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RAQUIANESTESIA COM ROPIVACAÍNA, CETAMINA E DEXMEDETOMIDINA ESTUDO DA NEUROTOXICIDADE E AVALIAÇÃO DE BLOQUEIO MOTOR E SENSORIAL EM COELHO

DAYANA ALERSA CONCEICAO FERREIRA ERMITA.
Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-213886

Resumo

Com o objetivo de estabelecer um protocolo analgésico eficaz e garantir segurança na sua utilização, este estudo propôs analisar e comparar os efeitos analgésicos e neurotóxicos da administração raquidiana da associação entre a ropivacaína, cetamina e dexmedetomidina em coelhos, por meio da avaliação dos bloqueios motor e sensorial, complementados pela análise bioquímica, proteômica e dosagem de interleucina 10 (IL10) no líquido cefalorraquidiano (LCR), e da investigação histopatológica da medula espinhal. Vinte coelhos da raça Nova Zelândia, foram divididos randomicamente em cinco grupos, com n igual a quatro, de acordo com os fármacos que foram utilizados para a raquianestesia: grupo controle (GC), no qual administrou-se solução salina 0,9%, grupo cetamina (GCe), grupo dexmedetomidina (GD), grupo ropivacaína (GR) e grupo associação (GRCeD). O procedimento experimental foi conduzido às cegas, por três avaliadores experientes, que desconheciam qual fármaco foi administrado a cada animal avaliado. A resposta a um estímulo nociceptivo progressivo foi utilizada para avaliar o grau e duração do bloqueio sensorial. Adicionalmente, realizou-se o teste de bloqueio da nocicepção térmica por meio da latência de retirada dos membros, e resposta de reflexo cutâneo no dorso (região lombossacral), por contato com uma placa metálica de cobre, aquecida à 60ºC. O bloqueio motor dos membros pélvicos foi avaliado por meio de escore qualitativo. O LCR foi coletado imediatamente antes e três dias após a raquianestesia para análise bioquímica, proteômica e dosagem de IL10. Para identificação das proteínas do LCR, utilizou-se a aquisição da espectrometria de massa por MALDI TOF/TOF após a digestão tríptica das bandas obtidas nos géis da eletroforese. A dosagem de IL10 foi executada pelo método ELISA. Após três dias, os coelhos foram submetidos à eutanásia e a medula espinhal foi colhida para análise histopatológica. Os resultados alcançados a partir das avalições dos bloqueios sensorial e motor demonstraram que associar cetamina e dexmedetomidina à ropivacaína, pela via subaracnóidea, pode potencializar a analgesia fornecida pela ropivacaína, promovendo um bloqueio mais cranial e com efeito prolongado. Este estudo demostrou que a raquianestesia com a associação de cetamina, dexmedetomidina e ropivacaína é um protocolo de analgesia multimodal eficaz para a rotina em anestesia veterinária, que proporciona potencialização da analgesia em comparação com a utilização isolada da ropivacaína, e pode ser uma escolha quando não se indica utilizar opioides. A utilização dessa associação pela via subaracnóidea é segura e não causa danos ao sistema nervoso central. Com base nos resultados obtidos nas análises do LCR e na avaliação histopatológica da medula espinhal, este protocolo não desencadeia efeitos neurotóxicos e possivelmente pode contribuir com efeitos neuroprotetores. Assim, esta associação tem sua utilização justificada não apenas pelos benefícios analgésicos que estes fármacos podem proporcionar, mas também, pela segurança na sua aplicabilidade.
In order to establish an effective analgesic protocol and to guarantee safety in its use, this work proposed to analyze and compare the analgesic and neurotoxic effects of spinal administration of the association between ropivacaine, ketamine and dexmedetomidine in rabbits, through the evaluation of motor and sensory blockade, complemented by biochemical assay, proteomic analysis and interleukin 10 (IL10) quantification in the cerebrospinal fluid (CSF), and histopathological investigation of the spinal cord. Twenty New Zealand rabbits, were randomicaly divided into five groups, with "n" equal to four, according to the drugs that were used for spinal anesthesia: control group (GC), which was administered saline solution 0.9%, ketamine group (GCe), dexmedetomidine group (GD), ropivacaine group (GR) and association group (GRCeD). The experimental procedure was conducted in a blinded manner, with three experienced evaluators who did not know which drug was administered to each evaluated animal. The response to a standard noxious stimulus was used to assess the degree and duration of sensory blockade. In addiddion, the thermal nociception blockade test was performed through limb withdrawal latency and cutaneous reflex response on the back (lumbosacral region) by contact with a copper metal plate heated at 60ºC. The motor blockade of the pelvic limbs was evaluated by qualitative score. The CSF was collected immediately before and three days after spinal anesthesia for biochemical and proteomic analysis and measurement of IL10. For CSF proteins identification, the acquisition of mass spectrometry was obtained by MALDI TOF / TOF (Matrix-assisted laser desorption/ionization time-offlight/time-of-flight) after tryptic digestion of the bands obtained in electrophoresis gels. The IL10 measurement was performed by ELISA method (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay). After three days, the rabbits were submitted to euthanasia and the spinal cord was collected for histopathological analysis. The results obtained from the sensory and motor blockade assessments, showed that associating ketamine and dexmedetomidine to ropivacaine by subarachnoid route potentiate the analgesia provided by ropivacaine, promoting a more cranial blockage and with prolonged effect. This work showed that spinal anesthesia with ketamine, dexmedetomidine and ropivacaine combination is an effective multimodal analgesia protocol for a veterinary routine anesthesia, which provides potentiation of analgesia compared to the use of ropivacaine alone, and may be a choice when opioids are not indicated. The use of this combination by the subarachnoid route is safe and does not cause damage to the central nervous system. Based on the obtained results in the CSF analyzes, and the histopathological evaluation of the spinal cord, this protocol does not trigger neurotoxic effects and possibly may contribute to a neuroprotective effect. Thus, this association has its use justified not only by the analgesic benefits that these drugs can provide, but also by the safety in their applicability.
Biblioteca responsável: BR68.1