ABSTRACT
Os autores estudam 613 pacientes portadores de carcinoma espinocelular de boca, submetidos à radioterapia exclusiva ou em associaçäo com cirurgia, atendidos no período de janeiro de 1980 a dezembro de 1989, no Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Complexo Hospitalar Heliópolis, Brasil. No cálculo da prevalência de osteorradionecrose, foram avaliadas a extensäo da lesäo primária (T), e influência das cirurgias que envolviam ou näo o tecido ósseo, a dose de irradiaçäo e a idade. Encontramos uma prevalência de 31,5 por cento de osteorradionecrose, sendo a dose de radiaçäo o fator de maior influência para o desencadeamento desta complicaçäo. As lesöes classificadas como T1 tiveram uma prevalência significativamente menor que as lesöes avançadas. A extensäo da cirurgia näo foi importante, sendo indiferente se houve ressecçäo ou näo de parte da mandíbula. A idade se mostrou estatisticamente correlacionada à ocorrência de osteorradionecrose, sendo que os pacientes com menos de 60 anos tiveram uma prevalência de 65,3 por cento e, aqueles com mais de 60 anos, apresentaram 73,5 por cento.