ABSTRACT
ABSTRACT. In July 2019, a group of multidisciplinary dementia researchers from Brazil and the United Kingdom (UK) met in the city of Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil, to discuss and propose solutions to current challenges faced in the diagnosis, public perception and care of dementia. Here we summarize the outcomes from the workshop addressing challenges in diagnosis. Brazil faces a major problem in dementia underdiagnosis, particularly involving the population in an adverse socioeconomic context. There is poor availability of resources and specialists, and the knowledge of general practitioners and other healthcare professionals is far from satisfactory. Low education level is a further obstacle in diagnosing dementia, as the most commonly used screening tests are not designed to evaluate this population. Patients and their families must overcome the stigma of a diagnosis of dementia, which is still prevalent in Brazil and increases the burden of this condition. Whilst the UK has greater resources, dedicated memory services and a National Dementia Strategy plan, the National Health Service (NHS) has limited funding. Therefore, some challenges regarding diagnosis are common across both countries. The authors suggest possible solutions to confront these, with the goal of improving assessment and recognition of dementia and reducing misdiagnosis.
RESUMO. Em julho de 2019, um grupo multidisciplinar de pesquisadores em demência do Brasil e do Reino Unido se reuniu em Belo Horizonte para discutir e propor soluções para os desafios no diagnóstico, percepção pública e tratamento dessa condição. Neste artigo, sintetizamos as conclusões do workshop sobre os desafios no diagnóstico de demência. O Brasil enfrenta um grande problema no subdiagnóstico de demência, principalmente entre a população em condições socioeconômicas adversas. Há pouca disponibilidade de recursos e de especialistas e o conhecimento de médicos generalistas e de outros profissionais de saúde é pouco abrangente. Baixa escolaridade é também um obstáculo no diagnóstico de demência, uma vez que os testes de rastreio mais utilizados na prática clínica não são estruturados para avaliar a população com esse perfil. Os pacientes com demência e suas famílias ainda têm que superar o estigma do diagnóstico, que é ainda muito prevalente no Brasil e colabora para a piora da qualidade de vida. O Reino Unido, por outro lado, dispõe de mais recursos financeiros e de pessoal, possui serviços dedicados à avaliação de problemas de memória e um plano estratégico nacional para demência. Contudo, o National Health Service (NHS) tem verbas limitadas, o que faz com que alguns dos desafios no diagnóstico de demência sejam comuns aos dois países. Os autores sugerem possíveis soluções para enfrentá-los, com o objetivo de melhorar a avaliação e o reconhecimento da demência e reduzir os erros de diagnóstico.