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Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-221244

Resumo

A ingestão de corpos estranhos (CE) e corpos estranhos metálicos (CEM), é muito comum durante a alimentação dos bovinos, pois são animais com baixa seletividade alimentar. Essa ingestão está diretamente ligada ao manejo negligenciado nas fazendas, tornando-se um problema mundial, principalmente em países de terceiro mundo. Os bovinos após ingerirem os CEM podem desenvolver diferentes quadros clínicos dependendo da localização, tamanho e força traumática do objeto ingerido. A principal consequência é a reticuloperitonite-traumática (RPT), gerando grandes prejuízos econômicos para o produtor, desde a redução na produção leiteira, até mesmo a morte súbita do bovino. O diagnóstico a campo da ingestão de CEM em bovinos é difícil e apoia-se principalmente no uso de detectores de metais importados, a ultrassonografia e a radiografia. A campo foram diagnosticados 15 bovinos leiteiros com suspeita de ingestão de CEM. Todas as vacas tiveram o seu diagnóstico confirmado pelo uso de um detector de metal (DM) nacional, não veterinário. Em condições controladas e usando-se uma vaca fistulada, o DM demonstrou sua capacidade e limitações de uso. Em uma segunda etapa, avaliou-se a ocorrência de CE em um abatedouro receptor de bovinos de todo o Paraná. Foram encontrados CE em 6,4% dos 5.987 conjuntos retículo-rúmen provenientes de 50 municípios, com 54% destes enviando animais com CE ao abate. Em geral, os animais mais jovens (< 25 meses) apresentavam mais CE e os touros possuíam um risco 1,44 vezes maior de ingerirem plásticos e 1,32 maior de apresentarem pregos comparados aos bois. Foi possível identificar os municípios do Paraná com a maior ocorrência da ingestão de CE, sendo estas Paranavaí, Cerro Azul e Astorga. Apesar dos CEM responderem por somente 7,8% do total de CEs, quase a metade destes (47,5%) foi classificada como muito perigosos. No entanto, apenas dois conjuntos retículo-rúmen tinham lesões compatíveis com RPT, portanto raro dentro da amostragem constituída de bovinos de corte. Outros estudos seriam necessários, com uso de abatedouros menores para mensurar o impacto dos CEs e das reticuloperitonites de forma abrangente também em bovinos de leite.

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The ingestion of foreign bodies (FB) and metallic foreign bodies (MFB), is very common during the feeding of cattle, as they are animals with low food selectivity. This intake is directly linked to neglected farm management, making it a worldwide problem, especially in third world countries. Cattle after ingesting the MFB can develop different clinical pictures depending on the location, size and traumatic strength of the ingested object. The main consequence is traumatic reticuloperitonitis (TRP), generating huge economic losses for the producer, ranging from milk losses to sudden death events. The field diagnosis of ingestion of MFB in cattle is difficult and relies mainly on the use of imported metal detectors, ultrasonography and radiography. At the field, 15 dairy cows were diagnosed with suspected MFB ingestion. All cows had their diagnosis confirmed by the use of a national, non-veterinary metal detector (MD). Under controlled bench conditions and using a fistulated cow, the MD demonstrated its capacity and limitations of use. In a second step, the occurrence of FB in an abattoir receiving cattle all over Paraná was evaluated. FBs were found in 6.4% of the 5,987 reticulum-rumen sets from 50 municipalities, with 54% of these sending animals with FB to slaughter. In general, the younger cattle (<25 months) had more FB and bulls had a 1.44 times greater risk of ingesting plastics and 1.32 times more of presenting nails compared to oxen. It was possible to identify the micro-regions of Paraná with the highest occurrence of FB intake, these being Paranavaí, Cerro Azul and Astorga. Although MFBs account for only 7.8% of the total FBs, almost half of them (47.5%) were classified as very dangerous. However, only two reticulum-rumen sets had lesions compatible with a TRP, therefore rare within the evaluated sample of beef cattle. Further studies would be necessary, using smaller slaughterhouses to comprehensively measure the impact of FBs and reticulitis in dairy cattle.

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