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Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-1938

Resumo

As várias espécies do gênero Staphylococcus spp são frequentemente encontradas tanto em seres humanos quanto em cães saudáveis podendo causar uma variedade de infecções incluindo bacteremia, pneumonia, furúnculo, abscesso, piodermites, conjuntivite e otite externa. Estafilococos coagulase positivo (ECP) resistentes a oxacilina, principalmente Staphylococcus aureus tem sido um dos principais agentes de infecções em seres humanos e cães. A presença de Staphylococcus pseudintermedius recentemente relatada em humanos como agente de infecção e o aumento da relação afetiva entre humanos e animais têm demonstrado a importância do estudo das fontes ou reservatórios destes microrganismos. Este trabalho teve como objetivo avaliar a ocorrência e a resistência a oxacilina de ECP isolados das narinas de humanos e de seus cães de estimação na cidade de Maringá-Pr, e verificar por métodos moleculares a relação epidemiológica entre os isolados. No presente estudo, foram realizadas coletas em 25 clínicas veterinárias totalizando 449 amostras de humanos e seus cães de estimação. A detecção molecular dos isolados e a resistência a oxacilina foi realizada pelo método PCR simples e multiplex. A tipagem molecular dos isolados também foi realizada pelo método REP/RW3A. Foram detectados em 18 clínicas a presença de ECP sendo, 95 amostras identificadas como Staphylococcus aureus, 62 amostras como Staphylococcus pseudintermedius e 1 amostra como Staphylococcus schleiferi provenientes de humanos e seus cães. Para a oxacilina a concentração inibitória mínima (CIM) CIM50 de S. aureus foi de 0,5µg/ml e a CIM90 foi de 1µg/ml tanto para isolados de humanos quanto de animais. Em relação aos S. pseudintermedius isolado de humanos a CIM50 e CIM90 foi de 0,125µg/ml e 0,25µg/ml respectivamente e para isolados de cães, tanto a CIM50 quanto a CIM90 foi de 0,25µg/ml. E para o isolado de S. schleiferi a CIM50 e CIM90 foi de 0,25µg/ml. Quatro amostras foram identificadas como resistentes a oxacilina, sendo todas carreadoras do gene mecA com cassete cromossômico SCCmec tipo II. Embora a tipagem molecular tenha revelado grande variabilidade genética entre os isolados, também foi verificada a disseminação clonal entre humanos, entre humanos e cães e entre cães. Observou-se que a disseminação entre humanos e cães ocorreu principalmente com isolados de S. aureus e a disseminação entre cães foi prevalentemente de S. pseudintermedius. São necessários mais estudos para verificação da prevalência de EPC resistentes na comunidade e nos animais domésticos e ainda a caracterização molecular destas cepas para compreensão dos reservatórios bem como da disseminação e controle das infecções causadas por estes patógenos

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