ABSTRACT
Em seres humanos, a adiponectinemia está associada à obesidade e ao risco aumentado a uma ampla variedade de cânceres. Embora o papel dessa adipocina esteja bem documentado na patogênese do câncer em humanos, tal associação permanece a ser determinada em cães. Nesses animais, a relação da adiponectina com a carcinogênese parece ser ainda meramente especulativa. Nesse contexto, buscou-se nesta investigação comparar os níveis séricos de adiponectina em fêmeas hígidas e em portadoras de carcinomas mamários com diagnóstico histopatológico de carcinoma mamário tubular simples estágio 4, com comprometimento de linfonodos, porém sem metástases a distância detectadas. Foi observado que as cadelas diagnosticadas com carcinoma mamário tiveram níveis séricos de adiponectina significativamente menores (média de 3,72±1,54µg/mL, P<0,05) em relação às fêmeas consideradas hígidas (média de 5,61±2,18µgl/mL), sugerindo associação entre câncer e hipoadiponectinemia similar à encontrada em humanos. Em relação à idade e ao peso corporal dos animais do estudo, não foi encontrada diferença significativa entre os grupos. Os resultados encontrados nas cadelas portadoras de carcinoma mamário do presente estudo corroboram a associação já descrita em humanos entre ocorrência de carcinogênese e baixos níveis de adiponectina.(AU)
Subject(s)
Animals , Female , Dogs , Adenocarcinoma/blood , Adenocarcinoma/veterinary , Adiponectin , Obesity/complications , Obesity/veterinaryABSTRACT
O estresse oxidativo causa peroxidação lipídica e formação de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS), processo que está comprovadamente associado à progressão de neoplasias malignas em seres humanos. Por sua vez, espécies reativas de oxigênio (EROs) são produzidas no processo carcinogênico, de forma que a geração de EROs parece ser, ao mesmo tempo, causa e consequência dele. Em cães, a associação da peroxidação lipídica com a carcinogênese permanece ainda obscura, com estudos escassos, de resultados conflitantes, que, muitas vezes, incluem, dentro de um mesmo grupo amostral, animais portadores de tumores heterogêneos dos pontos de vista morfológico e comportamental, além de estes se apresentarem em estágios bastante distintos. Nesse contexto, buscou-se, na presente investigação, avaliar a concentração plasmática de TBARS em fêmeas hígidas e portadoras de carcinomas mamários com diagnóstico histopatológico de carcinoma mamário tubular simples estágio 4, com comprometimento de linfonodos, porém sem metástases detectadas. Foi observado que as cadelas diagnosticadas com carcinoma mamário tiveram níveis plasmáticos de TBARS significativamente maiores (média de 7,98 ± 1,43µmol/mL, p < 0,0001) em relação às fêmeas consideradas hígidas (média de 6,14 ± 0,53µmol/mL), o que sugere associação entre câncer e maior ocorrência de estresse oxidativo.(AU)