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Epidemiologia da infecção pelo vírus da hepatite E no Rio Grande do Sul

RENATA ZORZETTO.
Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-221036

Resumo

As Hepatites virais têm alta morbidade e mortalidade e representam um dos principais desafios para a saúde pública mundial. Entre os agentes virais causadores de hepatites, o Vírus da Hepatite E (HEV) é o único que contém genótipos com potencial zoonótico. No Rio Grande do Sul (RS), a infecção pelo HEV é comum em criações não comerciais de suínos. Estudos preliminares indicaram também uma alta prevalência de anticorpos anti-HEV em voluntários doadores de sangue. Neste estudo, o objetivo foi determinar a prevalência de anticorpos anti-HEV na população de três importantes municípios do RS (Caxias do Sul, Passo Fundo e Santa Maria) e verificar a existência de portadores do HEV. Amostras de soro sanguíneo (n = 1.000) foram obtidas aleatoriamente de laboratórios de análises clínicas de cada um dos municípios, totalizando 3.000 amostras. A presença de anticorpos anti-HEV (imunoglobulina G = IgG) foi analisada por meio de um teste ELISA indireto em todas as amostras de soro; a presença do HEV foi investigada por meio da transcrição reversa e reação em cadeia da polimerase em tempo real (RT-qPCR) em grupos de amostras (50 soros por grupo, 20 grupos por município). A prevalência em cada município foi analisada considerando-se o gênero e faixa etária. Em Caxias do Sul, a prevalência de anticorpos antiHEV foi de 58,2% entre as mulheres e 56,1% entre os homens. A presença de anticorpos antiHEV foi progressivamente maior e proporcional a faixa etária, sem diferenças em relação ao gênero: 29,9% (0 a 20 anos); 48,3% (21 40 anos); 61,4% (41 60 anos) e 75,0% (acima de 60 anos). Em Passo Fundo, a prevalência de anticorpos anti-HEV foi maior em pessoas do sexo masculino (67,2% em homens versus 64,2% em mulheres); em relação à faixa etária, a soroprevalência observada seguiu o mesmo padrão, aumentando conforme a idade: 40,0% (0 a 20 anos); 55,3% (21 40 anos); 71,1% (41 60 anos) e 77,2% (acima de 60 anos). Em Santa Maria, anticorpos anti-HEV foram mais prevalentes em homens (58,5%) do que mulheres (53,4%) e seguiu o mesmo padrão em relação à faixa etária: 34,2% (0 a 20 anos); 47,8% (21 40 anos); 60,8% (41 60 anos) e 72,8% (acima de 60 anos). No geral, desconsiderando-se gênero e faixa etária, a prevalência de anticorpos anti-HEV foi maior em Passo Fundo (65,5%), seguido de Caxias do Sul (57,4%) e Santa Maria (55,4%). Todos os grupos de amostras resultaram negativas na RT-qPCR. A alta prevalência de anticorpos antiHEV indica que o vírus está amplamente disseminado; a crescente prevalência de anticorpos anti-HEV em relação à faixa indica que o vírus está continuadamente presente no ambiente e ou alimentos e representa um desafio constante a saúde dos indivíduos. A ausência de amostras positivas para o HEV na RT-qPCR, no entanto, indica que não havia amostras de soro positivas para o HEV ou que havia amostras positivas, no entanto o limiar de detecção do HEV na RT-qPCR está acima daquele possivelmente presente em um grupo de amostras. De qualquer maneira, esse dado não diminui a importância dos nossos resultados; ao contrário, corrobora nossos estudos prévios e reforça a tese de que o HEV é endêmico no RS.
The high morbidity and mortality rates observed in viral hepatitis poses a major threat to public health system worldwide. Amongst viral hepatitis agents, the hepatitis E virus (HEV) is the only one with zoonotic genotypes and commonly found on non-commercial swine herds in Rio Grande do Sul (RS). Here, our main goal was to evaluate the anti-HEV antibody prevalence in humans from three major RS municipalities (Caxias do Sul, Passo Fundo and Santa Maria) and to investigate the existence of HEV carriers. Serum blood samples (n = 1000) were randomly obtained from clinical laboratories from each municipality totalizing 3.000 samples. The presence of immunoglobulin G (IgG) antibodies was assayed by an in house ELISA in all serum samples; the presence of HEV was investigated by the reverse transcription real time polymerase chain reaction (RT-qPCR) in pools of 50 samples (20 pools per municipality). The serum prevalence in each municipality was analyzed considering gender and age range. In Caxias do Sul, the prevalence of anti-HEV antibodies within women was 58.2% and 56.1% within men. In addition, the prevalence of antibodies to HEV was progressively higher and proportional to age range with no gender distinction: 29.9% (0 to 20 years); 48.3% (21 to 40 years); 61.4% (41 to 60 years) and 75.0% (over 60 years). In Passo Fundo, anti-HEV antibodies were more prevalent in men (67.2%) than in women (64.2%); however, age range distribution was similar and increased with age range: 40.0% (0 to 20 years); 55.3% (21 to 40 years); 71.1% (41 to 60 years) and 77.2% (over 60 years). Similarly, in Santa Maria, the prevalence of anti-HEV antibodies was higher in men (58.5%) than in women (53.4%) and followed the same age range pattern: 34.2% (0 to 20 years); 47.8% (21 to 40 years); 60.8% (41 to 60 years) and 72.8% (over 60 years). Overall, disregarding gender and age range, the prevalence of anti-HEV antibodies was higher in Passo Fundo (65.5%), followed by Caxias do Sul (57.4%) and Santa Maria (55.4%). Despite the high antibody prevalence, no HEV virus carrier was detected by RT-qPCR amongst all pools samples. The high prevalence of anti-HEV antibodies indicates that the virus is ubiquitously distributed and the increasing prevalence directly related to age range suggests that the virus is continuously present on the environment and/or foodstuff and poses a permanent threat to human health. The absence of positive samples to the HEV RNA indicates that all samples had no virus or that there were samples with HEV but the detection threshold of our RT-qPCR was higher than the minimum amount of HEV that could be present in a given serum pool. Nonetheless, this finding does not lessen our results, at contrary, it strengthen our previous findings indicating that HEV is endemic in RS.
Biblioteca responsável: BR68.1