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Parâmetros eletrorretinográficos e avaliação histomorfométrica da retina de três espécies de morcegos insetívoros (Mammalia: Chiroptera)

ERIVALDO ALVES ANTONIO.
Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-222017

Resumo

As informações referentes ao sistema visual dos morcegos são limitadas, sobretudo, referente as espécies encontradas no Brasil. Assim, objetivou-se analisar e comparar a morfofisiologia da retina e sensibilidade espectral de três espécies de morcegos insetívoros Cynomops planirostris (Molossidae), Rhynchonycteris naso (Emballonuridae) e Myotis lavali (Vespertilionidae), provenientes da zona urbana de Recife PE, através de parâmetros eletrofisiológicos e histomorfométricos. Os morcegos foram capturados no campus da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Dois Irmãos, Recife PE. O exame eletrorretinográfico de campo total verificou a resposta fotópica da retina de forma multifrequencial nos seguintes comprimentos de ondas (405 nm, 470 nm, 527 nm, 591 nm, 626 nm e 940 nm) de (3 fêmeas da espécie R. naso, 1 macho da espécie C. planirostris e 3 fêmeas e 1 macho da espécie M. lavali). Além disso, foi realizada a análise histomorfométrica da retina de 05 indivíduos adultos da espécie R. naso, 06 morcegos adultos da espécie C. planirostris e 05 espécimes adultos da espécie M. lavali. Os morcegos foram submetidos ao processo de eutanásia. Os olhos foram enucleados, processados seguindo técnica histológica de rotina, cortados e as lâminas histológicas produzidas foram coradas por Hematoxilina Eosina e analisadas em microscópio óptico. Portanto, foi mensurado a espessura total da retina (excluindo o epitélio pigmentar) e de cinco camadas retinianas: (FT) segmentos externos e internos dos fotorreceptores; (NE) camada nuclear externa; (NI) camada nuclear interna; (PI) camada plexiforme interna e (FN) camada de fibras nervosas. As mensurações histomorfométricas de cada parâmetro foram realizadas em oito áreas distintas da retina de cada animal. Portanto, quatro áreas de análise foram estabelecidas na região dorsal da retina: (0,2 mm); (0,4 mm); (0,6 mm) e (0,8 mm) depois do nervo óptico e quatro áreas na região ventral da retina: (0,2 mm); (0,4 mm); (0,6 mm) e (0,8 mm) depois do nervo óptico. Os resultados foram comparados entre as regiões ventral e dorsal da retina, entre as áreas central e periférica, e além disso os resultados de cada análise foram comparados entre as três espécies. Nos registros realizados nos exames fotópicos foi possível identificar a presença e o comportamento das ondas a e b para as três espécies morcegos. Os testes de ERG-ct multifrequencial mostraram que as três espécies de morcegos insetívoras apresentam respostas a todos os estímulos viii analisados em diferentes comprimentos de onda desde o ultravioleta (405 nm) ao vermelho (626 nm). Além disso, a espécie R. naso foi a única que apresentou resposta ao comprimento de onda infravermelho (940 nm). As 10 camadas da retina de organização celular foram identificadas nas três espécies de morcegos. Na primeira análise histomorfométrica, verificou-se que maiores médias dos parâmetros analisados foram encontrados na região ventral da retina das espécies C. planirostris e R. naso, enquanto a espécie M. lavali não apresentou diferenças significativas entre essas duas regiões da retina. As mensurações da área central apresentaram-se significativamente maiores em comparação com periférica da retina para as três espécies na maioria dos parâmetros. Quando comparado entre as três espécies, a espécie C. planirostris exibiu as maiores médias em comparação com as outras duas espécies, com exceção da camada de fibras nervosas que mostrou-se mais espessa na espécie R. naso e a camada nuclear externa, no qual foi verificado as maiores médias para a espécie M. lavali. Assim, esse trabalho amplia o conhecimento a respeito do processo evolutivo dos pigmentos visuais encontrados em morcegos, no qual sugerimos a presença e devido funcionamento das duas opsinas (S-) e (L-) em C. planirostris, R. naso e M. lavali, além de confirmar a percepção espectral do comprimento UV pelas três espécies insetívoras estudadas. Adicionalmente, a percepção do espectro infravermelho pela espécie R. naso abre uma nova discussão sobre a sensibilidade visual em morcegos, no qual futuras investigações devem ser realizadas para aprimorar os conhecimentos em relação a importância da manutenção dessa característica nessa espécie. Além disso, apesar da espécie C. planirostris mostrar as maiores médias dos parâmetros mensurados, estes valores estão diretamente relacionados apenas ao tamanho do bulbo ocular e consequentemente ao aporte corpóreo dos animais. Por outro lado, os dados hismorfométricos da retina sugerem que a espécie R. naso possua uma maior capacidade visual em comparação com as outras duas.
Information about the visual system of bats is limited, especially regarding the species found in Brazil. Thus, this study aimed to analyze and compare the retinal morphophysiology and spectral sensitivity of three insectivorous bats of the species Cynomops planirostris (Molossidae), Rhynchonycteris naso (Emballonuridae) and Myotis lavali (Vespertilionidae) from the urban area of Recife - PE, by electrophysiological and histomorphometric parameters. Bats were captured at the Federal Rural University of Pernambuco, Dois Irmãos, Recife PE. Full-field electroretinographic evaluated the photopic response of the retina at different wavelengths (405 nm, 470 nm, 527 nm, 591 nm, 626 nm and 940 nm) of (3 females of the species R. naso, 1 male of the species C. planirostris and 3 fameles and 1 male of the species M. lavali). Furthermore, this study aimed to describe the microscopic structure of the retina in three species of insectivorous bats (06 adult bats of the species Cynomops planirostris), (05 adult individuals of the species Rhynchonycteris naso) and (05 adult specimens of the species Myotis lavali) using histomorphometric measurements. The bats were submitted to euthanasia. The eyes were enucleated, processed following routine histological technique, cut and then the histological slides produced were stained with Hematoxylin Eosin and analyzed under an optical microscope. Therefore, the total thickness of the retina (excluding the retinal pigment epithelium) and five retinal layers was measured: (FT) outer and inner segments of photoreceptors; (NE) outer nuclear layer; (NI) inner nuclear layer; (PI) inner plexiform layer and (FN) nerve fiber layer. The histomorphometric measurements of each parameter were conducted in eight distinct areas of the retina of each animal four areas of analysis were established in the dorsal region of the retina: (0.2 mm); (0.4 mm); (0.6 mm) and (0.8 mm) after the optic nerve and four areas in the ventral region of the retina: (0.2 mm); (0.4 mm); (0.6 mm) and (0.8 mm) after the optic nerve. The results of the measurements were compared between the ventral and dorsal regions of the retina, between the central and peripheral areas, and furthermore, the results of each analysis were compared between the three species. In the records carried out from photopic examinations, it was possible to identify the presence and behavior of waves a and b for the three bat species. Full-field electroretinography showed that the three bat species responded to all stimuli analyzed at different wavelengths from ultraviolet (405 nm) to red (626 nm). Furthermore, R. naso was the only species that x showed response to the infrared wavelength (940 nm). The 10 retinal layers of cell organization were identified in the three species bats. In the first histomorphometric analysis, it was found that the highest means of the parameters were found in the ventral region of the retina of the species C. planirostris and R. naso, while the species M. lavali did not show significant differences between these two regions of the retina. The measurements of the central area were significantly higher compared to the peripheral retina for the three species in most parameters. When compared between the three species, the species C. planirostris exhibited the highest means compared to the other two species, with the exception of the nerve fiber layer, which was thicker in the species R. naso, and the outer nuclear layer, in which the highest average was observed for the species M. lavali. Thus, this study expands the knowledge about the evolutionary process of visual pigments in bats, in which we suggest the presence and functioning of the two opsins (S-) and (L-) in C. planirostris, R. naso and M. lavali, in addition to confirming the spectral perception of UV wavelength by the three insectivorous species studied. Moreover, the perception of the infrared spectrum by the species R. naso opens a new discussion on visual sensitivity in bats, and future investigations must be carried out to improve knowledge regarding the importance of maintaining this characteristic in this species. Furthermore, despite the species C. planirostris showing the highest averages of the measured parameters, these values are directly related only to the size of the eye and consequently the size of their bodies. On the other hand, the retinal hismorphometric data suggest that the species R. naso show a greater visual capacity compared to the other two.
Biblioteca responsável: BR68.1