Resumo
O criptorquidismo é uma das afecções testiculares mais comuns nos equídeos, caracterizada pela não descida de um ou dos dois testículos para a bolsa escrotal. O tratamento para esta afecção se resume em orquiectomia bilateral, necessitando de um procedimento anestésico. No presente trabalho, para a escolha do protocolo anestésico, foi levado em consideração o tempo cirúrgico, o procedimento cirúrgico, o decúbito e a espécie do animal. Com a evolução da anestesiologia veterinária, novas técnicas têm sido utilizadas, como o uso da anestesia parcialmente intravenosa (Piva) para buscar maior estabilidade hemodinâmica, melhores planos anestésicos, estabilidade transanestésica, analgesia e recuperação mais rápida.(AU)
Cryptorchidism is one of the most common testicular disorders in horses, characterized by the failure of one or both testicles to descend into the scrotum. The treatment for this affection is bilateral orchiectomy, requiring an anesthetic procedure. In the present study, for the choice of the anesthetic protocol the surgical time, the surgical procedure, the decubitus and the species of the animal were taken into consideration. With the evolution of veterinary anesthesiology, new techniques have been used, such as the use of partial intravenous anesthesia (Piva) to seek greater hemodynamic stability, better anesthetic plans, trans-anesthetic stability, analgesia, and faster recovery.(AU)
Assuntos
Animais , Masculino , Orquiectomia/métodos , Criptorquidismo/veterinária , Cavalos/cirurgia , Anestesia/métodosResumo
Background: The maned wolf (Chrysocyon brachyurus) is the largest canid in South America and the only representative of its genus. The scientific literature presents studies referring to the management and anaesthesia of the species but is scarce in case of emergency procedures, and to date, there are no reports of anaesthesia for emergency procedures in a neonatal maned wolf. Thus, this study aimed to report xenotransfusion and emergency anaesthesia for thoracic limb amputation in an approximately 8-days-old maned wolf pup. Case: A maned wolf pup, approximately 8-day-old, with a history of an accident with an agricultural machine, was referred to the Veterinary Hospital of the Federal University of Paraná - Palotina Sector (HVP - UFPR) with a grade III open fracture of left radius and ulna. At the physical evaluation, bullous rales were observed in the right caudal lobe on pulmonary auscultation, hypoglycemia and severe dehydration, the latter being determined by the occurrence of enophthalmos, increased capillary refill time and skin turgor (3 s). The hemogram revealed regenerative hypochromic macrocytic anaemia, thrombocytopenia and leukopenia, and the chest radiograph showed alveolar pattern opacification, associated with the presence of air bronchograms in the caudal lobes, more evident on the right side, suggestive of pulmonary contusion. Considering the laboratory alterations and the need for amputation of the thoracic limb, xenotransfusion was chosen before the anaesthetic procedure. The animal was pre-medicated with methadone 0.2 mg/kg and anaesthetic induction was performed with propofol titrated to effect, requiring 10 mg/kg. This was followed by endotracheal intubation and anaesthetic maintenance using the partial intravenous technique with an infusion of 5 µg/kg/h of remifentanil and Isoflurane vaporised through a non-rebreathing system in oxygen at 0.6. Anaesthetic monitoring included heart rate and electrocardiogram tracing, respiratory rate, oxyhemoglobin saturation, end-tidal partial pressure of carbon dioxide, systemic blood pressure by the oscillometric method, and oesophageal body temperature. Although the blood tests after the transfusion showed an increase in hematocrit, changes suggestive of a delayed hemolytic reaction because of the transfusion were also noticed. Discussion: Preanesthetic stabilisation is critical, as anaesthesia of unstable patients may result in a higher risk of anaesthetic complications. Critically ill patients may present systemic imbalances that can trigger pharmacokinetic and pharmacodynamic changes of anaesthetics and analgesics. Neonates have several marked physiological differences, since some organs are still immature, have a high body volume of water, and present a reduced amount of total fat and concentrations of circulating proteins, making it necessary to adjust protocols and doses used for these patients. Blood transfusion between the same species is always the best option, though xenotransfusion becomes an option when there is no homologous donor available. However, it can present a great risk to life, as there is a lack of studies regarding the blood typing of the species and blood compatibility tests. We concluded that there was an increase in hematocrit after 24 h of xenotransfusion and, even with signs of delayed hemolytic reaction observed in the blood test, the patient did not show specific clinical signs of transfusion reaction. The pup was sensitive to methadone but required a high dose of propofol for anaesthetic induction. The use of methadone as a pre-anaesthetic agent and the infusion of remifentanil provided adequate analgesia based on the parameters evaluated.
Assuntos
Animais , Transfusão de Sangue/veterinária , Canidae/fisiologia , Anestesia Intravenosa/veterinária , Amputação Cirúrgica/veterinária , Animais Recém-Nascidos/fisiologiaResumo
O shunt ou desvio portossistêmico (DPS) é uma conexão anormal entre a circulação portal e sistêmica, que desvia o fluxo sanguíneo do fígado em variados graus. Nesse contexto, uma anestesia de qualidade e segura faz toda diferença na recuperação do paciente. Com isso, o presente trabalho teve o objetivo de relatar a técnica anestésica utilizada para o tratamento cirúrgico de um caso de shunt portossistêmico congênito em um cão da raça Yorkshire Terrier, fêmea, de quatro anos, pesando aproximadamente quatro quilos, que apresentava sintomas neurológicos decorrentes de encefalopatia hepática, devido à DPS. Para a medicação pré-anestésica (MPA), foi utilizado o cloridrato de remifentanila (2mg), na taxa de 10µg/Kg/h. Propofol (1%) foi utilizado para indução anestésica, na dose de 1mg/Kg/min, e para anestesia periglótica foi usado cloridrato de lidocaína (2%), no volume de 0,1mL/Kg. Quanto à manutenção anestésica, foi utilizado isoflurano (100%), em um vaporizador universal, citrato de maropitant (1%) em infusão contínua, na taxa de 30µg/Kg/h, cloridrato de remifentanila (2%), na mesma taxa utilizada na MPA, cetamina (10%), na taxa de 0,6mg/Kg/h, e brometo de rocurônio (10mg/mL), na dose de 0,15mg/Kg. Antes do início da cirurgia, foi realizado um bloqueio intraperitoneal com cloridrato de ropivacaína (0,4mg/Kg) diluída em 0,4mL/Kg, na dose de 0,1mL/Kg. Durante todo o procedimento cirúrgico, não houveram intercorrências nem alterações nos parâmetros fisiológicos. Dessa forma, pôde-se observar a eficácia da técnica anestésica utilizada para correção de shunt portossistêmico em um cão apresentando sintomatologia neurológica.
Shunt or portosystemic deviation (DPS) is an abnormal connection between portal and systemic circulation that diverts blood flow from the liver to varying degrees. In this context, quality and safe anesthesia makes all the difference in the patient's recovery. Thus, the present study aims to report the anesthetic technique used for the surgical treatment of a case of congenital portosystemic shunt in a four-year-old Yorkshire Terrier dog, weighing approximately four kilograms, which presented neurological symptoms resulting from of hepatic encephalopathy due to DPS. For pre-anesthetic medication (MPA), remifentanil hydrochloride (2mg) was used at a rate of 10µg/Kg/h. Propofol (1%) was used for anesthetic induction at a dose of 1mg/kg/min and for periglotic anesthesia lidocaine hydrochloride (2%) in a volume of 0.1mL/kg was used. As for anesthetic maintenance, isoflurane (100%) in a universal vaporizer, maropitant citrate (1%) in continuous infusion, at the rate of 30µg/Kg/h, remifentanil hydrochloride (2%), at the same rate used in MPA, ketamine (10%) at a rate of 0.6mg/kg/h and rocuronium bromide (10mg/mL), at a dose of 0.15mg/kg. Before the start of surgery, an intraperitoneal block was performed with ropivacaine hydrochloride (0.4mg/kg) diluted in 0.4mL/kg, in the dose of 0.1mL/kg. Throughout the surgical procedure, there were no complications or changes in physiological parameters. Thus, it was possible to observe the effectiveness of the anesthetic technique used to correct portosystemic shunt in a dog presenting neurological symptoms.
Assuntos
Feminino , Animais , Cães , Anestésicos/administração & dosagem , Circulação Hepática/fisiologia , Doenças do Cão/cirurgia , Fígado/irrigação sanguíneaResumo
O shunt ou desvio portossistêmico (DPS) é uma conexão anormal entre a circulação portal e sistêmica, que desvia o fluxo sanguíneo do fígado em variados graus. Nesse contexto, uma anestesia de qualidade e segura faz toda diferença na recuperação do paciente. Com isso, o presente trabalho teve o objetivo de relatar a técnica anestésica utilizada para o tratamento cirúrgico de um caso de shunt portossistêmico congênito em um cão da raça Yorkshire Terrier, fêmea, de quatro anos, pesando aproximadamente quatro quilos, que apresentava sintomas neurológicos decorrentes de encefalopatia hepática, devido à DPS. Para a medicação pré-anestésica (MPA), foi utilizado o cloridrato de remifentanila (2mg), na taxa de 10µg/Kg/h. Propofol (1%) foi utilizado para indução anestésica, na dose de 1mg/Kg/min, e para anestesia periglótica foi usado cloridrato de lidocaína (2%), no volume de 0,1mL/Kg. Quanto à manutenção anestésica, foi utilizado isoflurano (100%), em um vaporizador universal, citrato de maropitant (1%) em infusão contínua, na taxa de 30µg/Kg/h, cloridrato de remifentanila (2%), na mesma taxa utilizada na MPA, cetamina (10%), na taxa de 0,6mg/Kg/h, e brometo de rocurônio (10mg/mL), na dose de 0,15mg/Kg. Antes do início da cirurgia, foi realizado um bloqueio intraperitoneal com cloridrato de ropivacaína (0,4mg/Kg) diluída em 0,4mL/Kg, na dose de 0,1mL/Kg. Durante todo o procedimento cirúrgico, não houveram intercorrências nem alterações nos parâmetros fisiológicos. Dessa forma, pôde-se observar a eficácia da técnica anestésica utilizada para correção de shunt portossistêmico em um cão apresentando sintomatologia neurológica.(AU)
Shunt or portosystemic deviation (DPS) is an abnormal connection between portal and systemic circulation that diverts blood flow from the liver to varying degrees. In this context, quality and safe anesthesia makes all the difference in the patient's recovery. Thus, the present study aims to report the anesthetic technique used for the surgical treatment of a case of congenital portosystemic shunt in a four-year-old Yorkshire Terrier dog, weighing approximately four kilograms, which presented neurological symptoms resulting from of hepatic encephalopathy due to DPS. For pre-anesthetic medication (MPA), remifentanil hydrochloride (2mg) was used at a rate of 10µg/Kg/h. Propofol (1%) was used for anesthetic induction at a dose of 1mg/kg/min and for periglotic anesthesia lidocaine hydrochloride (2%) in a volume of 0.1mL/kg was used. As for anesthetic maintenance, isoflurane (100%) in a universal vaporizer, maropitant citrate (1%) in continuous infusion, at the rate of 30µg/Kg/h, remifentanil hydrochloride (2%), at the same rate used in MPA, ketamine (10%) at a rate of 0.6mg/kg/h and rocuronium bromide (10mg/mL), at a dose of 0.15mg/kg. Before the start of surgery, an intraperitoneal block was performed with ropivacaine hydrochloride (0.4mg/kg) diluted in 0.4mL/kg, in the dose of 0.1mL/kg. Throughout the surgical procedure, there were no complications or changes in physiological parameters. Thus, it was possible to observe the effectiveness of the anesthetic technique used to correct portosystemic shunt in a dog presenting neurological symptoms.(AU)
Assuntos
Animais , Feminino , Cães , Doenças do Cão/cirurgia , Circulação Hepática/fisiologia , Fígado/irrigação sanguínea , Anestésicos/administração & dosagemResumo
O objetivo do presente estudo foi comparar parâmetros fisiológicos no período transoperatório e escores de dor pós-operatória entre cadelas anestesiadas com isoflurano associado à infusão contínua de fentanil, lidocaína e cetamina ou anestesia por tumescência com lidocaína ou levobupivacaína para a realização de mastectomia unilateral. Vinte e seis cadelas de peso e raça variadas, que apresentavam neoplasia mamária, foram submetidas ao procedimento cirúrgico e todas receberam acepromazina 0,03 mg.kg-1 e morfina 0,5 mg.kg-1 de medicação pré-anestésica, seguida de indução com propofol e manutenção com isoflurano. Os animais receberam aleatoriamente um de três tratamentos: grupo FLC, infusão contínua intravenosa associando-se fentanil em bolus de 5 µg.kg-1 seguido por 9 µg.kg-1.h-1, lidocaína em bolus de 1,5 mg.kg-1 seguido por 3 mg.kg-1.h-1 e cetamina em bolus de 0,6 mg.kg-1 seguido de 0,6 mg.kg-1.h-1; grupo LIDO, anestesia por tumescência com lidocaína 0,32%; grupo LEVO, anestesia por tumescência com levobupivacaína 0,026%. O volume de solução infiltrado nos grupos com anestesia por tumescência foi de 15 mL.kg-1. Foram avaliadas variáveis cardiovasculares, fração expirada de isoflurano (FEISO), e necessidade de resgates (fentanil 2,5 µg.kg-1) no período trans-operatório. No período pós-operatório, as cadelas receberam meloxicam (0,1 mg.kg-1, dose única) e tramadol (3 mg.kg-1, a cada 8 horas) e escores de dor, bem como a necessidade por resgate com morfina (0,5 mg.kg-1), também foram avaliados. Nos animais do grupo FLC, a FEISO durante a cirurgia foi menor do que nos demais grupos (FLC 0,7%; LIDO 1,3% [P = 0,0004 versus FLC]; e LEVO 1,2% [P = 0,0005 versus FLC]). Houve semelhança nos valores dos parâmetros fisiológicos entre todos os grupos, assim como no número de resgates analgésicos no período transoperatório, com médias de 0,4 resgate por animal no FLC e 1,0 resgate por animal nos grupos LIDO e LEVO. Não houve diferença significativa entre os grupos nos escores de dor pós-operatória nem na necessidade por resgate analgésico (1 animal em cada grupo). Esse estudo não evidenciou vantagem de uma técnica anestésica sobre outra e todas foram consideradas aceitáveis para a realização de mastectomia em cadelas.
The aim of the present study was to compare intraoperative physiological parameters and postoperative pain scores in dogs undergoing unilateral mastectomy under isoflurane anesthesia,in combination with either a constant rate infusion (CRI) of fentanyl, lidocaine and ketamine, or tumescent local anesthesia with lidocaine or levobupivacaine. Twenty-six bitches of variable weight and breed, which presented with mammary neoplasms were scheduled to undergo unilateral mastectomy. Dogs received acepromazine 0.03 mg.kg-1 and morphine 0.5 mg.kg-1 as premedication followed by anesthetic induction with propofol and isoflurane for maintenance of anesthesia. Each dog was randomly assigned to one of three treatments: FLK group, an IV CRI of fentanyl (5 g.kg-1 loading dose [LD] followed by 9 g.kg-1.h-1), lidocaine (1.5 mg.kg-1 LD followed by 3 mg.kg-1.h-1) and ketamine (0.6 mg.kg-1 LD followed by 0.6 mg.kg-1.h-1); LIDO group, tumescent anesthesia with 0.32% lidocaine; and LEVO group, tumescent anesthesia with 0.026% levobupivacaine. The total amount of tumescent solution was 15 mL.kg-1. Intraoperatively, cardiovascular variables, expired fraction of isoflurane (FE¬ISO) and the need for analgesic rescue (fentanyl 2,5 µg.kg-1) were recorded. Postoperatively, dogs were administered meloxicam (0.1 mg.kg-1, single dose) and tramadol (3 mg.kg-1, every 8 hours) and pain scores as well as the need for analgesic rescue with morphine (0,5 mg.kg-1) were recorded. In the FLK group, the FEISO during surgery was lower than in other groups (FLK 0.7%; LIDO 1.3% [P = 0,0004 versus FLK]; and LEVO 1.2% [P = 0,0005 versus FLK]). There was similarity in physiological parameters among all groups during surgery as well as the number of analgesic rescues with mean values of 0.4 rescue/dog in FLK and 1.0 rescue/dog in the LIDO and LEVO groups. There was no difference in postoperative pain scores and the need for analgesic rescue (1 dog in each group). This study did not identify advantages of one anesthetic technique over the other and all anesthetic protocols were considered acceptable to perform mastectomy surgery in dogs.