ABSTRACT
A problemática da doença, do hospital e questões mais gerais sobre instituições totais, de modo mais ou menos direto, sublinham a criatividade intelectual e a seriedade da pesquisa que foi desenvolvida alguns anos depois da sua experiência da doença como interno para tratamento de tuberculose em outra instituição hospitalar do Estado de São Paulo. Portanto, também sobre esse aspecto há que se chamar atenção para a capacidade do autor de desenvolver uma observação participante em que ele, como ex-paciente, reflete sobre a sua própria experiência anterior em meio institucional específico.
Subject(s)
Anthropology, Cultural , Hospitals/history , Inpatients/history , Social Sciences , Public Health/history , Tuberculosis, Pulmonary/history , BrazilABSTRACT
Faz uma abordagem sobre a trajetória de Oracy Nogueira. O aprendizado da pesquisa, o gosto pelo conhecimento direto da sociedade brasileira e pela análise de seus problemas ganharam o rosto acadêmico contemporâneo com a institucionalização das ciências sociais em cursos superiores iniciada nos anos 1930. Nesse tempo de experimentações com novos métodos e técnicas de pesquisa, de muito entusiasmo e trabalho, Antropologia e Sociologia imbricavam-se em um tronco disciplinar comum que abriria novos mundos à investigação. A Escola Livre de Sociologia e Política de São Paulo - em especial a partir de 1939, quando Donald Pierson (1900-1995) lá organizou o Departamento de Sociologia e Antropologia, e alguns anos depois, em 1945, a Divisão de Estudos Pós-Graduados - é a instituição de referência para esse entrelaçamento disciplinar. Nessa instituição, formou-se Oracy Nogueira, cujos estudos sobre o estigma e o preconceito racial iluminam um momento decisivo na história da pesquisa em ciências sociais no país.