ABSTRACT
ABSTRACT Objective: To characterize the temporal trend and spatial behavior of leprosy in Brazil, from 2011 to 2021. Methods: This is an ecological study, with data from the Notifiable Diseases Information System, obtained in June 2022. The annual detection rate of new leprosy cases per 100 thousand inhabitants was calculated. To estimate the trend of the 2011-2019 and 2011-2021 series, the polynomial regression model was used, testing first-, second-, and third-order polynomials. For spatiality, natural breaks were used and, later, the univariate global and local Moran's indexes. A significance level of 5% was adopted and the analyses were performed using SPSS®, GeoDa®, and QGIS® software. Results: The findings indicated an upward trend in the incidence of leprosy in Brazilian regions and in 20 federative units between 2011 and 2019. However, there was a decrease in most of the country when considering the COVID-19 pandemic years. Spatiality showed that the highest detection rates throughout the period were observed in the North, Midwest, and Northeast regions, with high-risk clusters, and the lowest detection rates in the South and Southeast regions, with low-risk clusters. Conclusion: The leprosy detection rate showed an upward trend in Brazil between 2011 and 2019, with greater spatial concentration in the North, Northeast, and Midwest regions. Nevertheless, the study raises an alert for the programmatic sustainability of leprosy control in Brazil, considering the drop in the COVID-19 pandemic, presumably due to the influence of the reorganization of the development of initiatives and provision of services in face of COVID-19.
RESUMO Objetivo: Caracterizar a tendência temporal e o comportamento espacial da hanseníase no Brasil, de 2011 a 2021. Métodos: Estudo ecológico, com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, obtidos em junho de 2022. Calculou-se a taxa de detecção anual de casos novos de hanseníase por 100 mil habitantes. Para estimar a tendência das séries 2011-2019 e 2011-2021, empregou-se o modelo de regressão polinomial, testando polinômios de primeira, segunda e terceira ordem. Para a espacialidade, utilizaram-se as quebras naturais e, posteriormente, as estatísticas univariadas de Moran global e local. Adotou-se o nível de significância de 5% e as análises foram realizadas no Statistical Package for the Social Sciences — SPSS®, GeoDa® e QGIS®. Resultados: Os achados apontaram para a tendência crescente da incidência de hanseníase no Brasil, nas regiões e em 20 unidades da federação entre 2011 e 2019; contudo, houve decréscimo em grande parte do país ao se considerarem os anos pandêmicos. A espacialidade revelou que as maiores taxas de detecção, em todo o período, foram observadas nas Regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste, com clusters de alto risco, e as menores nas Regiões Sul e Sudeste, com aglomerados de baixo risco. Conclusão: A taxa de detecção da hanseníase apresentou tendência crescente no Brasil entre 2011 e 2019, com maior concentração espacial nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Entretanto, o estudo traz um alerta para a sustentabilidade programática do controle da hanseníase no Brasil, dada a queda evidenciada na pandemia, presumivelmente por influência da reorganização da oferta de ações e serviços anteposta àCOVID-19.