ABSTRACT
Objetivo: Verificar a frequência de efeitos adversos em pacientes em uso de drogas antituberculose de primeira linha, além dos fatores de risco associados aos efeitos adversos e à hepatotoxicidade. Métodos: Estudo transversal, envolvendo 196 pacientes portadores de tuberculose em Maceió (AL), de agosto de 2017 a junho de 2018. Os efeitos adversos foram classificados de acordo com o Manual de Recomendações para Controle da Tuberculose de 2011, do Ministério da Saúde, em efeitos menores (queixas gastrintestinais, cutâneos, articulares e neurológicos) e maiores (psicose e hepatotoxicidade). Os fatores de risco avaliados foram: idade superior a 40 anos, etilismo, sexo feminino, anemia, doença hepática anterior, diabetes e infecção por HIV. Resultados: Foram observados efeitos adversos às drogas antituberculose em 85 pacientes (43,4%); destes, 40,8% eram menores e 8,2%, maiores. Os mais frequentes foram distúrbios gastrintestinais (25,5%) e cutâneos (15,3%). Identificaram-se como fatores de risco anemia, diabetes e doença hepática anterior. Hepatotoxicidade foi diagnosticada em 15 pacientes (10,6%), dos quais 80% eram sintomáticos, sendo fatores de risco doença hepática anterior e diabetes. Houve suspensão da terapia em todos os casos de hepatotoxicidade com modificação do esquema em 80% dos casos. Conclusão: Demonstrou-se frequência elevada de efeitos adversos às drogas antituberculose, associada à doença hepática anterior e ao diabetes. A hepatotoxicidade representou o efeito adverso mais grave, responsável pela suspensão e pela adequação do esquema terapêutico.
Objective: To determine the adverse effects frequency in patients on first-line antituberculosis drugs, as well as the risk factors associated with adverse effects and hepatotoxicity. Methods: Cross-sectional study, involving 196 tuberculosis patients in Maceió (AL), from August 2017 to June 2018. Adverse effects were classified according to the Manual de Recomendações para Controle da Tuberculose, of the Brazilian Health Ministry, in minor effects (gastrointestinal, cutaneous, articular, neurologic complaints) and major effects (psychosis and hepatotoxicity). The risk factors evaluated were age over 40 years, alcoholism, female sex, anemia, previous hepatic disease, diabetes, and infection by HIV. Results: Adverse effects to the antituberculosis drugs were observed in 85 patients (43.4%) and, among those, 40.8% were minor and 8.2% were major effects. The most frequent were gastrointestinal (25.5%) and skin (15.3%) disorders. Risk factors were identified as anemia, diabetes, and previous hepatic disease. Hepatotoxicity was diagnosed in 15 patients (10.6%), from which 80% were symptomatic, with previous hepatic disease and diabetes being the risk factors. Therapy was discontinued in all cases of hepatotoxicity with regimen modification in 80% of cases. Conclusion: An elevated frequency of adverse effects to antituberculosis drugs was demonstrated. Hepatotoxicity represented the most severe adverse effect, being responsible for the discontinuation and adaptation of the therapeutic regimen.
Subject(s)
Humans , Male , Female , Adult , Middle Aged , Chemical and Drug Induced Liver Injury/epidemiology , Liver/drug effects , Antitubercular Agents/adverse effects , Psychotic Disorders , Tuberculosis/drug therapy , Sex Factors , Cross-Sectional Studies , Risk Factors , Morbidity , Age Factors , HIV , Diabetes Mellitus , Alcoholism , Drug-Related Side Effects and Adverse Reactions , Chemical and Drug Induced Liver Injury/diagnosis , Chemical and Drug Induced Liver Injury/blood , Anemia , Antitubercular Agents/therapeutic useABSTRACT
ABSTRACT Objective: To evaluate the effectiveness of autologous Plasma- rich platelet (PRP) in symptomatic dry eye of diabetic patients. Design A prospective single group interventional study. Participants: Twelve diabetic patients with refractory dry eye disease. Methods Patients were treated with autologous PRP eye drops four times a day for a month. Dry eye symptoms and its frequency, according to DEWS studies, tear film breakup time, improvement of visual acuity lines, and Schirmer test. Results: All the patients had some symptomatic improvement regarding dryness, itching, burning and redness (p=0.002). Five patients, 41.66% (5/12) had improvement of 1 or more lines of visual acuity in both eyes, 50% and 58.33% had no alteration in right and left eye, respectively (p=0.14). Considering Schirmer test, 66.66% (8/12) had improvement in the test value, 25% (3/12) had no alteration in this test value and 8.33% (1/12) had a reduced value in the test after treatment.(p=0.04). Considering the value of BUT test 58.33% (7/12) had improvement in the test value and 41.66% (5/ 12) had no alteration in this test value (p=0.018). Conclusions PRP is safe and an interesting alternative therapy in symptomatic diabetic dry eye. More clinical trials are required to create specific protocols to this treatment.
RESUMO Objetivo: Avaliar a eficácia do colírio de concentrado de plaquetas (CCP) autólogo no olho seco sintomático de pacientes diabéticos. Projeto Um estudo de intervenção único grupo prospectivo. Participantes Doze pacientes diabéticos com doença do olho seco refratário. Métodos Os pacientes foram tratados com colírio de PRP autólogo quatro vezes por dia durante um mês. Sintomas de olho seco e sua frequência, seguindo os critérios de DEWS, tempo de ruptura do filme lacrimal, a melhoria das linhas de acuidade visual e teste de Schirmer. Resultados Todos os pacientes tiveram alguma melhora dos sintomas de ressecamento, coceira, ardor e vermelhidão (p = 0,002). Destes, 41,66% (5/12) tiveram melhora de uma ou mais linhas de acuidade visual em ambos os olhos; 50% e 58,33% não tinham alteração no olho direito e esquerdo, respectivamente (p = 0,14) . Considerando o teste de Schirmer, 66,66% (8/12) tiveram melhora no valor do teste, 25% (3/12) não apresentaram alteração neste valor de teste e de 8,33% (1/12) tiveram um valor reduzido no teste após tratamento. (p = 0,04). Considerando o valor de teste BUT 58,33% (7/12) apresentaram melhora no valor de teste e 41,66% (12/05) não apresentaram alteração neste valor de teste (p = 0,018). Conclusões O CCP é seguro e uma terapia alternativa interessante no olho seco diabético sintomático. Mais ensaios clínicos são necessários para criar protocolos específicos para este tratamento.
ABSTRACT
ABSTRACT Objective: This study was carried out in order to assess the epidemiological profile of symptomatic dry eye in diabetic patients. Methods: Two hundred and twenty-one diabetic patients were evaluated using a specific questionnaire about other diseases and drugs. Of these, 58 who classified as having moderate to severe dry eye were included. Results: In this study, 58 of the 221 diabetic patients had moderate to severe dry eye (26.2%). Of the 58 patients, dry eye was more prevalent at age 61.46 ± 14.18 years for men, and 61.09 ± 10.64 for women (p<0.005). Dry eye was more common in women (75.9%) (p=0.456). Of the 58 patients, 15 (25.9%) had at least one ocular disease.The most common was diabetic retinopathy (13 of 15 patients, 86.7%, 95% CI 69.46-103.87). A total of 19 patients used eye drops (32.8%); and most (14 of the 19 individuals, 73.7%) used lubricants (95%CI 53.88-93.48). Hypertension was the most prevalent associated comorbidity (56.9%) and the most commonly used medications were hypoglycemic agents (98 %, 95%CI 94.00 - 101.92) and angiotensin converting enzyme inhibitors (53.1%, 95%CI 53.06 39.09 - 67.04). Conclusion: Further epidemiologic studies need to be done to establish a real etiologic relationship between diabetes and dry eye, and its correlation to other risk factors. In spite of these limitations, we have strong evidence of this relationship, and in clinical practice, examination for dry eye should be part of the assessment of diabetic disease.
RESUMO Objetivo: O estudo foi realizado para descrever o perfil epidemiológico de pacientes diabéticos com olho seco sintomático. Métodos: Duzentos e vinte e um pacientes diabéticos foram avaliados por meio de questionário específico sobre outras doenças e medicamentos. Destes, 58 foram diagnosticados com olho seco moderado a severo e foram incluídos no estudo. Resultados: Neste estudo, 58 dos 221 pacientes diabéticos tinham olho seco moderado a severo (26,2%). Dos 58 pacientes, o olho seco, foi mais prevalente na faixa etária de 61,46 ± 14,18 anos para os homens e 61,09 ± 10,64 para as mulheres (p <0,005). O olho seco foi mais comum em mulheres (75,86%) (p = 0,456). Dos 58 pacientes, 15 (25,9%) tinham pelo menos uma doença ocular. A mais comum foi a retinopatia diabética (13 de 15 pacientes, 86,7%, IC de 95% 69,46-103,87). Um total de 19 pacientes utilizavam colírios (3,8%); lubrificantes foram os mais usados (14 dos 19 indivíduos, 73, 7%, (IC de 95%, 53,88-93,48). A hipertensão foi a doença mais prevalente associada (56.9%) e os medicamentos mais utilizados foram hipoglicemiantes orais (98%, IC 95% 94,00 - 10,92) e inibidores da enzima conversoras da angiotensina (53,1%, IC 95%, 53,06 39,09 - 67,04). Conclusão: Novos estudos epidemiológicos devem ser feitos para avaliar a real relação etiológica entre olho seco e diabetes e sua correlação com outros fatores de risco. Apesar das limitações, temos fortes evidências da relação entre olho seco e diabetes. Na prática clínica, o exame de olho seco deve ser parte da avaliação dos diabéticos.
Subject(s)
Humans , Male , Female , Adult , Middle Aged , Aged , Aged, 80 and over , Dry Eye Syndromes/diagnosis , Dry Eye Syndromes/etiology , Dry Eye Syndromes/epidemiology , Diabetes Complications , Diabetes Mellitus/epidemiology , Visual Acuity , Medical Records , Cross-Sectional Studies , Interviews as Topic , Prospective Studies , Observational Study , Slit Lamp MicroscopyABSTRACT
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Estima-se que 400 milhões de individuos estão cronicamente infectados pelo vírus da hepatite B (VHB); destes, 15% a 40% podem evoluir para cirrose e carcinoma hepatocelular (CHC), resultando a em 200 a 300 mil mortes/ano; o que justifica rever a história natural da hepatite crônica B (HCB) fundamentando-a em revisão de literatura através de consulta nas bases de dados MedLine e LILACS, com ênfase na progressão da doença e os fatores que influenciam seu curso natural. CONTEÚDO: A história natural da HCB é complexa e altamente variável, sendo influenciada por fatores relacionados ao hospedeiro, ao vírus e a fatores ambientais. O curso natural da HCB pode ser dividido em quatro fases: imunotolerância, clareamento imune, portador inativo e de reativação. A sua progressão para cirrose e CHC está intrinsecamente ligada a fatores do hospedeiro, tais como: idade superior a 40 anos, ao sexo masculino, preferencialmente asiáticos ou africanos, que apresentam "flares" recorrentes e fibrose avançada. Do ponto de vista viral, são considerados fatores de risco carga viral elevada, variantes pré-core/core promoter e pré-S, além da predominância dos genótipos C e D. Devem ser enfatizadas ainda como fatores relacionados com a progressão da doença as coinfecções com VHC, VHD e vírus da imunodeficiência humana (HIV). A ingestão crônica de álcool é considerada como importante fator de progressão para cirrose e CHC. CONCLUSÃO: Finalmente, a interação desses vários fatores é essencial para a evolução da doença, entretanto um substrato imunogenético parece ser a base para o entendimento da história natural da hepatite crônica B.
Subject(s)
Hepatitis B, Chronic/complications , Natural History of DiseasesABSTRACT
INTRODUÇÃO: Os marcadores séricos têm sido empregados na avaliação da fibrose hepática em pacientes portadores de hepatite crônica C (HCC). OBJETIVOS: Avaliar a capacidade do índice aspartato aminotransferase (AST)/alanina aminotransferase (ALT), dos níveis séricos de gama-glutamiltransferase (GGT), contagem de plaquetas, do índice AST/plaquetas (APRI) e do ácido hialurônico (AH) em predizer a intensidade da fibrose hepática na HCC e a variação desses marcadores após tratamento com interferon. PACIENTES E MÉTODOS: Em 72 pacientes portadores de hepatite C determinamos no soro o índice AST/ALT, GGT, plaquetas, índice APRI (obtido pelo quociente AST/plaquetas) e o AH, que foram comparados ao estadiamento histológico, segundo os critérios de METAVIR. Receberam tratamento com interferon e ribavirina 65 pacientes. Os indivíduos que concluíram o tratamento (n = 33) realizaram nova dosagem dos marcadores séricos de fibrose para comparar com os níveis pré-tratamento. RESULTADOS: Observamos que a GGT, a contagem de plaquetas, o índice APRI e o AH se correlacionaram com estádio de doença hepática (p < 0,01), exceto o índice AST/ALT. A análise das áreas sob as curvas ROC (AUC) evidenciaram que a melhor associação com estadiamento hepático foi para o índice APRI e a dosagem sérica do AH: AUC (APRI) = 0,85 e AUC (AH) = 0,86. Na avaliação pós-terapia com interferon, apenas a GGT e o índice APRI apresentaram redução de seus níveis (p < 0,05). CONCLUSÃO: O AH e o índice APRI apresentaram maior acurácia no estadiamento da fibrose, podendo ser aplicados como métodos diagnósticos alternativos na HCC.
INTRODUCTION: Serum markers have been used in the assessment of liver fibrosis in patients with chronic hepatitis C (CHC). AIMS: We evaluated the capacity of aspartate aminotransferase (AST)/alanine aminotransferase (ALT) ratio, gama-glutamyltransferase (GGT) levels, platelet count, the AST to platelet ratio index (APRI) and serum hyaluronic acid (HA) to predict the intensity of hepatic fibrosis in patients with CHC and the variation of these markers after therapy with interferon. PATIENTS AND METHODS: In 72 patients with hepatitis C, AST/ALT ratio, GGT levels, platelet count, the APRI index (calculated as the ratio of AST to platelets) and serum HA concentration were determined and compared to histological staging according to the scoring system of METAVIR. Sixty-five patients received interferon and ribavirin therapy. The individuals that completed the treatment (n = 33) underwent a new test for serum marker of fibrosis in order to compare it with pre-treatment levels. RESULTS: GGT levels, platelet count, the APRI index and serum HA were correlated with the stage of hepatic fibrosis (p < 0.01), except AST/ALT ratio. The analysis of the areas under the ROC curve (AUC) evidenced that APRI and HA levels were the markers with the best association with hepatic staging: AUC (APRI) = 0.85 and AUC (HA) = 0.86. After therapy with interferon, only GGT and the APRI showed reduction of their levels (p < 0.05). CONCLUSION: HA and the APRI index were the most accurate approaches to liver fibrosis staging and they may be used as alternative diagnostic methods in patients with CHC.
Subject(s)
Humans , Male , Female , Adult , Middle Aged , Liver Cirrhosis/diagnosis , Hepatitis C, Chronic/diagnosis , Biomarkers/analysis , Predictive Value of Tests , Analysis of Variance , Hyaluronic Acid/analysis , Alanine Transaminase/analysis , Aspartate Aminotransferases/analysis , Platelet Count , gamma-Glutamyltransferase/analysisABSTRACT
As infecções da corrente sangüínea (ICS) são patologias graves que afetam, principalmente, pacientes criticamente enfermos internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e submetidos a procedimentos invasivos, entre eles cateter venoso central (CVC). Os dados mais relevantes, na maioria dos trabalhos revisados neste estudo foram: a incidência de sepse na ordem de 1,3 por cento, o aumento anual da taxa de incidência de 8,9 por cento, a inversão do predomínio de Gram-negativos para Gram-positivos, a diminuição da mortalidade e o aumento na incidência de disfunção orgânica ao longo dos anos. A taxa de ocorrência de sepse grave variou de 0,26 por cento, em pacientes de enfermaria, a 27 por cento, em pacientes de UTI e a taxa de mortalidade por sepse ocorreu em torno de 30 por cento. Os principais responsáveis pelas ICS foram: as condições do hospedeiro, os fatores microbiológicos, terapêuticos e ambientais. A uniformização dos conceitos mostrou-se essencial para a comparabilidade dos estudos científicos e o estabelecimento do perfil epidemiológico das ICS
Subject(s)
Humans , Blood Circulation , Cross Infection/epidemiology , Infections/epidemiology , Infections/blood , Bacteremia , Fungemia , SepsisABSTRACT
Foram estudados prospectiva e sequencialmente 107 pacientes com doença hepática alcoólica (DHA) crônica, sendo 83 casos de cirrose e 24 de hepatite alcoólica. Além do etilismo, ingestäo mínima de 70 gramas de etanol puro ao dia por período superior a sete anos, todos apresentaram disfunçäo hepatocelular. De acordo com o perfil sorológico para o VHB os pacientes foram alocados em quatro grupos a saber: grupo I infectados: AgHBs e anti-HBc positivos; grupo II imunes: anti-HBs e anti-HBc positivos; grupo III sem marcadores do VHB: AgHBs, anti-HBc e anti-HBs negativos; grupo IV IV anti-HBc positivo isoladamente. A prevalência de infecçäo pelo VHB na DHA foi alta: 42,06 por cento apesar dos índices elevados de imunidade: 26,17 por cento sugerindo que na DHA ocorre maior exposiçäo ao VHB com resposta imunológica deficiente. A análise dos parâmetros clínico-bioquímico, quando considerados isoladamente, näo mostrou diferenças estatisticamente significantes entre os grupos I, II, e III, entretanto a clasificaçäo de Child/Campbell, discriminou o grupo infectado, onde houve predomínio da classe C, de pior prognóstico
Subject(s)
Adult , Middle Aged , Humans , Male , Female , Liver Cirrhosis, Alcoholic/diagnosis , Hepatitis, Alcoholic/diagnosis , Hepatitis B/diagnosis , Analysis of Variance , Brazil/epidemiology , Chi-Square Distribution , Liver Cirrhosis, Alcoholic/epidemiology , Liver Cirrhosis, Alcoholic/blood , Hepatitis, Alcoholic/epidemiology , Hepatitis, Alcoholic/blood , Hepatitis B/blood , Hepatitis B/epidemiology , Biomarkers/blood , Prevalence , Prospective StudiesABSTRACT
Entende-se por cirrose criptogênica aquele grupo com etiologia näo determinada, que tanto poderia ser causada por álcool, vírus, como poderia ser devida a fatores etiológicos ainda desconhecidos. Para tentar essas duas hipóteses procurou-se neste estudo as semelhanças ou diferenças na apresentaçäo clínico-bioquímica de 196 casos de cirrose con etiologias alcoólica, viral e criptogênica, excluidas outras causas menos freqüentes. Os parâmetros: idade, icterícia, aranhas vasculares, eritema palmar e fator V, mostraram ser a cirrose criptogênica estatisticamente diferente daquelas causadas por etiologia viral ou alcoólica. Assim, em base clínico-bioquímicas pode ser sugerido que a cirrose criptogênica constitui um grupo específico, com as seguintes características: predomínio de mulheres, idade mais avançada, menor incidência de sinais periféricos de insuficiência hepática nos testes laboratoriais de funçäo hepatocelular
Subject(s)
Humans , Male , Female , Liver Cirrhosis/etiology , Age Factors , Alcoholism/complications , Liver Cirrhosis, Alcoholic/etiology , Hepatitis , Sex FactorsABSTRACT
A cirrose hepática é a mais importante entre as doenças crônicas do fígado. Sua prevalência é variável em diferentes países, assim como säo diversos os agentes etiológicos que levam à cirrose. Durante quatro anos foram diagnosticados, num hospital previdenciário, 200 casos de cirrose hepática, sendo 157 homens (78,5%) e 43 mulheres (21,5%), com idades variando entre 17 e 79 anos. O principal agente etiológico foi o alcoolismo em 142 casos (71%), seguido das hepatites virais (tanto do tipo B como näo A, näo B) em 30 casos (15%) e criptogenéticos em 24 casos (12%). Drogas hepatotóxicas em dois casos (1%), cirrose biliar primária e hemocromatose em um caso (0,5%) foram etiologias pouco freqüentes. Ascite foi a queixa mais comum na apresentaçäo da doença (85,4%), seguida de icterícia em 81,7% e horragia digestiva alta em 51%, enquanto a encefalopatia foi encontrada em 39,6% dos casos. Ao exame físico a ascite foi graduada em leve (45%), moderada (38%) e severa (17%). A mesma graduaçäo para a icterícia forneceu os percentuais de 68,8%, 24,8% e 6,4%. Aranhas vasculares (72%), eritema palmar (54%), atrofia muscular (55%), circulaçäo colateral (58%) e ginecomastia (22%) foram importantes sinais encontrados ao exame físico. O fígado foi palpável em 93,3% do pacientes entre 1cm e 20cm do rebordo direito (5,15 ñ 3,5cm) e abaixo do apêndice xifóide (6,6 ñ 3,8cm). Esplenomegalia foi palpável em 37% dos pacientes. Ressaltamos o fato de a ascite e a icterícia, embora freqüentes, terem-se apresentado como severas em apenas 17% e 6% dos casos, respectivamente
Subject(s)
Humans , Male , Female , Liver Cirrhosis/etiology , Alcoholism/complications , Brazil , Liver Cirrhosis/epidemiology , Hepatitis/complicationsABSTRACT
Uma padronizaçäo de conduta terapêutica para ascite do hepatopata crônico foi testada em 100 pacientes, constando de quatro fases. Na fase I, com duraçäo de cinco a sete dias, o paciente foi mantido em repouso relativo, afastado de agentes tóxicos, com ingestäo de apenas 40mEq de sódio e restriçäo hídrica de 1.000ml nas 24 horas. Vinte e dois pacientes responderam satisfatoriamente nesta primeira fase. Na fase II, mantidas estas condiçöes, foi iniciada espironolactona na dose de 150mg/dia durante tempo mínimo de seis dias, aguardando-se resposta satisfatória avaliada pelo aumento da diurese e perda de peso entre 300 e 900g/dia. Cinqüenta e sete por cento dos pacientes que necessitaram do uso de diuréticos responderam satisfatoriamente. Dos 100 pacientes iniciais, apenas 12 entraram para a fase IV, onde, mantidas as condutas anteriores, fez-se a associaçäo com furosemide, na dose de 40 a 80mg/dia. Destes, somente dois pacientes, nos quais foi constatada infecçäo do líquido ascítico, näo responderam e foram a óbito. A mortalidade global dos hepatopatas crônicos durante o tratamento foi de 10%. Houve encefalopatia hepática em 22 pacientes, mas apenas quatro associadas ao tratamento diurético e todas reversíveis. A hiperpotassemia, em 16, e a hiperazotemia, em 24 casos, foram geralmente transitórias