ABSTRACT
Fundamento: Os efeitos da hipertensão arterial sistêmica ainda não foram significativamente correlacionados à hipertrofia do ventrículo direito. Objetivo: Avaliar a correlação entre a presença de hipertensão arterial sistêmica e espessuras, dimensões e função ventriculares direitas. Métodos: Estudo observacional, transversal. Foram selecionados 65 indivíduos que realizaram ecocardiograma com a avaliação do ventrículo direito em cinco aspectos: espessura da parede livre; diâmetros proximal, basal e médio; excursão sistólica do plano do anel tricúspide e onda S´ lateral ao Doppler tecidual da parede livre. Os indivíduos foram divididos em dois grupos: Grupo Controle, sem hipertensão arterial sistêmica, com 24 indivíduos, sendo 17 mulheres, e Grupo Estudo, com hipertensão arterial sistêmica, com 41 indivíduos, sendo 29 mulheres. Resultados: O Grupo Estudo apresentou indivíduos mais idosos em relação ao Controle (67 anos ± 12 anos e 47 anos ± 20 anos; p < 0,001). No Grupo Controle, o sexo masculino apresentou maiores valores em relação ao sexo feminino de diâmetros do ventriculo direito proximal (24,1 mm ± 1,3 mm vs. 20,1 mm ± 2,9 mm; p = 0,002), ventriculo direito basal (32,9 mm ± 2,7 mm vs. 26,5 mm ± 4,2 mm; p = 0,001), ventriculo direito médio (27 mm ± 2,1 mm vs. 21,2 m ; p = 0,005); ventrículo esquerdo diastólico (49,6 mm ± 2,1 mm vs. 45,5 mm ± 4,3 mm; p = 0,028); ventrículo esquerdo sistólico (30,1 mm ± 3,2 mm vs. 27,1 mm ± 2,9 mm; p = 0,034) e S' lateral (14,9 cm/s ± 2,4 cm/s vs. 13 cm/s ± 1,7 cm/s; p = 0,04). Entretanto, no Grupo Estudo não foram encontradas diferenças significativas entre os sexos nas variáveis analisadas, sugerindo maior impacto da hipertensão arterial sistêmica nas mulheres. Conclusão: A presença de hipertensão arterial sistêmica pode causar alterações estruturais diferentes nos padrões geométricos dos ventrículos em homens e mulheres, possivelmente determinando maiores efeitos no sexo feminino. Entretanto, são necessários mais estudos para confirmar estes achados
Background: Systemic arterial hypertension (SAH) has not yet been directly correlated with right ventricular hypertrophy (RV). Objective: To assess the correlation between the presence of systemic arterial hypertension and right ventricular thickness, dimensions and function. Methods: Cross-sectional and observational study. A total of 65 individuals were selected. They underwent echocardiogram with right ventricular evaluation in five aspects: free wall thickness; proximal diameter (RPD), mid diameter (RMD), basal diameter (RBD); tricuspid annular plane systolic excursion; and tissue doppler S' wave. The subjects were divided into two groups: Control Group, without systemic arterial hypertension, with 24 subjects (17 women) and Study Group, with systemic arterial hypertension, with 41 subjects (29 women). Results: Study Group presented older individuals in relation to Control Group (67 years ± 12 years and 47 ± 20 years; p < 0.001). In the Control Group, men presented higher values compared to women: proximal diameter (24.1 mm ± 1.3 mm vs. 20.1 mm ± 2.9 mm; p = 0.002), basal diameter (32.9 mm ± 2.7 mm vs. 26.5 mm ± 4.2 mm; p = 0.001), mid diameter (27 mm ± 2.1 mm vs. 21.2m ; p = 0.005); left ventricle diastolic diameter (49.6 mm ± 2.1 mm vs. 45.5 ± 4.3 mm; p = 0.028); left ventricle systolic diameter (30.1 mm ± 3.2 mm vs. 27.1 mm ± 2.9 mm; p = 0.034); and S' wave (14.9 cm/s ± 2.4 cm/s vs. 13 cm/s ± 1.7 cm/s; p = 0.04). However, in the Study Group there were no significant differences between men and women in the same variables. These findings suggest greater impact of systemic hypertension in women. Conclusion: The presence of systemic hypertension may cause different structural alterations in geometric ventricular patterns in men and women, possibly determining greater effects on the female sex. However, further studies are needed to confirm these finding