A subestimativa da reabsorção radicular apical irregular em radiografias periapicais é relevante? / Is relevant the underestimation of irregular apical root re-sorption by periapical radiographs?

RESUMO

Introdução: O controle periódico da reabsorção radicular durante o tratamento ortodôntico é frequentemente realizado através de exames radiográficos bidimensionais, nos quais as reabsorções irregulares não são detectadas no sentido vestibulolingual. Objetivo: Quantificar a área reabsorvida de raízes de incisivos com reabsorção radicular apical irregular subestimada por exames radiográficos bidimensionais. Material e Métodos: Foram avaliadas imagens de tomografia computadorizada de feixe cônico de 18 pacientes que apresentavam incisivos superiores com reabsorção radicular apical irregular substimada por exames radiográficos bidimensionais (grupo experimental) e os incisivos correspondentes contralaterais sem reabsorção radicular (grupo controle). No grupo controle foi simulada uma reabsorção radicular apical regular na mesma altura da encontrada nos incisivos com reabsorção irregular. As áreas apical e total das raízes dos incisivos com reabsorção radicular irregular e regular simulada foram avaliadas e comparadas. O teste t de Student para amostras pareadas foi utilizado, sendo considerado um nível de significância de 0,05. Resultados: A área apical nos incisvos com reabsorção radicular irregular foi significativamente menor do que nos incisivos com reabsorção radicular regular simulada (p<0,001). Não houve diferença significativa entre as áreas radiculares totais (p=0,435). Conclusão: A reabsorção radicular irregular foi significativamennte subestimada em imagens radiográficas bidimensionais quando a área apical radicular foi analisada. Entretanto, quando a área radicular total é considerada, a qual é responsável pela maior parte do suporte periodontal, esta subestimativa não foi significativa.

ABSTRACT

Introduction: Periodic control of root resorption during orthodontic treatment is frequently made by two-dimensional radiographic examinations, in which irregular resorptions are not detected buccolingually. Objective: Quantifying the resorbed root area of incisors with irregular apical root resorption underestimated by two-dimensional radiographic methods. Materials and Methods: Cone beam computed tomography images of 18 patients whose maxillary incisors presented irregular apical root resorption underestimated by two-dimensional radiographic methods (experimental group) and their contralateral correspondents without resorption (control group) were evaluated. In the control group, a regular apical root resorption was simulated at the same height as that of the irregularly resorbed incisors. The apical and total root surface areas of the incisors with irregular root resorption and simulated regular root resorption were measured and compared. The Student ́s t test for paired samples was used at a level of significance of 0.05. Results: The apical area of the incisors with irregular root resorption was significantly smaller than that of the incisors with simulated regular resorption (p<0.001). There was no significant difference in the comparison between total root surface areas (p=0.435). Conclusion: Underestimation of the irregular root resorption shown on two-dimensional images was significant when analyzing the apical area of the tooth. However, when considering the total root surface area of the tooth, which is responsible for the most part of the periodontal support, such underestimation was not significant.