ABSTRACT
As educadoras que atuam na Educação Infantil participam da subjetivação de bebês e crianças pequenas, o que pode ser extremamente exigente. Nesse sentido, este estudo teve como objetivo oferecer um espaço de escuta para educadoras, com vistas a refletir sobre os desafios da função de cuidar de bebês e crianças bem pequenas na Educação Infantil. Foram realizadas duas edições de um grupo de discussão de trabalho, nas quais participaram cinco educadoras. O material produzido no grupo de discussão de trabalho, juntamente com relatos discutidos em supervisão, foi analisado qualitativamente, a partir de análise temática indutiva. Os resultados evidenciam que o cuidado exige presença, previsibilidade, intimidade e sensibilidade, o que, muitas vezes, é solicitado pelos próprios bebês/crianças que convocam o adulto. Entretanto, responder a essas demandas de forma individualizada num ambiente coletivo pode trazer desconforto, mal-estar e angústia. O grupo de discussão de trabalho oportunizou às educadoras tomarem consciência de como se utilizavam, por vezes, de um estilo de cuidado mais mecanizado e controlador, de forma a se protegerem dessas demandas. Em síntese, o bebê/criança desacomoda o adulto e o convoca a (re)pensar sobre seu fazer, apontando a importância de espaços de escuta e reflexão aos profissionais da educação.
Working in Early Childhood Education implies that the adult caregiver participates in the subjectivation of babies, which can be extremely demanding. This study aimed to offer a listening space for nursery educators to reflect on the challenges of the role of caring for babies and very young children in Early Childhood Education. Two editions of the work discussion group were held, in which five educators participated. The material was qualitatively analyzed, considering the inductive thematic analysis. The results showed that care requires presence, predictability, intimacy, and sensitivity, requests often made by the babies and the children themselves who call the adult to respond from this place. However, responding to this demand individually in a collective environment can bring discomfort, malaise, and anguish. The group made it possible for educators to become aware of how they used a more mechanized and controlling style of care, to protect themselves from these demands. In summary, the baby and the children discomfort the adult and invite him/her to (re) think about his actions, pointing out the importance of spaces for listening and reflection to education professionals.
Trabajar en Educación Infantil implica que el adulto cuidador participe enlasubjetivación de los bebés, lo que puede ser extremadamente exigente. Por eso, este estudio tuvo como objetivo ofrecer un espacio de escucha a los educadores, con el fin de reflexionar sobre los retos del cuidado de los bebés y niños muy pequeños en la Educación Infantil. Se realizaron dos ediciones de los grupos de discusión de trabajo, en las que participaron cinco educadores. El material fue analizado cualitativamente, a partir del análisis temático inductivo. Los resultados muestran que el cuidado requiere presencia, previsibilidad, intimidad y sensibilidad, peticiones, muchas veces, realizadas por los propios bebés y niños que convocan al adulto. Sin embargo, responder a esta demanda de forma individual en un entorno colectivo puede traer malestar y angustia. Los grupos hizo posible que los educadores tomaran conciencia de cómo utilizaban un estilo de atención más mecanizado y controlador, para protegerse de estas demandas. En resumen, el bebé y los niños incomodan al adulto y lo invitan a (re) pensar en sus acciones, señalando la importancia de los espacios de escucha y reflexión de los profesionales de la educación.