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Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-219386

Resumo

Foram investigados cinco surtos de mortalidade pós-transporte de tambaquis oriundos de diferentes regiões do Amazonas. Neste primeiro ensaio, os peixes manifestaram sinais clínicos sugestivos de columnariose e foram analisados microbiologicamente através da estriagem de fragmentos de tecidos em meio ágar triptona soja (TSA) e Hsu-Shotts (MHS), incubados a 28°C/24h e 25°C/ até 5 dias, respectivamente. As colônias obtidas foram analisadas quanto às proteínas ribossômicas em espectrometria de massas Maldi-ToF e quanto ao genótipo predominante, com PCR-multiplex. A partir destes resultados, foi realizado um segundo ensaio para investigação de métodos preventivos às enfermidades bacterianas, com uso de aditivos na água de transporte. Foram usados o cloreto de sódio NaCl (8 g/L), óleo essencial (OE) de Melaleuca alternifolia (11,12 mg/L, diluído em álcool absoluto 1:9) e oxitetraciclina (TM700, 60 mg/L do princípio ativo), além de dois grupos controle (água do transporte, e álcool diluente). Os juvenis (25 peixes/saco, ± 7 cm, ± 0,94 g) foram transportados por 3 h em sacos plásticos de 5 L (1 L água, preenchido com O2 100%, simulando densidade adotada pelos produtores da região amazônica), com quatro réplicas em cada grupo. Após o transporte, os peixes foram estocados em 20 caixas (5 grupos, 4 réplicas), sem os aditivos e mantidos com alimentação diária (SID) até saciedade aparente, durante 30 dias. Os animais foram pesados e medidos (dias 0, 15 e 30) e o consumo de ração aferido diariamente para avaliação do desempenho produtivo. Foram realizadas avaliações diárias dos sinais clínicos, alterações comportamentais e mortalidades. Peixes recém-mortos foram submetidos à análise microbiológica e os isolados foram identificados por Maldi-ToF. As bactérias sugestivas de serem patogênicas foram selecionadas para um terceiro ensaio, do Postulado de Koch para confirmação da patogenicidade e confirmação da mortalidade após o transporte. Seis cepas (A. caviae, A. hydrophila, A. jandaei, C. freundii e F. columnare; OD600 = 0,500) foram selecionadas para o desafio, os quais foram inoculados intracelomaticamente com as bactérias, após realização da DL50 para padronização do inóculo (7 peixes/grupo; 0,1ml inóculo/ 10g de peso vivo). As bactérias foram re-isoladas e identificadas por MaldiToF. Após a identificação das bactérias, foi realizado um quarto experimento, o teste in vitro, para determinação das concentrações mínimas bacteriostáticas (CMI) e bactericidas (CMB) de cada aditivo contra cada cepa-alvo através da técnica de microdiluição em placas de ELISA. No primeiro estudo, constatamos que a F. columnare (genótipo IV) é o agente etiológico predominante no transporte de juvenis de tambaqui. No segundo estudo, o melhor status sanitário foi atribuído ao grupo transportado com sal, que apresentou 100% de sobrevivência do lote, além de ser o único grupo que não manifestou alterações comportamentais e sinais clínicos de doenças, consequentemente, apresentou maior ganho de peso e menor conversão alimentar quando comparado ao grupo transportado com oxitetraciclina, grupo que não diferiu dos demais quanto à presença de múltiplos agentes infecciosos (poli-infecção) nos peixes doentes e desempenho produtivo. No quarto estudo, certificamos que a ação do sal foi bactericida, enquanto a oxitetraciclina foi bacteriostática e o fitoterápico apresentou ação mista. Todas as cepas mostraram-se resistentes à oxitetraciclina. Este estudo estabelece informações fundamentais para o desenvolvimento da cadeia produtiva de tambaquis na região Norte, que é a maior produtora da espécie, e sugere que 0,8% de sal usado na água de transporte de tambaquis amazônicos, pode tornar esta etapa crítica mais eficiente e lucrativa, prevenindo a columnariose e enfermidades associadas (Aeromonas spp. e Citrobacter freundii) e interferindo de forma benéfica no desenvolvimento dos juvenis.

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Five mortality outbreaks post-transport of tambaqui from different regions of Amazonas were investigated. In this first trial, the fish showed clinical signs suggestive of columnariosis and were examined microbiologically by streaking tissue fragments on soybean tryptone agar (TSA) and Hsu-Shotts (MHS), incubated at 28°C/24h and 25°C/ up to 5 days, respectively. The samples obtained were analyzed for ribosome proteins in Maldi-ToF mass spectrometry and for the predominant genotype, with multiplex PCR. From these results, a second trial was carried out to investigate methods to prevent bacterial diseases, using additives in the transport water. Sodium chloride NaCl (8 g/L), essential oil (OE) from Melaleuca alternifolia (11.12 mg/L, diluted in absolute alcohol 1: 9) and oxytetracycline (TM700, 60) were used as mitigation measures on bacterial pathogens. mg/L of the active ingredient), in addition to two control groups (carrier water, and diluent alcohol). Juveniles (25 fish/ bag, ± 7 cm) were transported for 3 h in 5 L plastic bags (1 L water, filled with 100% O2, simulating density adopted by producers in the Amazon region), with four replicates in each group. After transport, the fish were stored in 20 boxes (5 groups, 4 replicates), without the additives and kept with daily food (SID) until apparent satiety, for 30 days. The animals were evaluated for biometrics (days 0, 15 and 30) and feed consumption (daily) for analysis of zootechnical parameters. Manifestations of clinical signs, behavioral changes and mortality were assessed daily. Freshly killed fish were subjected to the same microbiological tests and the isolates were identified by Maldi-ToF. Bacteria suggestive of greater pathogenic potential were selected for a third Koch Postulate assay to confirm pathogenicity and certify the cause of mortality after transport. Six strains (A. caviae, A. hydrophila, A. jandaei, C. freundii and F. columnare; OD600 = 0.500) were selected for the challenge (7 fish/ group; 0.1ml inoculum / 10g of live weight). After mortality, the bacteria were re-isolated and identified in terms of gender and species as in Maldi-ToF. After confirmation of the bacteria, a fourth in vitro experiment was carried out to determine the minimum bacteriostatic (CMI) and bactericidal (CMB) concentrations of each additive against each target strain using the ELISA plate microdilution technique. In the first study, we found that F. columnare (genotype IV) is a predominant etiological agent in the transport of tambaqui juveniles. In the second study, the best health status was attributed to the group transported with salt, which showed 100% survival of the batch, in addition to being the only group that did not show behavioral changes and clinical signs, indicating the absence of an infectious biological source after transport. Consequently, it presented better weight gain and feed conversion when compared to the group transported with oxytetracycline, a group that did not differ from the others in terms of the presence of multiple infectious agents (poly-infection), presence of sick fish indicating biological risk and regarding performance parameters. In the fourth study, we certify that the action of salt was bactericidal, while oxytetracycline was bacteriostatic and the herbal medicine presented mixed action. All strains are resistant to oxytetracycline. This study establishes fundamental information for the development of the tambaqui productive chain in the North region, which is the largest producer of the species, and suggests that the 0.8% salt used as an additive in the transport water of Amazonian tambaqui, may make this step critical more efficient and profitable production, preventing columnariosis and associated diseases (Aeromonas spp. and Citrobacter freundii) and beneficially interfering in the development of juveniles.

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