Your browser doesn't support javascript.

Portal de Pesquisa da BVS Veterinária

Informação e Conhecimento para a Saúde

Home > Pesquisa > ()
Imprimir Exportar

Formato de exportação:

Exportar

Exportar:

Email
Adicionar mais destinatários

Enviar resultado
| |

AVALIAÇÃO DO MIELOGRAMA E DA CARGA PARASITÁRIA EM CÃES NATURALMENTE INFECTADOS POR Leishmania infantum SUBMETIDOS A TRATAMENTO EXPERIMENTAL COM DOMPERIDONA ASSOCIADA A ALOPURINOL

JESSICA CRISTIANNE MAZER BERNARDI.
Tese em Português | VETTESES | ID: vtt-222187

Resumo

A leishmaniose visceral canina (LVC) é uma doença sistêmica crônica, na qual os cães podem ser assintomáticos como também podem apresentar uma variedade de sinais clínicos inespecíficos. As alterações nos exames laboratoriais são uma manifestação importante na LVC e que, se não acompanhados, pode levar o animal a morte. Alguns estudos já vêm mostrando que essas alterações podem estar relacionadas as mudanças na produção e/ou diferenciação das diferentes linhagens celulares na medula óssea, em consequência da infecção por Leishmania sp. Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi avaliar as alterações no mielograma e quantificar a carga parasitária na medula óssea de cães naturalmente infectados por Leishmania infantum e submetidos a tratamento experimental. Para isso, foram utilizados 10 cães, adultos, que foram tratados por 30 dias com a associação de alopurinol (10mg/kg/BID) e domperidona (1mg/kg/SID). As punções de medula óssea foram realizadas no dia zero e 30 dias após o início do tratamento, onde foram confeccionados esfregaços em lâminas de vidro, fixadas e coradas para avaliação citológica. Para a qPCR a medula óssea foi acondicionada em micrutubos com EDTA 3% para posterior extração de DNA e quantificação. O mielograma dos animais revelou, no dia zero, redução no número de metarrubrícitos, promielócito, mielócito neutrofílicos, metamielócito neutrofílicos, bastonete neutrofílicos e megacariócitos, e aumento no número de neutrófilos e macrófagos. No dia 30 foi observado redução no número de metarrubrícitos, prorrubrícitos, promielócito, mielócito neutrofílicos, metamielócito neutrofílicos, bastonete neutrofílicos, e megacariócitos. Observouse também aumento no número de neutrófilos, macrófagos e plasmócitos, além de aumento discreto na relação mieloide:eritróide. Com relação as alterações morfológicas, foi observado binucleação celular (2/10) e presença de mitoses atípicas (2/10). Leucofagocitose foi observada em 20% (2/10) dos animais. Em 70% dos animais, formas amastigotas de Leishmania sp. foram visualizadas após tratamento. A carga parasitária da medula óssea revelou que 54,5% dos animais apresentaram diminuição da carga parasitária, enquanto 45,4% apresentaram aumento na quantificação 30 dias após o tratamento. A quantificação média no dia zero e no dia 30 foi de 4.424,82 e 16.673,2 parasitas/ L, respectivamente, mas não houve diferença significativa entre os períodos estudados (p = 0,05). Com esses resultados sugere-se que o mielograma não seja a melhor ferramenta para o acompanhamento de cães com LVC quando se objetiva avaliar a resposta do paciente num curto período de tratamento e que 30 dias de tratamento não é suficiente para observar uma resposta parasitológica satisfatória, sendo necessário um estudo de longo prazo para entender os possíveis mecanismos associados a carga de parasitas da medula óssea durante o tratamento da leishmaniose visceral canina.
A Canine Visceral Leishmaniasis (CVL) is a chronic systemic disease, in which dogs can be asymptomatic but can also exhibit a variety of nonspecific clinical signs. Changes in laboratory tests are an important manifestation in CVL and, if not followed up, can lead to the death of an animal. Some studies already show that these changes may be related to changes in the production and/or differentiation of different cell lines in the bone marrow, as a result of infection by Leishmania sp. Thus, the objective of this study was to evaluate changes in the myelogram and quantify the parasitic load on the bone marrow of dogs naturally infected with Leishmania infantum and submitted to experimental treatment. For that, 10 adult dogs were used, which were treated for 30 days with the combination of allopurinol (10mg/kg/BID) and domperidone (1mg/ kg/SID). Bone marrow punctures were performed on day zero and 30 days after the start of treatment, where smears were made on glass slides, fixed and stained for cytological evaluation. For the qPCR, the bone marrow was packed in micrutubes with 3% EDTA for subsequent DNA extraction and quantification. The animals' myelogram revealed, on day zero, a reduction in the number of metarubricyte, promyelocytes, neutrophilic myelocytes, neutrophilic metamyelocytes, neutrophilic band and megakaryocytes, and an increase in the number of neutrophils and macrophages. On the 30th, a reduction in the number of metarubricytes, prorubrocytes, promyelocytes, neutrophilic myelocytes, neutrophilic metamyelocytes, neutrophilic band and megakaryocytes was observed. There was also an increase in the number of neutrophils, macrophages and plasma cells, in addition to a slight increase in the myeloid:erythroid ratio. Regarding morphological changes, cell binucleation (2/10) and atypical mitosis (2/10) were observed. Leukophagocytosis was observed in 20% (2/10) of the animals. In 70% of the animals, amastigote forms of Leishmania sp. were visualized after treatment. The bone marrow parasitic load revealed that 54.5% of the animals showed a decrease in the parasitic load, while 45.4% showed an increase in quantification 30 days after treatment. The mean quantification on day zero and day 30 was 4,424.82 and 16,673.2 parasites/ L, respectively, but there was no significant difference between the periods studied (p=0.05). With these results, it is suggested that the myelogram is not the best tool for monitoring dogs with CVL when the objective is to assess the patient's response in a short period of treatment and that 30 days of treatment is not enough to observe a satisfactory parasitological response, requiring a long-term study to understand the possible mechanisms associated with the load of bone marrow parasites during the treatment of canine visceral leishmaniasis.
Biblioteca responsável: BR68.1