento & purificação , SuínosResumo
Três experimentos foram realizados para determinar os coeficientes de digestibilidade aparente e verdadeira do fósforo em alimentos utilizados na formulação de dietas para suínos em crescimento e em terminação. No primeiro experimento foi conduzido um ensaio metabólico para determinar a digestibilidade de fósforo em 11 alimentos de origem vegetal e uma ração referência, sendo os alimentos avaliados milho, sorgo, farelos de glúten de milho com 22 e 60% de proteína bruta, farelos de algodão com 30 e 40% de proteína bruta, farelo de trigo, farelo de soja, concentrado protéico de soja, soja integral extrusada e levedura desidratada de cana de açúcar. Foram utilizados 78 suínos, machos castrados, alojados em gaiolas de metabolismo e distribuídos em delineamento experimental inteiramente casualizado, em arranjo fatorial 2 x 2 x 12, sendo duas metodologias, coleta total de fezes e indicador fecal (Cr2O3); duas fases, com 36 animais na fase de crescimento e 36 animais na fase de terminação e 12 tratamentos (11 alimentos de origem vegetal e uma ração referência) com três repetições para cada tratamento. Três animais para cada fase foram alimentados com uma dieta com baixo conteúdo de fósforo para determinar as perdas endógenas de fósforo. Os coeficientes de digestibilidade aparente e verdadeira do fósforo encontrados com suínos em crescimento e terminação para os alimentos avaliados foram 45,01 e 68,32% para o milho; 31,3 e 66,97% para o sorgo; 31,84 e 41,31% para o farelo de glúten de milho 22% de PB; 38,28 e 53,20% para o farelo de glúten de milho 60% de PB; 32,42 e 40,61% para o farelo de algodão com 30% de PB; 37,50 e 43,95% para o farelo de algodão com 40% de PB; 50,76 e 55,74% para o farelo de trigo; 38,75 e 52,19% para o farelo de soja; 33,61 e 41,21% para o concentrado protéico de soja; 41,67 e 55,81% para a soja integral extrusada e 56,84 e 66,56% para a levedura desidratada de cana de açúcar. Não há diferença entre as metodologias e maiores valores de coeficientes de digestibilidade aparente e verdadeira foram encontradas na fase de terminação. No segundo experimento foram determinados os valores de coeficientes de digestibilidade aparente e verdadeira do fósforo em alimentos de origem animal. Foram utilizados 48 suínos, machos castrados, alojados em gaiolas de metabolismo e distribuídos em delineamento experimental inteiramente casualizado, em arranjo fatorial 2 x 2 x 7, sendo duas metodologias, coleta total de fezes e indicador fecal (Cr2O3); duas fases, com 21 suínos na fase de crescimento e 21 suínos na fase de terminação; e sete tratamentos (seis alimentos e uma ração referência) com três repetições por tratamento. Três animais para cada fase foram alimentados com uma dieta com baixo conteúdo de fósforo para estimar as perdas endógenas de fósforo e determinar os coeficientes de digestibilidade verdadeira do fósforo. Os coeficientes de digestibilidade aparente e verdadeira obtidos com animais em crescimento e terminação para os alimentos foram: 61,67 e 62,04% para a farinha de carne e ossos 35% de PB; 62,28 e 62,92% para a farinha de carne e ossos 41% de PB; 48,97 e 52,47% para a farinha de vísceras e penas; 72,34 e 90,77% para a farinha de penas; 85,54 e 88,46% para a farinha de peixe 55% de PB e; 79,98 e 92,02% para o soro de leite em pó. Não há diferenças entre as metodologias utilizadas e os tratamentos nas fases avaliadas. No terceiro experimento foram determinados os coeficientes de digestibilidade aparente e verdadeira do f