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1.
São Paulo; s.n; 2024. 163 p.
Thesis in Portuguese | LILACS | ID: biblio-1553852

ABSTRACT

Ao longo da década de 1980, a epidemia do HIV atingiu um grupo populacional já marginalizado, o dos homossexuais masculinos, e instigou preconceito semelhante aos infectados com lepra, independente de classe social. A epidemia, no entanto, desencadeou o surgimento de novas ONGs, o fortalecimento de antigas, a aprovação da união civil entre pessoas do mesmo sexo, tendo mobilizado entidades de classe, pastorais da igreja, profissionais de saúde e órgãos do governo para medidas de resposta ao problema inicialmente ignorado pela sociedade (MONTEIRO; VILELLA, 2009; CECÍLIO, 2009). A empreitada pelos direitos ao tratamento e à prevenção do HIV logrou êxito principalmente com relação ao princípio da universalidade do Sistema único de Saúde (SUS). Os princípios da equidade e da integralidade, entretanto, com relação ao tratamento dos que vivem com HIV, ainda está em construção. Nosso estudo, conduzido na Casa da Aids, em São Paulo, teve por objetivos: saber que tipo de acolhimento os pacientes recebem, se eles realmente têm abertura para falar sobre seus anseios e sobre seus hábitos mais íntimos; pesquisar se o acolhimento realizado pelos profissionais da instituição consegue animá-los para a próxima ida. Queremos saber como isso pode ocorrer e também como poderia garantir vínculo e adesão ao tratamento. Como metodologia, realizamos a observação participante, tendo por base as contribuições de Bosi (1979) e Minayo (1992). Trata-se de uma técnica de coleta de informações largamente utilizada na pesquisa qualitativa, sobretudo as de cunho etnográfico. Implica no observador se colocar em relação ao campo e aos sujeitos numa atitude a um só tempo aberta e expectante, todavia com escassa ou nenhuma intervenção no processo. Foram entrevistados 11 sujeitos, 6 pacientes e 5 profissionais de saúde, todos na Casa da Aids. Utilizamos o conteúdo narrado para coletar as histórias de vida dos personagens, e fizemos as nossas narrativas sobre eles em forma de hestórias patográficas (NUNES, 2018; NUNES, 2019; SOUZA, 2003) e de historiobiografias (CRITELLI, 2013). As narrativas conferem, para qualquer usuário do sistema de saúde, uma absorção da própria vivência na doença, uma maior oportunidade daquele sujeito se apropriar do seu processo e, quiçá, transformá-lo, dentro do processo de saúde, em fonte de vida; permite ao profissional ter uma maior visão dos reais sentimentos que o sujeito que vive uma doença tem por seu tratamento; também faz com que tanto o profissional quanto o usuário tenham visão do mundo do sujeito que experencia aquele processo e com que enxerguem uma luz para melhorar a trajetória dele no sentido de controlar aquela doença. Finalmente, sugerimos algumas mudanças no fluxo do serviço de saúde, a fim de suprir a necessidade de estreitamento na relação instituição-usuário.


Throughout de 80s, the HIV epidemic reached an already marginalized population group, that of male homosexuals, and instigated similar prejudice to those infected with leprosy, regardless of social class. The epidemic, however, triggered the emergence of new NGOs, the strengthening of old ones, the approval of civil unions between the same-sex individuals, mobilizing professional associations, church, church pastoral groups, health professionals and government bodies to tackle a problem initially ignored by society (MONTEIRO; VILELLA, 2009; CECÍLIO, 2009). The advocacy for the rights to HIV treatment and prevention was particularly successful in relation to the principle of Universality of the SUS. However, the principles of Equity and Integrality concerning the treatment of those living with HIV, are still under development. Our study, conducted at Casa da AIDS, in São Paulo, had the following objectives: to find out what kind of sheltering the patients received, whether they felt comfortable to talk about their desires and their most intimate habits; research whether the support provided by the institution's professionals motivate them for subsequent visits. We sought to explore how this could happen, and also how it could ensure a connection and adherence to treatment. We proceeded with participant observation, based on the contributions of Bosi (1979) and Minayo (1992). Observation is a widely used information collection technique in qualitative research, especially in ethnographic research. It involves the observer adopting an open and expectant attitude towards the field and subjects, with minimal or no intervention in the process. Eleven subjects were interviewed, including 6 patients and 5 healthcare professionals, all at Casa da Aids. We used the narrated content collected the life stories of the characters, presenting our narratives about the characters in the form of patographic histories(NUNES, 2018; NUNES, 2019; SOUZA, 2003) and of historiobiographies (CRITELLI, 2013). Narratives provide any healthcare system user with an absorption of their own experience with the disease, offering a greater opportunity for the individual to take ownership of their process and, perhaps, transform it into a source of life within the health process. They allow professionals to gain a deeper understanding of the true feelings a person that lives with a disease has towards their treatment. Additionally, narratives enable both professionals and users to see the world from the perspective of an individual with that condition, shedding light on ways to improve their journey in controlling that illness. Finally, we suggest some changes in the healthcare services flow, in order to meet the need for a closer relationship between institution and user.


Subject(s)
Humans , Male , Female , Acquired Immunodeficiency Syndrome , HIV , Delivery of Health Care , User Embracement , Brazil , Health Knowledge, Attitudes, Practice , Qualitative Research
2.
Rev. Kairós ; 17(4): 297-322, dez. 2014.
Article in Portuguese | LILACS | ID: lil-768792

ABSTRACT

Este trabalho é resultado de um estudo guiado por um questionário semiestruturado,aplicado em situação de entrevista individual a oito idosos, de ambos os sexos, entre 67 e 85 anos. A partir do relato das histórias das suas próprias bocas, o objetivo foi identificar e analisar as respostas que evidenciam sua posição diante da questão da saúde bucal, como forma de aumentar os saberes odontológicos sobre a velhice, bem como de tentar qualificar ações e serviços voltados para as pessoas idosas. Os sujeitos, funcionalmente independentes, foram selecionados dentre os residentes de uma Instituição de Longa Permanência e dentre os participantes ativos de uma Universidade Aberta à Maturidade, justamente porque se acredita que personagens desses dois ambientes pensam de forma diferente sobre saúde e saúde bucal. Trata-se de pesquisa qualitativa, com abordagem interdisciplinar, buscando respostas a questões de um mesmo campo semântico, ainda que em relações diversas: saúde bucal, cuidados bucais, hábitos bucais, dentista, dente, dor de dente, saúde em geral do corpo, prótese e estética, estética e corpo, saúde pública, além de direitos dos idosos. Concluiu-se que os significados da saúde bucal na velhice, manifestos por esses sujeitos, mantêm relação com exemplos familiares valorizados por eles, com a vida social, a qualidade dos relacionamentos dentro e fora de suas casas, seu bem-estar, sexualidade, dentre aspectos outros correlatos, evidenciados durante a pesquisa.


This paper is the result of a research directed by a semi-structured questionnaire, applied to individual interview situation, when we asked eight old people, of both sexes, between 67 and 85 years, to describe the histories of their own mouths, the goal was to identify and analyze the responses that show your position on the issue of oral health. Furthermore, in order to increase dental knowledge in old age, as well as try to qualify actions and services for the elderly. The subject, functionally independent, were selected from among the residents of a Long Term Care Institutions and among the active participants of an Open University to Maturity, precisely because it is believed that characters of these two environments think differently about health and oral health. It is a qualitative research, with an interdisciplinary approach, seeking answers to questions of the same semantic field, albeit in different relationships: oral health, oral care, oral habits, dentist, tooth, toothache, general health of the body, prosthesis and aesthetics, aesthetics and body, public health, and old people`s rights. The results were analyzed based on all these histories of life and on each point of view. It was concluded that the meanings of oral health in old age, manifest by these subjects, maintain relationship with familiar examples valued by them, with social life, the quality of relationships inside and outside their homes, their well-being, sexuality, and other topics exposed during the research.


Subject(s)
Humans , Male , Female , Aged , Aged, 80 and over , Aged , Oral Health
3.
Rev. Kairós ; 4(2): 117-134, dez. 2001.
Article in Portuguese | LILACS | ID: lil-469406

ABSTRACT

Este artigo, elaborado a partir de uma pesquisa realizada com pacientes acima de 60 anos, no Instituto de Prevenção do Câncer, do Ceará, mostra que a saúde bucal gerontológica constitui horizontes mais amplos que a própria saúde dentária desses indivíduos. A pesquisa também sugere que a odontologia se preocupe com os longevos, implementando serviços que resgatem dignidade para os anos futuros que lhes restam.


Subject(s)
Humans , Aged , Geriatrics , Aged/psychology , Oral Health , Quality of Life
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