ABSTRACT
O escorregamento epifisário proximal do fêmur (EEPF), ou epifisiólise do quadril, é uma afecção caracterizada pelo alargamento e enfraquecimento da camada hipertrófica da linha fisária proximal do fêmur que permitirá o escorregamento da metáfise proximal em relação à epífise femoral. Objetivo: Avaliar a eventual progressão do EEPF após a fixação in situ com um único parafuso canulado. Material: No período de janeiro de 1997 a agosto de 2001 foram tratadas 35 crianças com média de idade, por ocasião da cirurgia, de 12,7 anos, que apresentavam 42 deslizamentos estáveis e do tipo crônico. Entre os pacientes, 71 por cento eram do sexo masculino e 69 por cento apresentavam comprometimento do lado esquerdo. A média do ângulo de Southwick no pré-operatório foi igual a 41°. No grupo em que ocorreu a progressão do deslizamento, os ângulos foram de 39°, 36°e 53°, respectivamente. Resultado: Os prontuários e exames radiográficos na incidência de Lowenstein dos quadris das 35 crianças foram revisados e utilizados como parâmetros nas radiografias realizadas pelos pacientes no período pós-operatório imediato (até 14 dias) e após o fechamento da linha fisária. Foram determinados o ângulo de Southwick, a posição do parafuso em relação ao centro da epífise e o número de roscas que ultrapassaram a linha fisária. Em 76 por cento não ocorreu progressão e em 10 quadris (24 por cento) foi evidenciada acentuação maior do que 10°, quando comparadas as radiografias realizadas após o fechamento da linha fisária com as do pós-operatório imediato. A média registrada do ângulo de Southwick foi igual a 41° no pós-operatório imediato e de 43° após o fechamento da linha fisária. A análise estatística descritiva da eventual progressão do deslizamento em relação à idade, sexo, classificação do grau da doença, lado acometido, posição em que foi colocado o parafuso e o número de roscas que ultrapassaram a linha fisária mostrou que, quanto menor for o número de roscas do parafuso que irão ultrapassá-la, maior será a probabilidade de ocorrer a progressão. Da mesma forma, a correlação de Pearson também mostrou que a única variável de ocorrência ou não da progressão foi o número de roscas do parafuso que ultrapassou a linha fisária, permitindo afirmar com dados estatísticos a existência dessa variável...