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Uso de enzimas lignocelulolíticas exógenas em alimentos para ruminantes

ERICA MACHADO.
Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-206156

Resumo

Após a produção do complexo enzimático lignocelulolitico a partir do crescimento de fungos da podridão branca em meio contendo feno de coast-cross durantes 12 dias foram realizados dois estudos experimentais. Sendo que, no primeiro experimento, avaliou-se a ação do complexo enzimático em material fermentado e no segundo avaliou-se a adição do complexo enzimático em fontes de alimentos ricos em fibras, simulando um pré tratamento antes de fornecer os alimentos aos animais. No primeiro ensaio avaliou-se a ação do complexo enzimático, em concentrações crescentes (0, 10, 20 e 30 mg.kg-1 MN) sobre a composição química, digestibilidade in vitro, parâmetros fermentativos in vitro e compostos antioxidantes das silagens de milho e de cana-de-açúcar. O milho e a cana-de-açúcar foram picados tratados com o complexo enzimático e acondicionado em sacos plásticos selados à vácuo. Após 60 dias os mini silos foram abertos e as amostras foram secas em estufa de ventilação forçada a 55ºC para análise dos parâmetros propostos. Houve efeito da adição das enzimas sobre as forragens avaliadas, em que, a melhor concentração foi, em média, 20 mg.kg-1 MN para a silagem de milho, e 10 mg.kg-1 MN para a silagem de cana-de-açúcar. Na silagem de milho verificou-se redução linear na concentração de lignina, redução de 27% na concentração de hemicelulose e diminuição de 6% no teor de celulose em relação ao tratamento controle. Na silagem de cana-de-açúcar verificou-se redução de 12% na concentração de lignina, redução linear no teor de hemicelulose e diminuição de 8% na concentração de celulose. Os monômeros da lignina também responderam à adição do complexo enzimático com aumentos lineares para a razão siringil:guaiacil. Estas alterações da composição química da parede celular refletiram em aumentos significativos nas concentrações dos carboidratos não fibrosos. Foi verificado aumento de 7% na DIVMS na DIVFDN e aumentos de 30% na produção de gases para ambas as silagens. Os compostos fenólicos e a capacidade antioxidante aumentaram linearmente com a adição das enzimas nas silagens, com destaque para a silagem de milho que, na concentração de 20 mg.kg-1 MN, verificou-se um aumento de 56% na capacidade antioxidante em relação ao controle. Portanto, a adição das enzimas lignoceluloliticas nas silagens ocasionou melhorias na DIVMS e DIVFDN, bem como nos parâmetros fermentativos in vitro além do efeito adicional na capacidade antioxidante. No segundo ensaio, objetivou-se avaliar o efeito da adição do complexo enzimático lignocelulolitico em alimentos ricos em fibras, com a intenção de simular um pré tratamento dos alimentos antes de fornecê-los aos animais. Foram utilizados silagem da planta inteira de milho, cana de açúcar integral, feno de coast cross e palha de arroz tratadas com o equivalente a 20 mg.kg-1 de matéria natural (MN) de um complexo enzimático lignocelulolitico. O complexo enzimático ficou em contato com as amostras moídas a 1 mm durante 30 minutos e posteriormente foram realizadas as análises químicas e os ensaios in vitro para determinação da digestibilidade da matéria seca (DIVMS) e da fibra em detergente neutro (DIVFDN). O tratamento enzimático não alterou os teores de MS, MO, PB, EE, CT e a fração B2 dos carboidratos presentes na parede celular em nenhum dos alimentos avaliados. Entretanto, em todos os alimentos, houve diminuição significativa (P< 0,05) nos teores de FDN, FDA, lignina, celulose e na fração C (indisponível) dos carboidratos. Aumentos significativos nos teores de hemicelulose, nos carboidratos não fibrosos e na fração A+B1 dos carboidratos (solúveis) foram registrados. A adição do complexo enzimático lignocelulolitico por 30 minutos sobre os alimentos aumentou a DIVMS e a DIVFDN de todas as fontes de fibras testadas. Assim, recomenda-se a utilização do complexo enzimático para melhorar a qualidade dos alimentos, tanto fermentados quanto in natura. Uma vez que houve melhorias, especialmente, na fração fibrosa, com redução significativa da lignina e aumento da digestibilidade in vitro em todos os alimentos avaliados.
After the production of the lignocellulolytic enzyme complex from the growth of fungi of the white rot in medium containing coast-cross hay for 12 days two experimental studies were carried out. In the first experiment, the enzyme complex was evaluated in fermented material and in the second, the addition of the enzyme complex was evaluated in sources of fiber-rich foods, simulating a pre-treatment before feeding the animals. In the first experiment the enzymatic activity was evaluated in increasing concentrations (0, 10, 20 and 30 mg.kg-1 NM) on the chemical composition, in vitro digestibility, in vitro fermentative parameters and antioxidant compounds of maize silages and sugarcane. Corn and sugarcane were minced treated with the enzymatic complex and packed in vacuum-sealed plastic bags. After 60 days the mini silos were opened and the samples were dried in a forced ventilation oven at 55ºC for analysis of the proposed parameters. There was an effect of the addition of the enzymes on the evaluated fodder, where the best concentration was, on average, 20 mg.kg-1 NM for corn silage, and 10 mg.kg-1 NM for sugarcane silage. In the corn silage there was a linear reduction in the lignin concentration, a reduction of 27% in the hemicellulose concentration and a 6% decrease in the cellulose content in relation to the control treatment. In the sugarcane silage, there was a 12% reduction in lignin concentration, a linear reduction in the hemicellulose content and a decrease of 8% in the cellulose concentration. The lignin monomers also responded to the addition of the enzyme complex with linear increases for the syringyl: guaiacil ratio. These changes in the chemical composition of the cell wall reflected significant increases in the concentrations of non-fibrous carbohydrates. There was a 7% increase in IVDDM in IVNDF and a 30% increase in gas production for both silages. The phenolic compounds and the antioxidant capacity increased linearly with the addition of the enzymes in the silages, especially corn silage, which showed a 56% increase in antioxidant capacity in the concentration of 20 mg.kg-1 MN to control. Therefore, the addition of lignocellulolytic enzymes in silages resulted in improvements in IVDDM and IVNDF, as well as in in vitro fermentation parameters, besides the additional effect on antioxidant capacity. In the second assay, the objective of this study was to evaluate the effect of the addition of the lignocellulolytic enzyme complex on fiber-rich foods, with the intention of simulating a pre-treatment of the food before supplying it to the animals. Whole plant silage of corn, whole sugarcane, coast cross hay and rice straw treated with the equivalent of 20 mg.kg-1 of natural matter (NM) of a lignocellulolytic enzyme complex were used. The enzyme complex was in contact with the samples ground at 1 mm for 30 minutes and the chemical analyzes and the in vitro tests were carried out to determine dry matter digestibility (IVDDM) and neutral detergent fiber (IVNDF). Theenzymatic treatment did not alter the contents of DM, OM, CP, EE, TC and the B2 fraction of the carbohydrates present in the cell wall in any of the evaluated foods. However, in all foods, there was a significant decrease (P <0.05) in the contents of NDF, ADF, lignin, cellulose and the C fraction (unavailable) of carbohydrates. Significant increases in hemicellulose, non-fibrous carbohydrate and A + B1 fractions of the carbohydrates (soluble) were recorded. Addition of the lignocellulolytic enzyme complex for 30 minutes over food increased the IVDDM and the IVNFD of all fiber sources tested. Thus, it is recommended to use the enzymatic complex to improve the quality of the food, both fermented and in natura. Since there were improvements, especially in the fibrous fraction, with significant reduction of lignin and increase in in vitro digestibility in all evaluated foods.
Biblioteca responsável: BR68.1