ABSTRACT
Resumo: Introdução: O ensino remoto surgiu como ferramenta emergencial no processo de educação superior durante a pandemia da Covid-19. Nesse cenário, amplia-se a possibilidade de ensinar e aprender por meio das tecnologias da informação e comunicação (TIC) nos cursos de Medicina. Objetivo: Este estudo teve como objetivo realizar uma revisão integrativa que esclareça os principais aspectos positivos e negativos encontrados no exercício do ensino médico, nessas condições atípicas. Método: A busca dos artigos se deu nas seguintes bases: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Embase, Education Resources Information Center (ERIC), Medline (via PubMed), Scopus e Web of Science. Resultado: Ao final dos processos de triagem e seleção, incluíram-se 69 artigos, dos quais foram extraídas informações quanto às características dos aspectos positivos e negativos de cada experiência de ensino remoto médico ofertado nesse período pandêmico. Entre os principais aspectos positivos, destacam-se a avaliação positiva do componente curricular pelos estudantes, a maior autonomia do aluno, a maior participação e comunicação entre os alunos, e a ausência de déficit de aprendizado. Entre os principais pontos negativos, observam-se a suspensão das aulas práticas, as complicações decorrentes do uso das tecnologias (conectividade, capacitação e organização) e a ausência de contato social. Conclusão: Observa-se que a autonomia e a autodisciplina discentes são fatores cruciais para o aproveitamento pleno de abordagem de aprendizagem remotamente, e talvez o aluno presencial clássico não estivesse preparado para tal mudança brusca. Ainda, percebe-se que, pela urgência de implantação dessa nova forma de aprendizagem, o ensino remoto não tenha tido tempo e maturidade o suficiente para que fosse aperfeiçoado ao ponto de ser considerado uma estratégia de educação médica aplicável em longo prazo. O ensino remoto foi crucial para que a formação de novos médicos não fosse descontinuada por um período de tempo tão extenso. Porém, o ensino remoto precisa ser reavaliado e aperfeiçoado como estratégia pedagógica que utiliza TIC para o ensino médico.
Abstract: Introduction: Distance learning emerged as an emergency tool used in Higher Education during the COVID-19 pandemic. These circumstances led to the increased use of Information and Communication Technologies (ICTs) for teaching and learning in Medicine courses. Objective: To conduct an integrative review to clarify the main positive and negative aspects found in the exercise of medical education in these atypical conditions. Method: Articles were searched on the following databases: Virtual Health Library (VHL), Embase, Education Resources Information Center (ERIC), Medline (via PubMed), Scopus and Web of Science Result: At the end of the screening and selection processes, 69 articles were included, from which information was extracted regarding the characteristics, positive and negative aspects of each remote medical teaching experience offered during the pandemic. Among the main positive aspects, we highlight the positive evaluation of the curricular component by the students, greater student autonomy, greater participation and communication among students and the absence of any learning deficit. The main negative points include the suspension of practical classes, complications arising from the use of technologies (connectivity, training and organization) and lack of social contact. Conclusion: It is observed that student autonomy and self-discipline is a crucial factor in taking full advantage of the distance learning approach, and perhaps the classic face-to-face student was not prepared for such a sudden change. Still, it is clear that, due to the urgency of implementing this new form of learning, distance learning has not had enough time to mature and be perfected to the point of being considered a medical education strategy applicable in the long term. Distance learning was crucial for the continued training of new doctors for an extended period of time. However, it needs to be reassessed and improved as a pedagogical strategy that uses ICTs for medical education.