ABSTRACT
Objetivo:Revisar sistematicamente a literatura sobre a efetividade do método computadorizado de anestesia odontológica em relação àdor, comportamento não colaborador e o medo/ansiedade em crianças e adolescentes em comparação com o método convencional. Materiais e métodos:Uma buscaeletrônica foi realizada em cinco base de dados (Biblioteca Virtual em Saúde, Scopus, Embase, Pubmed e Web of Science)e que incluiu ensaios clínicos randomizados. A busca foi realizada em outubro de 2020 eatualizada em maio de 2021 e, não houve restrição de data ou idioma. A avaliação de risco de viés foi realizada usando aRoB 2 e, tambémfoi realizada uma análise qualitativa. Resultados:Foram encontrados 3.518 estudos, e após a remoção das duplicatas, análise do título e resumo e,leitura completa, restaram 26 estudos incluídos. Destes,cinco avaliaram ansiedade/medo, doze avaliaram o comportamento durante a anestesia, e vinte e dois avaliaram a percepção de dor. Não foi observadodiferença significativa na maioria dos estudos entreo uso do método computadorizado em comparação ao método tradicionalpara todos os desfechos analisados. Discussão:Apesar de não parecer haver diferença significativa na percepção de dor, no relato de medo/ansiedade e no comportamento entre o uso do método computadorizado emcomparação ao método tradicional, é fundamentalavaliar o comportamento da criança durante o atendimento odontológico pois suas expressões podem indicar algum desconforto e dor. Esses achados devem ser interpretados com cautela, considerando que quase três quartos dos estudos incluídos apresentaram alto risco de viés. Conclusão:Mesmo com a ausência de diferença, os dispositivos eletrônicos são promissores, visto que promovem uma administração lenta e controlada e resultam em uma anestesia segura e eficaz que coloca-se como alternativa a prática clínica.
Aim:To systematically review the literature on the effectiveness of the computerized method of dental anesthesia in relation to pain, non-collaborative behavior and fear/anxiety in children and adolescents compared to the conventional method. Materials and methods:An electronic search was performed in five databases (Virtual Health Library, Scopus, Embase, Pubmed and Web of Science)that included randomized clinicaltrials. The search was performed in October 2020 and updated in May 2021. The risk of bias assessment was performed using the RoB 2 andaqualitative analysis was also performed. Results:A total of 3,518 studieswere found, and after removing duplicates, analyzing the title and abstract, and completereading, 26 studies remainedincluded. Of these, five assessed anxiety/fear, twelve assessed behavior during anesthesia, and twenty-two assessed pain perception. No significant difference was observed in most studies between the use of the computerized method compared to the traditional method for all outcomesanalyzed. Discussion:Although there does not seem tobe a significant difference in pain perception, fear/anxiety reports and behavior between the use of the computerized method and the traditional method, it is fundamental to evaluate the child's behavior during dental care, as their expressions may indicate some discomfort and pain. These findings should be interpreted with caution, considering that nearly three-quarters of the included studies were at high risk of bias. Conclusion:Even with the absence of difference, electronic devices are promising, as they promote slow and controlled administration and result in safe and effective anesthesia, which is an alternative to clinical practice.
Subject(s)
Child, Preschool , Child , Adolescent , Anesthesia, Local , Randomized Controlled Trials as TopicABSTRACT
Objetivo: avaliar o comportamento de crianças de 3 a 7 anos durante o atendimento odontológico nas clínicas de uma instituição de ensino pública e sua relação com características demográficas e relacionadas aos procedimentos realizados. Metodologia: foram avaliados os prontuários odontológicos de crianças entre 3 e 7 anos de idade para coleta de dados demográficos, socioeconômicos, histórico de internação hospitalar e de atendimento odontológico prévio, tipo de procedimento executado e comportamento. Os dados foram tabulados no Microsoft Excel® e analisados por meio de estatística descritiva no Programa Stata versão 12.0. Resultados: foram incluídos no estudo 81 prontuários odontológicos (40,9%). A maioria das crianças pertencia ao sexo masculino (50,6%), raça branca (77,3%), com renda familiar de até 2 salários-mínimos (73%), as mães apresentavam mais de 9 anos de estudo (54,6%) e a criança não tinha histórico de internação hospitalar (61,3%). A maioria apresentou comportamento colaborador nas consultas com procedimentos pouco invasivos e invasivos, percebendo-se, de uma maneira geral, um aumento gradativo da colaboração com o passar da idade, independentemente do tipo de procedimento. Nas consultas com procedimentos muito invasivos constatou-se que a maioria tende a ser colaboradora (66,4%), porém em proporção menor que nos pouco invasivos (83,3%) e invasivos (78,0%). Conclusão: As crianças apresentaram, em sua maioria, comportamento colaborador frente aos procedimentos odontológicos executados por estudantes e empregando técnicas de manejo do comportamento não farmacológicas. A frequência de comportamento colaborador foi maior em crianças de 5 anos ou mais e que realizaram procedimentos pouco invasivos.(AU)
Objective: to evaluate the behavior of children aged 3 to 7 years during dental care at the clinics of a public educational institution and its relationship with demographic characteristics and those related to the procedures performed. Methodology: the dental records of children between 3 and 7 years of age were evaluated to collect demographic and socioeconomic data, history of hospitalization and previous dental care, type of procedure performed and behavior. Data were tabulated in Microsoft Excel® and analyzed using descriptive statistics in Stata version 12.0. Results: 81 dental records (40.9%) were included in the study. Most children were male (50.6%), white (77.3%), with family income of up to 2 minimum wages (73%), mothers had more than 9 years of study (54, 6%) and the child had no history of hospitalization (61.3%). Most showed a collaborative behavior in consultations with minimally invasive and invasive procedures, with a general increase in collaboration being observed with age, regardless of the type of procedure. In consultations with very invasive procedures, it was found that the majority tend to be collaborative (66.4%), but in a smaller proportion than in the slightly invasive (83.3%) and invasive (78.0%). Conclusion: Most of the children showed collaborative behavior when faced with dental procedures performed by students and using non-pharmacological behavior management techniques. The frequency of collaborative behavior was higher in children aged 5 years or older who underwent minimally invasive procedures.(AU)
Subject(s)
Humans , Male , Female , Child , Child Behavior , Dental Care for Children/statistics & numerical data , Cooperative Behavior , Public Health Services , Brazil , Cross-Sectional Studies , Age Distribution , Dental ClinicsABSTRACT
Objetivo: Identificar a magnitude da associação entre experiência de cárie dentária e autopercepção negativa de saúde bucal com determinantes socioeconômicos. Métodos: Estudo transversal realizado com dados de uma coorte prospectiva com os universitários ingressantes na Universidade Federal de Pelotas (UFPel) no ano de 2016. Os dados foram coletados por meio de questionário autoaplicável, incluindo características demográficas, socioeconômicas e psicossociais. Os desfechos do presente estudo foram a experiência de cárie autorrelatada (histórico de doença cárie) e autopercepção de saúde bucal (positiva versus negativa). Resultados: Um total de 3.237 alunos ingressou, dos quais 2.089 (64,5%) concordaram em participar do estudo. O modelo de regressão de Poisson mostrou que universitários com renda familiar de R$ 1001,00 a 5000,00 e R$ 5001,00 ou mais apresentaram, respectivamente, uma razão de prevalência (RP) 14% (RP = 0,86; IC95% 0,80-0,92) e 18% (RP = 0,82; IC95% 0,74 a 0,90) menor de experiência de cárie, assim como indivíduos cujas mães tinham ensino médio completo apresentaram uma prevalência 14% menor (RP = 0,86; IC95% 0,80 a 0,92) e ensino superior completo 19% (RP = 0,81; IC95% 0,75 a 0,87) menor de experiência de cárie, quando comparados aos grupos de referência. Na autopercepção de saúde bucal, os resultados para renda familiar de R$1001 a 5000,00 e R$ 5001 ou mais apresentaram, respectivamente, uma prevalência 23% (RP = 0,77; IC95% 0,64 a 0,91) e 43% (RP = 0,57; IC95% 0,45 a 0,72) menor de ter autopercepção de saúde bucal negativa e indivíduos cujas mães tinham ensino superior completo reportaram uma prevalência 21% menor de autopercepção de saúde bucal negativa quando comparados à referência (RP = 0,79; IC95% 0,66 a 0,97). Conclusões: Os achados do presente estudo confirmam que os indicadores socioeconômicos influenciam a experiência de cárie autorrelatada e a autopercepção de saúde bucal dos universitários.
Objective: To identify the magnitude of the association between dental caries experience and negative self-per-ception of oral health with socioeconomic determinants. Methods: Cross-sectional study conducted with data from a prospective cohort with university students entering the Federal University of Pelotas (UFPel) in 2016. Data were collected through a self-administered questionnaire, including demographic, socioeconomic and psychosocial characteristics. The outcomes of the present study were experience of self-reported caries (history of caries disease) and self-perceived oral health (positive versus negative). Results: A total of 3,237 students joined, of which 2,089 (64.5%) agreed to participate in the study. The Poisson regression model known that university students with an income of R$ 1001 to 5000.00 and R$ 5001 or more primary, respectively, a prevalence ratio (PR) 14% (PR = 0,86; 95%CI 0,80-0,92) and 18% (PR = 0,82; 95%CI 0,74 a 0,90) lower of caries experience, as well as individualizing mothers had completed high school prevalence a 14% (PR = 0,86; 95%CI 0,80 a 0,92) lower prevalence and complete higher education 19% (PR = 0,81; 95%CI 0,75 a 0,87) less caries experi-ence when compared to reference groups. In the self-perception of oral health, the results for income of R$ 1001 to 5000.00 and R$ 5001 or more dissipated, respectively, a 23% (PR = 0,77; 95%CI 0,64 a 0,91) and 43% (PR = 0,57; 95%CI 0,45 a 0,72) lower prevalence of having negative self-perception of oral health and qualified originating from complete higher education reported a 23% lower prevalence of negative self-perceived oral health when compared to the reference (PR = 0,79; 95%CI 0,66 a 0,97). Conclusions: The findings of the present study confirm that socioeconomic indicators influence the experience of caries and self-perceived oral health among university students
Subject(s)
Humans , Male , Female , Self Concept , Socioeconomic Factors , Oral Health , Dental Caries/etiology , Self ReportABSTRACT
Objetivo: elaborar e testar uma Escala de Triagem Odontológica para Pacientes com Necessidades Especiais (PNEs). Métodos: a escala foi elaborada a partir da experiência clínica de um centro de referência para aten-dimento odontológico a PNEs e de evidências científicas. Foi construída utilizando cinco critérios principais: comportamento, necessidade e possibilidade de estabilização protetora, urgência odontológica (dor), núme-ro e complexidade de procedimentos odontológicos e local do atendimento (acessibilidade). O instrumento foi testado em 14 PNEs, que participaram de uma triagem no Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) Jequitibá, na Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Estudantes de gradua-ção a partir do oitavo semestre fizeram a aplicação, e o resultado da escala foi comparado ao parecer clínico realizado pelos pesquisadores experientes no atendimento a esses pacientes. Resultados: foi observada uma concordância em 85% dos casos. Conclusão: o instrumento apresentou desempenho comparável à avalia-ção de profissionais com expertise, e a escala pode ser um instrumento útil para ser empregado em serviços odontológicos que oferecem atendimento aos PNEs. A sua utilização em meio acadêmico também pode pro-porcionar o empoderamento dos critérios de avaliação pelos estudantes, proporcionando maior segurança em acolher, atender ou encaminhar esse público no seu futuro profissional. (AU)
Objective: to develop and test a dental screening scale to be used of patients with special needs (PSN). Method: the scale was developed based on the clinical experience of a reference center for dental care for PSN and scientific evidence. It was built using 5 main criteria: behavior, need and possibility of protective stabilization (PE), dental urgency (pain), number and complexity of dental procedures and place of care (accessibility). The instrument was tested on 14 PSN who participated in a screening at the Center for Dental Specialties (CEO) Jequitibá, Faculty of Dentistry, UFPEL. Undergraduate students from the eighth semester onwards applied and the result of the scale was compared to the clinical opinion carried out by experienced researchers in the care of these patients. Results: agreement was observed in 85% of cases. Conclusion: the instrument presented performance comparable to the evaluation of professionals with expertise and the scale can be a useful instrument to be used in dental services that offer care to PSN. Its use in academia can also provide the empowerment of assessment criteria by students, providing greater security in welcoming, serving or referring this audience in their professional future.