ABSTRACT
Diabetes mellitus (DM) é uma doença progressiva que apresenta complicações freqüentes, em especial a infecção nos pés. Realizamos um estudo prospectivo com 141 pacientes com DM e úlceras infectadas nos pés, conduzido no Centro Integrado de Diabetes e Hipertensão da UFC no período de março/2000 a novembro/2001. A maioria apresentava infecção avaliada como graus I e II da classificação de Wagner. As amostras foram cultivadas utilizando-se meios seletivos, e a identificação bacteriana e os antibiogramas foram realizados através de metodologia convencional e automatizados. Os patógenos mais freqüentemente isolados foram as enterobactérias (83,7 por cento), Staphylococcus aureus (43,3 por cento) e bactérias anaeróbias (17 por cento). Cepas de Streptococcus pyogenes foram isoladas de 7,8 por cento dos pacientes. Cepas produtoras de beta-lactamase de espectro ampliado e cepas de Staphylococcus aureus resistentes à oxacilina foram isoladas de 6 por cento e 11,6 por cento dos pacientes, respectivamente. A resistência aos antimicrobianos vem se tornando cada vez mais comum, mesmo em pacientes com infecção adquirida na comunidade. Investimentos em diagnóstico etiológico das infecções e estratégias racionais no uso de antimicrobianos fazem-se necessários na tentativa de evitar tratamentos inadequados e suas já conhecidas conseqüências.