ABSTRACT
ABSTRACT Objective Vascular findings in preeclampsia are usually attributed to increased vascular tone. Recently, however, important studies have improved the understanding of the main pathophysiological events in this condition, especially vascular brain remodeling, impaired autoregulation, and damage of the blood-brain barrier, which are well recognized features of cerebral overperfusion. Methods In this study, the association between choriocapillaris ischemia with ophthalmic artery blood flow parameters on orbital Doppler ultrasound is reported for the first time using multivariate logistic models. Multivariate logistic models with ophthalmic artery blood flow parameters, as well as major clinical and laboratory predictive variables were established for choriocapillaris ischemia and choriocapillaris ischemia with retinal detachment. Results In a series of 165 patients, 46 (28%) presented choriocapillaris ischemia; among them, 20 (12%) presented associated retinal detachment. The ophthalmic artery resistive index was the main predictor for choriocapillaris ischemia and choriocapillaris ischemia with retinal detachment in multivariate logistic models. Ophthalmic artery resistance lower than 0.56 was associated with a significantly high incidence of both outcomes. Conclusion This study supports that the branching pattern of choroidal arterioles and the lobular organization of choriocapillaris are the major morphological aspects underlying endothelial damage and lobular ischemia in the context of choroidal overperfusion. Overperfused lobules bordering areas of choriocapillaris ischemia produce a perfusion pressure gradient, with lobular reperfusion, leakage from reperfused choriocapillaris, and retinal detachment. Ophthalmic artery-resistive index lower than 0.56 is proposed as a major predictor of the overperfusion-related choriocapillaris ischemia and choriocapillaris ischemia with retinal detachment in preeclampsia.
RESUMO Objetivo Os achados vasculares na pré-eclâmpsia são usualmente atribuídos ao aumento do tônus vascular. Recentemente, no entanto, importantes estudos têm melhorado a compreensão dos principais eventos fisiopatológicos nessa condição, especialmente o remodelamento vascular cerebral, a perda de autorregulação e a ruptura da barreira hematoencefálica, características bem reconhecidas de hiperperfusão cerebral. Métodos Neste estudo, a associação entre a isquemia da coriocapilar e parâmetros de fluxo sanguíneo da artéria oftálmica no Doppler orbitário é relatada pela primeira vez por meio de modelos logísticos multivariados. Modelos logísticos multivariados com parâmetros de fluxo sanguíneo de artéria oftálmica, assim como os principais preditores clínicos e laboratoriais, foram estabelecidos para isquemia da coriocapilar e coriocapilar associada a descolamento de retina. Resultados Em uma série de 165 pacientes, 46 (28%) apresentaram isquemia da coriocapilar; dentre eles, 20 (12%) apresentaram descolamento de retina associado. O índice de resistência da artéria oftálmica foi o principal preditor para isquemia da coriocapilar e isquemia da coriocapilar associada a descolamento de retina em modelos logísticos multivariados, e índice de resistência da artéria oftálmica menor que 0,56 foi associado a uma incidência significativamente elevada de ambos os desfechos. Conclusão Este estudo sustenta que o padrão de ramificação das arteríolas coroidianas e a organização lobular da coriocapilar são os principais aspectos morfológicos subjacentes ao dano endotelial e à isquemia lobular no contexto do hiperfluxo coroidiano. O hiperfluxo de lóbulos adjacentes às áreas de isquemia da coriocapilar estabelece um gradiente de pressão de perfusão, o que produz reperfusão lobular, extravasamento a partir de coriocapilares reperfundidos e descolamento da retina. O índice de resistência da artéria oftálmica inferior a 0,56 é proposto como um importante preditor de isquemia da coriocapilar e isquemia da coriocapilar associada a descolamento de retina relacionados ao hiperfluxo na pré-eclâmpsia.
ABSTRACT
Objetivo Verificar diferenças em alguns aspectos nutricionais de gestantes acompanhadas em serviço de atenção pré-natal em uma cidade do interior e na região metropolitana. Métodos Foram avaliadas gestantes em atendimento pré-natal na cidade de Belo Horizonte (BH), região metropolitana, e Paula Cândido (PC), interior de MG. Aplicou-se um Questionário de Frequência Alimentar (QFA) contendo informações socioeconômicas e sobre o hábito alimentar, além disso, foramaferidos peso e altura nomomento do atendimento e questionado o peso pré-gestacional, para posterior cálculo do IMC (índice de massa corpórea). A análise dos dados foi dividida por região e trimestre gestacional, utilizando o software SPSS versão 15.0, teste t para comparação de médias e qui-quadrado de independência, com 5% de significância. Resultados Foram incluídas 240 gestantes, sendo 90 do interior e 150 da região metropolitana. Destas, a maioria são casadas (BH = 56,6%; PC = 46,6%), não trabalham fora de casa (BH = 54,6%; PC = 84,4%), predominantemente se alimentam 3 a 4 vezes ao dia no 1° e 2° trimestre (BH = 54,0 e 46,0%; PC = 66,7 e 63,3%, respectivamente) e fazem 5 a 6 refeições ao dia no 3° trimestre em BH (44%). Houve ganho de peso significativo somente no 1° trimestre (BH: 58,0%; PC: 53,33%). Ganho de peso versus hábito alimentar foi significativo para as variáveis "almoça ou janta fora de casa," no 1° trimestre BH (p = 0,006); "quantas vezes consome leite," no 1° trimestre PC (p = 0,03); "quantas vezes consome fastfood," no 3° trimestre BH (p = 0,009). Conclusões As gestantes emambas regiões se alimentam de forma adequada, apesar da prevalência de sobrepeso pré-gestacional em BH e baixo nível de escolaridade e renda, principalmente no interior, indicador que pode ser pouco favorável à nutrição das gestantes neste período. Estudos de associação entre hábito alimentar e saúde do recém-nascido irão contribuir para maiores informações sobre a nutrição no período gestacional.
Objective To determine differences in some nutritional aspects of pregnant women assisted at prenatal care services in a country town and in a metropolitan area. Methods Pregnant women received prenatal care in the city of Belo Horizonte (BH), metropolitan area, and Paula Cândido (PC), a country town. A Food Frequency Questionnaire (FFQ) containing socioeconomic information and information about eating habits was applied. In addition,weight and height were measured on the occasion of the visits and the women were ask to give their prepregnancy weight for subsequent BMI calculation. Data were analyzed according to region and trimester of pregnancy using the SPSS software version 15.0, the t-test to compare averages and the chi-square test of independence, with the level of significance set at 5%. Results 240 pregnant women were included, 90 fromthe country town and 150 from themetropolitan area. Of these,most weremarried (BH = 56.6%; PC = 46.6%) and did not work outside the home (BH = 54.0%; PC = 84.4%). They predominantly had 3-4 meals/ day during the 1st and 2nd quarters (BH = 54.0 and 46%; PC = 66.7 and 63.3%, respectively) and had 5-6 meals/day during Q3 in BH (44%). There was significant weight gain only in the 1st quarter (BH: 58,0%; PC: 53.3%). Weight gain versus eating habits was significant for the variables "lunch or dinner away from home" for the 1st quarter in BH (p = 0.006), "How many times they consume milk" in the 1 st quarter in PC (p = 0.03), and "How many times they consume junk food" in the 3rd quarter in BH (p = 0.009). Conclusions Pregnant woman showed proper eating habits in both regions despite the prevalence of pregestational overweight in BH and a low level of education and income, especially in the country town, an indicator that may be unfavorable for the nutrition of pregnant women during this period. Studies of association between eating habits and newborn health will provide more information about nutrition during pregnancy.
Subject(s)
Humans , Female , Pregnancy , Adult , Nutritional Status , Overweight , Prenatal Care , Body Weight , Brazil , Rural Population , Weight GainABSTRACT
Introdução: a fisiopatologia da pré-eclâmpsia (PE) baseia-se em deficiência no processo de placentação, associada à disfunção endotelial sistêmica materna. A investigação da ocorrência desses fenômenos, antes do aparecimento das manifestações clínicas da PE, pode constituir-se em novo método propedêutico para sua predição. Objetivos: comparar o processo de placentação e a função endotelial de gestantes de alto risco para desenvolvimento de PE, correlacionando esses achados com o seu desenvolvimento posterior. Pacientes e métodos: 74 gestantesforam submetidas ao exame de dilatação fluxomediada (DFM) da artéria braquial e dopplerfluxometria das artérias uterinas para avaliação da função endotelial e do processo de placentação, respectivamente. Os exames foram realizados entre 16 e 20 semanas de gestação e as pacientes foram acompanhadas até o puerpério.Resultados: 15 pacientes tiveram a gestação complicada por PE e 59 mantiveram-se normotensas até o puerpério. Pacientes que subsequentemente desenvolveram PE apresentaram, entre 16 e 20 semanas de gestação, maiores valores no índice de pulsatilidade das artérias uterinas (p<0,001), mas a análise da DFM não apresentoudiferença em relação às pacientes que se mantiveram normotensas. Conclusão:os dados observados sugerem que a deficiência no processo de placentação precede cronologicamente as manifestações clínicas de PE, o que não ocorre com a disfunção endotelial.
Introduction: the pathophysiology of preeclampsia (PE) is based on a deficiency in the process of placentation associated with systemic maternal endothelial dysfunction. The investigation on the occurrence of these phenomena before the onset of PE clinical manifestations can become a new diagnostic method for its prediction. Objectives:to compare the process of placentation and endothelial function in pregnant women athigh-risk for PE development, correlating these findings with its further development. Patients and methods: 74 pregnant women underwent flow-mediated dilation (DFM) of the brachial artery and Doppler flowmetry of uterine arteries to assess endothelial function and placentation process, respectively. The examinations were performedbetween 16 and 20 weeks of gestation and patients were followed until the postpartum period. Results: 15 patients had pregnancies complicated by PE and 59 remained normotensive until the postpartum period. Patients who subsequently developed PE presented high values of pulsatility index in uterine arteries (p <0.001), between 16 and 20 weeks gestation, however, the analysis of DFM did not show difference compared to patients who remained normotensive.Conclusion: The observed data suggest that deficiency in the placentation process chronologically precedes the clinical manifestations of PE, which does not occurwith endothelial dysfunction.
ABSTRACT
A ocorrência de sintomas neurológicos agudos em gestantes ou puérperas não é incomum. Podem ser causados tanto pela exacerbação de uma doença neurológica pré-existentes quanto por doenças relacionadas com a própria gravidez. O diagnóstico preciso é essencial para o tratamento adequado. Sendo assim, é recomentado acompanhamento multidisciplinar antes, durante e após a gravidez. O objetivo do presente estudo é realizar uma revisão da literatura sobre as principais síndromes neurológicas durante a gravidez, descrevê-las e elucidar como é feito o diagnóstico adequado. Para isso, foi realizada uma busca de artigos na base de dados do Medline, via Pubmed, sendo selecionados artigos publicados nos últimos 10 anos, nas línguas inglesa ou portuguesa. Desse modo, o presente estudo demonstra a importância de saber reconhecer e tratar adequadamente cada uma dessas síndromes, bem como de um acompanhamento em centro de referência, uma vez que as síndromes neurológicas estão relacionadas com morbidade e mortalidade materna.(AU)
The occurrence of acute neurological symptoms in pregnant women and during puerperium is not uncommon. This symptoms can be caused both by the exacerbation of a preexisting neurological disease and illnesses related to the pregnancy itself. The accurate diagnosis is essential for proper treatment. Therefore, it is recommended that a multidisciplinary monitoring before, during and after pregnancy. The aim of this study is to conduct a review of the literature on the main neurological syndromes during pregnancy, describe them and elucidate how is made the proper diagnosis. For this, a search for articles on Medline database, via Pubmed was performed, being selected articles published in the last 10 years, in English or Portuguese languages. Thus, the present study demonstrates the importance of knowing recognize and properly handle each of these syndromes, as well as a follow-up in tertiary centers, once the neurologicalsyndromes are related to maternal morbidity and mortality.(AU)
Subject(s)
Female , Pregnancy , Pregnancy Complications/diagnosis , Nervous System Diseases/diagnosis , Nervous System Diseases/diagnostic imaging , Neurologic Manifestations , Pre-Eclampsia , Sinus Thrombosis, Intracranial , Vascular Headaches , Magnetic Resonance Imaging , Tomography, X-Ray Computed , Databases, Bibliographic , Eclampsia , Posterior Leukoencephalopathy Syndrome , HypertensionABSTRACT
A adaptação fisiológica do organismo materno à gestação inclui principalmente a vasodilatação sistêmica e o aumento do volume sanguíneo para um adequado fluxo sanguíneo placentário. Alterações nesse processo causam o desenvolvimento de doenças potencialmente graves, como a pré-eclâmpsia e o diabetes gestacional. Apesar de serem diferentes entre si, vários estudos vêm apontando uma alteração em comum, que é a base do desenvolvimento das duas doenças: a lesão endotelial. Há diferenças na forma como essa lesão é desencadeada, mas os produtos liberados a partir dessa alteração promovem vasoconstrição sanguínea e levam à piora da lesão endotelial e do quadro clínico, atuando assim como uma reação em cadeia. São mostrados nesse estudo as alterações sofridas no endotélio, o ponto de convergência na fisiopatologia da pré-eclâmpsia e do diabetes gestacional, e as várias formas de avaliação clínica dessa lesão, que podem ser usados para detecção precoce dessas doenças e melhor manejo do seu desenvolvimento.(AU)
The physiological adaptation of the maternal organism to pregnancy mainly includes systemic vasodilation and increased blood volume allowing a suitable placental blood flow. Changes in this process may lead to the development of potentially serious diseases, such as pre-eclampsia and gestational diabetes. Although they are different from each other, a variety of studies points out a common event which is the base of development of two diseases: the endothelial injury. There are differences in how this injury is unleashed, but the products released from this lesion promote vasoconstriction and worse of clinical manifestations, acting just like a chain reaction. This study aims to discuss the changes suffered in the endothelium, the most likely point of convergence in the pathophysiology of pre-eclampsia and gestational diabetes, as well as the various forms of clinical assessment of endothelial dysfunction, potential markers of the clinical onset of these gestational diseases.(AU)
Subject(s)
Female , Pregnancy , Pre-Eclampsia , Endothelium, Vascular/physiopathology , Diabetes, Gestational , Comorbidity , Databases, BibliographicABSTRACT
O Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) é definido como intolerância a carboidratos com início ou diagnóstico durante a gestação. Em gestantes com DMG, é importante o controle da glicemia a fim de reduzir ou evitar efeitos adversos como abortamento, malformações congênitas e crescimento fetal anormal. Tradicionalmente, a insulina é usada como medicamento de escolha, segura para mãe e feto e eficaz no sentido de controlar os valores glicêmicos maternos. A Metformina é um hipoglicemiante oral que age aumentando a sensibilidade dos tecidos à insulinaNos estudos disponíveis, quando comparada à insulina, a Metformina mostra uma menor taxa de hipoglicemia neonatal grave, porém, não foi observada diferença significativa em relação a outros resultados perinatais, tal como prematuridade. A gliburida é um hipoglicemiante que aumenta a secreção de insulina pelas células beta pancreáticas. É uma droga bem tolerada e apresenta baixa taxa de hipoglicemia materna, em torno de 1,5% das pacientes. A gliburida mostrou eficácia semelhante à insulina em diversos estudos no controle glicemico. Mais estudos clínicos randomizados se fazem necessários no momento atual de discussão sobre os reais benefícios e riscos dessas drogas, a fim de definir seu papel efetivo no tratamento do DMG, consolidando ou não, sua recomendação e seu uso amplo.(AU)
Gestational Diabetes (GMD) is defined as carbohydrate intolerance with onset or first recognition during pregnancy. In pregnants, with GMD the glucose control is important to minimize the risk of miscarriage, fetal congenital malformations and macrossomia. Traditionally, insulin is used, since it does not cross the placenta, being considered safe for the woman and the fetus. Metformin is a hypoglycemic agent that acts as an insulin sensitizer, inhibits gluconeogenesis, suppresses hepatic glucose output and increase intestinal glucose absorption. It crosses the placenta, but it is not considered teratogenic. When compared with insulin, Metformin shows a lower incidence of severe neonatal hypoglycemia, with no difference in rates of other perinatal complications, as prematurity. Glyburide is a hypoglycemic that increases insulin secretion by pancreatic beta cells and sensitivity in peripheral tissues and reducing hepatic clearance of insulin. It shows similar efficacy of insulin on glucose control with a lower rate of maternal hypoglycemia, around 1.5% of patients. The glyburide showed similar efficacy to insulin in several studies in glycemic control. It is still suggested that the use of agent hypoglycemic on DMG can induce a lower maternal weight gain and more treatment adherence. More randomized clinical studies are required to ensure the real benefits and risks of these drugs, in order to define its use on GMD treatment.(AU)
Subject(s)
Female , Pregnancy , Diabetes, Gestational/drug therapy , Glyburide/therapeutic use , Hypoglycemic Agents/therapeutic use , Metformin/therapeutic use , Prenatal Care , Databases, Bibliographic , Hypoglycemic Agents/metabolism , Insulin/adverse effectsABSTRACT
Background: central nervous system (CNS) hyperperfusion is one of the events that constitute the pathophysiological basis for the clinical manifestations and complications of pre-eclampsia (PE). Detecting the increased flow in the CNS through Doppler flowmetry of the ophthalmic artery might precede the clinical onset of PE and could be used as a marker for subsequent development of PE. Objective: to evaluate the ophthalmic artery resistive index (OARI) values in the second trimester of pregnancy for prediction of the clinical manifestations of PE. Objective: to evaluate the ophthalmic artery resistive index (OARI) values in the second trimester of pregnancy for prediction of the clinical manifestations of PE. Methods: a total of 73 patients with risk factors for the development of PE were selected from the prenatal service at the HC-UFMG. They were submitted to ophthalmic artery Doppler flowmetry between 24 and 28 weeks of pregnancy and monitored until the end of the pregnancy to verify the occurrence of PE. ROC curves were created to determine the predictive characteristics of the OARI. Results: fourteen of the patients selected developed PE and 59 remained normotensive until the postpartum period. Patients with subsequent development of PE presented OARI values lower than patients that remained normotensive (0.682±0.028 X 0.700±0.029, p=0.044). Considering the development of PE as an outcome, the area under the OARI curve was 0.694 (CI 0.543 to 0.845), with no points obtaining good values of sensitivity or specificity. Conclusion: Doppler flowmetry of ophthalmic arteries between 24 and 28 weeks of pregnancy did not present itself as a good exam for predicting PE. .
Introdução: a hiperperfusão do sistema nervoso central (SNC) é um dos eventos que constitui substrato fisiopatológico para as manifestações clínicas e complicações da pré-eclâmpsia (PE). O fluxo aumentado no SNC, detectado por meio da dopplerfluxometria de artérias oftálmicas, poderia anteceder as manifestações clínicas da PE e, consequentemente, ser utilizado como marcador de subsequente desenvolvimento de PE. Objectivo: avaliar os valores do índice de resistência das artérias oftálmicas (Irao) no segundo trimestre gestacional para a predição das manifestações clínicas da PE. Métodos: pacientes com fatores de risco para desenvolvimento de PE foram selecionadas no serviço de pré-natal do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG). Elas foram submetidas à dopplerfluxometria de artérias oftálmicas entre 24 e 28 semanas de gestação e acompanhadas até o final da gestação para averiguar a ocorrência de PE. Curvas ROC foram criadas para determinar as características preditivas do Irao. Resultados: das pacientes selecionadas, 14 desenvolveram PE e 59 mantiveram-se normotensas até o puerpério. Pacientes com subsequente desenvolvimento de PE apresentaram valores de Irao menores do que pacientes que se mantiveram normotensas (0,682±0,028 vs. 0,700±0,029, p=0,044). Ao considerar o desenvolvimento de PE como desfecho, a área sobre a curva do Irao foi de 0,694 (IC 0,543-0,845), sem pontos com bons valores de sensibilidade ou especificidade. Conclusão: a dopplerfluxometria de artérias oftálmicas entre 24 e 28 semanas de gestação não se demonstrou um bom exame para a predição de PE. .
Subject(s)
Adult , Female , Humans , Pregnancy , Young Adult , Hemorheology/physiology , Ophthalmic Artery/physiology , Pre-Eclampsia/diagnosis , Ultrasonography, Doppler, Color/methods , Blood Pressure/physiology , Gestational Age , Ophthalmic Artery , Predictive Value of Tests , Pregnancy Trimester, Second , Prognosis , ROC Curve , Risk Factors , Sensitivity and Specificity , Vascular Resistance/physiologyABSTRACT
As doenças hipertensivas na gestação, particularmente a pré-eclâmpsia (PE), respondem por parcela importante da morbidade perinatal e mortalidade materna. O manejo correto, precoce e bem indicado das crises hipertensivas que complicam essas condições obstétricas impactam em importante redução na incidência de sequelas e morte dessas gestantes, podendo, inclusive, impactar em melhora do prognóstico perinatal. Determinar a indicação, os medicamentos, o suporte e a propedêutica complementar que cada gestante com crise hipertensiva deva ser submetida é uma decisão que deve ser baseada em evidências científicas e na experiência de cada serviço com o arsenal farmacológico e propedêutico disponível. Todavia, recomenda-se estabelecer protocolos claros para a abordagem precoce e organizada dessas pacientes. O objetivo do presente estudo é apresentar as evidências existentes no manejo de crises hipertensivas gestacionais, decorrentes da PE, hipertensão arterial crônica ou hipertensão gestacional.(AU)
Hypertensive diseases in pregnancy, particularly pre-eclâmpsia (PE), account for important portion of perinatal morbidity and maternal mortality. The correct management, early and well indicated can positively impact on the hypertensive crises that complicate these obstetric conditions, reducing the incidence of sequelae and death of these pregnant women, and even impact on perinatal prognosis. To determine the indication, the drugs, complementary propedeutics and support that every pregnant women with hypertensive crisis should be submitted is a decision that should be based on scientific evidence and the experience of each service with the pharmacological arsenal available. However, it is recommended to establish clear protocols for the early and organized approach of these patients. The aim of this study is to present the existing evidence in the management of hypertensive crises of PE, chronic hypertension or gestational hypertension.(AU)
Subject(s)
Female , Pregnancy , Pre-Eclampsia , Pregnancy, High-Risk , Hypertension, Pregnancy-Induced , Databases, Bibliographic , Treatment Outcome , Antihypertensive AgentsABSTRACT
O trabalho de parto pré-termo (TPPT) assim como as outras causas de prematuridade respondem pela maior parcela da mortalidade e morbidade neonatal no mundo. Várias vias metabólicas já foram estudadas e diversas alterações já foram encontradas em pacientes que desenvolve TPPT. A via metabólica do óxido nítrico (NO) é reconhecida como um dos possíveis mecanismos de desencadeamento fisiopatológico do TPPT. Níveis elevados de dimetil-arginina assimétrica (ADMA), substância endógena inibidora da NO sintetase, estão relacionados com o desencadeamento de TPPT e com maiores taxas de complicações neonatais. O presente estudo aborda as evidências sobre a relação do TPPT e ADMA e as possíveis aplicações clínicas dessa associação.(AU)
Pre-term labor (PTL), as well as the other causes of prematurity, account for the largest portion of neonatal mortality and morbidity in the world. Several metabolic pathways were studied and a significative number of impairments have already been found in patients who develop PTL. The metabolic pathway of nitric oxide (NO) is recognized as one of the possible mechanisms of pathophysiological PTL?s trigger. High levels of asymmetric dimethyl arginine (ADMA), endogenous inhibitory substance of NO synthetase, are related to the triggering of PTL and with higher rates of neonatal complications. The present study addresses the evidence on the relationship of PTL and ADMA and possible clinical applications of this association.(AU)
Subject(s)
Female , Pregnancy , Arginine/analogs & derivatives , Arginine/physiology , Arginine/metabolism , Nitric Oxide Synthase/antagonists & inhibitors , Nitric Oxide Synthase/metabolism , Obstetric Labor, Premature/physiopathology , Nitric Oxide , Arginine/therapeutic use , Risk Factors , Databases, Bibliographic , Oxidative Stress , Dietary SupplementsABSTRACT
Objetivo: Avaliar a capacidade de predição das formas precoce e tardia da pré-eclâmpsia pela dilatação fluxo-mediada da artéria braquial (FMD), marcador biofísico de disfunção endotelial. Materiais e Métodos: Um total de 91 pacientes de alto risco para desenvolvimento de pré-eclâmpsia foi submetido a FMD entre 24 e 28 semanas de gestação. Resultados: Das pacientes selecionadas, 19 desenvolveram pré-eclâmpsia, sendo 8 em sua forma precoce e 11 em sua forma tardia. Usando-se um valor de corte de 6,5%, a sensibilidade (S) da FMD para predição de pré-eclâmpsia precoce foi 75,0%, com especificidade (E) de 73,3%, valor preditivo positivo (VPP) de 32,4% e valor preditivo negativo (VPN) de 91,9%. Para predição de pré-eclâmpsia tardia, encontrou-se valor de S de 83,3%, E de 73,2%, VPP de 34,4% e VPN de 96,2%. Para a predição de todas as formas associadas de pré-eclâmpsia, encontrou-se valor de S de 84,2%, E de 73,6%, VPP de 45,7% e VPN de 94,6%. Conclusão: A FMD se mostrou uma ferramenta com boa capacidade de predição de pré-eclâmpsia, nas suas formas tardia e precoce, o que pode representar um impacto positivo no acompanhamento de gestantes de alto risco para desenvolvimento dessa síndrome. .
Objective: To assess the accuracy in the prediction of both early and late preeclampsia by flow-mediated dilation of the brachial artery (FMD), a biophysical marker for endothelial dysfunction. Materials and Methods: A total of 91 patients, considered at high risk for development of preeclampsia were submitted to brachial artery FMD between 24 and 28 weeks of gestation. Results: Nineteen out of the selected patients developed preeclampsia, 8 in its early form and 11 in the late form. With a cut-off value of 6.5%, the FMD sensitivity for early preeclampsia prediction was 75.0%, with specificity of 73.3%, positive predictive value (PPV) of 32.4% and negative predictive value (NPV) of 91.9%. For the prediction of late preeclampsia, sensitivity = 83.3%, specificity = 73.2%, PPV = 34.4% and NPV = 96.2% were observed. And for the prediction of all associated forms of preeclampsia, sensitivity = 84.2%, specificity = 73.6%, PPV = 45.7% and NPV = 94.6% were observed. Conclusion: FMD of the brachial artery is a test with good accuracy in the prediction of both early and late preeclampsia, which may represent a positive impact on the follow-up of pregnant women at high risk for developing this syndrome. .
ABSTRACT
Introdução: os distúrbios hipertensivos representam as intercorrências mais frequentes e graves do ciclo grávido-puerperal. Achados anormais no doppler de artérias uterinas, como valores alterados do índice de pulsatilidade médio e persistência da incisura protodiastólica, têm sido propostos como testes de rastreamento adequados para a predição da pré-eclâmpsia. Objetivos: avaliar a capacidade de predizer a ocorrência depré-eclâmpsia pelo doppler das artérias uterinas em grupo de risco clínico e epidemiológico para o seu desenvolvimento. Pacientes e métodos: foram selecionadas 81 gestantes, todas portadoras de fatores de risco para pré-eclâmpsia. As avaliações do índice de pulsatilidade médio foram realizadas nos intervalos gestacionais compreendidos entre 16+0 e 19+6 semanas e 24+0 e 27+6 semanas. Neste último intervalo, foi também avaliada apersistência da incisura protodiastólica bilateral. Resultados: a incisura protodiastólica bilateral entre 24+0 e 27+6 semanas de gestação foi capaz de predizer o diagnóstico de pré-eclâmpsia com 75% de sensibilidade, 82% de especificidade, valor preditivo positivo de 50% e valor preditivo negativo de 93%. A análise dos dados obtidos entre 16+0 e 19+6 semanas de gestação e entre 24+0 e 27+6 semanas de gestação demonstrou que elevados valores de índice de pulsatilidade médio foram encontrados no grupo de pacientes acometidas pela pré-eclâmpsia quando comparado aos encontrados no grupo de pacientes normotensas. Conclusão: as gestações complicadas pela pré-eclâmpsia mostraram prevalência significativamente maior de incisura bilateral e medidas de índice de pulsatilidade médio maiores em cada um dos intervalos estudados. Como nenhum tratamento específico está atualmente disponível, a possibilidade de se predizer a doença, com início ainda na primeira metade da gestação, pode facilitar a monitorização precoce, a instituição de medidas de suporte e a intervenção em momento apropriado para reduzir a morbimortalidade materno-fetal observada na pré-eclâmpsia.
Introduction: Hypertensive disorders represent the most frequent and serious complications of pregnancy and childbirth. Abnormal findings upon uterine artery Doppler, including altered values of pulsatility index and average persistence of bilateral diastolic notch, have been proposed as suitable predictors of preeclampsia in screening tests. Objectives: To evaluate the usefulness of uterine artery Doppler in predicting the occurrence of preeclampsia in a group of women at clinical and epidemiological risk for its development. Patients and methods: 81 pregnant women, all of which with risk factors for developing preeclampsia were selected. The average pulsatility index exams were performed on gestational intervals of 16+0 and 19+6 weeks and 24+0 and 27+6 weeks. In the latter range, the persistence of bilateral diastolic notch was also assessed. Results: Bilateral diastolic notch between 24+0 and 27+6 weeks of gestation could predict the diagnosis of preeclampsia with 75% sensitivity, 82% specificity, positive predictive value of 50% and negative predictive value of 93%. The analysis of data obtained between 16+0 and 19+6 weeks and between 24+0 and 27+6 weeks demonstrated that high values of mean pulsatility index were found in patients affected by preeclampsia compared with those found in the group of normotensivepatients. Conclusion: pregnancies complicated by preeclampsia had significantly higher prevalence of bilateral notches and higher mean pulsatility indexes in each of the ranges studied. Since no specific treatment is currently available, the ability to predict the disease at its onset,in the first half of pregnancy, can facilitate early monitoring, increased support, and the ability to intervene at the appropriate time so as to reduce the maternal-fetal morbidity and mortality observed in preeclampsia.
Subject(s)
Humans , Female , Pregnancy , Risk Factors , Pre-Eclampsia/diagnosis , Pre-Eclampsia/prevention & control , Ultrasonography, DopplerABSTRACT
Objective To evaluate the association of Doppler of uterine artery and flow-mediated dilation of brachial artery (FMD) in the assessment of placental perfusion and endothelial function to predict preeclampsia. Materials and Methods A total of 91 patients considered as at risk for developing preeclampsia were recruited at the prenatal unit of the authors' institution. All the patients underwent FMD and Doppler of uterine arteries between their 24th and 28th gestational weeks. Calculations of sensitivity and specificity for both isolated and associated methods were performed. Results Nineteen out of the 91 patients developed preeclampsia, while the rest remained normotensive. Doppler flowmetry of uterine arteries with presence of bilateral protodiastolic notch had sensitivity of 63.1% and specificity of 87.5% for the prediction of preeclampsia. Considering a cutoff value of 6.5%, FMD showed sensitivity of 84.2% and specificity of 73.6%. In a parallel analysis, as the two methods were associated, sensitivity was 94.2% and specificity, 64.4%. Conclusion The association of Doppler study of uterine arteries and FMD has proved to be an interesting clinical strategy for the prediction of preeclampsia, which may represent a positive impact on prenatal care of patients considered as at high-risk for developing such a condition. .
Objetivo Avaliar, para a predição de pré-eclâmpsia, a capacidade associada da dopplerfluxometria de artérias uterinas e da dilatação fluxo-mediada da artéria braquial (FMD), como métodos de avaliação da perfusão placentária e da função endotelial. Materiais e Métodos Um total de 91 pacientes consideradas de risco para o desenvolvimento de pré-eclâmpsia foi recrutado do serviço de pré-natal de nossa instituição. Todas foram submetidas a FMD e a dopplerfluxometria de artérias uterinas entre 24 e 28 semanas de gestação. Cálculos de sensibilidade e especificidade dos dois exames isolados e associados foram realizados. Resultados Do total de 91 pacientes recrutadas, 19 desenvolveram pré-eclâmpsia, sendo que as restantes se mantiveram normotensas. Para a predição de pré-eclâmpsia, a dopplerfluxometria de artérias uterinas, através da presença da incisura protodiastólica bilateral, apresentou sensibilidade de 63,1% e especificidade de 87,5%. Considerando um valor de corte de 6,5%, a FMD apresentou sensibilidade de 84,2% e especificidade de 73,6%. Os dois testes associados, em análise paralela, apresentaram sensibilidade de 94,2% e especificidade de 64,4%. Conclusão A associação entre a dopplerfluxometria de artérias uterinas e a FMD mostrou-se uma estratégia interessante para a predição de pré-eclâmpsia, o que pode representar um impacto positivo no acompanhamento pré-natal das pacientes consideradas de risco para pré-eclâmpsia. .
ABSTRACT
Este estudo verificou a possível associação entre a situação emocional no pré-menstrual (TPM emocional) e risco de depressão puerperal. Foram estudadas 94 mulheres no pós-parto imediato na Maternidade do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, entre julho de 2011 e agosto de 2012. Foram aplicados questionários para avaliação da sintomatologia pré-menstrual e do Escore de Edimburgo relativo ao risco de desenvolvimento de depressão puerperal. O relato de três ou mais sintomas emocionais no pré-menstrual e a pontuação de 12 ou mais no escore de Edimburgo foram correlacionados pelo teste do qui-quadrado, considerando-se significativo p<0,05. Calculou-se o risco relativo (RR) de a sintomatologia emocional pré-menstrual associar-se ao mais alto risco de depressão puerperal. Houve significância entre as alterações emocionais e o RR de 3,78 diante de TPM emocional com risco aumentado de desenvolver depressão puerperal. É possível que ambas as situações tenham semelhança fisiopatológica na liberação de neurotransmissores afetados particularmente pelas variações hormonais que ocorrem em ambos os momentos. A TPM emocional bem caracterizada predispõe a elevado risco de depressão puerperal.
This study verified a possible association between emotional status in the pre-menstrual period (emotional PMS) and the risk of postnatal depression. Were included 94 women in the immediate postpartum period at the Maternity Hospital of the Universidade Federal de Minas Gerais Hospital das Clinicas from July 2011 to August 2012. Questionnaires were used to assess pre-menstrual symptoms and to determine the Edinburgh Scale for the risk of developing postnatal depression. Reports of three or more emotional symptoms in the premenstrual period and a score of 12 or more in the Edinburgh Scale were correlated using chi-square test, with a p<0.05 considered for relevance. The Relative Risk (RR) for an association between emotional PMS and a higher risk of postnatal depression was calculated and considered significant. Emotional changes were associated to a 3.78 RR of emotional PMS and increased risk to develop postnatal depression. It is possible that both situations have pathophysiologic similarities in the release of neurotransmitters particularlyaffected by hormonal changes that happen in both the moments. A well-defined emotional PMS predisposes to increased risk of puerperal depression.
Subject(s)
Humans , Female , Depression, Postpartum/prevention & control , Postpartum Period/psychology , Premenstrual Syndrome/psychologyABSTRACT
Introdução: a fisiopatologia da pré-eclâmpsia (PE) baseia-se em deficiência no processo de placentação, associada à disfunção endotelial sistêmica materna. É preciso investigar a ocorrência desses fenômenos antes do aparecimento das manifestações clínicas da PE, considerando a disponibilidade de novos métodos propedêuticos de sua predição. Objetivos: comparar o processo de placentação e a função endotelial de gestantes de alto risco e os correlacionar com o desenvolvimento ou não da PE. Pacientes e métodos: 74 gestantes foram submetidas à dilatação fluxomediada (DFM) da artéria braquial e dopplerfluxometria de artérias uterinas para avaliação da função endotelial e do processo de placentação, respectivamente; entre 16 e 20 semanas de gestação e acompanhadas até o puerpério. Resultados: 15 pacientes tiveram a gestação complicada por PE e 59 mantiveram-se normotensas até o puerpério. Pacientes que subsequentemente desenvolveram PE apresentaram, entre 16 e 20 semanas de gestação, elevados valores no índice de pulsatilidade das artérias uterinas (p<0,001), mas a análise da DFM não apresentou diferença em relação às pacientes que se mantiveram normotensas. Conclusão: os dados sugerem que a deficiência no processo de placentação precede cronologicamente as manifestações clínicas de PE, o que não ocorre com a disfunção endotelial.
Introduction: the pathophysiology of pre-eclampsia (PE) is based on a deficiency in the placenta formation process, associated to systemic maternal endothelial dysfunction. The occurrence of these phenomena before the appearance of the clinical manifestations of PE should be investigated, considering that new propaedeutic methods are availablefor prediction. Objective: to compare placenta formation process and endothelial function of high-risk pregnant women and correlate them with the occurrence of PE. Patients and methods: 74 pregnant women were subjected to flow mediated dilation (FMD) of the brachial artery and Doppler flux of uterine arteries to assess the endothelial function and the placenta formation process, respectively, between the 16th and 20th gestation weeks and followed until the puerperal period. Results: 15 patients had their pregnancies complicated by PE while 59 remained normotensive until the puerperium. Patients who subsequently developed PE showed, between gestation weeks 16 and 20, high scores in the pulsatility index for uterine arteries (p<0.001), but the FDM analysis presented no difference in relation to the patients who continued normotensive. Conclusion: data suggest that deficiencies in the placenta formation process chronologically precedes the clinical manifestation of PE, which does not occur with endothelial dysfunction.
Subject(s)
Humans , Female , Pregnancy , Endothelium, Vascular , Pre-Eclampsia , Uterus/physiopathology , Laser-Doppler FlowmetryABSTRACT
A pré-eclâmpsia (PE) constitui a principal causa de morte materna em diversos países do mundo e contribui significativamente para a prematuridade, o baixo peso fetal e o aumento da mortalidade neonatal. A placenta constitui o substrato anatômico etiopatogênico principal para a doença, inclusive em ambiente extra-uterino ou na ausência de embrião. O único tratamento efetivo para a PE consiste na interrupção da gravidez e remoção completa da placenta. Em muitos casos, esta medida precisa ser tomada prematuramente, visando garantir a vida da mãe, do bebê ou de ambos. Estudos clínicos, histológicos e laboratoriais demonstram alterações hemodinâmicas, histológicas, imunológicas e bioquímicas na placentação de mulheres portadoras de PE. Entender como essas alterações assumem proporções sistêmicas no organismo materno pode ser a chave para impedir a progressão abrupta e violenta da doença. Certamente, o entendimento de todo o processo fisiopatológico é necessário para qualquer proposta de predição, prevenção ou terapia que possa diminuir as altíssimas taxas de mortalidade atribuídas à PE.
Preeclampsia (PE) is the leading cause of maternal death in many countries worldwide and contributes significantly to prematurity, low fetal weight and increased neonatal mortality. The placenta seems to be the main etiopathogenic anatomical substrate for the disease even in extra-uterine environment or in the absence of the embryo. The only effective treatment for PE is the pregnancy interruption and complete placenta removal. In many cases, this action needs to be taken prematurely in order to ensure the life of the mother, baby or both. Clinical, histological and laboratory have shown hemodynamic, histological, immunological and biochemical abnormalities in placentation in women with PE. Understanding how these changes take on systemic proportions in the mother may be the key to prevent the abrupt progression of the disease. Indeed, an understanding of all physiological and the alterations in PE process is required for any action of prediction, prevention or therapy that can reduce the extremely high rates of mortality associated to PE.
Subject(s)
Humans , Female , Pregnancy , Placentation/genetics , Pre-Eclampsia/physiopathology , Pre-Eclampsia/metabolism , Cell Differentiation , Placenta Diseases/physiopathology , Pregnancy Complications , Placenta/blood supply , Placenta/pathology , Trophoblasts/cytologyABSTRACT
FUNDAMENTO: A fisiopatologia da Pré-Eclampsia (PE) é caracterizada por deficiência no processo de placentação, disfunção endotelial sistêmica e hiperfluxo do Sistema Nervoso Central (SNC). Do ponto de vista clínico, seria interessante determinar a ocorrência desses fenômenos antes do aparecimento das manifestações clínicas da doença, levantando a possibilidade de novos métodos de predição da PE. OBJETIVO: Comparar o processo de placentação, a função endotelial e o hiperfluxo do SNC em gestantes de alto risco para desenvolvimento de PE que posteriormente desenvolveram ou não a síndrome. MÉTODOS: Um total de 74 gestantes foi submetido ao exame de Dilatação Fluxo-Mediada (DFM) da artéria braquial, dopplerfluxometria de artérias uterinas e oftálmica para avaliação da função endotelial, processo de placentação e hiperfluxo central, respectivamente. Os exames foram realizados entre 24 e 28 semanas de gestação e as pacientes foram acompanhadas até o puerpério para coleta de dados. RESULTADOS: Quinze pacientes tiveram a gestação complicada pela PE e 59 se mantiveram normotensas até o puerpério. Pacientes que subsequentemente desenvolveram PE apresentaram entre 24 e 28 semanas de gestação, maiores valores no índice de pulsatilidade das artérias uterinas e menores valores de DFM (p < 0,001 e p = 0,001, respectivamente). Entretanto, não houve diferença nos valores obtidos no índice de resistência da artéria oftálmica (p = 0,08). CONCLUSÃO: Os dados obtidos sugerem que a deficiência no processo de placentação e a disfunção endotelial precedem cronologicamente as manifestações clínicas da PE, o que não ocorre com o hiperfluxo do SNC.
BACKGROUND: The physiopathology of Preeclampsia (PE) is characterized by a deficiency in the process of placentation, systemic endothelial dysfunction and Central Nervous System (CNS) hyperflow. From a clinical point of view, it would be interesting to determine the occurrence of these phenomena before the onset of clinical manifestations of the disease, raising the possibility of new methods for predicting PE. OBJECTIVE:Compare the process of placentation, endothelial function and CNS hyperflow in pregnant women at high risk for the development of PE who subsequently developed or not the syndrome. METHODS: A total of 74 pregnant women underwent the Flow-Mediated Dilation (FMD) of the brachial artery, Doppler study of uterine and ophthalmic arteries for the assessment of endothelial function, process of placentation and central hyperflow, respectively. The examinations were performed between 24 and 28 weeks of gestation and were followed until the postpartum period for data collection. RESULTS: Fifteen patients had PE and 59 remained normotensive until the puerperium. Patients who subsequently developed PE had between 24 and 28 weeks of gestation, higher pulsatility index of uterine arteries and lower values of FMD (p < 0.001 and p = 0.001, respectively). However, there was no difference in the values obtained in the resistive index in the ophthalmic artery (p = 0.08). CONCLUSION: The data obtained suggest that the deficiency in the process of placentation and endothelial dysfunction chronologically precede the clinical manifestations of PE, which does not occur with CNS hyperflow.
Subject(s)
Adult , Female , Humans , Pregnancy , Endothelium, Vascular/physiopathology , Pre-Eclampsia/physiopathology , Uterus/physiopathology , Blood Flow Velocity/physiology , Blood Pressure/physiology , Brachial Artery/physiopathology , Central Nervous System/blood supply , Central Nervous System/physiopathology , Gestational Age , Placenta/blood supply , Placenta/physiopathology , Placentation/physiology , Risk Factors , Statistics, Nonparametric , Uterine Artery/physiopathology , Uterus/blood supplyABSTRACT
OBJETIVO: Avaliar possíveis diferenças entre a disfunção endotelial, avaliada pela dilatação fluxo-mediada, e hiperperfusão central, avaliada por dopplerfluxometria da artéria oftálmica, entre pacientes portadoras da forma precoce e tardia da pré-eclâmpsia. MATERIAIS E MÉTODOS: O teste de dilatação fluxo-mediada e a dopplerfluxometria da artéria oftálmica foram obtidos de 81 gestantes, sendo 56 portadoras de pré-eclâmpsia (26 na forma precoce e 30 na forma tardia) e 25 gestantes saudáveis (grupo controle). RESULTADOS: Portadoras de pré-eclâmpsia apresentaram valores menores de dilatação fluxo-mediada quando comparadas ao grupo controle, tanto na forma precoce (7,62 ± 5,42 por cento × 14,12 ± 6,14 por cento; p = 0,02) como na forma tardia (5,83 ± 4,12 por cento × 14,12 ± 6,14 por cento; p = 0,00). Não houve diferença quando foram comparadas as duas formas (7,62 ± 5,42 por cento × 5,83 ± 4,12 por cento; p = 0,09). A dopplerfluxometria da artéria oftálmica apresentou-se significativamente menor nas pacientes portadoras de pré-eclâmpsia quando comparadas ao grupo controle, tanto na forma precoce (0,631 ± 0,024 × 0,737 ± 0,032; p = 0,01) como na forma tardia (0,653 ± 0,019 × 0,737 ± 0,032; p = 0,03). Não houve diferença entre as duas formas de apresentação (0,631 ± 0,024 × 0,653 ± 0,019; p = 0,12). Os resultados basicamente demonstram redução nos valores de dilatação fluxo-mediada e dopplerfluxometria da artéria oftálmica nas formas tardia e precoce da pré-eclâmpsia quando comparadas ao grupo controle, sem, contudo, diferenças significativas entre as duas formas de apresentação da doença. CONCLUSÃO: Os resultados indicam a presença de disfunção endotelial e hiperperfusão central em gestantes com pré-eclâmpsia, tanto na forma precoce como na tardia.
OBJECTIVE: To identify possible differences between endothelial dysfunction evaluated by brachial artery flow-mediated dilation and central hyperperfusion evaluated by dopplerfluxometry of ophthalmic artery in women with early- and late-onset preeclampsia. MATERIALS AND METHODS: Flow-mediated dilation testing and dopplerfluxometry of ophthalmic artery were performed in 81 patients (26 with early preeclampsia, 30 with late preeclampsia, and 25 normotensive pregnant women - control group). RESULTS: As compared with the control group, patients with preeclampsia presented lower values of flow-mediated dilation, both in cases of early preeclampsia (7.62 ± 5.42 percent × 14.12 ± 6.14 percent; p = 0.02) and in cases of late preeclampsia (5.83 ± 4.12 percent × 14.12 ± 6.14 percent; p = 0.00). No statistically significant difference was observed between early- and late-onset preeclampsia (7.62 ± 5.42 percent × 5.83 ± 4.12 percent; p = 0.09). Values for dopplerfluxometry of ophthalmic artery were significant lower in patients with preeclampsia as compared with the control group, both in cases of early preeclampsia (0.631 ± 0.024 × 0.737 ± 0.032; p = 0.01) and in cases of late preeclampsia (0.653 ± 0.019 × 0.737 ± 0.032; p = 0.03). Again, no statistically significant difference was observed between early- and late-onset preeclampsia (0.631 ± 0.024 × 0.653 ± 0.019; p = 0.12). Basically, the results demonstrate a decrease in values for dopplerfluxometry of ophthalmic artery in patients with early and late presentations of preeclampsia as compared with the control group, although with no statistically significant difference between the two presentations of the disease. CONCLUSION: The present results indicate the presence of endothelial dysfunction and central hyperperfusion in patients with early- and late-onset preeclampsia.
Subject(s)
Humans , Female , Pregnancy , Eye , Pre-Eclampsia , Laser-Doppler FlowmetryABSTRACT
OBJETIVO: Analisar comparativamente as condições de nascimento em Portugal e no Brasil, no período entre 1975 a 2007. MÉTODOS: Os indicadores de saúde materno-infantis, razão de morte materna, mortalidade neonatal, taxa de cesarianas e gastos públicos em saúde, foram retrospectivamente coletados nas bases eletrônicas de informação do Sistema Único de Saúde (DATASUS), Instituto Nacional de Estatística de Portugal (INE), entre outras. Seus valores foram analisados descritivamente quanto a sua tendência e os cenários sanitários nos quais transcorreram foram apresentados e discutidos, comparando-se, sempre que possível, as informações dos dois países. RESULTADOS: Os nascimentos em Portugal caracterizaram-se por baixa mortalidade materna (12,2x76,2/100.000) e mortalidade neonatal (2,2x14,6/1000), comparativamente ao Brasil, na média dos anos 2004 a 2007. O histórico da conquista de indicadores materno-infantis de excelência em Portugal envolveu uma fase que transcorreu paralela às expressivas melhorias socioeconômicas e ao aporte crescente de recursos públicos em saúde, seguida de outra a partir da década de 1990, simultânea ao melhor aparelhamento das unidades de assistência à saúde. No Brasil, os índices de mortalidade materna e neonatal estão em queda, mas valores satisfatórios ainda não foram conquistados. A diferença histórica no montante do gasto público em saúde foi uma discrepância importante entre os países. A despeito das disparidades nos resultados maternos e neonatais, as taxas de cesariana mostraram-se igualmente ascendentes (34,5 por cento em Portugalx45,5 por cento no Brasil), na média do período 2004 a 2007. CONCLUSÃO: Os indicadores da morte materna e neonatal em Portugal e no Brasil alinharam-se às diferenças sociais, econômicas e aos aportes de investimentos públicos em saúde. As crescentes taxas de cesariana não explicam as discrepâncias no resultado materno e neonatal entre os países.
PURPOSE: To analyze comparatively the conditions of birth in Portugal and Brazil from 1975 to 2007. METHODS: Indicators of maternal and child health: rates of maternal death and neonatal mortality, cesarean rate and public spending on health were retrospectively collected from electronic databases of health information from the Unified Health System (DATASUS) and the National Institute of Statistics of Portugal (INE), among others. Their values were descriptively analyzed in terms of trends and the temporal sanitary scenarios were presented and discussed, comparing, when possible, the information from the two countries. RESULTS: Births in Portugal were characterized by lower maternal mortality (12.2x76.2/100.000) and neonatal mortality (2.2x14.6/1000), compared to Brazil, considering the average of the years from 2004 to 2007. The history of the conquest of maternal and child indicators of excellence in Portugal involved a phase that paralleled the significant socio-economic improvements and the increasing contribution of public health, followed by another from the 1990s, involving better equipped health care units. In Brazil, rates of maternal and neonatal mortality are declining, but satisfactory values have not yet been achieved. The historical difference in the amount of social spending on health, both in current and historical values, was a crucial difference between countries. Despite the disparities in maternal and neonatal outcomes, cesarean section rates were equally ascendant (34.5 percent in Portugal and 45.5 percent in Brazil), considering the average for the period from 2004 to 2007. CONCLUSION: The indicators of maternal and neonatal death in Portugal and Brazil have aligned themselves to social, economic and contributions of public investments in health. The increasing rates of caesarean section do not explain the discrepancies in maternal and neonatal outcome between countries.
Subject(s)
Humans , Infant, Newborn , Health Status Indicators , Infant Welfare , Maternal Welfare , Brazil , Portugal , Retrospective StudiesABSTRACT
O acompanhamento de gestantes de fenótipo RhD negativo é baseado na premissa de que seus fetos podem estar em risco de desenvolver a doença hemolítica perinatal (DHPN) ou eritroblastose fetal, trazendo sérios riscos ao feto em decorrência de hemólise, com consequente anemia, hidropsia e, por vezes, óbito intrauterino. Procedimentos invasivos como amniocentese ou cordocentese podem ser utilizados para se inferir o fenótipo RhD fetal, entretanto, oferecem riscos ao feto e à gestante. Nos últimos anos, o conhecimento sobre a genética dos grupos sanguíneos e o desenvolvimento de técnicas de biologia molecular tem permitido a inferência de fenótipos de grupos sanguíneos a partir da detecção do material genômico. Inicialmente, a genotipagem do DNA fetal para o gene RhD era feita a partir de amostras de amniócitos ou de vilosidades coriônicas. No entanto, por tratar-se de testes invasivos, traziam risco ao feto e à gestante. A possibilidade de se obter DNA fetal a partir do plasma materno foi um grande avanço na prática clínica, por ser um procedimento não invasivo e, portanto, isento de risco. Esta revisão apresenta os princípios da técnica e os resultados de diferentes protocolos para genotipagem RhD fetal (publicados ao longo dos anos) e qual o seu propósito no acompanhamento das gestantes RhD negativo
The RhD negative pregnant women management has been based on the fact that their fetuses may be at risk of developing hemolytic diseases (DHPN) or erythroblastosis fetalis. This condition may bring serious risks to the fetus due to hemolysis, with consequent anemia and hydrops and sometimes, intrauterine death. Invasive procedures such as amniocentesis or cordocentesis may be performed to assess the fetal RhD phenotype, however, it offers risks to both fetus and pregnant woman. In recent years, the knowledge about the genetics of blood groups and the development of molecular biology techniques has allowed the inference of blood group phenotypes by the detection of genomic material. Initially, the fetal DNA genotyping for the RHD gene was performed from amniocytes or chorionic villi samples. Unfortunately, these invasive tests could bring risk to the fetus and the pregnant woman. However, the possibility of obtaining fetal DNA from maternal plasma has been a major advance in clinical practice, as being a non-invasive procedure and therefore not providing any risks. This review presents the principles of techniques and results of different protocols for fetal RHD genotyping (published over the years) and its goal on the management of RhD negative pregnant women
Subject(s)
Humans , Female , Pregnancy , DNA , Rh Isoimmunization/blood , Fetal Blood/immunology , Rh-Hr Blood-Group System/genetics , Genotyping Techniques/methods , Prenatal Diagnosis/methods , Erythroblastosis, Fetal/diagnosis , Genotype , Gestational Age , Polymerase Chain Reaction , Sensitivity and SpecificityABSTRACT
Introdução: em todo o mundo, a cada ano, nascem cerca de 250 mil crianças portando defeitos de fechamento do tubo neural. O uso de suplementação de ácido fólico tem impacto positivo na prevenção dessas malformações. Objetivo: avaliar o conhecimento atual a respeito do uso periconcepcional de ácido fólico na prevenção dos defeitos de tubo neural. Métodos: foi realizada a busca de artigos na base de dados do Medline, por meio do Pubmed, usando os termos: folic acid, neural tube e malformations. Foram selecionados os artigos mais relevantes, além de estudos históricos. Síntese de dados: estudos randomizados foram capazes de demonstrar o papel preventivo da suplementação dietética com ácido fólico contra defeitos de fechamento do tubo neural. Conclusão: o ácido fólico deve ter sua administração iniciada pelo menos 30 dias antes da provável concepção, na dose de 0,4 mg por dia, se possível não associado Ó suplementação de ferro. Para populações de risco a dose recomendada é de 4 mg, iniciada 90 dias antes da concepção e mantida pela embriogenese (até 12 semanas).
Introduction: Around 250,000 children worldwide are born with neural tube defect every year. The supplementary use of folic acid has positive impact on the prevention of such malformations. Objective: To assess the current base of knowledge on the periconceptional use of folic acid to prevent neural tube defects. Methods: The most relevant papers and historical studies on acid folic, neural tube and malformations were collected from the Medline/Pubmed databank. Data synthesis: Randomized studies were capable to demonstrate the preventive role of dietary supplementation with folic acid against neural tube defects. Conclusion: A doses of 0.4 mg acid folic/day must be administered at least 30 days before the potential conception ? if possible, not associated with supplementary iron. For risk populations, the administration of doses of 4 mg is recommended to start 90 days before potential conception and maintained during embryogenesis (up to 12 weeks).