ABSTRACT
INTRODUÇÃO: A fibrinólise é frequentemente utilizada no tratamento das síndromes coronárias com supradesnivelamento do segmento ST (SCCSST). Desfechos cardíacos maiores foram reduzidos com a intensificação do tratamento antiplaquetário, porém com aumento do risco de sangramento. Nosso objetivo foi avaliar o risco de sangramentos de origem vascular em pacientes submetidos a intervenção coronária precoce pós-trombólise. MÉTODOS: Entre fevereiro de 2010 e dezembro de 2011, 5 prontos-socorros municipais da cidade de São Paulo e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) utilizaram tenecteplase (TNK) para tratamento de pacientes com SCCSST. Os pacientes foram encaminhados a um único hospital terciário e submetidos a cateterismo cardíaco precoce durante a internação. Todos os exames foram realizados por via femoral e os critérios do BARC foram utilizados para a classificação dos sangramentos. RESULTADOS: Foram avaliados 199 pacientes, dos quais 193 não apresentaram sangramento de origem vascular (grupo 1) e 6 (3%) evoluíram com essa complicação (grupo 2). A mediana de tempo entre a administração do fibrinolítico e o cateterismo foi de 24 horas no grupo 1 e de 14,7 horas no grupo 2. Segundo os critérios do BARC, 1 paciente apresentou sangramento do tipo 3a (hematoma em região inguinal com queda de hemoglobina de 3-5 g/dl), 2 pacientes apresentaram sangramento do tipo 3b (1 não relacionado ao acesso vascular e 1 hematoma de retroperitônio, com queda de hemoglobina ≥ 5 g/dl), e os demais apresentaram sangramentos do tipo 1 (pequenos hematomas em região inguinal). Nesse grupo foram necessárias duas hemotransfusões. Nenhum paciente teve óbito relacionado à complicação vascular pós-intervenção. CONCLUSÕES: Em nosso estudo, a cateterização precoce via femoral como parte de uma estratégia fármaco-invasiva, utilizando TNK como fibrinolítico, apresentou baixa taxa de sangramentos de origem vascular, comparável à das angioplastias eletivas.
BACKGROUND: Fibrinolysis is often used in the treatment of acute coronary syndromes with ST segment elevation (STEMI). Major cardiac outcomes were reduced with antiplatelet therapy intensification, but with increased risk of bleeding. Our objective was to assess the risk of vascular bleeding in patients undergoing early percutaneous coronary intervention after thrombolysis. METHODS: Between February 2010 and December 2011, five public emergency rooms in the city of São Paulo and the Emergency Health Care Service (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU) used tenecteplase (TNK) to treat patients with STEMI. Patients were referred to a single tertiary hospital and were submitted to early cardiac catheterization during hospitalization. All examinations were performed via the femoral artery and BARC criteria were used to classify bleeding. RESULTS: We evaluated 199 patients, of whom 193 had no bleeding of vascular origin (group 1) and 6 (3%) developed this complication (group 2). The median time between the administration of the fibrinolytic agent and catheterization was 24 hours in group 1 and 14.7 hours in group 2. According to BARC criteria, 1 patient had type 3a bleeding (hematoma in the inguinal region with a hemoglobin decrease of 3-5 g/dL), 2 patients had type 3b bleeding (1 not related to vascular access and 1 retroperitoneal hematoma with a hemoglobin decrease ≥ 5 g/dL) and the remaining patients had type 1 bleeding (small inguinal hematomas). Blood transfusions were required in 2 patients. None of the patients died due to vascular complications after the intervention. CONCLUSIONS: In our study, early catheterization via the femoral artery as part of a pharmaco-invasive strategy, using TNK as a fibrinolytic agent, had a low vascular bleeding rate, comparable to that of elective angioplasties.
Subject(s)
Humans , Male , Female , Angioplasty/methods , Angioplasty , Fibrinolysis , Hemorrhage/complications , Myocardial Infarction/complications , Aspirin/administration & dosage , Electrocardiography/methods , Electrocardiography , Observational Studies as Topic , Risk FactorsABSTRACT
A angioplastia transluminal coronária é um tratamento adequado para prevenção de morte ou infarto em doentes instáveis, porém seu efeito em pacientes estáveis ou assintomáticos tem sido objeto de discussão há vários anos, uma vez que muitos trabalhos antigos não incorporaram os mais novos recursos clínicos ou novos dispositivos em suas populações. A tese de que a aplicação generalizada de stents e tratamento médico intensivo resultaria no desejado efeito de redução de eventos maiores (morte ou infarto) motivou o desenho de novos estudos, de excelente qualidade, que, todavia, continuaram demonstrando similaridade estatística entre o tratamento médico e a intervenção percutânea para esse subgrupo. Entretanto, a dificuldade de obtenção dos objetivos metabólicos alcançados nos grandes estudos, a alta taxa de cruzamento precoces do tratamento médico para angioplastia, a baixa representação de subgrupos de alto risco e a ainda limitada aplicação de stents farmacológicos em pacientes multiarteriais e diabéticos acabam limitando...