ABSTRACT
CONTEXT: Autoimmune diseases are 3 to 10 times more frequently in patients with celiac disease and their relatives than in the general population. OBJECTIVE: To investigate a broad spectrum of autoantibodies in celiac disease relatives from Southern Brazil, in a serological follow-up of 6-10 years, aiming to associate with other autoimmune diseases, degree of parentage, demographic and clinical data. METHODS: Serum samples of 233 relatives were analyzed in two different phases: n = 186 in phase I (1997-2000) and n = 138 (being 91 = follow-up group and 47 = newly tested) in phase II (2006-2007). As controls, 100 unrelated individuals were evaluated. Autoantibodies to smooth muscle, mitochondrial, liver-kidney microssome, parietal cell and thyroid microssome were tested by indirect immunofluorescence. RESULTS: A significant increase of autoantibodies, in both phases, was observed in the relatives when compared to the non-relatives (P = 0.0064), specifically to anti-thyroid microssome and anti-parietal cell. In both phases, the female/male proportion of autoantibodies was of 4:1 to 3:1 (P<0.041). The frequency of autoantibodies amongst 1st and 2nd degree relatives was 11.8% and 9.68% in phase I and 4% and 6.67% in phase II. CONCLUSION: Celiac disease relatives presented other autoantibodies and serological screening is a useful instrument for identifying autoimmune diseases along the years.
CONTEXTO: Doenças autoimunes são 3 a 10 vezes mais frequentes em pacientes com doença celíaca e em seus familiares que na população em geral. OBJETIVOS: Realizar amplo perfil de autoanticorpos em familiares de celíacos do sul do Brasil, em seguimento sorológico de 6-10 anos, visando associá-lo com outras doenças autoimunes, grau de parentesco, dados demográficos e clínicos desses indivíduos. MÉTODOS: Foram analisadas amostras de 233 familiares em duas etapas diferentes: n = 186 na etapa I (1997-2000) e n = 138 (91 recoleta e 47 novos familiares testados) na etapa II (2006-2007). Como controle foram avaliadas amostras de 100 não-familiares. Anticorpos antimúsculo liso, antimitocondrial, anticélula gástrica parietal, antimicrossomal de fígado e rim e antimicrossomal tireoidiano foram testados por imunofluorescência indireta. RESULTADOS: Foi observado um aumento significativo de positividade para os autoanticorpos em familiares de celíacos, quando comparados aos não-familiares (P = 0,0064), especificamente para o antimicrossomal tireoidiano e anticélula gástrica parietal. Entre os indivíduos com autoanticorpos positivos, a proporção do sexo feminino para o masculino foi de 4:1 e 3:1 em ambas as etapas (P<0,041). A frequência de autoanticorpos detectada entre familiares de primeiro e segundo graus foi de 11,8% e 9,68% na etapa I e 4% e 6,67% na etapa II. CONCLUSÃO: Familiares de pacientes celíacos apresentam autoanticorpos positivos e o acompanhamento sorológico desses indivíduos é utilizado como instrumento na identificação de doenças autoimunes ao longo dos anos.