ABSTRACT
Este estudo propõe-se a uma breve revisão da literatura sobre qualidade de vida (QV) e câncer de cabeça e pescoço, bem como avaliar a reação de enfermos com esta patologia frente a Escala de Qualidade de Vida desenvolvida por Font - 1988 (Costa Neto, 1997). Participaram do estudo 43 pacientes do Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital Araújo Jorge - ACCG, que foram abordados individualmente na ocasião da consulta médica ou durante a internação hospitalar. Houve o predomínio de casos masculinos (55,8 por cento) sobre os femininos (44,2 por cento), a maioria em tratamento cirúrgico exclusivo (60 por cento), com idade entre 51 e 60 anos (28 por cento), com nenhuma (21 por cento) ou pouca escolarização (36 por cento). Cerca de 44 por cento nao trabalhava devido ao câncer. As neoplasias mais freqüentes eram da boca (25 por cento), e tireóide (19 por cento) e laringe (16 por cento). Na subescala (S-E) Sintomas, predominaram os fatores dor (38 por cento) e naúseas (23 por cento). Na S-E Dificuldades nos Hábitos Cotidianos, as atividades laborais (62 por cento). Na S-E Dificuldades Sociais/Familiares, preocupação com os filhos (60 por cento) e preocupações econômicas (58 por cento). Na S-E Fatores Psicológicos, Insatisfação com o Próprio Corpo (54 por cento) e Medo (49 por cento). No geral, houve uma perda média de 35 por cento na QV dos enfermos. Conclui-se que a Escala de QV de Font é apropriada para sujeitos com câncer de cabeça e pescoço, mas sugere-se associá-la a entrevistas semi-estruturadas, uma vez que as dimensões de significado não são avaliadas por instrumentos mais objetivos.