ABSTRACT
Analisar os fatores que interferem na segurança do paciente em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) mediante o conhecimento da equipe multiprofissional. Tratou-se de um estudo descritivo com abordagem quantiqualitativa realizado com 40 profissionais de saúde, que compõe a equipe multiprofissional da UTI de um hospital estadual, referência regional. A coleta de dados foi realizada entre os meses de maio a dezembro de 2020. Deu-se por meio de entrevista semiestruturada, direcionada por um roteiro temático e questionário sociodemográfico. Os dados foram processados no software IRAMUTEQ, através da Classificação Hierárquica Descendente e analisados por meio da técnica do discurso do sujeito coletivo. Foi evidenciado que a fragilidade no conhecimento sobre o conceito de segurança do paciente, a falta de protocolos assistências, os problemas interpessoais, a ocorrência de eventos adversos, a subnotificação e dimensionamento inadequado são alguns dos fatores que interferem na segurança do paciente na UTI. Nota-se a necessidade de resolução das falhas existentes, sobretudo ao que refere ao dimensionamento de pessoal, as questões relacionadas à interação da equipe multiprofissional e a implementação de protocolos institucionais, que são norteadores do cuidado. Com o fortalecimento da cultura de segurança, onde os profissionais sintam-se empoderados a realizar a notificação, não apenas dos EA, como também das circunstâncias notificáveis.
The aim of this study was to analyze the factors that interfere with patient safety in Intensive Care Units (ICU) through the knowledge of the multidisciplinary team. This was a descriptive study with a quantitative and qualitative approach, carried out with 40 health professionals, who make up the multidisciplinary team of the ICU of a regional reference hospital of the state. Data collection was carried out between the months of May and December 2020. It took place through a semi-structured interview, guided by a thematic script and a sociodemographic questionnaire. Data were processed using IRAMUTEQ software, through Descending Hierarchical Classification, and were analyzed using the collective subject discourse technique. It was demonstrated that the lack of knowledge about the concept of patient safety, the lack of care protocols, interpersonal problems, the occurrence of adverse events, underreporting, and inadequate estimations are some of the factors that interfere with patient safety in the ICU. There is a need to resolve existing flaws, especially regarding personnel size, issues related to the interaction of the multidisciplinary team, and the implementation of institutional protocols, which guide care. By strengthening the safety culture, professionals feel empowered to report not only AEs, but also reportable circumstances.