ABSTRACT
OBJETIVO: Avaliar o diagnóstico de dor torácica em mulheres atendidas em um serviço de emergência em relação à evolução clínica, descrevendo sua influência sobre o manejo terapêutico, quando comparadas aos homens. MÉTODOS: Estudo de coorte contemporâneo, comparando 67 pacientes entre 50 e 65 anos (35 mulheres e 32 homens) atendidos de forma consecutiva por dor torácica na sala de emergência (SE) e acompanhados por 120 dias. Os desfechos avaliados foram: diagnóstico de infarto agudo do miocárdio (IAM), angina instável (AI), angina estável (AE), isquemia cerebral, cirurgia de revascularização miocárdica (CRM), angioplastia (ACTP), morte e hospitalizações. RESULTADOS: Na SE, não houve diferença significativa relacionada ao sexo quanto aos exames realizados para diagnóstico da dor torácica; entretanto, proporcionalmente, as mulheres receberam menos medicação cardiológica e mais tranqüilizantes. Ao término do atendimento na SE, as mulheres foram significativamente menos hospitalizadas (p=0,02). Na evolução clínica posterior, não houve diferença entre os dois sexos quanto à ocorrência de IAM, AI, AE, isquemia cerebral, CRM, ACTP e morte. CONCLUSÃO: Comparando a acurácia diagnóstica da dor torácica na SE entre mulheres e homens, não houve diferença significativa quanto ao número de exames realizados, mas a hospitalização foi menos indicada e o manejo terapêutico cardiológico foi menos intenso entre o sexo feminino. A evolução clínica evidenciou incidência igual de desfechos entre os dois sexos, o que sinaliza para a necessidade de atenção ao sintoma dor torácica independentemente do sexo.