ABSTRACT
Resumo Objetivos estimar a prevalência de depressão em pessoas idosas do Brasil e os fatores associados, e descrever características do uso de serviços de saúde e tratamentos de saúde dispensados aos idosos com depressão. Método Estudo transversal, analítico, com 22.728 pessoas idosas participantes da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), selecionadas aleatoriamente no Brasil, no período de agosto de 2019 a março de 2020. O desfecho foi o autorrelato de depressão e as exposições foram as variáveis sociodemográficas e um escore de rede social. Foram empregadas análises descritivas e múltiplas por meio de regressão logística. Resultados A prevalência de depressão autorrelatada pelas pessoas idosas foi de 11,8% (IC95%: 11,1-12,57). Observou-se que 71,6% (IC95%: 67,9-75,0) da população idosa com depressão faz apenas tratamento medicamentoso. Houve maior chance de depressão entre idosas (OR=2,46; IC95%: 2,06-2,94), de 60 a 69 anos (OR=1,67; IC95%: 1,31-2,14); de cor de pele branca (OR=2,95; IC95%: 1,62-5,39), moradores da região Sul (OR=3,01; IC95%: 2,27-4,00) e com multimorbidade (OR=1,79; IC95%: 1,49-2,14). Conclusão A depressão apresentou-se com frequência considerável entre pessoas idosas, especialmente entre mulheres. Há necessidade de incentivo a adoção de medidas não farmacológicas para tratamento da doença, tais como, uso de práticas integrativas e complementares atividades físicas, mudanças no estilo de vida e fomento a atividades sociais.
Abstract Objectives To estimate the prevalence of depression among older adults in Brazil and the associated factors, and to describe the characteristics of health service utilization and treatments provided to older adults with depression. Method A cross-sectional, analytical study involving 22,728 older adults who participated in the National Health Survey (PNS), randomly selected across Brazil from August 2019 to March 2020. The outcome was self-reported depression, and the exposures were sociodemographic variables and a social network score. Descriptive and multiple analyses using logistic regression were employed. Results The prevalence of self-reported depression among older adults was 11.8% (95% CI: 11.1-12.57). It was observed that 71.6% (95% CI: 67.9-75.0) of the older population with depression only undergoes pharmacological treatment. There was a higher likelihood of depression among older women (OR=2.46; 95% CI: 2.06-2.94), aged 60 to 69 years (OR=1.67; 95% CI: 1.31-2.14), with white skin color (OR=2.95; 95% CI: 1.62-5.39), residents of the South region (OR=3.01; 95% CI: 2.27-4.00), and with multimorbidity (OR=1.79; 95% CI: 1.49-2.14). Conclusion Depression appeared with considerable frequency among older adults, especially among women. There is a need to encourage the adoption of non-pharmacological measures for the treatment of the condition, such as the use of integrative and complementary practices, physical activities, lifestyle changes, and the promotion of social activities.