ABSTRACT
Interferon beta (IFNβ) and glatiramer acetate (GA) were the first immunomodulators approved to the treatment of relapsing-remitting multiple sclerosis (MS) and clinically isolated syndromes. Despite the enlargement of the therapeutic armamentarium, IFNβ and GA remain the most widely drugs and the therapeutic mainstay of MS. OBJECTIVE: To review the mechanisms of action of IFNβ and GA and main clinical results in MS. RESULTS: IFNβ modulates T and B-cell activity and has effects on the blood-brain barrier. The well proved mechanism of GA is an immune deviation by inducing expression of anti-inflammatory cytokines. Some authors favor the neuroprotective role of both molecules. Clinical trials showed a 30 percent reduction on the annualized relapse rate and of T2 lesions on magnetic resonance. CONCLUSION: Although the precise mechanisms how IFNβ and GA achieve their therapeutics effects remain unclear, these drugs have recognized beneficial effects and possess good safety and tolerability profiles. The large clinical experience in treating MS patients with these drugs along almost two decades deserves to be emphasized, at a time where the appearance of drugs with more selective mechanisms of action, but potentially less safer, pave the way to a better selection of the most appropriate individualized treatment.
O interferão beta (IFNβ) e o acetato de glatirâmero (GA) foram os primeiros imunomoduladores aprovados para o tratamento da esclerose múltipla (EM) surto-remissão e doentes com síndromes clinicamente isoladas. Apesar do alargamento do armamentário terapêutico, o IFNβ e o GA continuam a ser os medicamentos mais usados na EM. OBJETIVO: Rever os mecanismos de acção do IFNβ e do GA e os principais resultados na clínica. RESULTADOS: O IFNβ modula a actividade das células T e B e tem efeitos sobre a barreira hemato-encefálica. O mecanismo melhor comprovado do GA é o desvio imune através da indução da expressão de citocinas. Alguns autores favorecem ainda um papel neuroprotetor para ambos. Os ensaios clínicos mostraram diminuição da taxa anualizada de surtos de 30 por cento e das lesões em T2 na ressonância magnética. CONCLUSÃO: Embora os mecanismos pelos quais o IFNβ e o GA atingem os seus efeitos terapêuticos continuem a ser pouco claros, estes fármacos possuem efeitos benéficos reconhecidos e bons perfis de segurança e tolerabilidade. A grande experiência clínica no tratamento da EM com estes fármacos ao longo de quase duas décadas merece ser destacada, numa altura em que o aparecimento de novos fármacos com mecanismos de acção mais seletivos, mas potencialmente menos seguros, possibilitarão melhor seleção e individualização do tratamento.