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DOR EM BOVINOS NA MARCAÇÃO A FERRO QUENTE: EXPRESSÃO FACIAL, OUTROS INDICADORES COMPORTAMENTAIS E FISIOLÓGICOS E A PERCEPÇÃO DOS PRODUTORES

BRUNO ROBERTO MULLER.
Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-204707

Resumo

A dor é reconhecida como uma experiência subjetiva aversiva que está relacionada com sofrimento e afeta de forma significativa o bem-estar animal. Na bovinocultura de corte, os animais são submetidos a práticas de manejo que envolvem procedimentos dolorosos, como castração, descorna, caudectomia e marcação. A marcação a ferro quente é prática comum no mundo todo e nem sempre vem acompanhada de anestesia ou analgesia. Uma das principais razões da negligência no manejo e tratamento da dor em animais de produção é a dificuldade de reconhecimento da dor. Há demanda por novos métodos de diagnóstico que sejam práticos e viáveis para aplicação em situações de campo. Assim, os objetivos deste trabalho foram explorar o potencial da expressão facial e outras medidas comportamentais e fisiológicas como indicadores de dor em bovinos e identificar a percepção de produtores sobre a marcação a ferro quente e suas consequências para o bem-estar animal. Esta dissertação foi dividida em cinco capítulos: (1) Apresentação; (2) Expressões faciais associadas à dor em bovinos de corte; (3) Diagnóstico de dor em bovinos de corte por meio de expressões faciais e outros indicadores fisiológicos e comportamentais; (4) Percepção de produtores de bovinos de corte acerca da marcação a ferro quente e suas consequências para o bem-estar animal; e (5) Considerações finais. No capítulo dois, cinco unidades de ação da expressão facial foram indicadas como potenciais indicadores de dor em bovinos: orelhas para trás, narinas dilatadas, abertura da boca e elevação medial e lateral das sobrancelhas. O capítulo três sugere que a vocalização e as cinco expressões faciais descritas no segundo capítulo desta dissertação constituem indicadores acurados e práticos no diagnóstico da dor em bovinos de corte. O capítulo quatro indica que o reconhecimento da senciência animal e da capacidade dos animais em experimentar dor não é um impedimento para mudanças nos procedimentos de identificação animal e sugere que esforços futuros devem ser concentrados em refinar e desenvolver novos métodos que sejam acessíveis e efetivos, motivando os produtores a realizar procedimentos que respeitem a qualidade de vida dos seus animais. O avanço nos métodos de diagnóstico da dor e na adoção de práticas de manejo mais compassivas interfere diretamente na vida dos animais que estão sob nossos cuidados. As conclusões apresentadas neste trabalho, se aplicadas nos sistemas produtivos, podem gerar mudanças importantes e levar a uma melhoria direta no grau de bem-estar de bovinos de corte.
Pain is recognized as an subjective and aversive experience related to suffering, affecting significantly animal welfare. On beef cattle productive systems, animals are submitted to management practices involving painful procedures, such as castration, dehorning, tail docking and branding. Hot iron branding is a common practice adopted internationally and is not always followed by anesthesia or analgesia. One of the main causes of negligence on the management and treatment of pain in animals is the difficulty of diagnosis. There is a demand for new methods that are practically useful and viable for application in on-farm situations. Therefore, the objectives of this work were to explore the potential of facial expressions and other behavioral and physiological measurements as indicators of pain in beef cattle and identify the perception of producers on hot iron branding and its consequences to animal welfare. This thesis is divided in five chapters: (1) Presentation; (2) Facial expressions associated to pain in beef cattle; (3) Pain assessment of beef cattle using facial expressions and other physiological and behavioral indicators; (4) Perception of beef cattle producers regarding hot iron branding and its consequences to animal welfare; and (5) Final considerations. On chapter two, five facial action units were indicated as potential pain indicators in beef cattle: backwards ears, dilated nostrils, open mouth, and medial and lateral brow raise. Chapter three suggests that vocalization and the five facial expressions described on the second chapter constitute accurate and practical indicators of pain in beef cattle. Chapter four indicates that the recognition of animal sentience and the capability of animals to experience pain is not an obstacle towards changes on animal identification procedures, and suggests that future efforts should focus on refining and developing new methods that are inexpensive and effective, motivating producers to adopt procedures that are respectful to animal quality of life. The advance on pain diagnosis methods and the adoption of more compassionate management practices interfere directly on the lives of animals under our care. Conclusions presented in this work, if applied on the productive systems, may generate important changes and lead to significant improvement on the welfare of beef cattle.
Biblioteca responsável: BR68.1