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Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-213817

Resumo

A alergia alimentar é uma resposta de hipersensibilidade imediata a um alérgeno alimentar e corresponde de 10-20% das doenças alérgicas tegumentares de cães, e em 30% de cães com dermatite atópica. O teste de puntura tem sido utilizado na orientação de exclusões dietéticas em humanos com suspeição de alergia alimentar, porém não há estudos críticos deste teste em cães. O objetivo deste estudo foi avaliar o teste de puntura no diagnóstico da sensibilização a alérgenos alimentares em cães com prurido crônico de origem alérgica. Para realização do teste de puntura foram utilizados extratos alergênicos de alérgenos ambientais e de proteína bovina, frango, ovo, suíno, pescado, leite, soja e trigo na concentração de 1:20 p/v com 50% de glicerol e 0.45% de fenol. Inicialmente, o teste foi realizado em 10 cães hígidos (grupo controle) para avaliação do seu potencial irritativo e em seguida em 34 cães com prurido crônico, de intenso à grave, primário e perene, principalmente nas regiões interdigitais, em pavilhões auriculares e condutos, axila e região abdominal. O teste foi considerado positivo quando produzia pápulas superiores a 3 mm em relação ao controle negativo. Após o teste de puntura, os cães positivos foram submetidos à dieta caseira restritiva, baseada em seu resultado, por 60 dias, sendo avaliados nos dias 0, 30 e 60 e estabelecido seus escores lesionais pela escala CADESI-4, e de prurido pelo pVAS. No grupo controle, apenas dois cães reagiram a um único alérgeno alimentar. Dos 34 cães submetidos ao teste de puntura para alérgenos ambientais e alimentares, 4 (12%) reagiram a alérgenos ambientais, 4 (12%) a alérgenos alimentares e 26 (76%) cães a ambos os alérgenos, nove foram excluídos e 25 permaneceram no estudo. Nos 25 cães houve uma melhora significativa média da pVAS (p= 0,0001) e CADESI-4 (p=0,0001) entre os dias 0 e 30. A média destas variáveis não se alterou de forma significativa entre os dias 30 e 60, porém, após a reexposição ao alérgeno alimentar positivo no teste, houve piora significativa nos valores médios de pVAS (p=0,0001) e CADESI-4 (p=0,039), sendo os alérgenos de carne bovina, seguido de trigo e frango os que causaram as maiores reações. Dos cães submetidos a dieta restritiva, 21(84%) tiveram melhora do prurido acima de 50% e um agravamento no quadro prurítico com a exposição ao alérgeno positivo no teste de puntura. Durante o período da dieta restritiva foi possível a suspensão da medicação para controle do prurido em 11 (46%) dos cães e em 13 (54%) houve melhora na resposta ao maleato de oclacitinib. O presente estudo permitiu concluir que o teste de puntura com extratos de proteínas alimentares é um teste rápido, viável e seus resultados podem servir de guia para o estabelecimento de protocolos de dieta restritiva em cães com suspeição de alergia alimentar e ou dermatite atópica latu sensu, minimizando de forma significante sua medicação.

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Food allergy is an immediate hypersensitivity response to a food allergen and accounts for 10-20% of tegumentary and dog allergic diseases and in 30% of dogs with atopic dermatitis. The puncture test has been used in guiding dietary exclusions in humans with suspected food allergy, however, there are no critical studies of this test in dogs. The objective of this study was to evaluate the puncture test in the diagnosis of sensitization to food allergens in dogs with chronic pruritus of allergic origin. In order to perform the puncture test, allergen extracts of environmental allergens and of bovine protein, chicken, egg, swine, fish, milk, soy and wheat were used at a concentration of 1:20 w/v concentration with 50% glycerol and 0.45% of phenol. Initially, the test was performed in 10 healthy dogs (control group) to assess their irritative potential and then in 34 dogs with severe,primary and perennial chronic pruritus, mainly in interdigital regions, atrial and conductive areas, armpit and abdominal region. The test was considered positive when it produced papules greater than 3mm in relation to the negative control. After the puncture test, the dogs were submitted to the restrictive home diet, based on their results, for 60 days, being evaluated on days 0, 30 and 60 and their lesion scores were established by the CADESI-4 scale, and pruritus by pVAS . In the control group, two dogs reacted to a single food allergen. Of the 34 dogs submitted to the puncture test for environmental and food allergens, 4 (12%) reacted to environmental allergens, 4 (12%) to food allergens and 26 (76%) dogs to both allergens, nine were excluded and 25 remained in the study. In the 25 dogs there was a significant mean improvement of pVAS (p =0.0001) and CADESI-4 (p=0.0001) between days 0 and 30. The mean of these variables did not change significantly between days (p=0.0001) and CADESI-4 (p=0.039), with the bovine meat allergens being the most frequent in the present study, followed by wheat and chicken which caused the greatest reactions. Of the dogs submitted to a restrictive diet,21 (84%) had improvement of the pruritus above 50% and a worsening in the pruritic condition with exposure to the positive allergen in the puncture test. During the period of the restrictive diet it was possible to suspend the medication to control pruritus in 11 (46%) of dogs and in 13 (54%) there was improvement in the response to oclacitinib maleate. The present study allowed to conclude that the puncture test with food protein extracts is a fast, viable test and its results can serve as a guide for the establishment of restrictive diet protocols in dogs with suspected food allergy and / or latu sensu atopic dermatitis, significantly minimizing their medication.

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