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Secretoma no tratamento de lesão dermonecrótica induzida pelo veneno de Loxosceles intermedia

GABRIELA MARQUES RODRIGUES.
Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-220174

Resumo

Objetivou-se avaliar os efeitos do secretoma, em feridas dermonecróticas em coelhos submetidos à injeção de veneno de Loxosceles intermedia. Foram utilizados 16 coelhos machos, adultos, Nova Zelândia, com peso médio de 2,0 kg, distribuídos em quatro grupos (n=4). À exceção do grupo controle (grupo I), que foi submetido apenas à aplicação de secretoma (60g de secretoma diluído em tampão fosfato-salina a 0,5%), todos os outros grupos foram submetidos à administração de 10g de veneno de Loxosceles intermedia, diluído em NaCl 0,9%, via intradérmica (ID) na região interescapular e, tratados 30 minutos após a injeção do veneno, da seguinte forma: grupo II (NaCl 0,9%, via ID); grupo III (60g de secretoma diluído em tampão fosfato-salina 0,5%, via ID) e, grupo IV (60g de secretoma diluído em tampão fosfato-salina 0,5% via endovenosa - EV). Os animais foram avaliados diariamente e realizados registros fotográficos em altura pré-definida de 30 cm para posterior análise da evolução da área da ferida por morfometria. Amostras de sangue foram coletadas imediatamente antes da aplicação do veneno (tempo 0) e 3, 9 e 15 dias após, para avaliação e monitoração de parâmetros hematológicos e bioquímicos séricos e plasmáticos. Após 15 dias os animais foram eutanasiados, submetidos a necropsia e amostras de pele ao redor da lesão foram coletadas para posterior análise histológica. Os resultados demonstraram que os animais do GI não apresentaram edema, eritema, halo ou necrose. No primeiro dia da injeção do veneno, após tratamentos com secretoma, os animais do GIII e GIV, apresentaram maior grau de edema, quando comparado aos animais do GII. Todavia, no 15ª dia de avaliação, o edema foi menor nos animais do GIII e GIV e, de forma inversa, maior no GI. O eritema foi observado nos grupos que receberam veneno de L. intermedia (GII, GIII e GIV), e comparativamente, no primeiro dia, nos grupos II e III foram similares entre si, e diferentes do GIV que apresentou menor diâmetro de eritema (p<0,05). O halo hemorrágico não foi observado no GI e nos animais que receberam veneno (GII, GIII e GIV), nos tempos 1 e 3, não houve diferença (p>0,05). Deve ser salientado que, no nono dia, somente nos animais do GIV, ainda havia halo hemorrágico. Todavia, macroscopicamente, no GIV, apenas um animal apresentou evolução para ferida dermonecrótica. Na avaliação microscópica, não foram observadas alterações na pele dos animais do GI, entretanto, apesar de todos animais que foram desafiados com o veneno, apresentarem alterações muito semelhantes, como necrose e infiltração heterofílica, no GIV, os animais apresentaram ativação fibroblástica, desenvolvimento precoce de tecido conjuntivo, neovascularização e reepitelização tecidual, conferindo alternativa comprovadamente eficaz em relação ao processo de cicatrização. Em relação a hematologia não houve alteração digna de nota e na bioquímica sérica, somente houve aumento na concentração de CK no tempo 3, nos grupos GIII e GIV e, posterior redução a partir do nono dia. Esses mesmos grupos também apresentaram aumento de LDH e ureia, porém os valores permaneceram dentro dos parâmetros fisiológicos para a espécie leporina. Conclui-se que a terapia com o secretoma pode ser utilizada na cicatrização da ferida dermonecrótica no loxoscelismo.
The objective was to evaluate the effects of the secretome, in dermonecrotic wounds in rabbits subjected to injection of Loxosceles intermedia. Sixteen male, adult, New Zealand rabbits, with a mean weight of 2.0 kg, were distributed in four groups (n=4). Except for the control group (group I), which was subjected only to the application of secretome (60g of secretome diluted in 0.5% phosphate-saline buffer), all other groups were subjected to the administration of 10g of L. intermedia venom, diluted in 0.9% NaCl, via intradermal (ID) in the interscapular region and, treated 30 minutes after the venom injection, as follows: group II (NaCl 0.9%, via ID); Group III (60g of secretome diluted in 0.5% phosphate-saline buffer, via ID) and, group IV (60g of secretome diluted in 0.5% phosphate-saline buffer intravenous - IV). Animals were evaluated daily and photographic records were taken at a predefined height of 30 cm for later analysis of the evolution of the wound area by morphometry. Blood samples were collected immediately before venom application (time 0) and 3, 9 and 15 days after, for evaluation and monitoring of hematological and serum and plasma biochemical parameters. After 15 days, the animals were euthanized, submitted to necropsy, and skin samples around the lesion were collected for subsequent histological analysis. The results showed that the animals in GI did not have edema, erythema, hemorrhagic halo or necrosis. On the first day of venom injection, after secretome treatments, the animals in GIII and GIV showed a more significant degree of edema, when compared to the animals in GII. However, on the 15th day of evaluation, the edema was lower in the animals of GIII and GIV, and conversely, higher in GI. Erythema was observed in the groups that received L. intermedia venom (GII, GIII and GIV), and comparatively, on day 1st, groups II and III were similar to each other, and different from GIV which showed smaller erythema diameter (p<0.05). The hemorrhagic halo was not observed in GI and in the animals that received venom (GII, GIII, and GIV), at times 1 and 3, there was no difference (p>0.05). It should be noted that on the 9th day, only in the animals of GIV, there was still a hemorrhagic halo. However, macroscopically, in GIV, only one animal showed evolution to a dermonecrotic wound. In the microscopic evaluation, no changes were observed in the skin of animals of GI, however, although all animals that were challenged with the venom presented very similar changes, such as necrosis and heterophilic infiltration, in GIV, the animals showed fibroblastic activation, early development of connective tissue, neovascularization, and tissue reepithelialization, conferring a proven effective alternative in relation to the healing process. Regarding hematology, there was no noteworthy change, and in biochemistry serum profile, there was only an increase in CK concentration at time 3, in groups GIII and GIV, and a subsequent reduction from day 9. These same groups also showed an increase in LDH and urea, but the values remained within the physiological parameters for the leporine species. It is concluded that secretome therapy can be used in dermonecrotic wound healing in loxoscelism.
Biblioteca responsável: BR68.1